PETRÓLEO BOLETIM ENERGÉTICO MARÇO 2017 A) PRODUÇÃO, CONSUMO E SALDO COMERCIAL DO PETRÓLEO. Júlia Febraro / Fernanda Delgado

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Transcrição:

PETRÓLEO Júlia Febraro / Fernanda Delgado A) PRODUÇÃO, CONSUMO E SALDO COMERCIAL DO PETRÓLEO. O mês de janeiro de 217 apresentou queda de 1,6% da produção em relação ao mês anterior e crescimento de 14% em relação ao mesmo mês de 216. A queda de 1,6% da produção de um mês para o outro é praticamente inexpressiva, visto que nas operações offshore são usuais paradas para manutenção ou queda de pressão de poços. A produção diária de petróleo em janeiro de 217 foi de 2,7 milhões de barris por dia (MMbbl/d), ligeiramente inferior à produção de dezembro, que foi de 2,8 MMbbl/dia, mas superior à de janeiro de 216 (2,4 MMbbl/d), muito devido ao ramp-up da produção do pré-sal (Tabela 2.1). De acordo com a ANP, o grau API médio do petróleo produzido em janeiro foi de aproximadamente 26,3, sendo 32,3% da produção óleo leve (>=31 API), 44,1% óleo médio (>=22 API e <31 API) e 23,6% óleo pesado (<22 API). Grau API é uma escala arbitrária que mede a densidade dos líquidos derivados de petróleo. Foi criada pelo American Petroleum Institute (API) e é utilizada para medir a densidade relativa de líquidos. Quanto mais densidade o óleo tiver, menor será seu grau API, quanto menor seu grau API menor valor de mercado esse óleo terá, pois dele advirão, após o refino, derivados de menor valor agregado (derivados de alto valor agregado: gasolina, diesel e QAV; derivados de menor valor agregado: solventes, asfaltos e parafínas). Segundo dados da ANP, 94,9% de todo o petróleo extraído nos campos nacionais e 78,9% do gás natural foram produzidos em campos marítimos. No total, o país tem 8.573 poços: 755 marítimos e 7.818 terrestres. A produção de janeiro de 217 adveio de 142 plataformas localizadas nas diversas Bacias sedimentares brasileiras, sendo 62 plataformas na Bacia de Campos (cuja produção já se encontra em fase de declínio, segundo a Petrobras), 14 na Bacia de Santos e 2 na Bacia do Espirito Santo, entre outras. Para a produção brasileira utilizam-se vários tipos de plataformas, entre FPSOs, FPSO monocoluna, semisubmersíveis, fixa e semi-fixas. A produção do pré-sal, oriunda de 68 poços, foi de 1,2 MMbbl/d de petróleo e 49, MMm³/d de gás natural, totalizando 1,5 MMboe/d. Esta produção correspondeu a 46% do total produzido no país. Os campos operados pela Petrobras produziram 94,3% do petróleo e do gás natural. Estreito, na Bacia Potiguar, teve o maior número de poços produtores: 1.13. Já Marlim, na Bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de 11

