Universidade Estadual de Londrina

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Transcrição:

Universidade Estadual de Londrina Oswaldo Guarnieri Júnior ANÁLISE DA FREQUÊNCIA E COMPRIMENTO DA BRAÇADA DO NADO CRAWL EM INDIVÍDUOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE EXPERIÊNCIA EM NATAÇÃO LONDRINA 2009

Oswaldo Guarnieri Júnior Análise da Freqüência e Comprimento da braçada do nado crawl em indivíduos com diferentes níveis de experiência em natação Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof. Ernani Xavier Filho LONDRINA 2009

OSWALDO GUARNIERI JR Análise da freqüência e comprimento da braçada do nado crawl em indivíduos com diferentes níveis de experiência em natação Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Ernani Xavier Filho Universidade Estadual de Londrina Prof. Marcia Greguol Universidade Estadual de Londrina Prof. Victor Okazaki Universidade Estadual de Londrina Londrina, de de.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CB FB Comprimento de braçada Freqüência de braçada

AGRADECIMENTOS Independente do resultado dado pela formação da banca, vejo-me na necessidade de cumprimentar e venerar algumas pessoas importantes para minha formação acadêmica: Agradeço aos Professores Dr. Victor Okazaki e Dra. Marcia Greguol pelos excelentes profissionais que são e pela atenção e flexibilidade que se disporam para atender a formação desta banca. Ao meu Orientador Prof. Dr. Ernani Xavier Filho por sua humildade e pelas forças na reta final. À Professora Ms. Lucília Kunioshi Utiyama por ter feito com que minha formação acadêmica, e de diversos outros alunos fosse mais especial e diferenciada. Agradeço enfaticamente a Ms. Carla franciele Höring, sem ela este trabalho não teria acontecido. Dedico também a todos vocês este trabalho Oswaldo Guarnieri Junior

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 6 2. OBJETIVO... 10 3. REVISÃO DE LITERATURA... 11 3.1 TÉCNICAS QUE COMPÕE O NADO CRAWL... 11 3.2 ESTUDOS DO NADO CRAWL... 12 4. MATERIAIS E MÉTODOS... 15 4.1 AMOSTRA... 15 4.2 TAREFA... 15 4.3 PROCEDIMENTOS... 15 4.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO... 16 4.5. INSTRUMENTOS... 16 4.6. ANÁLISE DOS DADOS... 17 5. RESULTADOS... 18 6. DISCUSSÃO... 21 7. CONCLUSÃO... 22 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 23 ANEXO I Termo de consentimento livre e esclarecido... 25 ANEXO II Termo de consentimento livre e esclarecido (Cont.)... 26

6 RESUMO Controvérsias sobre as alterações no padrão da braçada do nado crawl em diferentes velocidades existem até hoje na literatura. Por isso este trabalho objetivou verificar estas diferenças comparadas em grupos de diferentes níveis de experiência em natação. Para isso foi usada uma amostra de 30 sujeitos, 10 com experiência de no máximo um (01) ano em aulas de natação (G1), 10 sujeitos com pelo menos 4 anos de prática instruída ao longo da vida (G2) e 10 ex-atletas de natação, todos com mais de 6 anos de treinamento, e competidores a nível nacional, (G3). Comprimento (CB) e freqüência de braçada (FB) foram usados como parâmetro de comparação neste estudo. Análise estatística (p < 0,05) indicou que ao passo que a velocidade do nado aumentou, nos três grupos, CB diminuiu, já FB aumentou. Assim concluiu-se que nadadores utilizam-se do aumento da FB como estratégia para o incremento da velocidade de nado.

