Maristela da Silva Gomes E-mail: stelinhamb@hotmail.com. Lílian Perobon Mazzer E-mail: lilian_mazer@yahoo.com.br



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Transcrição:

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE REGRESSÃO POR MÍNIMOS QUADRADOS PARA ESTIMAR A ESTRUTURA DE CUSTOS DE CONCORRENTES - ESTUDO EXPLORATÓRIO NO SETOR DE SIDERURGIA BRASILEIRO Maristela da Silva Gomes E-mail: stelinhamb@hotmail.com Lílian Perobon Mazzer E-mail: lilian_mazer@yahoo.com.br Área Temática: A2 Gestão Estratégica de Custos Palavras-chave: Gestão estratégica de custos. Estrutura de custos. Custos de concorrentes. Regressão por mínimos quadrados. Metodologia: M3 Empirical Archival.

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE REGRESSÃO POR MÍNIMOS QUADRADOS PARA ESTIMAR A ESTRUTURA DE CUSTOS DE CONCORRENTES - ESTUDO EXPLORATÓRIO NO SETOR DE SIDERURGIA BRASILEIRO RESUMO Com o crescimento da competitividade entre as empresas, conhecer e estimar a estrutura de custos de concorrentes viabiliza aos administradores identificar que informações de custo na tomada de decisões estratégicas afetam a capacidade da empresa na criação de valor. Neste contexto, o objetivo dessa pesquisa é apresentar um estudo empíricoanalítico acerca da estrutura de custos através da utilização do método de regressão por mínimos quadrados com base na análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras - DCF das empresas brasileiras do segmento de siderurgia. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa, organizada e desenvolvida com base na literatura mais recente sobre a temática. A coleta de dados, realizada no período correspondente ao primeiro trimestre de 2009 ao terceiro trimestre de 2012, foi conduzida por meio de observações feitas nas DCF de 04(quatro) empresas do setor de siderurgia brasileiro, e a análise do conteúdo observado foi desenvolvida com o auxílio das ferramentas computacionais Gretl e Windows Excel que possibilitaram a aplicação do método de regressão por mínimos quadrados e os testes estatísticos como elementos adicionais na validação dos resultados. Quanto às conclusões da pesquisa foi possível constatar a possibilidade de aplicação do modelo proposto para este estudo, com base nas informações extraídas das DCF para evidenciar e estimar sobre os custos dos concorrentes no que tange à tendência de custos, de modo ser plausível a separação dos custos em seus componentes fixos e variáveis. A validação dos resultados se deu através do método de regressão por mínimos quadrados que recebeu fulcro com o uso do diagrama de dispersão, do coeficiente de correlação R² e dos testes estatísticos que propiciaram ao nível de significância de 5%, maior embasamento na predição e estimativa da estrutura de custos. Os procedimentos estatísticos tomados comprovam que os resultados obtidos por inferência indutiva e teste da hipótese de pesquisa foram alcançados, de modo que as informações encontradas corroboram com os estudos feitos por Casella (2008) que verificou ser possível inferir sobre os custos dos concorrentes por meio da análise das DCF e que a variação presente na relação custo/volume tem forte influência e contribui para a empresa se manter competitiva no mercado. Após análise dos dados, os resultados alcançados comprovam que conhecer a estrutura de custos da empresa e de seus concorrentes traz vantagem competitiva, as organizações devem estar atentas e possuir entendimento adequado que não comprometa o seu nível de risco operacional. Palavras-chave: Gestão estratégica de custos. Estrutura de custos. Custos de concorrentes. Regressão por mínimos quadrados.

1 INTRODUÇÃO É fato conhecido que a concorrência caracteriza-se por representar o sucesso ou o fracasso das empresas. Conhecer o mercado adequando-se a modernização do ambiente econômico, favorece o desempenho de uma estratégia competitiva que viabilize rentabilidade. Na competitividade dos mercados, não é suficiente saber apenas os critérios exigidos pelos clientes, mas também prestar muita atenção aos seus concorrentes. Inúmeras empresas projetam e operam sistemas que propiciam com dada confiabilidade informações constantes sobre seus concorrentes. Uma organização pode estar mais propensa a ser atingida por novos concorrentes e novas tecnologias do que por concorrentes já existentes. A empresa, ao decidir competir e se manter no mercado, precisa antes de tudo conhecer o perfil de seus concorrentes, o que pode levar tempo, porém representa uma estratégia de liderança na redução de custos. Shank e Govindarajan (1997, p. 59) relatam que o posicionamento estratégico depende de dois aspectos inter-relacionados [...] a missão ou meta e a forma que a unidade de negócios (ou empresa) escolhe para competir e manter uma vantagem competitiva. O objetivo desta pesquisa é apresentar um estudo empírico-analítico acerca da estrutura de custos através da utilização do método de regressão por mínimos quadrados com base na análise das DCF das empresas brasileiras do segmento de siderurgia. E, para a consecução desse objetivo geral, foram traçados os objetivos específicos, afim de: estudar as DCF das empresas selecionadas, de modo que seja possível separar os custos em seus componentes fixos e variáveis; e demonstrar a possibilidade da utilização de métodos quantitativos, especificamente o método de regressão por mínimos quadrados, como fonte de informação útil para estimar a estrutura de custos dos concorrentes. Como base para a aplicabilidade de técnicas formais, como a análise de regressão e de testes estatísticos, foi testada a seguinte hipótese de pesquisa: com base nas informações extraídas das DCF e a utilização do método de regressão por mínimos quadrados, é possível evidenciar e estimar sobre os custos dos concorrentes no que tange à tendência de custos.

