ANAIS CLOSED-LOOP SUPPLY CHAIN REPENSANDO A MANEIRA COMO FAZEMOS AS COISAS

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Transcrição:

CLOSED-LOOP SUPPLY CHAIN REPENSANDO A MANEIRA COMO FAZEMOS AS COISAS RENÊ BERGEL ( renebergel@gmail.com, ppad@pucpr.br ) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ UBIRATÃ TORTATO ( ubirata.tortato@pucpr.br ) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ RESUMO O objetivo deste artigo é evidenciar como o uso do Closed-Loop Supply Chain (CLSC) pode proporcionar vantagens competitivas ao se adotarem práticas sustentáveis. Foi utilizada pesquisa bibliográfica para identificar o conceito CLSC e sua aplicabilidade às oportunidades de negócio. Também foram apresentados cases de sucesso. Palavras-chave: Closed-loop. Product lifecycle management. Supply chain. Sustainability. 1/16

1 INTRODUÇÃO Sustentabilidade é uma nova área da gestão ainda pouco entendida por muitos empresários, assim necessitamos conceituá-la a luz dos gestores, de forma diferenciada da apresentada pelos ambientalistas, objetivando dar ao gestor uma visão mais ampla da aplicabilidade prática da estratégia. Morin (1996) defende a Revolução Verde através de uma visão holística, multidisciplinar, complexa e extremamente específica que pode ser considerada como uma Nova Ciência entende que sustentabilidade é o equilíbrio entre diferentes dimensões das atividades humanas que impactam no meio ambiente, nas relações sociais e na economia influenciando para o bem ou para o mal, legado que vamos deixar para as futuras gerações. Estamos evidenciando a gênese de um novo tipo de ciência que exige aprofundamento em conhecimentos específicos voltados a várias disciplinas. O Pensamento Ecológico segundo Morin (1996, p. 1): A essência da consciência ecológica reside na reintegração do meio ambiente a nossa consciência e complexidade antroposocial a idéia da natureza reconhecida como o ecossistema da biosfera. Devemos entender cada disciplina especializada voltada ao controle do ecossistema, formada por constituintes físicos, biológicos e sociais dependentes. A ecologia é "um novo tipo de ciência" que, ao contrário do dogma atual que tem governado o desenvolvimento de disciplinas científicas, exige um conhecimento global competente centrado em diversos domínios da ciência. Estamos nos primórdios de uma nova era Eco-Sustentável, onde o lixo descartado passa a ser a nossa maior métrica, sustentabilidade tornou-se uma questão estratégica, um driver para a vantagem competitiva e uma exigência dos clientes. Dia-a-dia enfrentamos novos desafios industriais, tais como as mudanças ambientais (customização em massa, produto de curto lead time e rápido desenvolvimento, produtos de alta complexidade e de funções especificas), isto leva a uma crescente necessidade de colaboração inter-empresariais. Sob o aspecto da gestão da cadeia de suprimentos estendida, as informações ao longo do ciclo de vida do produto devem ser fechados em um fluxo contínuo, e é neste ambiente que entram os conceitos abordados neste artigo: Extended Producer Responsibility, Closed-Loop ou Economia Circular, Zero Waste ou Zero Resíduos, Life Cycle Analysis, Closed-Loop Product Lifecycle Management e Closed-Loop Supply Chain Management. As nossas discussões objetivam evidenciar como o uso do Closed-Loop Supply Chain Management proporciona vantagens competitivas através do emprego de práticas sustentáveis. O artigo apresenta vários figuras e esquemas que visam estabelecer uma estrutura mental voltada a estabelecer um melhor entendimento sobre os princípios que fundamentam a Economia Eco-Sustentável. 2 O PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Segundo Marconi e Lakatos (2000), vários gêneros de conhecimento são referidos na literatura, entre os quais destacam: o científico, o filosófico, o popular (ou do senso comum), o religioso (ou teológico), cada um está vinculado com as suas respectivas e peculiaridades específicas. Os propósitos deste artigo associam-se ao caráter distintivo concernente ao 2/16