7 1.INTRODUÇÃO O nadar pode ser definido como a capacidade de locomoção independente no meio aquático, normalmente sem auxílio de qualquer material, e a sua utilização pode ter caráter utilitário, esportivo ou recreativo. Quando nos referimos à prática esportiva executada com fins competitivos denominamos essa modalidade de natação, esta teria se iniciado no ano de 1.800 na Alemanha, organizada por Guts Muths. Atualmente o esporte é composto por 36 provas individuais, 18 de categoria masculina e 18 feminina, que são reguladas pela FINA (Federação Internacional de Natação), sendo uma dessas provas denominadas de estilo Livre. Nela o nadador pode optar pela sua forma de nado, sendo quase na totalidade das vezes usado o nado crawl, por ser considerado o mais rápido. Nesta modalidade o nadador realiza na superfície da água movimentos alternados dos braços, de modo que possa virar a cabeça para respirar enquanto as pernas se movientam golpeando a água de cima para baixo. Durante o estágio de aprendizagem em natação, após etapas de adaptação ao meio líquido, o nado crawl costuma ser o primeiro a ser ensinado com iniciação de técnicas, por ser composto de movimentos alternados, algo mais próximo das características do desenvolvimento das habilidades motoras humanas (Vilas-Boas, 2001). Diversos são os motivos pela busca do esporte, adolescentes, por exemplo, teriam essa modalidade como opção principalmente por bem-estar, condicionamento físico, e prevenção de doença (ALVES, et al. 2007). Assim como crianças, adultos e idosos preenchem também parcelas deste público do meio aquático. Assim, por se tratar de uma população tão vasta, é importante que o professor ou instrutor desse esporte saiba lidar com as características motoras de cada um, e o funcionamento de um programa pedagógico da natação para cada um desses grupos. Para facilitar a compreensão das etapas que passam um aluno, Fitts e Posner 1 ; 1967 dividem em três os estágios de aprendizagem em qualquer que seja a tarefa motora: (a) estágio cognitivo, (b) associativo e (c) estágio autônomo, que descrevem os diferentes níveis do desenvolvimento da habilidade. O primeiro seria referente às

8 primeiras tentativas do sujeito, com elevada quantidade de erros e busca pela compreensão do objetivo e funcionamento da tarefa. Na segunda fase, o individuo volta sua atenção para a organização de padrões de movimento mais eficiente para executar a ação. E por último, no estágio autônomo, o praticante desenvolve ações automáticas que não exigem atenção, detectando mais facilmente seus próprios erros e ainda tendo certeza de como adequar a tarefa para atingir a meta. A performance na natação é um conceito que pode ser baseado em dois parâmetros de braçada, os quais determinam a velocidade que o nadador consegue desenvolver na água, Comprimento de Braçada (CB) e Freqüência de Braçada (FB), o nadador mais econômico consegue percorrer maiores distâncias por braçada, com menor freqüência de braçada, resultando em uma ótima combinação entre essas variáveis (Favaro et al. 2001), sendo estas características dependentes principalmente da idade, sexo e nível do desenvolvimento da habilidade do praticante. Para que uma pessoa passe do estágio cognitivo, para um estágio motor mais desenvolvido, seria necessária a prática dessa tarefa. De acordo com Magill, (1989), a aprendizagem está diretamente associada a uma mudança no indivíduo em suas capacidades de executar uma dada tarefa, parte do processo de mudança advém do domínio e da exploração de princípios de movimento e de estabilidade. Uma maneira de verificar esta aprendizagem motora, seria analisando a performance do indivíduo. Por ser um esporte com grandes dimensões sociais, a natação é alvo de inúmeros trabalhos na área de aprendizagem, desenvolvimento e controle motor, Teixeira e cols, 1992, verificaram que crianças inseridas em programas de adaptação ao meio líquido têm um rendimento mais satisfatório de desenvolvimento. O foco de estudo foi o controle motor de iniciantes e avançados durante o nado crawl, e L. Seifert e e cols. 1998, estudaram a coordenação da braçada e respiração no nado crawl em nadadores de diferentes categorias. Enfim, diversas são as áreas de estudo enfocadas na natação, com ênfase no nado crawl. Mas aparentemente profissionais envolvidos nessa modalidade esportiva não dominam o conteúdo referente ao nado crawl e suas características espaços-temporais. Uma justificativa para essa atenção na ligação entre nado crawl e a área de controle motor, é que uma boa performance independente da habilidade esportiva tratada, depende também em grande parte do nível técnico do praticante, sendo ele iniciante ou avançado e suas respectivas características aplicadas a determinado exercício, em diferentes condições de velocidade. Assim a evolução da natação

