Vigilância de Causas externas

Documentos relacionados
Vigilância de Causas externas

Vigilância de Causas externas

Vigilância de Causas externas

Vigilância de Causas externas

CAUSAS EXTERNAS DCNT 5 CAUSAS EXTERNAS

Vigilância das Doenças Crônicas Não

Vigilância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil

Vigilância das Doenças Crônicas Não

Vigilância das Doenças Crônicas Não

Vigilância das Doenças Crônicas Não

Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes

Traumatismos decorrentes de acidentes automobilísticos

Vigilância de Fatores de Risco: Obesidade

Curso Continuado de Cirurgia Geral- CBC SP

Tópicos. Cenário Atual. Estratégias e custo efetividade. Metas para redução de Doenças Crônicas Não- Transmissíveis (DCNT) 2011

POLÍTICA DAS DANT Doenças e Agravos Não Transmissíveis Coordenação Geral das Políticas Públicas em Saúde - SMS/PMPA

Vigilância de Fatores de Risco: Obesidade e inatividade física

Maria Isabel do Nascimento MEB Depto de Epidemiologia E Bioestatística

Maria Isabel do Nascimento MEB Depto de Epidemiologia E Bioestatística

Programa Vida no Trânsito

ATLAS DA VIOLÊNCIA. Projeto conjunto do HMMD, FDV e HIAE

Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006.

Perfil epidemiológico de mortalidade por CAUSAS EXTERNAS. Porto Alegre

AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TRAUMA DO NORDESTE DIA 23 DE MAIO DE 2019 HORÁRIO TELA CÓDIGO TÍTULO

Brasília, 18 de agosto de Jarbas Barbosa Secretário de Vigilância em Saúde

Termo de Compromisso para a Redução do Sódio em Alimentos Processados e divulgação dos dados do Vigitel hipertensão

Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis no Brasil tem interface com Saúde Bucal?

PROGRAMA DE DISCIPLINA

RIPSA - Causas externas

Comparação entre os Inquéritos. Diferença estatisticamente significativa (com tendência de aumento) p<0,001

Tabagismo. Universidade Federal Fluminense Instituto de Saúde da Comunidade MEB Epidemiologia IV

PERFIL DOS PACIENTES VÍTIMAS DE ACIDENTE DE TRANSITO ATENDIDOS PELO SAMU

Perfil das pessoas mortas na cidade de São Paulo em circunstâncias violentas (2011)

Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo

Perfil epidemiológico de mortalidade por CAUSAS EXTERNAS. Porto Alegre

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

Vigilância e Monitoramento de Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis

MORBIMORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSA DE JOÃO PESSOA- PB

ANÁLISE DESCRITIVA DA MORBIMORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM IDOSOS NO BRASIL

ATENDIMENTO NAS URGÊNCIAS: causas externas como fator de internação em Sergipe, 2017 RESUMO

Rastreamento Populacional. Maria Isabel do Nascimento Instituto de Saúde Coletiva - UFF

Cenário atual da Redução do Sódio no Brasil. V Seminário Nacional sobre a Redução do Consumo de Sódio no Brasil Brasília, 25 de novembro de 2013

Mobilização Global e Nacional para a Prevenção e Controle de DCNTs

DOENÇAS CRÔNICAS: Câncer de Mama e Colo do Útero, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.

Eixo 1: Política de Atenção à Saúde: Gestão, Acesso, Qualidade e

Vigilância e Monitoramento de Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis

Planejamento do Inquérito Nacional de Saúde (INS)

Problema para a saúde do homem O Livro dos Acidentes de Cone Jr destinado principalmente às crianças.