O estudo contribui por gerar informações passíveis de análise e comparação com outras pesquisas, dadas às condições e procedimentos tomados. O diferencial encontrarse na utilização do método de regressão por mínimos quadrados para estimar a estrutura de custos dos concorrentes tendo como base os dados presentes nas DCF das empresas do setor de siderurgia brasileiro, de capital aberto, listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBovespa. E sob esse enfoque, ênfase seja dada ao fato de que a literatura brasileira é restrita em discutir esta temática, principalmente porque poucos trabalhos já publicados trazem embasamento teórico suficiente que possibilite avanço no desenvolvimento de novas pesquisas científicas. (SOUZA et al., 2011). Alguns outros autores destacam a necessidade evidente na literatura quanto ao conhecimento da estrutura de custos dos concorrentes (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997; HEIN et al., 2005; GUERRA et al., 2007; CASELLA, 2008; SANTOS, 2010). Com base na necessidade de construir um arcabouço teórico que provoque questionamento e demonstre a relevância do tema em vista de novas descobertas, esta pesquisa empírica, trata dos principais aspectos que devem ser considerados para estimar a estrutura de custos dos concorrentes, com ênfase nas informações retiradas das DCF. No Brasil os estudos relacionados a esta temática ainda são pouco discutidos, neste sentido o presente estudo evidencia a lacuna existente na literatura brasileira acerca de conteúdo referente à estrutura de custos dos concorrentes, assim como da valiosa importância presente nas informações constantes nas DCF como fontes úteis para estimar o comportamento dos custos. O estudo esta estruturado em cinco capítulos sendo o primeiro a introdução, seguido da fundamentação teórica pertinente ao tema. Logo, de modo pontual, têm-se os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, a apresentação dos resultados, e por fim as considerações do estudo e as referências utilizadas no seu desenvolvimento.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Gestão Estratégica de Custos É uma prática não muito corriqueira nas operações envolvendo valores e prazos, no ambiente empresarial. A questão da busca das empresas por maior controle de gastos e principalmente rentabilidade, representa boa parte dos esforços em comparação a sua efetiva aplicabilidade. A necessidade de manter-se numa posição competitiva favorável no mercado pressupõe um posicionamento estratégico, que viabilize a minimização de custos ante os concorrentes. A ideia de gestão estratégica definida por Rocha (1999, p. 47) considera os gestores como responsáveis em implementar nas organizações esta prática. [...] a parte da gestão global, das organizações, que se preocupa em acompanhar as ações das entidades de seu ambiente próximo tais como concorrentes, fornecedores, clientes e consumidores para conceber e implementar estratégicas que lhes permitam manter-se à frente dos competidores. Segundo Porter (1989, p. 33) Toda empresa é uma reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto. É interessante ressaltar a opinião de Shank e Govindarajan (1997, p. 4) quanto a Gestão Estratégica de Custos GEC [...] É uma análise de custos vista sob um contexto mais amplo, em que os elementos estratégicos tornam-se mais conscientes, explícitos e formais [...]. Nesta linha de raciocínio (Ibid., p. 13) afirmam que a GEC resulta da conexão de três temas subjacentes: 1. Análise da cadeia de valor; 2. Análise de posicionamento estratégico; 3. Análise de direcionadores de custos. Na concepção de Wernke (2004, p.64), ao se referir as possibilidades que a empresa tem de manter-se competitiva está [...] o gerenciamento de custos por meio da análise da cadeia de valores, de seu posicionamento estratégico e do estudo dos

direcionadores de custos. [...] O autor em seus estudos defende o enfoque apresentado por Shank e Govindarajan (1997), no tocante ao conceito de cadeia de valor como conjunto de atividades criadoras de valor desde as fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes, até o produto final entregue nas mãos do consumidor. No mesmo estudo, Shank e Govindarajan resumem o ponto de vista de Porter (1989) quanto às escolhas estratégicas básicas de uma empresa, ao mencionarem que uma empresa pode competir ou tendo menores custos (liderança de custos) ou oferecendo produtos superiores (diferenciação do produto). Após a identificação dos principais custos possíveis, convém considerar qual método de custeamento melhor se adéqua no combate a possíveis falhas internas e que proporcione o gerenciamento de custos por meio da análise da cadeia de valores. Para ser útil, o sucesso da empresa deve migrar da conquista e de fatores que possam ser medidos no sentido de prever o retorno para a organização, os acionistas, clientes, funcionários e fornecedores. Mauboussin (2012, p. 33) entende que existem três vieses, [...] o excesso de confiança, a heurística da disponibilidade e o status quo [...], que podem causar falhas e gerar decisões distorcidas. Sobre este enfoque o Institute of Management Accountants (IMA, 1990) define a gestão estratégica como o processo de análise de fatores internos e externos para analisar a razoabilidade das metas corporativas e se as estratégias existentes concretizarão estes objetivos 1. Na realidade, as organizações devem observar as tendências e a evolução do processo competitivo decorrente da maximização dos interesses reais quanto ao retorno dos investimentos. É nesse contexto que a vantagem competitiva 2 requer práticas que viabilizem a capacidade que a empresa dispõe em criar valor superior à concorrência. (AGUIAR et al., 2010). Torna-se pertinente enfatizar a vantagem competitiva por sua importância e contribuição para o desenvolvimento desta temática, contudo este estudo empírico toma como premissa básica estimar a estrutura de custos dos concorrentes. 1 [ ] the process of analyzing external and internal factores to review the reasonableness of corporate goals and whether existing strategies will realize these goals. 2 Diz-se que a empresa tem uma vantagem competitiva sobre a rival se ela tiver impulsionado um amplo espaço entre a disposição a pagar que gera entre seus compradores e os custos que incorre na verdade, um espaço mais amplo do que o alcançado por seus concorrentes. Brito et al. (apud GHEMAWAT & RIVKIN, 2006, p. 3).