poços produtores: 63. A FPSO Petrobras 58, plataforma do tipo semissubmersível que explora, produz, armazena e escoa petróleo e gás natural, foi a Unidade Estacionária de Produção com maior produção do país, com 189,6 kboe/d. A plataforma atua nos campos de Jubarte, Baleia Azul, Baleia Anã e Baleia Franca. Tabela 2.1: Contas Agregadas do Petróleo (Barril). Agregado /nov-16 / Tendência 12 meses nov-16 Produção 84.625.267 8,14% 7,8% 78.255.95 78.53.431 Consumo Interno 48.9.414-3,71% -15,33% 49.945.498 56.794.896 Importação 3.4.399-4,82% -73,83% 5.137.689 11.617.354 Exportação 18.389.11-32,37% -29,44% 27.188.988 26.61.183 Vale mencionar que este nível de produção da província do pré-sal foi atingido apenas dez anos após a primeira descoberta. É importante destacar que algumas importantes áreas mundiais de exploração e produção de petróleo tiveram developments lags muito maiores do que o pré-sal. O Golfo do México, por exemplo, descoberto em 1947, levou 2 anos para atingir a produção de 5 kbpd (que o pré-sal atingiu em 8 anos). A própria Bacia de Campos levou 21 anos para alcançar 5 kbpd, marca já superada pelo pré-sal há dois anos atrás (Petrobras, 217). A Petrobras detém 94% da produção de óleo e gás no país, seguida pela Statoil e Shell (agregada à BG) com percentuais muito inferiores: 2%. O Gráfico 2.1 mostra as concessionárias que participam da produção de óleo e gás no Brasil. Gráfico 2.1: Distribuição da produção de Petróleo por Operador 94% 2% 1%,9% Petrobras Statoil Brasil O&G Shell Brasil 2% Chevron Frade Outras Operadoras Fonte: ANP. O consumo de petróleo, medido pelo volume refinado em território nacional, aumentou, em janeiro de 217, 5% na comparação com o mês anterior e queda de 13% na comparação anual. Se atribui essa queda de consumo à crise internacional e nacional. As importações apresentaram fortes quedas tanto na comparação mensal quanto na anual, atingindo o menor valor dos últimos 12 meses, de 2,5MMbbl, equivalente a uma queda anual de 51%. Em contrapartida, as exportações mais que dobraram de volume em relação ao mês anterior, atingindo 38MMbbl, tanto devido ao menor consumo interno, quanto ao impulso do forte crescimento da produção da commodity nas áreas do pré-sal. 12

Com a entrada em processamento dos óleos do présal, expressivamente mais leves que as correntes usuais brasileiras, observou-se uma alteração no perfil de refino nacional. Entretanto, seguem havendo importações de correntes de cru mais leves para compor o blend de refino que atenda o consumo nacional de derivados (Gráfico 2.2), o que torna a autossuficiência brasileira de petróleo apenas nominal. Gráfico 2.2: Contas Agregadas do Petróleo (Barril) Milhões 9 8 7 6 5 4 3 2 1 jun-12 set-12 dez-12 mar-13 set-13 mar-14 set-14 mar-15 set-15 mar-16 set-16 Importação Exportação Produção Consumo No acumulado de 12 meses, a diferença entre Produção e Consumo manteve o padrão do mês anterior e continuou a crescer, positivamente, já pelo 1º mês consecutivo. A conta petróleo, que representa o saldo entre Exportações e Importações, também continuou a trajetória crescente no acumulado de 12 meses, porém com um aumento um pouco menor do que o registrado no mês anterior (24MMbbl), contribuindo positivamente para o saldo em transações da balança comercial em janeiro (Gráfico 2.3). Acredita-se que essa tendência de crescimento siga ocorrendo nos próximos meses, calcada no incremento da produção dos campos do pré-sal, impulsionadas pelos decrescentes custos de perfuração dos poços desta área. Segundo a Petrobras, o setor petrolífero representa aproximadamente 13% do PIB brasileiro, percentual inferior quando comparado com outras economias dependentes do setor, como por exemplo a Noruega (>4%). Entretanto, quando da análise do Planejamento Estratégico da companhia para o período 217-221, observa-se um apetite exportador em direção ao mercado internacional, a partir da expansão da produção, o que pode elevar esse percentual nos próximos anos (Gráfico 2.3). Apesar da ligeira queda na produção de cru no mês de janeiro, alguns estados se destacaram com expressivos aumentos de produção como no offshore de Alagoas e onshore no Maranhão, (Tabela 2.2). 13