9 como aprendizagem, ou em forma competitiva, requer profissionais habilitados na identificação das características técnicas de relevância, predominantes na ação da braçada de crawl em cada uma das populações estudadas e nas velocidades propostas. Se, em nadadores de alto nível a relação entre os fatores determinantes do desempenho não está completamente determinada, em nadadores que não são de alto nível, a maioria dos praticantes dessa modalidade, as possíveis relações entre as variáveis determinantes de seu desempenho ainda são uma grande incógnita. Mas existem poucos estudos na literatura que apresentam diferenças da braçada deste nado em grupos de diferentes níveis de desenvolvimento motor aquático, e assim não se sabe ao certo como a freqüência e comprimento de braçada são alterados quando muda-se a velocidade de nado.

10 2. OBJETIVO Analisar as variações da freqüência e comprimento da braçada do nado crawl em indivíduos com diferentes níveis de experiência em natação, quando executam o nado em velocidades diferentes. 2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO Verificar, frente a diferentes demandas de velocidade de nado, quais aspectos que diferenciam a estratégia usada para atender as metas entre os grupos com diferentes níveis de experiência em natação.

11 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 TÉCNICAS QUE COMPÕE O NADO CRAWL O nado Crawl é o meio de locomoção aquática independente do homem mais veloz que existe, talvez por isso seja o mais praticado também. Este estilo exige uma grande coordenação multimembros, com movimentos alternados de pernas e braços, além do controle da respiração (lateral), e movimentação de tronco. A braçada pode ser dividida em duas fases, aérea e aquática (MAGLISCHO 1999), sendo a primeira subdividida em 2 partes, e a segunda em 3 partes. Somando então as fases: 1) Entrada e alongamento; 2) Varredura para baixo até o agarre; 3) Varredura para dentro; 4)Varredura para cima; e, 5) Liberação e saída (Figura 1). Figura 1 Ciclo de braçada no nado crawl adaptado de Gillis Winderickx Neste ciclo de movimentos, a amplitude passa da braçada passa a ser fundamental para o ganho de velocidade, na fase aérea o cotovelo deve ser o ponto mais alto, a mão inicia a entrada na água com a palma voltada para fora (45º) e depois o cotovelo. Na puxada os braços se posicionam em forma de alavanca para puxar o corpo na água; inicia puxando pela lateral flexionando os braços a 90º (movimento em S ), a finalização da puxada é o ponto de maior aceleração do nado,

12 a mão deverá sair da água ao lado da perna. Para que a execução da braçada tenha maior amplitude, é necessário que haja o rolamento do tronco durante esse ciclo. Técnicas específicas de nado têm o objetivo de, ao aumentar as forças propulsivas e diminuir as forças resistivas, incrementar a propulsão final de um nadador, refletindo em uma maior velocidade de deslocamento, com um menor gasto energético, objetivos de nadadores e triatletas competitivos (SOUZA CASTRO; 2002). O comprimento médio de braçadas (CB), a freqüência média de braçadas (FB), a velocidade média de nado (VN) e o índice médio de nado (IN) são as variáveis de avaliação da performance mais objetivas utilizadas pelos treinadores e atletas (CASTRO et al., 2005). PEREZ (2001) apud SOUZA CASTRO 2 (2002), demonstrou que nadadores e nadadoras brasileiros apresentam uma boa relação entre comprimento e freqüência de braçadas, mas entre comprimento e tempo nas provas, a relação é aquém daquela apresentada por nadadores de nível internacional. Estes autores verificaram também que o aumento de intensidade de nado diminui o CB em velocistas, fundistas e triatletas, porém diminui a FB. Assim como provas de fundo, onde a velocidade é menor, o CB aumenta, e a FB diminui, porém faltam estudos na literatura que comprovem as diferenças desses parâmetros biomecânicos em indivíduos iniciantes na modalidade ou que nunca participaram de um programa sistematizado de natação. 3.2 ESTUDOS DO NADO CRAWL Quanto mais técnicas um indivíduo obtiver no nado, mais eficiente ele se torna, um iniciante por exemplo têm características que lhe são peculiares como a falta de um padrão na execução da braçada associada a uma elevada quantidade de erros e desorganização espaço-temporal. Entretanto um nadador com um pouco mais de experiência já possui padrões de movimentos mais consistentes, organizados. Consecutivamente nadadores mais habilidosos como atletas chegam mais próximos de fatores biomecânicos ideais do nado com maior previsibilidade da tarefa. 2 Souza Castro; 2002. Parâmetros biomecânicos do nado crawl apresentados por nadadores e triatletas.