2.2 Custos de Concorrentes Os estudos relacionados a custos de concorrentes no Brasil ainda são pouco atrativos, muito embora alguns estudos tenham sido desenvolvidos nos últimos anos, destaque-se Souza, Jaroseski e Marengo (2011), Agndal e Nilsson (2010), Aguiar, Rezende e Rocha (2008) entre outros. A temática envolve questões ligadas ao processo de obtenção e análise das informações disponíveis que sirvam para formular estratégias de ação. Na visão de Rocha (1999, p. 87) Concorrente não é, apenas, a empresa ou a unidade de negócio que compete com produtos ou serviços, no mesmo setor, mas todo conglomerado (corporação) ou toda empresa de que elas façam parte. Segundo Oliveira, Garcia e Gomes (2001) a estrutura de custos de concorrentes representa um instrumento de grande relevância que pode ser usado no processo de tomada de decisão, visto que coleta informações e dados que contribuem fundamentalmente para a cadeia de valor dos concorrentes, convertendo-os em informações que podem ser utilizadas na gestão estratégica da própria empresa. Dentre as possíveis informações sobre concorrentes, a ótica de Rocha (1999) enfatiza que um sistema de informações tem como escopo possibilitar análises estratégicas sobre aspectos operacionais, econômicos e financeiros dos fornecedores e, consequentemente, facilitar o processo de formulação de estratégias. Costa apud (WARD 1993, p. 20) cita que existem áreas-macro das quais se origina a análise de custos de concorrentes. [...] construir uma base de dados compreensível com cada um dos concorrentes significativos, lembrando que iniciativas e respostas competitivas são primariamente dirigidas por diferenças de custo relativo futuro, mais do que por diferenças de custos baseados em dados históricos. Portanto é essencial manter atualizada essa base de dados bem como diferença de custos que eram consideradas insignificantes no último ano, e podem agora, dar ao competidor uma potencial e significativa vantagem competitiva sustentável. 3 3 [ ] build a comprehensive database with each of significant competitors, noting that initiatives and competitive responses are primarily driven by cost differences on the future, rather than by differences in costs based on historical data. Therefore it is essential to keep up this database as well as difference in costs that were considered insignificant in the last year, and can now give the competitor a potential significant and sustainable competitive advantage.

A competição presente no mercado representa para a empresa uma fonte potencial de informações que, oferece aos seus proprietários dados a serem coletados e organizados. Nesse aspecto, estimar a estrutura de custos dos concorrentes surge como pilar que permite por meios lícitos e éticos entender como o aspecto setorial, em que se contempla um grupo de empresas, consegue atender às necessidades dos clientes com o maior e melhor retorno possível. [...] as empresas que colecionam dados relativos a concorrentes têm vantagens competitivas, pois potencializam a antecipação de um comportamento futuro, podendo influenciar comportamentos de investimentos, quantidades de produção e políticas de preço. (Ibid., p. 60). Estudos recentes destacam a dinâmica de se conhecer e acompanhar seus concorrentes, como ferramenta estratégica na obtenção de vantagens competitivas (SANTOS, 2010). No ponto de vista de Souza, Jaroseski e Marengo (2011, p. 4) A análise de custos dos concorrentes é uma das principais práticas da análise externa de custos e envolve o emprego de diversas técnicas para obter a importante informação sobre os custos praticados pela concorrência. No Brasil, as pesquisas na área ou departamento específico para estimar a estrutura de custos dos concorrentes, ainda são pouco exploradas. De maneira que a literatura acadêmica, muito embora ressalte a produção de textos sobre análise de concorrentes, com destaque para Porter (1986), não oferece pesquisas empíricas brasileiras que potencializem a importância desta temática tendo em vista a intensificação da concorrência, com o aumento da fluidez dos mercados. Torna-se perceptível ao se reportar aos inúmeros trabalhos internacionais (PORTER, 1986; JONES, 1988; WARD, 1993; SUBRAMANIAN; ISHAK, 1998; HESFORD, 2008) que os estudos voltados para pesquisas empíricas sobre o tema, no Brasil são escassos diante da abrangência possível para investigações científicas que de fato evidenciem qual o papel da estrutura de custos dos concorrentes. Percebe-se que o posicionamento estratégico das empresas e o uso de técnicas para a mensuração dos custos, observados o ambiente interno e externo das organizações, entre outras variáveis contingenciais trazem fortes influências na sistematização e classificação de práticas contábeis com foco em competidores.

2.3 Estrutura de custos As organizações possuem segmentos diversos, estruturas de custos diferentes e qualquer ponto forte ou fraco dentro de uma empresa, pode trazer algum tipo de impacto sobre o custo. Particularidades compõem a diversidade existente em cada setor ou segmento da organização, de acordo com Porter (1989, p. 3): [...] Em qualquer indústria, seja ela doméstica ou internacional, produza um produto ou um serviço, as regras da concorrência estão englobadas em cinco forças competitivas: a entrada de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação dos compradores, o poder de negociação dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes existentes. Para Maher (2001, p. 438) A estrutura de custos de uma organização é a proporção dos custos fixos e dos custos variáveis, em relação ao custo total. Conseguir liderança no custo quase sempre pode ser dispendioso. Mudanças na estrutura de custos podem afetar as estratégicas ou a dimensão da alavancagem operacional. Sob este aspecto a visão de Garrison (2007, p. 200) considera que [...] Alavancagem operacional é uma medida da sensibilidade do lucro operacional líquido a variações percentuais das vendas. Souza e Rocha (2009, p. 37) afirmam [...] fatores que determinam a existência ou ausência de um elemento de custo definem seu limite inferior e seu comportamento e influenciam a composição da estrutura de custos de uma entidade. Segundo Guerreiro (2011) a estrutura de custos (fixos e variáveis) das organizações se mostram como variáveis de decisão dos gestores na geração de lucros e rentabilidade de investimentos. [...] é muito importante conhecer a estrutura de custos e despesas das empresas no seu desempenho econômico [...] (Ibid. p. 80). Neste contexto, afirma que no momento em que a empresa se estrutura verdadeiramente em custos e despesas, está terá maiores lucros operando acima do ponto de equilíbrio. Souza (2011, p. 33) enfatiza de forma sucinta a relevância da pesquisa empírica realizada por Guerra et al. (2007) na qual confirmaram que as empresas com menor proporção de custos variáveis tiveram um maior impacto da variação da receita sobre o lucro; [...] as organizações devem estar atentas à sua estrutura de custos, pois ela pode influenciar o seu nível de risco operacional.