Gráfico 2.3: Contas Agregadas do Petróleo, Acumulado 12 meses (Barril) Milhões 1, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1,, jul/1 jan/2 jul/2 jan/3 jul/3 jan/4 jul/4 jan/5 jul/5 jan/6 jul/6 jan/7 jul/7 jan/8 jul/8 jan/9 jul/9 jan/1 jul/1 jan/11 jul/11 jan/12 jul/12 jan/13 jul/13 jan/14 jul/14 jan/15 jul/15 jan/16 jul/16 25, 2, 15, 1, 5,, -5, -1, -15, Saldo (Milhões) Saldo da Balança Comercial Importação Acum Exportação Acum Produção Acum Consumo Acum Tabela 2.2: Produção por Estado (Barril). UF Localização /nov-16 / Tendência 12 meses nov-16 AL Onshore 113.13-1,4% -19,26% 114.79 14.78 Offshore 3.329 11,74% -56,85% 2.979 7.714 AM Onshore 664.94 3,79% -14,88% 639.852 78.172 BA CE ES Onshore Onshore Onshore 1.41.849 43.147 384.23,29% 7,41% 7,64% -9,82% -6,% -12,45% 1.38.866 4.172 356.949 1.155.287 45.91 438.841 Offshore Offshore Offshore 14.829 143.275 12.899.118-15,5% -4,28% 6,74% -35,55% -7,89% 4,95% 17.55 149.689 12.84.898 23.7 155.545 12.29.758 MA Onshore 1.172-32,55% 35,48% 1.738 26 RJ Offshore 57.322.354 7,19% 7,2% 53.477.11 53.563.345 RN Onshore 1.411.959,27% -11,31% 1.48.93 1.592.12 Offshore 177.64 2,78% -13,18% 172.83 24.574 SP Offshore 9.567.743 21,51% 33,67% 7.874.253 7.157.771 SE Onshore 656.383-4,37% -12,23% 686.367 747.869 Offshore 181.15-4,62% -9,54% 189.877 2.28 Total 84.625.267 8,14% 7,8% 78.255.95 78.53.431 A importância do óleo cru na balança comercial brasileira está intrinsecamente relacionada com seu preço. Importante evidenciar que o petróleo não é um produto homogêneo, e, a grosso modo, seu preço é um mix do reflexo de suas qualidades físico-químicas e de sua localização de produção. Não cabe aqui esgotar todas as questões que envolvem as relações internacionais de oferta e demanda, nem todos os aspectos geopolíticos inerentes à indústria do petróleo. Assim, simplificadamente, óleos mais leves (maior grau API como mencionado acima) derivam mais produtos leves, como gasolina (com maior valor de mercado) do que óleos mais pesados, que derivam produtos mais pesados, como óleo de calefação e asfaltos (com menor valor de mercado). Existem três crus marcadores: Brent (origem: Mar do Norte), WTI (West Texas Intermediate, origem USA), e o Dubai Fateh (origem: Oriente Médio). Esses crus são considerados benchmarks para preços spot no mercado internacional, definindo prêmios e descontos para os óleos, com maiores ou menores qualidades, sendo, 14

