EXPORTAÇÕES AUTOMÓVEL. Indústria. ograndemotor de crescimento da indústria 98%



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Transcrição:

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 6074 DE 18 DE DEZEMBRO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Indústria AUTOMÓVEL Mesmo não tendo fábricas em Portugal, muitos marcas recorrem a componentes made in Portugal. É o caso da Jaguar, da BMW, da Audi ou da Volvo. EXPORTAÇÕES ograndemotor de crescimento da indústria Carlo Allegri / Reuters Mercado registou crescimento tanto na produção de veículos como na produção de componentes. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt A indústria automóvel é uma das mais importantes para o crescimento da economia nacional. Quando se fala em indústria automóvel não nos podemos limitar apenas à produção de veículos, uma vez que em Portugal existem cerca de 200 empresas de componentes para automóveis, que representam 4,1% do PIB, 12% das exportações de bens transaccionáveis e 5,6% do emprego da indústria transformadora (dados sectoriais). Em 2014, as estimativas da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) apontam para um volume de negócios de cerca de 7,5 mil milhões de euros, tendo este crescido 5,6% face a 2013. EXPORTAÇÕES A produção nacional de automóveis e de componentes, com exportações na ordem dos 98%. 98% Para 2015 e seguintes espera-se que a indústria consolide a tendência de expansão, frisa Tomás Moreira, presidente da mesma associação. Quanto à produção de automóveis, Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, antevê que em 2014 deva apresentar uma taxa de crescimento próxima dos 7% face ao ano anterior. Julho foi o melhor mês, com uma produção total de 17.913 veículos. A Alemanha é o mercado europeu mais importante, e Hélder Pedro acredita que deverá fechar o ano com um crescimento de cerca de 3%, o que terá um impacto positivo, sendo de realçar ainda o crescimento de 11% em Espanha e 9% em França. Exportações a crescer Nesta indústria, no conjunto da produção nacional de automóveis e de componentes, as exportações (directas e indirectas) são na ordem dos 98%. As vendas ao exterior de componentes cresceram 6% nos primeiros 10 meses do ano, face ao mesmo período de 2013, atingindo os 5,1 mil milhões de euros. Até ao final do ano, Tomás Moreira estima que ultrapassem os seis mil milhões de euros, um novo máximo, frisa. Portugal exporta componentes para mais de 60 países, mas a União Europeia absorve 88% das mesmas, sendo o nosso principal cliente a Espanha, com uma quota de 24%, seguida da Alemanha, com 23%, a França, com 12% e o Reino Unido com 9%. Tomás Moreira salienta ser difícil exportar para fora do espaço europeu devido à forte e continuada valorização do euro. Mas garante»

II Diário Económico Quinta-feira 18 Dezembro 2014 INDÚSTRIA AUTOMÓVEL» Muitos dos Estados membros da União Europeia não têm indústria automóvel, um factor que nos coloca bem posicionados, diz Hélder Pedro. que Marrocos representa uma oportunidade dada a sua proximidade geográfica e forte crescimento. No que respeita às exportações de veículos, Hélder Pedro informa representarem 96,5% da produção total, devendo aumentar 6% em 2014.TambémaquiéaUniãoEuropeiaa principal cliente, absorvendo 74,4%, com a Alemanha a liderar as importações (21,4%), seguidadafrança(12,8%)edoreinounido (10,5%). A Ásia absorve 18,2%, com a China a importar 16,4% dos veículos produzidos no país, sendo o segundo destino. Portugal tem vantagens por ser produtor de componentes para automóveis e produtor de automóveis. Hélder Pedro lembra que muitos dos Estados membros da União Europeia não têm indústria automóvel, um factor que coloca o país em melhor posição. Desde logo, o facto de termos uma mão de obra especializada em sectores muito competitivos, argumentos que têm a maior importância na atracção