Na visão de Costa apud (SHANK e GOVINDARAJAN, 1997, p. 44) [...] um sofisticado entendimento da estrutura de custos da firma pode levar a um longo caminho na busca da vantagem competitiva sustentável. Para Martins (2003, p. 200-201) o autoconhecimento da estrutura de custos da organização não é suficientemente relevante na reavaliação dos próprios custos. [...] tão importante quanto conhecer a própria estrutura de Custos e Despesas é conhecer também a dos concorrentes. Além de ser obrigatório saber as reações sobre o lucro, sobre o caixa e retorno do investimento trazidas por mudanças nos Custos e Despesas Fixos, nos Variáveis e no Preço de Venda, é também absolutamente necessário conhecer-se as mesmas reações sobre os concorrentes para se ter uma boa idéia das conseqüências de cada um. A estrutura de custos na interpretação de Maher (2001, p. 430-440) enfatiza como regra geral que [...] companhias que tem custos fixos mais baixos adaptam-se mais facilmente a alterações na demanda por seus produtos, em comparação com as companhias que têm custos fixos mais altos [...]. A partir da construção da estrutura de custos diferenças significativas podem refletir os diversos empreendimentos produtivos. Para Santos (2004, p. 20) [...] a partir da construção da estrutura de custos é possível o acompanhamento da evolução da participação dos diferentes itens de custos no conjunto das atividades empresariais, a ordenação e a definição de estratégias específicas [...]. Observar a utilidade da análise diante das variações de custos desagrega ineficiências existentes, moldes aplicados na redução dessas variações pressupõe otimização do controle. Nesse mesmo sentido, o uso de métodos quantitativos carece ser aplicados com maior amplitude para analisar, evidenciar e estimar a estrutura de custos largamente. 2.4 Demonstrações Contábeis e Financeiras As informações e dados financeiros que representam os indicadores de desempenho da empresa e de suas unidades de negócios interessam não somente aos gestores, mais também aos credores que se preocupam com a capacidade de pagamento de dívidas da empresa e os investidores cuja maior preocupação está voltada principalmente no lucro. Para Garrison (2007, p. 636) esses usuários recorrem [...] à

análise de demonstrações financeiras, que envolve o exame de tendências de dados financeiros básicos, a comparação de dados financeiros de empresas distintas, e a análise de índices com a finalidade de avaliar a saúde financeira e as perspectivas futuras de uma empresa. A análise das Demonstrações Financeiras é um instrumento cuja aplicação prática gera um conjunto de novos instrumentos que quando comparados propiciam conhecer a posição e a evolução de empresa em um dado momento. Para Santos apud. (BALDUÍNO, 2010, p. 5) As decisões empresariais, respaldadas por informações ágeis e confiáveis, revestem-se de um aceitável grau de segurança e objetividade, permitindo o alcance do efeito decisório desejado. No Brasil, desde o final de 2007 a contabilidade tem passado por alterações significativas em decorrência da padronização das DCF ao padrão internacional. As dúvidas relacionadas às novas normas surgem e de fato são fundadas visto que temos títulos/nomenclaturas diferentes para os demonstrativos específicos. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, por meio de diversos pronunciamentos vislumbra definir a base para a apresentação das DCF e também garantir a comparabilidade desses demonstrativos contábeis de períodos anteriores da mesma entidade com as de outras entidades. A Lei nº 11.638/2008 relaciona o contíguo de demonstrações contábeis obrigatórias para as companhias de capital aberto ou fechado e as companhias de grande porte como sendo o Balanço Patrimonial, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado, se a companhia for aberta. Além dos demonstrativos, a mesma lei dispõe que as informações devem ser complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações, caso seja necessário esclarecer a situação patrimonial e os resultados do exercício da empresa. As DCF possuem características cuja capacidade informacional dependente da necessidade do usuário, que irá observá-la com o intuito de suprir os seus propósitos, podendo assim as informações fornecidas serem utilizadas para vários fins diferentes. Mas, para o presente estudo, as fontes de informação pública selecionadas para a coleta dos dados foram extraídas da Demonstração do Resultado (DR) e do Relatório da Administração/Comentário do Desempenho (RA/CD) por sua importância informacional.

São do interesse de investidores, acionistas, fornecedores e clientes a publicação das DCF da empresa, vez que tais relatórios são elaborados com base na escrituração mercantil negociada pela entidade. De caráter descritivo, as DCF devem evidenciar com clareza e fidedignidade as informações sobre a saúde financeira e econômica da empresa. Diante da importância presente nas informações constantes nas DCF, é relevante destacar que as condições e possíveis variáveis priorizadas e obtidas pelos gestores da empresa, efetivamente podem ajudar a direcionar e/ou condicionar à produção futura de estabilidade financeira, que favoreça implicitamente a rentabilidade que toda empresa busca atingir. Sendo que tais relatórios devem representar dados confiáveis, úteis e relevantes, para tanto, como conseqüência disto evidencia-se em linhas gerais a dificuldade em coletar, identificar e analisar tais demonstrativos de forma prática. Porém este estudo visa contribuir para amenizar a escassez na literatura de conteúdo teórico mais recente sobre o tema abordado. 3 PROCEDER METODOLÓGICO 3.1 Caracterização da pesquisa A linha de investigação deste estudo concentra-se no uso do método indutivo, que conforme Ruiz (2008, p. 139) [...] a indução caminha do registro de fatos singulares ou menos gerais para chegar à conclusão desdobrada ou ampliada em enunciado mais geral [...]. Quanto aos objetivos este estudo é delineado como exploratório 4 descritivo 5, com o propósito de apresentar as características essenciais para estimar a estrutura de custos dos concorrentes, a partir da hipótese de pesquisa. Para tanto, a proposta deste estudo foi construída através de pesquisa bibliográfica 6, empírica 7 e de observação assistemática 8. Martins e Theóphilo (2009, p. 4 Exploratório visto que objetivou, conforme define Gil (2009, p. 41) proporcionar maior familiaridade com o problema. 5 Descritivo porque apresenta a existência de relações entre variáveis, anteriormente abordadas cientificamente.