conhecimento científico voltados a um melhor entendimento dos principais aspectos e dos drivers que sustentam a sustentabilidade. Segundo Köche (1997, p. 17): [...] o conhecimento científico surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para os problemas de ordem prática da vida diária, característica esta do conhecimento ordinário, mas do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas. Este artigo propõe o embasamento teórico necessário à concepção de um sistema ecologicamente sustentável, o método de pesquisa foi centrado em uma revisão teórica e documental que permitiu entender os princípios básicos que fundamentam a teoria da Economia Circular entendida na área da ciência logística como Closed Loop Supply Chain. Foi essencial para o estudo a distinção entre a Economia Linear e a Economia Circular e compreensão da evolução histórica do conceito do Closed Loop, para que passamos entender melhor os princípios básicos que governam o Design de Produtos Eco-sustentáveis, necessitamos entender as estruturas dos Ciclos Biológicos e Técnicos. Foram utilizados como fontes de informação: livros, artigos, normatizações e por ser uma nova ciência material específico disponibilizado na Internet, voltados à sustentabilidade. Conforme Demo (2000, p. 22) a pesquisa prática está "ligada à práxis, ou seja, à prática histórica em termos de conhecimento científico para fins explícitos de intervenção". Para Berto e Nakano (2000), as metodologias em pesquisa mais comumente desenvolvidas no gerenciamento das operações engenharia de produção, fundamentam-se no desenvolvimento teórico-conceitual tem por fim efetuar modelagens conceituais que resultam em novas teorias, também alcançadas, por meio de discussões conceituais da literatura ou de revisões bibliográficas. Deste modo, sob a óptica dessas abordagens, este artigo pode ser considerado como de característica teórico-conceitual, uma vez que apresenta uma modelagem histórica e estruturante dos procedimentos que conduzem a eficiência do Closed Loop Supply Chain. 3 CLOSED-LOOP SUPPLY CHAIN 3.1 A chave do sucesso no gerenciamento closed loop supply chain está no design ecosustentável do produto Respondendo aos crescentes problemas ambientais, vários países passaram a adotar regimes de Eco-responsabilidade, para o controle das empresas formulam leis conhecidas como "take-backs" (MCDONOUGH, 2007), que atribuem Responsabilidade Estendida ao Produtor (EPR - Extended Producer Responsibility), definida como uma abordagem política ambiental em que a responsabilidade do fornecedor de um produto é estendida para a fase do pós-consumo no ciclo de vida do produto (ROSSEM; TOJO; LINDHQVIST, 2006). A política de EPR é caracterizada primeiramente pela transferência de responsabilidades (física e/ou econômica; total ou parcial) a montante para o produtor, e em segundo lugar por meio do fornecimento de incentivos aos produtores, objetivando levar as considerações ambientais na concepção de seus produtos (OCDE, 2001). O EPR envolve e co-responsabiliza todos os atores da cadeia de suprimentos em 3/16