de investimento. O secretário geral da ACAP fala ainda da localização - que é, no entanto, apontada como sendo uma desvantagem para algumas empresas - e da boa rede de infraestruturas rodoviárias. Tomás Moreira acrescenta à lista a boa formação académica na área e a boa capacidade de gestão das nossas empresas. E Daniela Moczijdlower, CFO da Mitsubishi FusoTruck Europe, destaca a boa localização, os custos competitivos a nível europeu e os apoios por parte do governo português. Mercado de veículos eléctricos reduzido Tanto Tomás Moreira como Hélder Pedro defendem que o mercado de veículos eléctricos é ainda marginal. O secretário geral da ACAP diz que em Portugal ainda não são produzidos este tipo de veículos e o presidente da AFIA afirma que a dimensão do mercado para carros 100% eléctricos é muito reduzida. A médio prazo, acredita, os veículos automóveis com motores de combustão interna (gasolina e diesel), onde se incluem os híbridos, continuarão a liderar o mercado. Já Tomás Moreira acredita que os veículos eléctricos constituem uma oportunidade de entrada no sector automóvel para novos fornecedores de produtos, de serviços e de desenvolvimento de novos materiais, componentes e sistemas. E lembra que para a maioria dos actuais fornecedores da indústria automóvel, os produtos específicos para veículos eléctricos representam apenas um pequeno nicho de mercado. As vantagens de Portugal HÉLDER PEDRO Secretário geral da ACAP Temos mão de obra especializada em sectores muito competitivos. Temos uma boa localização e uma boa rede de infraestruturas rodoviárias. TOMÁS MOREIRA Presidente da AFIA Temos boa formação académica na área e boa capacidade de gestão nas empresas. DANIELA MOCZIJDLOWER CFO da Mitsubishi FusoTruck Europe Destacaria a boa localização geográfica, os custos competitivos a nível Europeu e os apoios do Governo Português. Automóveis ligeiros de passageiros são os mais vendidos em Portugal, mas subida de Novembro foi motivada pelos comerciais. Vendas de automóveis crescem 35% Até Novembro foram vendidos 156.351 automóveis, mais 37,3% do que em igual período do ano passado. VENDAS EM 2015 O ano de 2014 deverá fechar com uma taxa de crescimento próxima dos 35% nas vendas de automóveis, garante Hélder Pedro, secretário geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). De Janeiro a Novembro, foram vendidos no país 156.351 automóveis, uma variação homóloga positiva de 37,3%, o que vem confirmar as previsões reveladas a semana passada no Boletim de Inverno do Banco de Portugal que dão conta de que o consumo interno do país vai crescer este ano, 2,2%. Se tivermos em conta apenas o mês de Novembro, foram vendidos no país 14.674 veículos ligeiros e pesados, mais 33,7% do que em igual mês do ano anterior, de acordo com dados da ACAP. Foram as vendas dos comerciais ligeiros que registaram a maior subida nos primeiros onze meses do ano, tendo sido vendidos 22.525 automóveis, um aumento de 55% face a igual período do ano anterior. Já as vendas de pesados cresceram 44,4% comparativamente aos primeiros onze meses de 2013, tendo sido vendidas 2.939 unidades. São os automóveis ligeiros de passageiros os mais vendidos em Portugal. De Janeiro a Novembro totalizaram 130.887 unidades, o que se traduziu numa variação positiva de AACAPprevêum crescimento lento e gradual na venda de veículos em 2015 e que poderá rondar os 8%. 