Tamanho da Amostra Parâmetros de interesse:

Prestação de Contas 1º trimestre Indicadores de Saúde

Os Impactos e Custos dos Acidentes de Trânsito para a Previdência Social ( )

Detecção Precoce EPIDEMIOLOGIA IV 2016_1. Maria Isabel do Nascimento Instituto de Saúde Coletiva UFF Monitoras: Amanda e Daniele

Ins$tuto Avante Brasil Diretor- Presidente: Luiz Flávio Gomes Coordenadora e Pesquisadora: Flávia Mestriner Botelho Data: Agosto de 2015

Perfil das notificações de traumas em um hospital de ensino

Perfil Epidemiológico do Suicídio no Paraná

PROGRAMAÇÃO 3º CURSO SALVADOR BA + 2º ANO CURSO DE 02 ANOS MÓDULO 1 MÓDULO 2 MÓDULO 3 MÓDULO 5

Acidentes de trânsito e Álcool

A face oculta do trauma (Avaliação dos acidentes domésticos na infância na comunidade de Vila Nova de Cajá/PB)

Fundação 28 de setembro de Total de Médicos 459. Clientes Mais de 56 mil. Colaboradores Diretos Mais de mil

PROGRAMAÇÃO 4º CURSO SALVADOR- BA TURMA ESPECIAL MÓDULO 1 MÓDULO 2

PROGRAMAÇÃO 1º CURSO ARACAJU- SE TURMA ESPECIAL MÓDULO 1 MÓDULO 2

ANÁLISE DOS DADOS DE INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR AGRESSÃO A HOMENS NO ESTADO DA BAHIA ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2016

MORBIDADE HOSPITALAR E MORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS: RECIFE, 2016 e 2017

PROGRAMAÇÃO 2º CURSO GOIÂNIA - GO TURMA ESPECIAL MÓDULO 1 MÓDULO 2 MÓDULO 3 MÓDULO 5 MÓDULO 6

PROGRAMAÇÃO 4º CURSO RECIFE- PE TURMA ESPECIAL MÓDULO 1 MÓDULO 2 MÓDULO 3 MÓDULO 4

Acidentes e violências causam 700 mil internações e gasto de R$ 900 milhões 3

Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis

A distribuição etária dos pacientes é muito semelhante à distribuição etária das vítimas de Acidentes de Trânsito no Brasil, publicada pelo

Priorização em Saúde. Novembro/2015. Prof.ª Lívia Souza UFPE CAV Disciplina: Epidemiologia e Gestão

RECORTE DOS INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS DE ABRANGÊNCIA NACIONAL - 001/2017

VISIBILIDADE DA VIOLÊNCIA DE GRUPOS VULNERÁVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COM ÊNFASE NA PESSOA IDOSA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

ACIDENTES E VIOLÊNCIAS: ANÁLISE DOS DADOS DO ISA- CAPITAL

Boletim EPIDEMIOLÓGICO

PREVALENCIA DAS DOENÇAS CRONICAS NÃO-TRANSMISSIVEIS EM IDOSOS NO ESTADO DA PARAIBA

Vigilância em saúde Vigilância das Doenças Crônicas não Transmissíveis Aula 1

recomendações Atualização de Condutas em Pediatria

BRASIL SAUDÁVEL. Ação Nacional em favor de Modos de Viver Saudáveis

Resultados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes VIVA/2013. Porto Alegre, novembro de Organização

Cadastro metas para Indicadores de Monitoramento e Avaliação do Pacto pela Saúde - Prioridades e Objetivos Estado: GOIAS

Ações de Promoção e Atenção à Saúde para melhorias do IDSS

Faculdade dos Guararapes Escola de Saúde Graduação em Nutrição Atividades Integradas em Saúde

Diretrizes para elaboração do. Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Análise de Situação de Saúde

PERFIL DA MORTALIDADE POR SUICÍDIO NO MUNICIPIO DE CURITIBA 2015

10 FATOS SOBRE A SEGURANÇA DO PACIENTE

Seminário Internacional: Projeções do custo do envelhecimento no Brasil. São Paulo, novembro de 2012

PROMOÇÃO DE SAÚDE NAS ESCOLAS: NOÇÕES BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS PARA PROFESSORES

Vigilância de fatores de risco: Tabagismo

FATORES ASSOCIADOS A MORTALIDADE EM ADOLESCENTES

Dr. Renato Couto Camila Silveira Daniele Guedes Juliana Fantini Luna Consenza Viviane Gerken