relação às características ambientais do produto e processos de produção e distribuição (takebacks), é neste ambiente que passa a existir a necessidade do conceito de Closed-Loop Supply Chain. O The American Heritage Dictionary (2000), conceitua Closed-Loop como um sistema de controle com um ciclo de feedback ativo. Entretanto, ao levarmos em conta a visão logística da criação de um circulo fechado que envolve todos os atores da cadeia de suprimentos o sistema denomina-se Closed-Loop Supply Chain (CLSC) definido como: Design, controle e operação de um sistema para maximizar a completa criação de valor ao longo do ciclo de vida de um produto com recuperação dinâmica de valor a partir de diferentes tipos e volumes dos retornos ao longo do ciclo de vida do produto (GUIDE; WASSENHOVE, 2009). Realizar o sincronismo de todos os atores na cadeia de suprimentos durante o ciclo de vida de um produto é uma tarefa complexa. Para que possamos entender melhor todos os aspectos envolvidos no Closed-Loop Supply Chain (CLSC), nós necessitamos compreender os princípios que fundamentam o processo de desenvolvimento do produto, a falta deste entendimento associa-se ao principal problema de gestão do CLSC, isto é o produto deve ser desenhado de tal forma que atenda as necessidades ambientais de recuperação de resíduos de todos os atores da cadeia de suprimentos. Evidenciamos que a maioria dos produtos atuais não possui um design ecológico, isto é, não foram desenvolvidos para ser reciclados. As nossas discussões objetivam analisar em profundidade os aspectos voltados ao desenvolvimento do produto correto que viabilize o desenvolvimento de uma Economia Circular o Closed-Loop Supply Chain (CLSC). Na seqüência o artigo apresenta os fundamentos que alicerçam a sustentabilidade para isto inicialmente necessitamos entender o modo de operação tradicional denominado Economia Linear, a seguir apresentamos a Economia Circular fundamentada no conceito do Zero Waste, compreendido através dos Ciclos Técnico e Biológico, esta metodologia fundamenta a origem do conceito de Closed-Loop. 4 COMO O CICLO DO PRODUTO SUSTENTÁVEL ESTÁ MUDANDO A ESTRATÉGIA DOS NEGÓCIOS 4.1 Economia Linear a mentalidade do Tome Utilize Jogue fora O arquiteto William McDonough e o químico Michael Braungart (2002), criadores do modelo Cradle-to-Cradle (C2C ou berço-a-berço), relatam que hoje nós vivemos na era do consumismo, onde o padrão norte americano de vida é tomado como referência, porém devemos entender que na nossa aldeia global existem recursos finitos que devem ser preservados ao máximo. A Figura 1 representa uma Cadeia de Suprimentos Tradicional que toma como base a Economia Linear. Figura 1 - Cadeia de suprimentos tradicional que toma como base a economia linear Fonte: o autor, 2012. 4/16

No nível global evidenciamos que estamos reciclando mais do que nunca, porém o estilo de vida está nos conduzindo a uma mentalidade do Tome Utilize e Descarte em inglês Take-Make-and-Dispose, estrutura geradora de grande volume de lixo em comparação ao pequeno volume bens e serviços úteis produzidos. Na Economia Linear, as matérias-primas ou recursos são transformados em produtos os quais após consumo são descartados. As características encontradas na Economia Linear provocam uma resposta negativa quando analisamos sob a luz da responsabilidade ambiental: consumir menos recursos renováveis, produzir menos resíduos industriais, reutilizar resíduos de reciclagem evitando o descarte. A Figura 2 apresenta um diagrama ecológico para que possamos entender melhor as características na visão ecológica da Economia Linear. Figura 2 - Modelo de economia linear Fonte: adaptado de MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002. McDonough e Braungart (2002) defendem que em alguns processos podemos ter uma economia de até 70% quando levamos em conta a recuperação de matéria-prima e energia (metais em geral principalmente alumínio), ao considerarmos o descarte do cliente final após o uso do produto a economia em material pode ser de até 30% (alumínio, PET, papel). Para o investidor lixo é igual a dinheiro, McDonough e Braungart (2002) informam que reciclamos somente 1 a 2% dos materiais de descarte, de tal modo que a palavra de ordem neste contexto é eco-eficiência, para isto devemos pensar em minimizar o lixo sanitário já na concepção do produto. Estamos no final da Revolução Pós-Industrial iniciada no pós-guerra 1945, hoje vivemos os primórdios de uma nova era denominada Eco-Sustentável (MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002), devemos aprender a fazer as coisas de forma diferenciada centrada na metodologia da Economia Circular (Closed Loop). 5/16