8% ELÉCTRICOS E HIBRIDOS De Janeiro a Novembro foram vendidos 149 ligeiros de passageiros eléctricos puros, 2.200 híbridos e 77 híbridos plug-in. 256,7% 34,5%, relativamente a igual período do ano passado. Este crescimento percentual é um dado positivo, mas Hélder Pedro adverte para o facto de, mesmo assim, as vendas estarem 17% abaixo da média de vendas dos últimos dez anos. Ou seja, as empresas do sector do comércio automóvel ainda não recuperaram o volume de vendas que consideramos normal para este mercado, diz. Para 2015, o secretário geral da ACAP prevê que o ano se caracterize por uma variação positiva de 8% nas vendas de veículos. Sobre as vendas, Tomás Moreira, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automovel (AFIA), lembra que, apesar do forte crescimento em 2014, as vendas de carros no nosso país representam pouco mais de 1% das vendas na União Europeia, onde, até Outubro, se venderam cerca de 11 milhões de automóveis. No que toca a veículos amigos do ambiente Hélder Pedro dá conta de que de Janeiro a Outubro de 2014 foram vendidos em Portugal 149 ligeiros de passageiros eléctricos puros (+8% do que em igual período de 2013) e 2.200 híbridos (37,7%), sendo que destes 77 são híbridos plug-in (+256,7%). R.C. Krisztian Bocsi / Bloomberg

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IV Diário Económico Quinta-feira 18 Dezembro 2014 INDÚSTRIA AUTOMÓVEL O último ano e o futuro das principais 2014 foi um ano de crescimento na produção automóvel das cinco construtoras com fábricas em Portugal. Novos modelos estão no horizonte de algumas. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt AUTOEUROPA 101 mil carros Paulo Alexandre Coelho Na fábrica de Palmela são produzidos os modelos Sharan, VW Eos, VW Scirocco e Seat Alhambra. A maior fábrica de produção automóvel em Portugal está ainda longe dos 133 mil veículos produzidos em 2011, mas a tendência é de crescimento nos próximos anos. Ao Diário Económico, a VW Autoeuropa disse recentemente que este ano a produção deverá ficar nos 101 mil carros, o que representa um crescimento de 9,7% face às 91.200 unidades produzidas em 2013. Para 2015, a empresa diz ser difícil fazer previsões até porque o plano de produção da fábrica é revisto regularmente de modo a responder à procura de clientes, estando por isso dependente da volatilidade dos mercados. Na fábrica de Palmela são produzidos os modelos Sharan, VW Eos, VW Scirocco e Seat Alhambra, sendo de esperar que em 2016 comece a ser produzido um novo modelo. E se PEUGEOT CITROEN 470 milhões de euros em vendas ao exterior A fábrica de Mangualde da Peugeot Citroen vai terminar 2014 com uma produção de 53.500 veículos, menos 6% em relação a 2013. Porém, Elísio Oliveira, director financeiro, lembra que o standard da produção da industria automóvel é funcionar em duas equipas, o que daria uma produção de 43.500 veículos. E explica que desde Abril de 2013 até Julho de 2014, a fábrica trabalhou com três equipas, pelo que produzimos mais 20% que a situação normal. As vendas da fábrica chegaram aos 470 milhões de euros. 95% vão para fora, tendo como principais destinos Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Itália, Bélgica, Polónia, Argélia, Turquia e Marrocos. Sobre 2015, Elísio Oliveira diz acreditar que seja de produção estabilizada em duas equipas e mantendo uma dinâmica de progresso contínuo da empresa e dos seus processos de fabrico. No entanto, lembra a volatilidade dos mercados, frisando que se houver aumento de procura a PSA de Mangualde estará sempre disponível para o aproveitamento das oportunidades que surjam. 2015 será ainda marcado pela continuação da melhoria da eficácia operacional e pela consolidação do nosso aparelho industrial, afirma ainda o responsável. MITSUBISHI FUSO TRUCK Fabricante testa oito protótipos eléctricos A produção da Mitsubishi Fuso Trucks em Portugal vai aumentar 5%, para pouco mais de quatro mil unidades. Quanto a vendas, não as faz directamente, sendo a Mitsubishi Motors Portugal a assegurar a distribuição no mercado nacional. Em relação a carros eléctricos, a empresa tem a decorrer um projecto piloto do Canter E-Cell, onde foram produzidos 10 protótipos e oito encontram-se em clientes seleccionados a fazer teste de frota, informa Daniela Moczijdlower, CFO da Mitsubishi FusoTruck Europe, empresa do grupo Daimler, que