Índice. Desempenho dos planos de saúde 2. Painel da população 5. Cobertura ambulatorial 6. Cobertura hospitalar 7. Alimentação 8. Atividade física 12

NOTIFICAÇÃO DE VIOLÊNCIAS NO SINAN: A notificação de violência foi estabelecida como obrigatória pela Portaria N - 104/GM/MS, de 25 de Janeiro de

Currículo Disciplina Carga Horária. Aspectos Éticos e Bioéticos na Assistência de Enfermagem ao Paciente Grave ou de Risco

Unidade: Medidas de Frequência de Doenças e Indicadores de Saúde em Epidemiologia. Unidade I:

METAS PACTUADAS DOS INDICADORES DE PACTUAÇÃO TRIPARTITE E BIPARTITE PARA O ANO DE 2017

63ª Reunião do Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana

PALAVRAS-CHAVE Morte Fetal. Indicadores de Saúde. Assistência Perinatal. Epidemiologia.

MORBIDADE HOSPITALAR POR CAUSAS EXTERNAS

TRABALHOS APROVADOS- MODALIDADE ORAL

Transcrição:

Vigilância de Causas externas Acidentes e Quedas Maria Isabel do Nascimento Instituto de Saúde Coletiva _ UFF

Objetivos da aula 1) enfatizar a importância da ALTA no fluxo de atendimento do paciente hospitalizado. 2) incentivar o uso do capítulo XX da CID-10 para codificar a causa do atendimento de pacientes vítimas de causas externas.

Roteiro de aula 1) Análise crítica de prontuário médico de paciente vítima de acidente, com ênfase nos fatores de atraso de alta hospitalar 2)Parte expositiva 3) Exercícios finais relacionados ao prontuário Codificação de causas externas Preenchimento de SUMÁRIO DE ALTA Preenchimento de DO do caso

Metas nacionais para controle DCNT Reduzir TM prematura (< 70 anos) por DCNT em 2% ao ano. Reduzir a prevalência de obesidade em crianças. Reduzir a prevalência de obesidade em adolescentes. Deter o crescimento da obesidade em adultos. Aumentar a prevalência da atividade física no lazer. Aumentar o consumo de frutas e hortaliças. Reduzir o consumo médio de sal. Reduzir o consumo nocivo de álcool (DANT). Reduzir a prevalência de tabagismo em adultos. Aumentar a cobertura de mamografia (50 e 69 anos). Aumentar a cobertura de PV de Ca colo do útero (25 a 64 anos) Tratar 100% das mulheres com lesões precursoras de câncer

Beber e conduzir veículos

(1)Determinantes das mudanças no perfil dos pacientes

(2) Gerenciamento do leito hospitalar

(2) Gerenciamento do leito hospitalar

(2) Causas de atraso de ALTA

(3) Definição: Causas externas Conjunto de agravos à saúde que provocam algum tipo de lesão, seja física, mental ou psicológica, podendo ou não levar ao óbito. Estima-se que ocorra cerca de 5 milhões de óbitos, a cada ano no mundo devido à causas externas. Em geral, afetam toda a vida das vítimas, provocando sequelas permanentes, incapacidade para o trabalho e para as atividades diárias.

(3) Brasil: % de internações por agravos mais comuns, 2000-2010

(3) Taxa de internação hospitalar (10.000 hab) por circunstâncias de causas externas e ano, Brasil, 2000-2010

(3) Mortalidade proporcional segundo causas, Brasil, 2003

(4) Codificação adequada dos eventos de causas externas

(4) Capítulo XX: causas externas de morbidade e de mortalidade (V01-Y98) V01-X59 Acidentes W00-W19 Quedas X60-X84 Lesões autoprovocadas X85-Y09 Agressões Y10-Y34 Eventos de intenção indeter. Y35-Y36 Intervenções legais/guerra Y40-Y84 Complicações médicas/cirúrgicas Y85-Y89 Sequelas de causas externas Y90-Y98 Fatores suplementares

Definição: Acidentes Evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e emocionais, no âmbito doméstico ou social como trabalho, escola, esporte e lazer (Inquérito VIVA). Ex. Transporte, afogamento, envenenamento, queimadura, queda, Em 2010, os acidentes responderam por 82% das internações por causas externas Respondem por quase 10% de todos os óbitos.

