O PME e projetos socioeducativos: convergências e divergências

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEEVALE O PME e projetos socioeducativos: convergências e divergências ALEXANDRE MUNCHEN Acadêmico do Curso de Psicologia na Universidade Feevale. Bolsista Capes/OBEDUC. alexandre@linksul.com.br CAMILA ALTMAYER Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social. Bolsista Capes/Obeduc. k.altmayer@gmail.com

INTRODUÇÃO Experiências extensionistas realizadas por acadêmicos cujas práticas sustentam a problemática da pesquisa Educação Integral entre as Práticas de Educação no campo social e no espaço escolar (Capes/Obeduc/ CNPq) que objetiva analisar ações de educação que se aproximam dos princípios da Educação Integral.

PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO : O Programa Mais Educação é uma política pública indutora da Educação Integral, para rede pública de ensino. Ampliação da jornada para o mínimo de 7 horas diárias, com atividades socioeducativas dentro e/ou fora da escola. A escolha da oficinas se dá através da demanda que cada escola apresenta, sendo ministrada pro monitores voluntários.

PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO Recursos do Governo Federal, organizado pelo Secretaria Municipal de Educação. Oficinas para desenvolver diversas aprendizagens: esportes, orientação pedagógica, direitos humanos, cultura, artes, entre outras. Alunos da rede pública municipal de ensino. Todas as escolas de EF aderiram ao Programa Mais Educação, no muncípio da pesquisa. Atendimento no turno oposto ao da sala de aula. Monitores voluntários (preferencialmente moradores do bairro em que a escola está inserida) Atividades de segunda à sexta-feira.

AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS RELIZADAS PELO TERCEIRO SETOR Programa mantido pela iniciativa privada. São José, Kephas, Vila Dhiel, Vila Redentora e Vila Pedreira. Acesso. Oficinas de artes, cidadania, informática. Equipe Alunos da rede pública de ensino. Preferência àqueles em vulnerabilidade e risco social. Atendimento no contraturno escolar. Formação dos educadores. Educadores populares.

Faixa etária Dias alternados Nº alunos. Duração da oficina. Projeto de cada oficina. Tema de um projeto global. Realidade local. Diálogo entre oficinas. Participação dos educandos na organização.

DIVERGÊNCIAS Nos socioeducativos os participantes optam pelas atividades de preferência, que dialogam entre si. No PME há estrutura organizada pelo Governo Federal através dos Cadernos de Orientação. CONVERGÊNCIAS Os alunos atendidos são oriundos do ensino público,especialmente os que necessitam de proteção social. O atendimento se dá no contraturno escolar e é conduzido por educadores e/ou monitores sem a obrigatoriedade de formação específica.

CONCLUSÃO Constata-se que as propostas de educação em ambas as experiências nas suas convergências aproximam-se de pressupostos da Educação Integral, em especial nos aspectos da formação da cidadania e ampliação de tempo de educar.

REFERÊNCIAS BRASIL. Educação integral: texto referência para o debate nacional. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009a. 52p. Programa Mais Educação: gestão intersetorial no território. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009b. 102p. Rede de Saberes Mais Educação: pressupostos para projetos pedagógicos da educação integral: caderno para professores e diretores de escolas. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009c. 92p. Manual Operacional de Educação Integral. Brasília: Ministério da Educação, 2012. 80p. Disponível em: <http/www.fnde.gov.br%2findex.php%2fph-arquivos%2fcategory%2f60-2012%3fdownload%3d1593%253aresolucaocdfnde-no-21-de-22062012-manual-operacional-de-educacaointegral-2012&ei=owtuivmdysk0qgn7yg4cq&usg=afqjcng2hbq7amks6bwqew9_qzrfz15ilq&sig2=pk0xwwlbidocf2waa6ymug>. Acesso em: 03 set. 2012. p. EBOLI, Terezinha. Uma experiência de educação integral: Centro Educacional Carneiro Ribeiro. Salvador: MEC/INEP, 1969.84p. MOLL, Jaqueline (Org.). Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012. 504p.

RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório: estudos de antropologia da civilização; etapas da evolução sóciocultural. 4.ed. Petrópolis: Vozes, 1978. 257p. RIBEIRO, Darcy. Nossa escola é uma calamidade. Rio de Janeiro: Salamandra, 1984. 106p. RIBEIRO, Darcy. Roda Viva - 4ª Parte. 17 abr 1995. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=fpkuvydlvte>. Acesso em: 16 ago. 2012. TEIXEIRA, Anísio. A escola brasileira e a estabilidade social. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v.28, n.67, jul./set. 1957. p.3-29. Disponível em: <http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/artigos/escola2.html>. Acesso em: 20 mai. 2012. TEIXEIRA, Anísio. Educação é um direito: dependência essencial da democracia da efetivação desse direito; a educação como problema político e sua organização e administração como serviço público especial autônomo; bases para um plano de organização dos sistemas estaduais de educação. São Paulo: Nacional, 1967. 70 TEIXEIRA, Anísio. Educação no Brasil. São Paulo, SP: Nacional, 1969. vol. 3. 385p.