13 Biomecânica esta também responsável pela verificação da aprendizagem motora dada pela pratica e feedback. Alguns autores como CRAIG & PENDERGAST, 1979; e MAGLISCHO,1999), usam o termo comprimento médio de braçada como sinônimo de distância média percorrida por ciclo e freqüência média da braçada como sinônimo de repetições média de ciclo (entendido como um ciclo de braçadas equivalente a duas braçadas completas, uma braçada com cada braço), sendo esses os fatores que mais interferem na velocidade do nado. Seriam então as classificados por MAGLISCHO (1999) da seguinte forma: Comprimento de Braçada: distância em metros que o corpo do nadador se desloca para frente durante cada ciclo de braços Freqüência de Braçada: expressa o número de ciclos efetuados pelo nadador a cada minuto (ciclos/min) Desde o final do século XX, busca-se determinar como seriam os padrões do nadar habilidoso. CRAIG e PENDERGAST (1979), verificaram a possível relação entre ritmo de braçada, distância percorrida e a velocidade na natação competitiva. Foi verificado que o aumento da velocidade tem uma relação positiva ao aumento do ritmo de braçada e negativa á distancia percorrida. Relação esta observada nos quatro estilos culturalmente conhecidos na natação. O que acontece com distância percorrida por ciclo de braçadas e a freqüência de ciclos, em três distintas velocidades de nado? Foi um dos fatores analisados por Graco; 2008, que comparou dois grupos de atletas, um a nível competitivo estadual (SP), e outro a nível federal. Foi verificado que estes grupos possuem diferentes estratégias de execução da habilidade relativas às metas propostas, ou seja, quando solicitado para nadar três vezes 50m Crawl nas respectivas intensidades 100%, 90% e 80%, cada grupo optou por uma estratégia de braçada diferente. O grupo mais habilidoso varia mais os parâmetros biomecânicos (Freqüência e Comprimento de braçada), sem modificar a macroestrutura. Isso indica disponibilidade do sistema para usar recursos diferentes o que caracteriza a sua maior flexibilidade. STRINGHINI et al. (2006) analisaram o nadar Crawl de três distintos grupos, Velocistas, Fundistas e Triatletas, que foram comparados sob diferentes condições

14 de nado (três intensidades - baixa, moderada e alta - com e sem respiração). Para efeito de comparação foram utilizados como parâmetros, Comprimento de braçada (CB), Freqüência média de braçada (FB), Velocidade média (VN) e Índice médio (IN) obtido pelo produto entre o CB e a VN. Cada voluntário realizou 25m nado crawl em cada condição solicitada. A primeira série foi realizada com respiração a cada ciclo, efetuada para o lado de preferência do atleta, e uma segunda série foi feita nas mesmas intensidades, mas sem respiração. Foi verificada uma relação positiva entre aumento de intensidade e FB e VN, e também uma relação inversa com CB que diminui nos três grupos. O estudo mostrou ainda que nadadores e triatletas utilizaram-se do aumento da FB como estratégia para o incremento da VN.