4.2 Economia circular: o modelo Cradle to Cradle resolvendo o paradoxo do crescimento e sustentabilidade Na década de 1970 surgem duas teorias semelhantes que fundamentam a Economia Circular, a natureza é tomada como referência principal e sustenta a criação de produtos que podem ser infinitamente reciclados, a primeira teoria leva em conta o Crescimento com Produtividade denominada Growth, form, and productivity (LYLE, 1994) a segunda leva em conta a Economia Regenerativa denominada Regenerative economy (STAHEL, 1970 apud MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002). Figura 3 - A forma do Crescimento com Produtividade The Growth, form, and productivity. Ao final dos anos 1970, John Tillman Lyle (1934-1998), professor de arquitetura da paisagem, desafiou alunos de graduação para imaginar uma comunidade na qual as atividades diárias fossem baseadas no valor de viver dentro dos limites de disponibilidade de recursos renováveis sem degradação ambiental, resultado deste desafio está expresso na Figura 3. Fonte: JOHN T. LYLE, 1994, p. 26. Figura 4 - Ciclo técnico e biológico, primeiro design da economia regenerativa A Figura 4 representação o primeiro design da Operação da Economia Regenerativa, o termo Regenerative Economy foi cunhado em 1970 por Walter R. Stahel um arquiteto suíço, consiste na criação de ciclos contínuos um biológico e o outro técnico. Fonte: MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002. William McDonough e seu colega, o químico alemão Michael Braungart (2002), reconhecem a semelhança ente as duas teorias desenvolvidas pelos arquitetos John Lyle e Walter Stahel, após trabalhos conjunto com estes dois cientistas, publicam o seu livro intitulado Cradle to Cradle Remaking the Way We Make Things (2002). Este livro é reconhecido pelos cientistas como o tratado mais relevante da humanização industrial, leva em conta um design ecologicamente inteligente, que fundamenta todo o conceito de Closed- Loop. 6/16

Para McDonough e Braungart (2002) o lixo em excesso está vinculado a um descuido na gestão do Ciclo de Vida do Produto quando este percorre a Cadeia de Suprimentos. Para um melhor entendimento deste conceito eles formulam uma nova estrutura denominada Cradle-to-Cradle design (C2C, ou do berço ao berço), conforme explicado no diagrama da Figura 5. Figura 5 - Economia circular fundamento do conceito cradle-to-cradle design Fonte: adaptado MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002. Os produtos industrializados atualmente não são projetados objetivando a segurança ambiental, o que dificulta o reaproveitamento dos recursos não renováveis, como conseqüência geramos danos ao ecossistema, suavizar o impacto é no máximo uma medida tapa-buracos. Conforme McDonough e Braungart (2002) os três princípios básicos que fundamentam o método Cradle to Cradle: 1. resíduos são alimentos (lixo = alimento): Na Economia Circular consideramos o lixo como alimento, ou seja, tudo serve como nutrientes e o ciclo se fecha: a) nutrientes biológicos são aqueles que podem ser descartados no meio ambiente (compostos orgânicos sujeitos a compostagem); b) nutrientes tecnológico são aqueles que não devem ser descartados, como plásticos ou metais, estes devem retornar para alimentar o seu próprio ciclo industrial; 2. utilize recursos energéticos renováveis: a energia solar é uma energia limpa que não irá comprometer o futuro dos nossos filhos, outras fontes como a energia da biomassa e geotérmica também fazem mérito; 3. celebre a diversidade: a partir de uma perspectiva holística, os designers devem celebrar a diversidade, projetando o produto para a maximização dos efeitos 7/16

positivos sobre o meio-ambiente (nicho) em que estão inseridos. 4.3 Reciclagem por si só não é a solução A reciclagem é marcada por uma série de desvantagens, muitas vezes é um processo complexo e muito poluente, principalmente quando os itens são substâncias tóxicas, estes não desaparecem na compostagem contaminando o solo, fornecendo um perigo potencial aos trabalhadores da indústria de reciclagem inviabilizando a reutilização do produto em um novo ciclo. O objetivo principal de um processo de reciclagem está na minimização da geração de resíduos, assim, devemos nos conscientizar sobre o uso racional dos recursos para isto devemos levar em consideração a sustentabilidade no longo prazo (MCDONOUGH; BRAUNGART, 2002). De acordo com Annie Leonard (2010) expert em matéria de desenvolvimento sustentável e saúde ambiental, reconhecida como criadora e narradora do documentário de animação The Story of Stuff (A história das coisas), defende que a reciclagem é a última coisa que devemos fazer. Em primeiro lugar vem reduzir, reutilizar e como ultimo recurso reciclamos. A reciclagem é admitir a derrota, é reconhecer que nós não somos inteligentes ou suficientes interessados nos processos de design sustentável (LEONARD; CONRAD, 2010). 4.4 Pensar de forma sustentável antes do lançamento do produto Case da Toyota Tsusho - a primeira Cadeia de Suprimentos Global de Bio-PET A Toyota Tsusho Corporation estruturou a primeira cadeia de suprimentos global que integrada, planeja industrializar o Politereftalato de etileno, ou PET a partir do Bio-etanol Brasileiro. A Figura 6 apresenta a cadeia de suprimentos a montante partindo da Toyota Tsusho, Nagoya City, Japão (ICIS, 2010). Figura 6 - Toyota Tsusho lança o primeiro Supply Chain Global para a Produção de Bio-PET ou Bio Plástico como matéria-sustentável Fonte: adaptado de ICIS - First global Bio-PET supply chain, 2010. 8/16