Gerenciamentos dos leitos Distribuição de acidentes

Acidentes de trânsito e vítimas Fonte:Mello Jorge MHP e Martins CBG, 2013

Codificação dos acidentes de transporte terrestre de acordo com o meio de transporte da vítima (CID_10) Pedestre (V01-V09) Bicicleta (V10-V19) Motocicleta (V20-V29) Triciclo (V30-V39) Automóvel (V40-V49) Caminhonete (V50-V59) VTP (V60-V69) Ônibus (V70-V79) Outros (V80-V89)

Relação do Capítulo XX e Capítulo XIX Capítulo XIX codifica as lesões de acordo com o segmento anatômico e o tipo de lesão Exemplo: S72.4 (fratura de fêmur) Capítulo XX codifica as causas externas dos eventos de acordo com a vítima e o veículo envolvido na colisão. Exemplo: motociclista traumatizado por colisão com automóvel (...)

Fatores de risco para acidentes de transporte terrestre Velocidade Álcool Drogas Fadiga Sono Idade Noite Baixa acuidade visual Desatenções provocadas pelas tecnologias introduzidas nos veículos Fatores ambientais (visibilidade) Fatores operacionais (auto/via)

Acidente de transporte e uso de bebida alcoólica

Gerenciamento dos leitos Quedas por faixa etária

VIVA unidades sentinelas no Rio de Janeiro Hospital Municipal Salgado Filho Hospital Municipal Souza Aguiar Hospital Municipal Lourenço Jorge Hospital Municipal Miguel Couto Hospital Estadual Rocha Faria Hospital Estadual Getulio Vargas

% de acidentes de transportes por hospitais sentinelas, Rio de Janeiro.

Destaques do inquérito VIVA Entre as causas externas, as quedas e acidentes de transportes (terrestres) são os mais frequentes. Adolescentes e adultos jovens são as vítimas mais frequentes de acidentes de transporte e agressões. Álcool é fator associado a 21% dos acidentes de trânsito e 49% das violências Uso do álcool resulta em eventos classificados como mais graves. Idoso é vítima de queda com lesão mais grave.

Referências Mascarenhas MDM et al. Epidemiologia das causas externas no Brasil: morbidade por acidentes e violências. In Saúde Brasil 2010 uma análise da situação de saúde e de evidências selecionadas de impacto de ações de vigilância em saúde. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Mortalidade por acidentes de transporte terrestre no Brasil. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2007 Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. VIVA: vigilância de violências e acidentes, 2008-2009.Ministério da Saúde, 2010.

Principais elementos de um sumário de ALTA HOSPITALAR 1) Problema que levou à hospitalização 2) Principais constatações e resultados de exames 3) Diagnóstico (CID principal e secundário) 4) Sumário da estada no hospital 5) Condições de alta

Principais elementos de um sumário de ALTA HOSPITALAR 6) Medicação na alta 7) Consultas de acompanhamento 8) Problemas que podem vir acontecer e possíveis intervenções 9) Encaminhamentos para especialistas 10) Documentação da internação e alta.

DO Causas externas - exemplo Mulher de 18 anos, gestante de 33 semanas, sofreu queda na escada de sua casa. No dia seguinte apresentou sangramento e contrações uterinas. Ao exame obstétrico foi observado sangramento vaginal, hipertonia uterina, queda da pressão arterial e ausência de batimentos cardíacos fetal. Foi feita hemotransfusão e cesariana de emergência seguida de histerectomia por indicada por hemorragia vaginal. Foi encaminhada à UTI em coma e foi a óbito três dias após.

DO_ exemplo gestante

DO_ exemplo gestante