15 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 AMOSTRA Foram avaliados 30 nadadores, sendo 22 do gênero masculino e 08 feminino, com idade entre 18 e 24 anos, moradores da cidade de Londrina/PR, com níveis de habilidades diferentes, sendo 10 indivíduos que sabiam executar o nado crawl, e tinham experiência de no máximo um (01) ano em aulas de natação, denominado categoricamente de G1, 10 sujeitos com pelo menos 4 anos de prática instruída ao longo da vida (G2) e 10 ex-atletas de natação, todos com mais de 6 anos de treinamento, e competidores a nível nacional, (G3). 4.2 TAREFA Cada indivíduo realizou 25m nado crawl em uma piscina semi-olímpica, em três condições: a primeira em 100%, a segunda em 75% e a terceira em 50 % da velocidade máxima, sendo essas duas últimas realizadas três vezes. A tarefa começa numa posição de auto-sustentação na água, na borda da piscina, e ao receber o comando o nadador inicia o nado com um impulso na parede percorrendo os 25 metros na velocidade exigida. 4.3 PROCEDIMENTOS Todos os indivíduos foram orientados dos respectivos procedimentos tomados ao longo desse estudo e participaram voluntariamente. Para familiarização da piscina foi proposto um aquecimento na mesma, e previamente a realização da tarefa foram tomadas nota da altura, envergadura e idade de cada um. A instrução passada ao participante era de que a partir de uma posição de auto-sustentação, deveria esperar o comando ( prepara e vai ) para então dar um impulso na parede e nadar 25m crawl (até o final da piscina). Sendo que na primeira

16 tentativa a velocidade aplicada deveria ser 100% (esforço máximo), as intensidades das travessias seguintes (75% e 50%) foram realizadas 3 vezes respectivamente a cada intensidade (sendo posteriormente analisada somente a média dessas tentativas para análise estatística. Para efeito de alcançar mais facilmente ás metas, foi exposto a cada participante o tempo referente às suas intensidades, com base nos 100% diretamente após a execução da mesma, com uma recuperação dada por um intervalo de 5 minutos entre cada tentativa. 4.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO Durante o nado, um experimentador foi responsável por filmar as execuções de todas as tarefas, sem fins cinemáticos, mas por motivo de segurança de análise dos dados posteriormente. Outro por calcular a Freqüência de braçada (em ciclo / min.) como categorizada por MAGLISCHO 1999; que se dá pelo ciclo completo do braço durante o nado em que a mão insere-se na água, ate concluir as fases aquática e aérea, e retornar á superfície da água), outro por registrar o tempo da tarefa com um cronômetro (em segundos). Altura e envergadura foram anotadas em centímetros. A performance em cada tarefa foi avaliada a partir de registros feitos por cronômetros (em segundos), comprimento das braçadas (cm), sendo esta equivalente à equação da velocidade média do nado sobre a freqüência de braçadas (CB = d /FB). 4.5. INSTRUMENTOS Para a coleta e registro de informações, utilizou-se: prancheta, caneta e papel A4, onde foram anotados os nomes, idade, nível de experiência com natação, Tempo de realização das provas, FB e CB. Pela fidedignidade dos dados,uma câmera foi posicionada próxima à piscina, do lado externo, na sua lateral, e apoiada em um tripé num espaço referente ao centro da mesma (á 12,5m de cada extremidade), registrando todas tentativas dos voluntários.

17 Um cronômetro da marca da marca Seiko S140 marcou o tempo de cada tarefa. A piscina de realização fica localizada no Centro de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina (UEL). 4.6. ANÁLISE DOS DADOS Primeiramente foi feita a análise dos dados através das medidas descritivas: média aritmética, o desvio padrão e análise percentual, e então, utilizou-se Friedman para verificar possíveis diferenças das médias de velocidade entre os grupos, e enfim o teste de Wilcoxon para a comparação entre os grupos. Considerou-se para os testes um nível de significância de 0,05. O Programa de análise estatísticas utilizado foi o Software BioEstat 5.0 (Ayres, et AL., 2007).