esclarece não estar prevista no curto prazo a produção em massa. Quanto ao volume de negócios foi de 100 milhões de euros, com as exportações a pesarem 90%. Alemanha, Inglaterra e França são os paíeses que mais importam os veículos da marca, dos mais de 30 para onde se destina a produção. Para 2015, Daniela Moczijdlower diz esperar um crescimento ligeiro do mercado Europeu, e lembra haver boas perspectivas de crescimento, consequência do facto da empresa ter, no início deste mês, começado a fornecer para Marrocos. TOYOTA CAETANO Novo modelo começa a ser produzido já em 2015 A produção da unidade fabril da Toyota Caetano Portugal, situada em Ovar, deverá terminar 2014 com um incremento de cerca 46%, revela fonte oficial da empresa. No que respeita às vendas, até Outubro, e comparativamente com o período homólogo no mercado nacional, o comportamento é positivo, mas a construtora destaca, sobretudo, o crescimento de cerca de 37% do veículo comercial Toyota Dyna, e lembra a importância das exportações para o volume de negócios. Um quota que este ano de-

Quinta-feira 18 Dezembro 2014 Diário Económico V PUB construtoras e crescimento de 9,7% as exportações da empresa já superam os 85%, com este novo modelo, que levará a um aumento da produção para mais 90 mil veículos, o mais provável é que aumentem também as vendas ao exterior, assim como os postos de trabalho directos, para pelo menos mais 500 pessoas, sendo que actualmente trabalham na fábrica 3.606 colaboradores. Ainda não há certezas, mas fontes ligadas à fábrica disseram ao DIário Económico que está em cima da mesa a possibilidade desse novo modelo ser o novo Polo SUV, um veículo utilitário desportivo, sendo provável que seja produzido na nova plataforma modelar que a VW Autoeuropa vai receber, a mesma onde já é produzido em espanha o Polo de nova geração. A nova plataforma modelar MQB vai implicar um investimento de 677 milhões de euros já anunciado pela administração. De salientar que a VW Autoeuropa tem vindo a parar a produção por alguns dias, tendo a produção sido reduzida em Setembro de 505 para 480 veículos. Ainda que não haja decisão definitiva, é provável que se mantenha essa política em 2015, prevendo-se mesmo mais dias de paragem face aos registados em 2014. O que deverá também manter-se é o programa de intercâmbio, um programa de interchange que servirá de ferramenta de estabilidade do emprego na unidade industrial. Até agora, estão integrados no programa 200 trabalhadores com a duração de um ano, tendo sempre a possibilidade de se manterem ou serem substituídos. verá ser idêntica à de 2013, ou seja, 40%, com os principais mercados a serem Bélgica, Dinamarca, França, Irlanda, Hungria, Holanda, Suécia, Espanha e Áustria. Para 2015, a empresa prevê manter a tendência de crescimento, tanto na produção como nas vendas e apesar de alguns dados estarem ainda por definir, o próximo ano vai marcar a introdução de um novo modelo na linha de produção, informa, assumindo uma forte componente de inovação, sem, no entanto, revelar o investimento realizado anualmente. De frisar, que apesar da crise no país, a Toyota Caetano Portugal orgulha- -se de manter a sua politica de empregabilidade, mantendo o mesmo número de colaboradores, o que se justfica, também, pela capacidade instalada que tem no país. RENAULT CACIA Facturação de 279 milhões de euros O volume de negócios da Renault Cacia foi, em 2013, de 279 milhões de euros. O de 2014 deverá ser relativamente estável. A fábrica de Cacia está implantada em Portugal desde 1981 e integra de pleno direito o aparelho industrial do Grupo Renault com o mesmo nível de desenvolvimento tecnológico e de competências humanas que qualquer outra fábrica do grupo, afirma fonte da empresa que destaca o facto de nos últimos quatro anos o valor médio de investimento anual, em Cacia, ser superior a 10 milhões euros.