86) definem [...] A observação, ao mesmo tempo em que permite a coleta de dados de situações, envolve a percepção sensorial do observador, distinguindo-se, enquanto prática científica, da observação da rotina diária. Quanto à natureza, caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa 9, tendo em vista o emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta das informações, quanto ao tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Em seus estudos Richardson (1999, p. 70) menciona que [...] o método quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, consequentemente, uma margem de segurança quanto às inferências. 3.2 População e Amostra O universo da pesquisa é composto de empresas do setor de materiais básicos, subsetor de siderurgia e metalurgia, do segmento siderurgia de acordo com a classificação da BM&FBovespa conforme observado no Quadro 1. Quadro 1 Relação das empresas Empresa FERBASA GERDAU GERDAU MET 10 SID NACIONAL USIMINAS VICUNHA SID Fonte Adaptado do endereço eletrônico da BM&FBOVESPA, 2012. 6 O levantamento bibliográfico se deu baseado em artigos, dissertações, teses e livros, com a finalidade de propiciar uma maior sustentação acerca das conclusões do estudo. 7 Possui característica empírica, visto que o estudo trouxe conclusões através de meio científico, especificamente de testes estatísticos. 8 Tal observação normalmente é utilizada nos estudos exploratórios. De acordo com Richardson (1999, p. 261) [...] indica que a tarefa de observar será mais livre, sem fichas ou listas de registro, embora tenha de cumprir as recomendações do plano de observação que deve estar determinado pelos objetivos da pesquisa. 9 Pesquisa quantitativa tem por intenção garantir a precisão dos resultados. Para Martins et al., (2009, p. 107) [...] As pesquisas quantitativas são aquelas em que os dados e as evidências coletadas podem ser quantificados, mensurados. 10 A empresa Metalúrgica Gerdau S.A. - Gerdau Met esta fora da amostra pelas razões expostas no item 3.2 População e Amostra.

A amostra selecionada nesta pesquisa obedece aos seguintes critérios: estar listada no mercado financeiro brasileiro de capital aberto; publicar no endereço eletrônico da BM&FBovespa ou da própria instituição as DCF e o RA/CD; manter disponível para consulta as informações econômicas e financeiras da instituição por prazo igual ou superior a cinco anos; e o período para análise compreender o primeiro trimestre de 2009 até o terceiro trimestre de 2012. A justificativa para o início da análise, considerar o primeiro trimestre do ano de 2009 é que os dados e/ou informações publicadas no endereço eletrônico das instituições analisadas não constar períodos anteriores. Outro ponto importante para ser mencionado é que esta pesquisa empíricoanalítica vislumbra destacar a importância presente nas informações desses demonstrativos, porém manter o foco nos dados posteriores as alterações na Lei das Sociedades Anônimas 11. A empresa Metalúrgica Gerdau S.A - Gerdau Met - esta fora da amostra por não preencher todos os critérios de seleção adotados, principalmente pelo fato da divulgação/publicação dos dados econômicos e financeiros no endereço eletrônico da BM&FBovespa apresentar saldo zero, para o período de 2009 e também, por não divulgar/publicar no endereço eletrônico da empresa. Quanto à empresa Gerdau S.A muito embora se assemelhe a Gerdau Met neste ponto, permanece como elemento da amostra porque a coleta dos dados para o período de 2009 foi realizada no endereço eletrônico da própria organização. Neste sentido, torna-se cabível considerar os dados da Gerdau como válidos, para que assim não haja redução no número de empresas analisadas. Entretanto, destaque-se aqui que a lista disponível no endereço eletrônico da BM&FBovespa, considera outros segmentos e subsetores, porém fogem dos padrões adotados neste trabalho. 3.3 Demonstrações Contábeis e Financeiras analisadas Foram escolhidas as demonstrações consolidadas, estas são apresentadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro IFRS, emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB como também de acordo com as 11 Lei nº 11.638/2007 que alterou dispositivos da Lei nº 6.404/1976.

Normas Brasileiras de Contabilidade, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e a Comissão de Valores Mobiliários - CVM. A BM&FBovespa e as próprias companhias disponibilizam, no seu endereço eletrônico, as DCF e os Relatórios Financeiros - RF na opção anual ou trimestral, escolheu-se para o desenvolvimento deste trabalho as informações trimestrais que possibilitam a evolução e comparação ao longo dos anos. Para estimar os custos fixos e variáveis através do método de regressão por mínimos quadrados, foram extraídos os dados de custos da Demonstração de Resultado DR e os de volume de produção dos Relatórios da Administração/Comentário do Dsempenho RA/CD, sob uma ótica externa às organizações conforme destacado na fundamentação teórica. Para isso, as fontes consideradas na coleta de dados foram às informações públicas para o período de 2009 a 2012, posteriores a alteração na Lei das Sociedades Anônimas. 3.4 Coleta de dados No tocante a coleta e análise de dados, Martins (2003, p. 23) afirma que é necessário seguir os seguintes passos: a) listar as variáveis que se pretende medir ou descrever; b) revisar o significado e a definição conceitual de cada variável listada; c) revisar como, operacionalmente, cada variável foi definida. Isto é, como será medida ou descrita; d) escolher uma técnica e iniciar a construção do instrumento de coleta de dados. A coleta de dados foi realizada e desenvolvida tomando-se por base as DCF, disponíveis no endereço eletrônico da BM&FBovespa, com exceção do período de 2009 da Gerdau S.A. cujas informações foram extraídas do endereço eletrônico da própria instituição. Com o propósito de contribuir para o aprofundamento de questões pontuais no âmbito conceitual do tema estrutura de custos de concorrentes, utilizando-se do método de regressão por mínimos quadrados, os dados coletados foram primordiais para o alcance do objetivo desta pesquisa que consiste em apresentar um estudo empírico acerca da estrutura de custos através da utilização do método de regressão por mínimos