O primeiro Supply Chain global de Bio-PET, irá funcionar da seguinte maneira: a cana-de-açúcar e o etanol serão produzidos no Brasil, em seguida, o material segue para uma empresa em Taiwan, onde é processando para Bio Mono-etilenoglicol, outra indústria na Ásia irá produzir o Bio-Pet, o qual será comercializado para o Japão, Estados Unidos e Europa como matéria prima para a confecção de vários produtos entre vestuário, recursos automobilísticos e garrafas PET. Após o uso do produto pelo consumidor o material descartado contendo PET retorna para o sistema em Closed Loop, o material é recuperado e utilizado como matéria-prima resina PET (Politereftalato de etileno), o material descartado é reciclado para outra garrafa plástica ou algo de mesmo valor. 5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - O DESAFIO DA GERAÇÃO PRESENTE Inicialmente necessitamos entender alguns conceitos básicos vinculados com a gestão de um produto com características ecológicas. 5.1 O que é Sustentabilidade? Sustentabilidade significa coisas diferentes para pessoas diferentes, não existe uma definição universalmente aceita para o termo "sustentabilidade", mas a definição mais conhecida é a do Relatório da Comissão Brundtland de 1987 - United Nations Commision on Sustainable Development chefiadas por Dr. GroHarlem Bruntland. Sustentabilidade: Satisfazer as necessidades dos presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades (BRUNTLAND, 1987). 5.2 O Princípio do Zero Waste (Zero Resíduos) As companhias aéreas operam com uma máxima zero acidentes...bem, quase zero! O objetivo é zero. A meta é zero. Robin Murray (2002) em seu livro Zero Waste define o conceito do termo Zero Waste, Zero Resíduos ou Lixo Zero o termo é originário da indústria japonesa na Gestão da Qualidade Total conceito conhecido e difundido pelo Total Quality Management (TQM) metodologia influenciada por idéias, tais como defeitos zero. Este conceito foi transferido para a Economia Circular (Ciclos Técnicos e Biológicos). Zero Waste entendido como uma meta á ser almejada, isto é resíduos são inevitáveis porem, temos a obrigação de minimizá-los controlando o processo desde a concepção do produto envolvendo os processos logísticos na cadeia de suprimentos (LEONARD, 2010). Esta metodologia denominada Eco-design e engloba a responsabilidade da indústria, em projetar o produto de forma sustentável, assim o produto deve atender aos princípios de sustentabilidade os 3 Rs (Reutilizar, Reduzir e Reciclar), o estudo do produto engloba a visão holística da logística, isto é o produto é concebido para atender a Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos. 5.3 Compreendendo a hierarquia do tratamento dos Resíduos Thierry (1995) descreveu a Cadeia de Suprimentos Integrada, representando o serviço 9/16

de recuperação dos produtos, em oito operações de tratamento de resíduos definidas como: 1º Reuso direto, 2º Manutenção, 3º Renovação, 4º Remanufatura, 5º Canibalismo, 6º Reciclagem, 7º Incineração e 8º Deposição em aterro sanitário. A Figura 7 demonstra o esquema de funcionamento do Closed-Loop Supply Chain e explica a ordem de utilização dos modos de recuperação do lixo. Figura 7 - Esquema de funcionamento do Closed-Loop Supply Chain evidenciando a ordem de utilização dos resíduos e os modos de recuperação do Lixo Fonte: adaptado de THIERRY et al., 1995. 5.4 Entendendo os atributos avaliados em um produto sustentável através dos processos de certificação. Para que possamos entender a dimensão de um Produto Sustentável necessitamos conhecer as regras e métricas que o definem como tal, estas normas são específicas para cada produto e para cada segmento de negócio. (SUSTAINABLE PRODUCTS DEFINED & IDENTIFIED, 2011). A Consultoria MBDC - McDonough Braungart Design Chemistry (2011) criou uma metodologia de certificação a MBDC Cradle to Cradle Certification & C2C Certified Products", os prêmios são dados em quatro níveis: Básico, Prata, Ouro, Platina. Os critérios básicos de certificação de produtos MBDC são: 1. saúde material: identifica a composição química dos materiais que compõem o produto. O risco para cada material é avaliado com base em critérios e classificado 10/16