18 5. RESULTADOS 1. Medidas antropométricas QUADRO 1 Descrição do número absoluto de indivíduos do sexo masculino e feminino em cada grupo Sexo G1 G2 G3 Masculino 7 7 8 Feminino 3 3 2 Portanto verifica-se que não houve grandes diferenças entre o número relativo de homens e mulheres entre os grupos. QUADRO 2 Descrição das características antropométricas (média e desvio padrão) dos grupos: G1, G2 e G3. Variável G1 G2 G3 Idade (anos) 21 (1,88) 21,4 (2,31) 21 (1,82) Estatura (cm) 173,2 (13,36) 168,8 (8,49) 170,8 (7,39) Envergadura (cm) 169,8 (11,06) 170,1(7,97) 171,3 (7,27) Para verificar a diferença entre os grupos para as variáveis: idade, corporal, envergadura, altura, empregou-se o teste de Friedman pelo programa Bio Stat para amostras independentes. Conforme indicado na TABELA 2, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre as variáveis antropométricas para os grupos G1, G2 e G3. Na TABELA 2, pode-se observar o tempo total de nado em 15 metros, a freqüência das braçadas durante o percurso, o comprimento da mesma ao longo dos 15 metros e a porcentagem média executada pelos atletas de ambos os grupos a 100%, 75 % e 50%. Observa-se na FIGURA 2 no que se diz respeito à média dos tempos de execução de cada grupo em cada intensidade, visualizando as significantes diferenças de média de tempo entre os grupos nas respectivas intensidades.

19 Média dos Grupos Tempo (s) 25,00 20,00 15,00 10,00 17,17 13,70 8,89 19,96 15,97 11,46 22,67 17,32 12,62 5,00 0,00 100% 75% 50% Intensidade de Nado Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 FIGURA 2 Média de tempo de execução (s) dos 15m em cada intensidade (100%, 75% e 50%) QUADRO 3 Descrição das características das medidas de desempenho global (média e desvio padrão) dos atletas. Condição Medidas G1 G2 G3 Tempo total (s) 17,09 (5.88) 13,70 (4,1) 8,89 (2,11) 100% Freqüência das braçadas (em ciclos/min) 83,4 (20,36) 91,4 (19,5) 100,7 (20,84) Comprimento das braçadas (cm) 66,0 (8,04) 74,9 (4,97) 103,0 (18,44) 75% Tempo total (s) 19,32 (4,35) 15,97 (3,63) 11,46 (2,24) Freqüência das braçadas (em ciclos/min) 62,3 (18,36) 68,5 (17,5) 71,4 (17,72) Comprimento das braçadas (cm) 76,8 (13,04) 86,20 (6,19) 113,6 (13,36) 50% Tempo total (s) 24,16 (4,6) 17,32 (2,89) 12,62 (2,6) Freqüência das braçadas (em ciclos/min) 44,0 (11,51) 50,89 (17,3) 57,60 (19,16) Comprimento das braçadas (cm) 88,40(15,44) 102,0 (12,55) 133,7 (29,55)

20 Observa-se que o Grupo 1 obteve um menor tempo de execução nas três velocidades aplicadas, comparando-se com os grupos 2 e 3 nas respectivas velocidades. Na análise dos resultados do G1 quanto às velocidades detectou-se diferenças estatísticas entre 50% e 100% na FB, e também entre 75% e 100% de velocidade no comprimento de braçada. O mesmo não ocorre nos grupos G2 e G3 que possuem diferenças significativas somente entre 50% e 100% de velocidade tanto na freqüência quanto no comprimento das braçadas. O teste para verificar diferenças de medidas/variâncias entre grupos: Wilcoxon, apresentou diferenças significativas apenas entre G1 e G3 na variável de 100% de velocidade. Quando comparadas as velocidades de 50% e 75% entre os 3 grupos, percebe-se há diferença significativa entre G1 e G3 em ambos os casos.