no caso dos óleos nacionais, correntes com descontos como: Marlim, Cabiúnas, Roncador entre outros. Segundo a U.S Energy Information Administration (Gráfico 2.3), observa-se uma tendência bullish no mercado de petróleo, onde a média de preços do óleo tipo Brent cresceu aproximadamente US$ 6/bbl em relação à média de dezembro, alcançando US$ 58/bbl. Há quase dois anos não havia um crescimento dessas proporções. Essa alta no preço do Brent deve-se às expectativas de corte na produção da OPEP, assim como de uma redução esperada nos estoques de petróleo bruto dos EUA. Gráfico 2.4: Preço Real e Projeção ($/Barril). 16 14 12 1 8 6 4 2 58,96 58,96 jun-1 set-1 dez-1 mar-11 jun-11 set-11 dez-11 mar-12 jun-12 set-12 dez-12 mar-13 set-13 mar-14 set-14 mar-15 set-15 mar-16 set-16 mar-17 jun-17 set-17 dez-17 35 3 25 2 15 1 5-5 Spread WTI Brent Fonte: Elaboração própria a partir de dados da EIA (Deflator - CPI US) B) DERIVADOS DO PETRÓLEO O mercado brasileiro de derivados de petróleo é fruto de um modelo de transporte rodoviário, e por tal, o parque de refino está voltado para a produção de diesel. A capacidade total de refino do país é aproximadamente 2,3MMbbl/d em 17 refinarias existentes. Essa capacidade de produção deriva percentuais tais que: 45% diesel, 22% gasolina, 1% nafta petroquímica, 9% GLP, 6% QAV e 5% óleo combustível, sendo menores os percentuais de asfaltos, coque e solventes. Existem duas refinarias ainda em projetos pela Petrobras: Abreu Lima em Pernambuco e Complexo Petroquímico COMPERJ, que agregarão aproximadamente 7kbbl/d de capacidade de refino, dedicadas à produção de diesel e petroquímicos, respectivamente. Vale destacar que ainda não há previsão de operação dessas refinarias. Na comparação com dezembro de 216, em janeiro de 217 houve queda na produção dos principais derivados de petróleo no Brasil, com destaque para a gasolina e para óleo combustível (Tabela 2.3). Por outro lado, o óleo diesel apresentou crescimento significativo (8,22%). As variações de produção de derivados explicam-se pelo perfil dos consumidores no mês de janeiro onde observase a ocorrência de férias (mais carros circulando, menos caminhões, maior consumo de QAV) e aumento do índice pluviométrico em várias regiões do país (o que diminui o consumo de óleo combustível). 15

Tabela 2.3: Contas Agregadas de derivados (Barril). Combustível Agregado /nov-16 / Tendência 12 meses nov-16 Produção 14.49.38 4,44%,27% 13.796.386 14.369.916 Consumo 19.387.947 13,91% 7,5% 17.2.558 18.11.884 Gasolina Diesel GLP QAV Óleo Combustível Importação 1.542.515 54,14% 13,38% 1..756 669.565 Exportação 32.83-52,81% 218,4% 679.929 1.763 Produção 19.352.993-9,96% -22,26% 21.494.547 24.895.961 Consumo 24.585.845-4,48% -6,62% 25.738.222 26.329.196 Importação 4.597.255,54% 261,7% 4.572.72 1.271.27 Exportação 571.393 - - 15.78 Produção 3.66.15 -,62% -7,37% 3.683.55 3.951.398 Consumo 7.196.99 4,15% 2,3% 6.99.983 7.35.314 Importação 1.51.29-25,8% -21,69% 1.42.835 1.342.19 Produção 3.5.881-5,66% 5,63% 3.186.66 2.845.553 Consumo 3.611.381 8,67% -7,35% 3.323.267 3.897.749 Importação 27.87 - - 245.624 Exportação 656-84,78% - 4.31 Produção 6.782.516 2,35%,89% 5.635.725 6.723.2 Consumo 1.87.641 2,43% -23,67% 1.51.5 2.368.341 Importação 7.275-81,4% -88,99% 38.372 66.71 Exportação 1.5.732 4,65% -51,93% 1.4.67 2.186.39 Gráfico 2.5: Preço Real dos combustíveis 11 x referência internacional (R$/l). R$/l 2,5 2, 1,5 1,,5, Gasolina Realização Referência R$/l 3, Diesel 2,5 2, 1,5 1,,5, Realização Referência R$/t 2.5 2. 1.5 1. 5 GLP R$/t 21 19 17 15 13 11 9 Óleo CombusBvel 7 Realização Residencial Referência Realização Industrial 5 Realização Referência Fonte: Elaboração própria a partir de dados do MME e EIA. Deflator: IPCA. 11 Devido à indisponibilidade de dados, os preços de referência são a cotação do final do mês e não incluem custo de internação 16