em uma escala de cores verde representa baixo risco, amarelo risco moderado são aceitáveis e podem continuar a ser utilizado e vermelho para materiais que têm alto risco e precisam ser eliminados. Cinza para materiais com dados incompletos; 2. reaproveitamento de material: direcionado aos aspectos de recuperação e reciclagem no final da vida útil do produto; 3. energia necessária para a produção: para o nível máximo de certificação deve ser baseada, em pelo menos, 50% em energia renovável, levando em conta a produção de todas as peças e subconjuntos; 4. água necessária para a produção: analisando o consumo e qualidade da água de descarga; 5. responsabilidade social: refere-se a práticas de trabalho corretas e éticas. O site Sustainable Products <sustainableproducts.com.> define com propriedade o real significado de um Produto Sustentável. 6 REPENSANDO A MANEIRA COMO FAZEMOS AS COISAS 6.1 Pensamento estruturado para o lançamento de novos novo produtos sustentáveis Gerenciando o Ciclo de Vida do Produto O Gerenciamento do Ciclo de Vida de um Produto é facilitado quando fazemos uso de um sistema específico denominado Product Lifecycle Management (PLM). Sistemas PLM visam acelerar a introdução de um novo produto no mercado auxiliando a empresa de maneira sistêmica e ágil, a reduzir o time-to-market, reduzem significativamente as atividades sem valor agregado, permitem a integração colaborativa entre as partes interessadas em tempo real, utiliza conjuntos de informações consistentes ao longo do ciclo de vida do produto (SIEMENS, 2011). Quando o PLM opera em circuito fechado ou Closed-Loop no qual leva em conta a visão logística denominamos o sistema de CLPLM - Closed-Loop Product Lifecycle Management (KIRITSIS, 2010). Os sistemas de PLM convergem para o design digital com a utilização dos programas específicos como: Computer-Aided Design (CAD), Computer-Aided Manufacturing (CAM), Computer-Aided Engineering (CAE), Product Data Management (PDM), na fase de desenvolvimento do produto estes programas facilitam a obtenção virtual do produto evitando gastos excessivos com modelo piloto ou testes de fabricação, conseqüentemente diminuem os custos e encurtam o tempo do projeto time to market (SIEMENS, 2011). O site PLM Technology Guide apresenta o ranking das empresas que operam com PLM Systems (PLM TECHNOLOGY GUIDE, 2011). O mapeamento da Figura 8 apresenta a visão ECO- Sustentável da inter-conectividade de dois Macros Processos, o PLM (Processo do Produto) com o ERP (Processamento do Pedido). 11/16

Figura - 8 Visão ECO-Sustentável - Processo do Produto & Processo do Pedido (PLM & ERP) Fonte: adaptado de SAAKSVUORI; IMMONEN (2004). O New Product Introduction (NPI) é o motor do PLM utilizado no desenvolvimento e/ou adequabilidade de produtos já existentes. O PLM está ligado à gestão do ciclo de vida do produto, da concepção a descontinuidade do produto. Chamamos a atenção que a integração destes dois processos PLM (Ciclo de Vida do Produto) e ERP (Ciclo do Pedido) resulta no Closed-Loop Supply Chain Management. Entre cada processo do PLM (Conceito / Planejamento / Desenvolvimento / Teste & Validação / Plano de Produção) evidenciamos sub-processos de validação (Phase-Gate ou Milestone) Técnica & Ecológica fundamentado no método Cradle to Cradle C2C. 6.2 Case: Samsung Eco-design A Samsung Electronics desenvolveu uma metodologia própria de Eco-design focada em atender todos os requisitos do Closed-Loop Product Lifecycle Management e Closed-Loop Supply Chain, esta metodologia conjugada minimiza o impacto do produto com o meio ambiente. A essência da Samsung está no design de produto sustentável centrada no desenvolvimento de um produto ecologicamente correto, para isto no desenvolvimento do produto levam em conta a análise do impacto ambiental, design, qualidade (produto/serviço) e preço. Em 2004 a Samsung desenvolveu um sistema próprio de Avaliação Eco-design baseado em dois processos o primeiro baseia-se na saúde do produto denominado Life Cycle 12/16