21 6. DISCUSSÃO Este trabalho foi realizado de modo a serem verificadas as possíveis alterações da freqüência e comprimento da braçada do nado crawl em diferentes velocidades de nado em sujeitos de diferentes níveis. De maneira geral, independente do grupo, a estratégia adotada para gerar maior velocidade de nado, em resposta à intensidade solicitada, foi de aumentar a FB e reduzir o CB. Em outro estudo, CAPUTO et al. (2006) concluiu que em indivíduos de performance moderada, o CB pode ser utilizado para a predição de performance do nado crawl, particularmente em curtas e médias distâncias, e que o melhor desempenho desta habilidade estaria ligado a um aumento na FB e uma pequena diminuição ou ate mesma a estabilidade do CB, corroborando com os resultados obtidos neste trabalho. MAGLISCHO (1999) aponta que há também uma correlação inversa entre FB e CB, na medida em que o nadador acelera seu ritmo de braçada há uma diminuição do alcance da mesma, sendo de extrema importância que o nadador saiba balancear bem estas duas variáveis para atingir a performance esperada. Em geral, melhores nadadores cobrem maior distância a cada ciclo de braços numa freqüência de braçada em competição (CRAIG e cols. 1985) apud MAGLISCHO (1999), este autor considera ainda que a maior eficiência deste nado seria dado por aqueles competidores que mantêm um comprimento e freqüência relativamente grande, e maior duração do ciclo da braçada encontrada na fase de arrasto (fase aquática), sendo as duas primeiras hipóteses confirmadas no presente estudo, e o tempo relativo em cada fase do ciclo da braçada não analisados, o que pode ter interferido nos resultados. Para próximos estudos na área fica sugerido uma avaliação prévia das habilidades aquáticas dos sujeitos da amostra. É válido lembrar que parâmetros biomecânicos do estilo crawl vão muito além dos citados neste trabalho.

22 7. CONCLUSÃO O objetivo do presente estudo foi investigar as possíveis mudanças na freqüência e comprimento da braçada do nado crawl em indivíduos de diferentes níveis de desenvolvimento motor aquático em diferentes velocidades de nado. Para isso foi realizado um experimento no qual estes sujeitos foram solicitados a nadar em intensidades de 100%, 75% e 50% do esforço máximo. Foram observados o que foi alterado quanto aos parâmetros tempo, freqüência e braçada. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que, em relação à braçada do nado crawl de indivíduos habilidosos: - Em geral os praticantes de natação com ou sem experiência no esporte conseguem diferenciar pouco as velocidades nadadas de maneira estável. - A experiência na natação interfere na eficiência do nado. - A freqüência e comprimento de braçadas parecem determinantes para o bom desempenho na tarefa.

23 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYRES, M., AYRES JÚNIOR, M.,: AYRES,D.L,; SANTOS, A.S.; AYRES, L.L. Software BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Belém, 2007. BENDA. Sobre a natureza da aprendizagem motora:mudança e estabilidade... e mudança. XI Congresso Ciências do Desporto e Educação Física dos países de língua portuguesa. 2000. CAPUTO, F; FERNANDES, M; MENDES DE OLIVEIRA; DENADAI S; GRECO, C; Fatores intrínsecos do custo energético da locomoção durante a natação, Rev. Bras. Med. Esporte vol.12 no.6 Niterói Nov./Dec. 2006. CAPUTO, F.; Lucas, R.D.; GRECO, C.C.; DENADAI, B.S. Características da braçada em diferentes distâncias no estilo crawl e correlações com a performance. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v.8, n.3, p.7-13, 2000. COLLARES MORE, CASTRO, KRUEL, Parâmetros biomecânicos do nado crawl apresentados por nadadores e triatletas. Univ. Fed. R.S UFRGS Revista Brasileira de Biomecânica; 2002 CRAIG, A. B., JR.; PENDERGAST, D.R. Relationships of stroke rate, distance per stroke, and velocity in competitive swimming. Medicine and Science in Sports, vol. 1, no 3,278-283, 1979. FAVARO, O.R.; LIMA, F.T. Influência da idade na performance, freqüência de braçada e comprimento de braçada em nadadores masters de 50 metros nado livre. Ver. Bras. Cin. e Mov. 2005; 13(2):7-15 GRACO, Caio. Análise da braçada do nado crawl em atletas de diferentes categorias. 2008. Dissertação Apresentada na Escola de Ed. Física da USP. 2008. FRANKEN, PIVETTA, SOUZA CASTRO. Cinemática do nado crawl, características antropométricas e flexibilidade de nadadores universitários. Motriz. Revista de Educação Física. UNESP, Vol. 14, No 3. 2008. FREUDENHEIM, A.M.; BASSO, L.; XAVIER FILHO, E.; MADUREIRA, F.; SILVA, C.G.S.; MANOEL, E.J. Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes versus avançados. Revista Brasileira Ciência e Movimento. 2005; 13(2): 75-84. LADEWIG, Iverson. A Importância da atenção na aprendizagem de habilidades motoras. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.3, p.62-71, 2000.