quadrados com base na análise das DCF das empresas brasileiras do segmento de siderurgia brasileiro. 3.5 Procedimentos estatísticos Para a análise das informações obtidas, além da aplicação do método de regressão por mínimos quadrados 12, com o uso de diagnóstico de comportamento de custos por um diagrama de dispersão 13, foi utilizado o coeficiente de determinação 14 - R 2. Gujarati (2000, p. 9) entende que [...] Na análise de regressão há uma assimetria na forma como as variáveis dependente e explicativa são tratadas [...]. Na visão de Martins e Theóphilo (2009, p. 132) [...] Para o caso do estudo da Regressão Linear Simples são consideradas duas variáveis: uma dependente, ou de estudo, e outra independente, ou explicativa. A possibilidade de utilização da análise de regressão por mínimos quadrados é válida tendo em vista que a formação dos custos totais das empresas analisadas é composta por custos fixos e custos variáveis em função do volume de atividades realizadas nos diferentes períodos observados. Conhecida essa relação, os dados coletados passam a servir como intervenções subjetivas para os procedimentos de análise de quais aspectos potenciais compõem a estrutura de custos dos concorrentes. Para o uso e interpretação do diagrama de dispersão o primeiro passo consiste em representar uma forma útil de visualizar a relação entre custos e nível de atividade, por meio da obtenção de dados que sejam relevantes para a obtenção dos resultados. A apuração final foi mecânica, com o auxílio da ferramenta eletrônica Gretl e do Windows Excel que transformaram os valores obtidos em dados estatísticos. 12 Garrison et al., (2007, p. 167) O método de regressão por mínimos quadrados, ao contrário do método de mínimo e máximo, usa todos os dados para decompor um custo em seus elementos de custo fixo e custo variável. 13 Um gráfico de dispersão mostra a relação entre duas variáveis quantitativas e é usado principalmente para visualizar a maneira pela qual os valores dessas variáveis, distribuem-se ao longo da faixa de possíveis resultados. 14 A literatura define como sendo uma medida sintética que diz quão bem a reta de regressão da amostra se ajusta aos dados.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS A análise e discussão dos resultados são demonstradas neste tópico e sendo cumpridas as premissas da regressão linear, os dados observados e seus respectivos valores projetados, podem ser visualizados estatisticamente com a aplicação do método de regressão por mínimos quadrados. Para tanto com o auxílio do diagrama de dispersão, do coeficiente de determinação R² e demais testes estatísticos os resultados alcançados corroboram para a validação do objetivo deste estudo que foi o de apresentar um estudo empírico-analítico acerca da estrutura de custos através da utilização do método de regressão por mínimos quadrados com base na análise das DCF das empresas brasileiras do segmento de siderurgia. 4.1 Estimativas das observações e estatísticas descritivas das variáveis A formação dos custos totais das empresas analisadas é composta por custos fixos e custos variáveis, em função do volume de produção realizado nos diferentes períodos. Coletados os dados das variáveis custo (C) e volume (V), isto possibilita descrever e compreender a projeção do nível de custos totais em função dos níveis de produção dos períodos analisados. Os resultados apresentados neste tópico foram obtidos a partir da Equação: Os valores amostrais observados depois de preenchidos os dados, evidenciam os resultados da aplicação do método de regressão por mínimos quadrados, aplicado neste estudo como teste estatístico para a hipótese de pesquisa. E como meio utilizado para inferir acerca dos resultados obtidos o uso do diagrama de dispersão, apresentado para cada empresa, serve como indicador da relação entre as variáveis quantitativas medidas para o número de observações efetuado. A Tabela 1 evidencia as principais características quanto à validação dos dados observados, tomando-se como referência valores trimestrais extraídos das DCF da

empresa Ferbasa, correspondentes a frequência de 12(doze) observações para o período entre o primeiro trimestre de 2009 ao terceiro trimestre de 2012. Observa-se no Painel A, que a variável V apresentou significância inferior ao nível de 5%, conforme p-valor da estatística t. De maneira que o R² Ajustado indica que 14% das variações no custo da empresa analisada são explicadas pelas variações no V. Tabela 1 Estimativas usando as 12 observações da empresa Ferbasa Painel A Variável Coeficiente Erro Padrão estatística-t p-valor C 18822,7 62845,2 0,300 0,77068 V 1,64169 0,99301 1,653 0,12929 Painel B Descrição Valor Descrição Valor R 2 0,136118 Teste F (Estatística) 0,272815 R 2 não ajustado 0,214653 Teste F (p-value) 0,768039 Schwarz 280,91 Teste de White (Estatística) 2,71085 Akaike 280,03 Teste de White (p-valor)* 0,25784 Jarque-Bera (estatística) 6,271 Durbin-Watson*** 1,243 Jarque-Bera (p-value)** 0,043 Número de observações 12 *erros-padrão estimados com correção para heterocedasticidade de White. **De acordo com o teorema do limite central o pressuposto da normalidade pode ser relaxado (BROOKS, 2002). ***Ausência de autocorrelação. Não-Rejeita a hipótese H 0. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012. Portanto, as evidências indicam que o volume, em valor total, representa uma informação relevante para estimar os custos de concorrentes, visto que apresentou relevância para explicar, em parte, a variação na estrutura do custo estimado. Ao comparar estes resultados com os evidenciados no Painel B, verifica-se que o R² nãoajustado mostrou-se mais representativo do que o R². O Gráfico 1, evidencia a relação entre as variáveis custo e volume da empresa Ferbasa, os valores observados seguem a equação linear usada neste estudo. Os resultados mostram a possibilidade de estimar custos futuros baseado na relação passada entre custos e níveis de atividade 15. 15 Maher (2001).