Assessment (LCA) o segundo processo leva em conta outros aspectos como Montagem / Desmontagem / Reciclagem / Serviço e Custos Design for (DfX). Definição de LCA & DfX: a) LCA significa Life Cycle Assessment significa Avaliação do Ciclo de Vida, também conhecido como Análise do Ciclo de Vida, Balanço Ecológico e C2C é uma técnica utilizada para avaliar os impactos ambientais associados a todas as fases da vida de um produto de cradle-to-grave (ou seja, do nascimento ao túmulo, desde a extração da matéria-prima através do processamento de materiais, fabricação, distribuição, utilização, reparação e manutenção, e eliminação ou reciclagem); b) DfX - significa Design for (DfA / D / R / S / C), onde Assembly DfA / Disassembly DfD/ Recycle DfR/ Service DfS / Cost DfC, é uma ferramenta utilizada para avaliar e facilitar a montagem, desmontagem, reciclagem, serviço e custo dos produtos. O motor de todo o processo está centrado no avaliação Eco-design, na fase de desenvolvimento do produto. A figura 9 esquematiza o processo de Eco-Design utilizado pela Samsung. Figura 9 - Processo de Eco-Design da Samsung Fonte: adaptado de Samsung - Sustainability Report, 2009. O processo de avaliação analisa o impacto multi-environmental causado por produtos 13/16

eletrônicos, analisados sob três aspectos: 1º Ambiental, inclui a eficiência dos recursos; 2º Periculosidade ambiental; 3º Eficiência Energética. Esta metodologia possibilita desenvolver produtos Eco-Sustentáveis que tem como resultado a Eficiência dos Recursos, a Eficiência Energética e baixo Risco Ambiental. Este trabalho deu origem ao Manual de Eco-design da Sansung que serve como guia básico para o estabelecimento de regras Ecológicas fundamentado no LCA & DfX e fundamentam todo o processo de desenvolvimento de produtos na Samsung. 7 CONCLUSÃO Colin Masson (2003) em seu livro The 2030 Spike Countdown to Global Catastrophe, informa A década de 2030 evidenciará uma notável e perigosa confluência dos acontecimentos mundiais e tendências um pico no gráfico do papel da vida que vão influenciar a humanidade para o bem ou para o mal. Combater os efeitos catastróficos exigirá uma ação urgente, de informação e de compreensão mais clara sobre o local onde estamos e para onde queremos ir (MASSON, 2003). Ao final deste estudo os autores evidenciam que as regras existentes no mundo Pós- Industrial, estão desatualizadas e comprometem a saúde da Aldeia Global, torna-se imprescindível que o empresário compreenda este momento e tome ações concretas na mudança deste destino, eles entendem que ainda temos uma chance de viver em um mundo Eco-Sustentável, vários indícios foram encontrados que nos levam a crer que podemos vislumbrar um mundo melhor. Entretanto necessitamos programar ações ecológicas de forma imediata, tendo atenção a projetos de média e longa duração. Os problemas relacionados ao meio-ambiente não podem esperar e exigem um esforço e um posicionamento conjunto e imediato de todos os empresários, governo, educadores e cidadãos. Precisamos reconhecer com urgência o que é Boa Prática, separando o que é realmente necessário para o momento, e eliminando a demagogia e as expectativas que não levam a resultados práticos. Durante este estudo os autores evidenciam a complexidade envolvida na gestão do Closed-Loop Supply Chain Management, os empresários precisam entender que o produto deve ter características ECO-Sustentáveis, assim os seus projetos de desenvolvimento de novos produtos devem ser validados pelas ferramentas LCA Life Cycle Assessment e DfX Design for (A/D/R/S/C), objetivando desenvolver um produto com características Eco- Sustentável que maximize a criação de valor ao longo do Ciclo de Vida de um Produto, para que isto ocorra é necessário a integração de dois sistemas a Gestão do Ciclo do Pedido (ERP) com a Gestão do Ciclo de Vida do Produto (PLM), a combinação destes processos resultam no Closed-Loop Supply Chain Management. A obrigação dos Designer e Engenheiros de Produtos é direcionar os esforços no sentido de gerenciar o conhecimento a favor da máxima fazer mais com menos, a fim de minimizar os danos ambientais e preservando a sustentabilidade do negócio, estas premissas não devem ser vistas como um movimento ambiental, mas como uma maneira diferenciada de pensar: uma filosofia de design. Repensar a maneira como fazemos as coisas de forma sustentável, é pensar em satisfazer as necessidades dos presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades (BRUNTLAND, 1987). 14/16