24 MAGILL, R. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo. Editora Edgard Blucher Ltda, 2000. MAGLISCHO, Ernest W. Nadando Ainda Mais Rápido. 1ª Edição. São Paulo. Manole 1999 PACE ALVES, JUNGEN, PALMA, MONTEIRO, RESENDE; Motivos que justificam a adesão de adolescentes a prática da natação: qual o espaço ocupado pela saúde? Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbme/v13n6/13.pdf ; acesso em 15 maio 2009. SOUZA CASTRO, Flávio. Determinação da coordenação de nado por meio da análise cinética e cinemática no estilo crawl. 2002. Dissertação Apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Escola De Ed. Física da Univ. do RS. Disponível em: www.cbce.org.br/cd/resumos/325.pdfwww.cbce.org.br/cd/resumos/325.pdf. Acessado em: 14 de julho de 2009. VILAS-BOAS, J.P, Estudo de diversos conceitos de eficiência da locomoção humana no meio aquático; Rev Port Cien Desp 3(V) 337 349 349 VILAS-BOAS, J. P. O ensino e o aprimoramento das técnicas de Bruços e Mariposa. In: 1ª s jornadas de natação pag:89-136; Feira Viva. Santa Maria da Feira. WAKAYOSHI, K.; YOSHIDA, T.; IKUTA, Y. & MIYASHITA, M. Adaptations to Six Months of Aerobic Swim Training, Changes in Velocity, Stroke Rate, Stroke Length and Blood Lactate. International Journal of Sports Medicine. 14, 268-372, 1993.

25 ANEXO I TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL 1.NOME DO INDIVÍDUO.:... DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº :... SEXO :.M DATA NASCIMENTO:.../.../... F II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. Este projeto intitula-se Análise da Freqüência e Comprimento da braçada do nado crawl em indivíduos com diferentes níveis de experiência em natação 1. PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Oswaldo Guarnieri Jr 2. CARGO/FUNÇÃO: Acadêmica Educação Física Bacharelado UEL 3. DURAÇÃO DA PESQUISA : de Abril a Dezembro de 2009.

26 ANEXO II TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CONT.) III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO INDIVÍDUO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO: 1. O objetivo do estudo é verificar o efeito da modificação da velocidade na braçada do nado crawl de indivíduos de diferentes estágios de desenvolvimento motor aquático. Esse estudo é necessário para conhecer as características da braçada do nado crawl e as alterações ocorridas na freqüência e comprimento da braçada executadas em velocidades distintas. 2. Para investigar o problema, primeiro aplicaremos testes antropométricos, ou seja, vamos medir a estatura e a envergadura e idade. Depois todos serão conduzidos ao recinto da piscina, onde farão três tiros de 25 metros de nado crawl, cada qual em velocidade distinta, mais especificamente a 100%, 75% e a 50% de sua velocidade máxima. Entre os tiros terão, no mínimo, 5 minutos de intervalo para recuperação passiva, totalizando 175 metros. 3. Os participantes poderão se beneficiar obtendo informações sobre a característica de sua braçada do nado crawl em diferentes velocidades, bem como colaborando para o sucesso deste estudo. 4. Será realizada uma gravação no momento da realização das tarefas para fim de análise posterior em vídeo. CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em meu filho participar do presente Projeto de Pesquisa. Londrina, de de 2009. Assinatura do Voluntário Assinatura do pesquisador Oswaldo Guarnieri jr

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