Gráfico 1 Dispersão dos dados obtidos da relação C x V (R$ Milhões) da empresa Ferbasa. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Em seus estudos Maher (2001, p. 401-402) destaca as evidências quanto à utilização de métodos estatísticos para se estimar os custos, as atividades mais alta e mais baixa e interpretar os resultados de forma eficaz. Neste sentido afirma que: Se as operações de uma companhia seguiram certo padrão de comportamento no passado e se a administração espera que aquele padrão seja seguido no futuro, pode ser possível estimar custos futuros com base na relação passada entres custos e níveis de atividade. É claro: se a relação alterar-se, há necessidade de que os custos estimados sejam adequadamente ajustados. Verifica-se no Quadro 1 que a média de 62828 reflete o valor de todas as observações, numa distribuição dos dados considerada aproximadamente simétrica, em função do valor próximo ao da mediana de 65397, sendo esta mais robusta como medida de localização e menos sensível aos valores muito maiores ou muito menores do que os restantes. O desvio padrão de 7954,7 implica na inferência de que há variação quanto à dispersão em relação à média, ou seja, ao valor esperado. Assim como a soma dos resíduos quadrados de 6,864 para a estimação da regressão, acaba amenizando alguns problemas provocados pela dispersão da distribuição. Quadro 2 Estatística descritiva das variáveis Desvio Número de Média Mediana Mínimo Máximo Padrão observações 62828 65397 41918 70394 7954,7 12 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012.

A Tabela 2 apresenta as principais características quanto à validação dos dados observados, tomando-se como referência valores trimestrais extraídos das DCF da empresa Gerdau, correspondentes a freqüência de 12(doze) observações para o período entre o primeiro trimestre de 2009 ao terceiro trimestre de 2012. Verifica-se no Painel A que, a regressão estimada apresentou significância estatística inferior ao nível de 1% com um p-valor da estatística de 0,01. Observa-se que a variável V apresentou significância superior ao nível de 2%, conforme p-valor da estatística t. Desse modo, o R² Ajustado indica que 40% das variações no custo da empresa analisada são explicadas pelas variações no V. Ao comparar esses resultados com os resultados da Tabela 1 é possível identificar que o modelo utilizado para o componente V (R² ajustado de 0,401) mostrou-se mais representativo do que o modelo aplicado no V (R² ajustado de 0,136). Tabela 2 Estimativas usando as 12 observações da empresa Gerdau Painel A Variável Coeficiente Erro Padrão estatística-t p-valor C 2,77917 1,47440 1,885 0,0888 V 956,204 330,225 2,896 0,0159 Painel B Descrição Valor Descrição Valor R 2 0,401673 Teste F (Estatística) 3,70314 R 2 não ajustado 0,456066 Teste F (p-value) 0,07270 Schwarz 365,587 Teste de White (Estatística) 1,57163 Akaike 364,617 Teste de White (p-valor)* 0,45575 Jarque-Bera (estatística) 0,05239 Durbin-Watson*** 0,48459 Jarque-Bera (p-value)** 0,97414 Número de observações 12 *erros-padrão estimados com correção para heterocedasticidade de White. **De acordo com o teorema do limite central o pressuposto da normalidade pode ser relaxado (BROOKS, 2002). ***Ausência de autocorrelação. Não-Rejeita a hipótese H 0. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012. Portanto, as evidências indicam que o volume, em valor total, representa uma informação relevante para estimar os custos de concorrentes, visto que apresentou relevância para explicar, em parte, a variação na estrutura do custo estimado. O Gráfico 2, evidencia a relação entre as variáveis custo e volume da empresa Gerdau, os valores observados seguem a equação linear usada neste estudo. Os resultados mostram a possibilidade de estimar custos futuros baseado na relação passada entre custos e níveis

de atividade 16. Gráfico 2 Dispersão dos dados obtidos da relação C x V (R$ Milhões) da empresa Gerdau. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. A redução de custos coloca a gestão estratégica como questão central, Souza (2005, p. 2) entende que redução de custos é identificar a forma de processá-la sem que a empresa reduza a sua capacidade competitiva; pelo contrário, que a aumente. Para tanto, tal redução não pode ser tratada como uma ação isolada e sim como parte da estratégia empresarial. O Quadro 3 apresenta a média de 4396,7, inferior ao constante no Quadro 2, reflete o valor de todas as observações, numa distribuição dos dados considerada aproximadamente simétrica, em função do valor próximo ao da mediana de 4729,0, sendo esta mais robusta como medida de localização e menos sensível aos valores muito maiores ou muito menores do que os restantes. O desvio padrão de 811,7 implica na inferência de que há variação quanto à dispersão em relação à média, ou seja, ao valor esperado. Assim como a soma dos resíduos quadrados de 6,863 para a estimação da regressão, acaba amenizando alguns problemas provocados pela dispersão da distribuição. Quadro 3 Estatística descritivas das variáveis Desvio Número de Média Mediana Mínimo Máximo Padrão observações 4396,7 4729,0 2539,0 5123,0 811,77 12 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012. 16 Ibid.

De acordo com Maher (2001. p, 398) um critério a ser considerado na escolha da quantidade de observações, depende da disponibilidade de dados e variabilidade desses [...] A idéia básica na estimação de custos é estimar a relação entre custos e variáveis que os afetam. Na visão de Gujarati (2005, p. 4) a análise de regressão consiste em um: Estudo da dependência de uma variável, a variável dependente, em relação a uma ou mais variáveis, as variáveis explicativas, como o objetivo de estimar e/ou prever a média (da população) ou o valor médio da dependente em termos de valores conhecidos ou fixos (em amostragem repetida) das explicativas. Evidencia-se na Tabela 3 as principais características quanto à validação dos dados observados, tomando-se como referência valores trimestrais extraídos das DCF da empresa Usiminas, correspondentes a freqüência de 12(doze) observações para o período entre o primeiro trimestre de 2008 ao terceiro trimestre de 2012. O Painel A apresenta a regressão estimada a significância estatística ao nível de 5% com um p-valor da estatística F de 0,05. Observa-se que a variável V apresentou significância superior ao nível de 2%, conforme p-valor da estatística t. Desse modo, o R² Ajustado indica que 40% das variações no custo da empresa analisada são explicadas pelas variações no V. Ao comparar esses resultados com os resultados da Tabela 2 é possível identificar que o modelo utilizado para o componente V (R² ajustado de 0,458) mostrou-se o mesmo que o modelo aplicado no V (R² ajustado de 0,458). Tabela 3 Estimativas usando as 12 observações da empresa Usiminas Painel A Variável Coeficiente Erro Padrão estatística-t p-valor C 1,39521 418724 3,332 0,00759 V 716,469 246,045 2,912 0,01551 Painel B Descrição Valor Descrição Valor R 2 0,404742 Teste F (Estatística) 0,67705 R 2 não ajustado 0,458857 Teste F (p-value) 0,53491 Schwarz 337,535 Teste de White (Estatística) 2,2778 Akaike 336,565 Teste de White (p-valor)* 0,3202 Jarque-Bera (estatística) 0,69169 Durbin-Watson*** 0,8582 Jarque-Bera (p-value)** 0,70762 Número de observações 12 *erros-padrão estimados com correção para heterocedasticidade de White. **De acordo com o teorema do limite central o pressuposto da normalidade pode ser relaxado (BROOKS, 2002). ***Ausência de autocorrelação. Não-Rejeita a hipótese H 0. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012.