O empresário deve compreender que sustentabilidade está ligada a lucratividade e não o contrário, por este motivo o mesmo deve aprofundar os seus estudos no sentido de entender esta Revolução Pós-Industrial denominada Eco-Sustentável. REFERÊNCIAS BERTO, R. M. S.; NAKANO, D. N. A. Produção científica nos anais do encontro nacional de Engenharia de Produção: um levantamento de métodos e tipos de pesquisa. Revista Produção, v. 9, n. 2, p. 65-76, 2000. BRUNTLAND, G. Relatório da Comissão Brundtland de 1987 - United Nations Commision on Sustainable Development, 42/187. Report of the World Commission on Environment and Development. 1987. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/res/42/ares42-187.htm>. Acesso em: 7 jan. 2012. DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. DORNFELD, D. Green Issues in Manufacturing - Greening processes, systems and products. University of California, 2010. Laboratory for Manufacturing and Sustainability LMAS, 2010. Disponível em: <lma.berkeley.edu>. Acesso em: 16 dez. 2011. GUIDE, V.; DANIEL JUNIOR, R.; LUK, N. Van W. The Evolution of closed-loop supply chain research. Operations Research, v. 57, n. 1, p. 10-18, jan./feb., 2009. GUZMAN, D. First global Bio-PET supply chain. 20 de outubro de 2010) ICIS - Trusted market intelligence for the global chemical, energy and fertilizer industries. Disponível em: <http://www.icis.com/blogs/green-chemicals/2010/10/>. Acesso em: 9 jan. 2012. KIRITSIS D. Closed-loop PLM for intelligent products in the era of the internet of things. Computer-Aided Design, 2010. KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. LEONARD A. The Story of Stuff. Disponível em: <http://www.storyofstuff.org/moviesall/story-of-stuff/>. Acesso em: 17 dez. 2011 LEONARD, A.; CONRAD, A. The story of stuff. Free Press/Simon & Schuster, 2010. LUMNITZ, M. NPI and PLM So what is the difference between PLM process and NPI process? Is NPI part of PLM? 2008. Disponível em: <http://mikilumnitz.wordpress.com/tag/product-lifecycle-management/>. Acesso em: 24 dez. 2011. LYLE, J. T. Regenerative design for sustainable development. Ed. John Wiley & Sons, Inc., 1994. p. 26. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MASON, C. The 2030 Spike - Countdown to Global Catastrophe. Earthscan Publications Ltd, 2003. MCDONOUGH BRAUNGART DESIGN CHEMISTRY MBDC. MBDC Cradle to Cradle Certification & C2C Certified Products. Disponível em: <http://www.mbdc.com/>. Acesso em: 10 dez. 2011. MCDONOUGH, B. Individual producer responsibility helping to solve the e-waste problem and to encourage eco-design. Greenpeace International, 2007. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/international/global/international/planet- 2/report/2008/2/individual-producer-responsibility.pdf >. Acesso em: 6 jan. 2012. MCDONOUGH, W.; BRAUNGART, M. Cradle To cradle: remaking the way we make 15/16