VI Diário Económico Quinta-feira 18 Dezembro 2014 INDÚSTRIA AUTOMÓVEL O que se faz na indústria de componentes de automóveis Empresas como a Continental Mabor, a Huf, a Bosch Car Multimedia e a Inapal Plásticos são portuguesas mas fornecem componentes e inovação para todo o mundo. Conheça as suas realidades. Akos Stiller / Bloomberg Continental Mabor produz pneus, sistemas de travagem e, até, electrónica para veículos. CONTINENTAL MABOR Empresa aumenta produção e vendas O ano de 2014 está a ser mais difícil do que as previsões iniciais. Mesmo assim contamos com um ligeiro aumento do volume de produção, admite Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor, uma dos maiores fornecedoras do sector automóvel em todo o mundo. Além de pneus, a empresa fornece sistemas de travagem, sistemas e componentes para motores e chassis, instrumentação, soluções de infoentretenimento, electrónica para veículos e elastómeros técnicos. O responsável informa que as vendas vão acompanhar o volume de produção, prevendo-se por isso um ligeiro aumento em termos de unidades vendidas, sendo que em 2013 a facturação da empresa foi de 794 milhões de euros (dados da IGNIOS). Em relação às exportações, diz que deverão situar-se de novo nos 98%,comaEuropaaseraprincipalclienteeaAlemanha umdos destinos com maior peso, seguindo-se o Reino Unido e a Itália. Quanto ao mercado interno, Pedro Carreira diz continuar estável, em termos de negócio, mas fala num claro aumento, frisando a necessidade que a empresa sentiu em recrutar mais de 50 pessoas em 2014, prevendo um número idêntico para 2015. O presidente da Continental Mabor confessa esperar que o próximo ano seja também difícil, mas mostra-se confiante e motivado para enfrentar os desafios. De frisar que a empresa pertence ao grupo Continental, que, no global, emprega actualmente quase 178 mil pessoas em 49 países. R.C. INAPAL PLÁSTICOS Aposta em novos clientes e na consultoria tecnológica tira empresa da crise HUF PORTUGUESA HUF prevê vendas de 77 milhões em 2014 Outrora fornecedor quase em exclusivo da Autoeuropa, a Inapal Plásticos está a passar por um período de recuperação e de diminuição de prejuízos. Ao Diário Económico, Miguel Ferraz, presidente do Conselho de Administração, revelou que a empresa que fabrica materiais compósitos usados, por exemplo, nas malas de alguns automóveis, disse que a empresa está a baixar prejuízos de ano para ano e que o break-even deverá ser atingido em 2015. Esta recuperação, disse ainda, foi feita através de uma reestruturação e passou principalmente pela procura de novos clientes. No próximo ano, as exportações deverão assim pesar 95% na facturação da empresa. Sobre a dependência da Autoeuropa, o responsável afirma que este ano vai fechar com uma dependência de apenas 10% e no próximo ano atingirá os 5%. Hoje, a empresa tem clientes como a Jaguar ou os camiões Renault Volvo e estão a negociar com a BMW e com a Mercedes, disse ainda o presidente do Conselho de Administração. Outra das áreas em que está a apostar é a consultoria. Temos vários acordos de cooperação com empresas fora de Portugal, fornecendo apoio tecnológico a empresas que estão mais atrasadas que nós, nomeadamente no Brasil, na Índia e na China, conta. Os acordos poderão ainda vir a evoluir para o estabelecimento de unidades de produção fora do país, tendo s Inapal Plásticos royalties sobre as unidades que utilizarão a sua tecnologia. I.M. A Huf Portuguesa, que fabrica sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria automóvel, irá atingir em 2014, vendas de 77 milhões de euros, menos 2% do que em 2013. As exportações estão a crescer, sendo a Alemanha o principal mercado com 34% de quota, seguindo-se a França com 19% e Espanha com 16%. A Europa representa já 80% das vendas ao exterior, mas fonte da empresa realça a Ásia/Oceânia (9%), China (3%), Tailândia (6%) e a América (7%) como mercados que continuam a ser importantes para as nossas vendas. A empresa, que acaba o ano com 336 colaboradores, menos 10 do que no início do ano, prevê que 2015 seja um ano de transição, devido à perda de dois produtos e ao arranque de outros dois para uma novo cliente (Volvo). A partir de 2016-2017, já se prevê um importante aumento de vendas, devido ao lançamento de novos produtos de clientes da empresa. R.C.