Portanto, as evidências indicam que o volume, em valor total, representa uma informação relevante para estimar os custos de concorrentes, visto que apresentou relevância para explicar, em parte, a variação na estrutura do custo estimado, em relação à estrutura de custos apresentadas nos resultados dos concorrentes. O Gráfico 3, evidencia a relação entre as variáveis custo e volume da empresa Usiminas, os valores observados seguem a equação linear usada neste estudo. Os resultados mostram a possibilidade de estimar custos futuros baseado na relação passada entre custos e níveis de atividade 17. Gráfico 3 Dispersão dos dados obtidos da relação C x V (R$ Milhões) da empresa Usiminas Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Verifica-se no Quadro 4 que comparada com a média do Quadro 2, houve uma diminuição significativa, de modo que reflete o valor de todas as observações, numa distribuição dos dados considerada aproximadamente simétrica, em função do valor próximo ao da mediana de 1822,0. Sendo esta mais robusta como medida de localização e menos sensível aos valores muito maiores ou muito menores do que os restantes. O desvio padrão de 338,54 implica na inferência de que há variação quanto à dispersão em relação à média, ou seja, ao valor esperado em relação a variação custo/volume para os valores obtidos pela Ferbasa e Gerdau. Assim como a soma dos resíduos quadrados de 7,631 para a estimação da regressão, acaba amenizando alguns problemas provocados pela dispersão da distribuição. 17 Ibid.

Quadro 4 Estatística descritivas das variáveis Desvio Número de Média Mediana Mínimo Máximo Padrão observações 1670,7 1822,0 944,0 1953,00 338,54 12 Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012. À medida que se intensifica o crescimento ou não de uma empresa surgem argumentos direcionados a gestão estratégica, Costa (2011, p. 65) ressalta que [...] em relação à estratégica, os custos seriam bem mais facilmente explicados em termos de escolhas estruturais e das habilidades de execução que moldam a posição competitiva da empresa. A Tabela 4 evidencia as principais características quanto à validação dos dados observados, tomando-se como referência valores trimestrais das empresas Vicunha e SID Nacional 18, correspondentes a freqüência de 12(doze) observações para o período entre o primeiro trimestre de 2008 ao terceiro trimestre de 2012. Observa-se no Painel A, que a variável V apresentou significância ao nível de 2%, conforme p-valor da estatística t. De maneira que o R² Ajustado indica que 32% das variações no custo da empresa analisada são explicadas pelas variações no V. Tabela 4 Estimativas usando as 12 observações das empresas Vicunha e SID Nacional Painel A Variável Coeficiente Erro Padrão estatística-t p-valor C -1,17218 1,35552-0,865 0,40744 V 2912,49 1150,52 2,531 0,02980 Painel B Descrição Valor Descrição Valor R 2 0,329606 Teste F (Estatística) 1,32165 R 2 não ajustado 0,390551 Teste F (p-value) 0,31919 Schwarz 347,693 Teste de White 0,49990 (Estatística) Akaike 346,723 Teste de White (p-valor)* 0,77919 Jarque-Bera (estatística) 2,49904 Durbin-Watson*** 0,83726 Jarque-Bera (p-value)** 0,28664 Número de observações 12 *erros-padrão estimados com correção para heterocedasticidade de White. **De acordo com o teorema do limite central o pressuposto da normalidade pode ser relaxado (BROOKS, 2002). ***Ausência de autocorrelação. Não-Rejeita a hipótese H 0. Fonte: Elaborado pelas autoras, 2012. Portanto, as evidências indicam que o volume, em valor total, representa uma 18 Os resultados observados levam em consideração que as empresas Vicunha e Sid Nacional fazem parte do mesmo grupo econômico, de modo que os dados coletados e analisados são os mesmos para ambas.

informação relevante para estimar os custos de concorrentes, visto que apresentou relevância para explicar, em parte, a variação na estrutura do custo estimado. Ao comparar estes resultados com os evidenciados no Painel B, verifica-se que o R² nãoajustado mostrou-se mais representativo do que o R². O Gráfico 4, evidencia a relação entre as variáveis custo e volume das empresas Vicunhas e Sid Nacional, os valores observados seguem a equação linear usada neste estudo. Os resultados mostram a possibilidade de estimar custos futuros baseado na relação passada entre custos e níveis de atividade 19. Gráfico 4 Dispersão dos dados obtidos da relação C x V (R$ Milhões) das empresas Vicunha e Sid Nacional Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Os resultados apresentados no Quadro 5 evidenciam a validação das informações obtidas na análise descritiva das variáveis, como pode ser visto a média de 1173,4 reflete o valor de todas as observações, numa distribuição dos dados considerada aproximadamente simétrica, em função do valor próximo ao da mediana de 1199,5, sendo esta mais robusta como medida de localização e menos sensível aos valores muito maiores ou muito menores do que os restantes. Ao comparar com a média do Quadro 2, evidencia-se que houve significativa diminuição dos valores para as observações efetuadas, o que indica forte tendência diante do mercado competitivo. O desvio padrão de 110,5 implica na inferência de que há variação quanto à dispersão em relação à média, ou seja, ao valor esperado. De modo que esta informação é relevante ao nível de 19 Ibid.