Quinta-feira 18 Dezembro 2014 Diário Económico VII BOSCH CAR MULTIMEDIA CEIIA: automóvel é apenas uma das componentes da mobilidade Dos auto-rádios à Internet das coisas É da fábrica de Braga da Bosch que saem os cockpits mais modernos do momento para marcas como a Audi (na foto), a BMW, o MINI ou a Nissan. Os painéis mostram informações na hora, que se podem alternar, sobre percursos, velocidade ou entretenimento, com ou sem ligações a outras plataformas. De acordo com informação da empresa, o crescimento em 2014 ficou a dever- -se à fabricação destes painéis, cujas vendas irão triplicar nos próximos anos. Em 2015, com o crescimento a acelerar, a produção de sistemas de navegação manter- -se-áeadosauto-rádioscairá. Em Janeiro, a Bosch Braga vai expor os seus produtos no Consumer Electronic Show (CES), em Las Vegas, nos EUA, estando as suas tecnologias multimédia automóvel de ponta em destaque no espaço de exibição do Grupo Bosch. I.M. Apesar do percurso do Centro para a Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel (CEIIA) ter começado nesta indústria, hoje o centro de engenharia e inovação trabalha em campos como a aeronáutica (a maioria dos seus engenheiros é formada neste ramo e, também a mobilidade, área que Helena Silva, directora geral, considera a grande agregadora de sectores como o automóvel, o energético ou de tecnologias de informação. O veículo é cada vez mais uma coisa que se usa e não uma coisa que se tem. O automóvel é uma das componentes do sistema de mobilidade, considera, acreditando que também a indústria o sabe. É por isso que parte dos projectos que o CEIIA tem para a indústria automóvel têm a ver com a mobilidade. De um volume de negócios de 15 milhões de euros, 40% vem dessa área. Na indústria automóvel, destaca-se a parceria com a Autoeuropa, que teve início em 2007 e incluiu uma plataforma de engenheiros portugueses na construção do Volkswagen EOS e, ainda, o desenvolvimento e a melhoria de ferramentas que são utilizadas na VW a nível global. Helena Silva destaca, aliás, o esforço que a VW Autoeuropa tem feito na incorporação quer de ferramentas quer de componentes de origem portuguesa, afirmando que o CEIIA tem procurado apoiar as empresas nacionais nessas novas propostas. No campo mais amplo da mobilidade o CEIIA tem projectos a decorrer no Brasil. Em concrecto, quatro, sendo um deles o Mobi.me, plataforma de gestão dos vários operadores urbanos de transportes e de partilha de carros e de bicicletas que foi apresentado no início deste mês na Conferência do Clima, no Perú. Mais acima, nos Estados Unidos, ao certo na Califórnia, o CEIIA está a desenvolver um novo conceito de rede social de objectos, transformando as bicicletas em aparelhos inteligentes, interagindo com o seu utilizador, comunicando com outras bicicletas e informando, por exemplo, sobre perigos ou transportes disponíveis nas proximidades. A América Latina e os Emirados Árabes Unidos, além da Europa, são outras geografias a que o CEIIA está atento. Em Portugal, o centro está também envolvido num programa de pós-graduação para engenheiros na área da mobilidade eléctrica, projecto que tem como parceiros aautoeuropa,aefaceceamitsubishi, que o apoiam. Há falta de engenheiros desta área na Europa, afirma Helena Silva, que acredita que, com este curso, o primeiro do género, se está a criar novas competências para podermos projectar e desenvolver novos veículos mais leves, limpos e amigos do ambiente. A pós graduação é leccionada no Instituto Politécnico de Setúbal e foi lançado em Setembro. I.M. PUB

VIII Diário Económico Quinta-feira 18 Dezembro 2014 INDÚSTRIA AUTOMÓVEL ENTREVISTA TOMÁS MOREIRA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE FABRICANTES PARA A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL Aumento dos custos de trabalho vai tirar competitividade Recentes alterações ao custo unitário de trabalho vão prejudicar o sector. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt Tomás Moreira, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), defende um maior apoio à inovação e uma baixa nas taxas fiscais para que as empresas possam competir em pé de igualdade com as suas congéneres internacionais. Está Portugal consciente da importância deste sector para a sua economia? Com demasiada frequência se tem identificado a indústria automóvel apenas com as fábricas de produção de automóveis, ignorando que a actividade de produção de componentes tem um peso muito superior. A AFIA tem vindo a sensibilizar as entidades públicas e os decisores nacionais para a enorme relevância do sector de fabrico de componentes em Portugal, que inclui indústrias ligadas a tecnologias muito diversas, desde a metalomecânica até à electrónica, passando pelos têxteis, plásticos, borrachas, etc.. Os países conscientes da importância da indústria automóvel para as suas economias exercem um proteccionismo discreto mas musculado e eficaz na defesa das empresas. Essa é uma mudança de atitude necessária também em Portugal, onde o sector tem sido abandonado a si próprio. Quais os obstáculos sentidos pelas empresas? Desde que disponham de recursos e condições equivalentes às concorrentes, a produtividade das empresas portuguesas é igual. No entanto, muitas não dispõem desses meios, devido à sua pequena dimensão, falta de know-how técnico e da conjuntura, incluindo os elevados custos de financiamento. A indústria automóvel necessita permanentemente de investir na sua área produtiva, sendo o retorno ao investimento relativamente lento. Sendo esta a única forma de garantir a sua continuidade, não é compatível com restrições e custos de financiamento elevados. O novo quadro comunitário de apoio Diversificação de clientes Todas as fabricantes de componentes e sistemas tentam diversificar os seus mercados como forma de limitar a sua dependência a um cliente e de equilibrar as suas produções, diz Tomás Moreira sobre o facto de algumas empresas que trabalhavam em exclusivo para a Autoeuropa estarem agora a diversificar os seus clientes.opresidenteda AFIA frisa ainda que quase todas as viaturas produzidas na Europa incorporam algum componente fabricado em Portugal, sublinhando assim a importância desta indústria. Tomás Moreira lembra que Portugal exporta uma grande variedade de componentes para a quase totalidade dos veículos, sendo as carroçarias e seus componentes os mais exportados. ao investimento, deverá resolver parte destes constrangimentos. As permanentes alterações legais, a frequente má qualidade e irrealismo das leis, a sua irregular aplicação pelos tribunais, a imprevisibilidade decorrente de leis ambíguas, a proliferação de juízes sem preparação nem conhecimentos sobre a realidade das actividades económicas, a inaceitável lentidão processual e o decorrente descrédito sobre o sistema judicial continuam no seu conjunto a ser o maior travão ao desenvolvimento económico e um elemento dissuasor do investimento estrangeiro. A indústria é, ainda assim, competitiva? Os custos logísticos, da energia e fiscais são pouco competitivos em comparação com outros países europeus. Através de uma melhoria nas contas do Estado, haverá que baixar as elevadas taxas fiscais para que as empresas possam bater-se em pé de igualdade contra as suas congéneres internacionais. Apesar de Portugal ter os custos salariais mais baixos da Europa Ocidental, a nossa indústria concorre também contra países com níveis salariais muito inferiores. Apesar de modestos, os esforços dos últimos anos para contenção dos factores que contribuem para os custos unitários do trabalho vieram ajudar a indústria. Esses esforços não foram levados com coerência até ao fim e verifica-se até uma inversão dessa tendência, com diversas decisões políticas recentes a contribuírem para um aumento dos custos do trabalho. Um novo ciclo de crescimento dos custos unitários do trabalho irá inevitavelmente retirar competitividade à indústria portuguesa, com todas as consequências negativas daí decorrentes em termos de perda de encomendas e de redução do emprego. No campo da inovação, o que tem sido feito na indústria automóvel? As empresas do sector estão equipadas com tecnologias das mais sofisticadas, às quais têm fácil acesso, e acompanham a sua evolução. Apesar do investimento em I&D puro ser por norma comparativamente baixo, o conceito de inovação e melhoria contínua está subjacente a toda a actividade industrial. A inovação nos processos de fabrico é uma constante obrigatória face à pressão dos clientes e concorrentes para baixar custos. Foto cedida por AFIA