O caminho para a agropecuária brasileira: maior produção com menos emissões

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Transcrição:

Perspectiva Imaflora Outubro 2015 Ed. 01 Vol. 01 O caminho para a agropecuária brasileira: maior produção com menos emissões Por: Marina Piatto, Mauricio Voivodic e Ciniro Costa Junior Resumo Para atender à demanda por produtos agropecuários até, estima-se que o Brasil precisará aumentar sua produção ao redor de 30%. Com planejamento do uso do solo e a adoção de práticas de baixas emissões e alto sequestro de carbono será possível mitigar 50% das emissões do setor agropecuário nos próximos 15 anos sem a necessidade de novos desmatamentos. Atualmente existem mais de 60 milhões de ha de pastagens degradadas que se utilizadas para expansão agrícola e intensificação sustentável da pecuária, podem atender à demanda produtiva e ao mesmo tempo reduzir as emissões de GEE. Para isto, será necessário disseminar tecnologias de produção mais eficientes (como a integração lavoura-pecuária-floresta, a recuperação de pastagens, a fixação biológica do nitrogênio e o plantio direto de grãos, por exemplo) por meio de parcerias público-privadas. Ao mesmo tempo, as políticas agropecuárias precisam dar suporte às cadeias produtivas de baixas emissões de GEE, o que resultaria em contribuição positiva de larga escala da agropecuária para o clima global. Desafios Reduzir 50% das emissões de GEE provenientes da agropecuária até, atendendo à demanda por alimentos e sem causar novos desmatamentos. 1

Recomendações para a mitigação das emissões GEE: A expansão agropecuária deve ocorrer em áreas de pastagens degradadas, evitando a perda de carbono do solo e a conversão de ecossistemas naturais; As práticas de baixas emissões de carbono deverão ser adotadas em grande escala, as medidas prioritárias são: a intensificação moderada da bovinocultura de corte, a ampliação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, a adoção sistemas de plantio direto e o uso de cultivares que realizam a fixação biológica do nitrogênio; É necessário que o Plano Safra e o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) adotem critérios de baixas emissões e alto sequestro de carbono para que o impacto positivo da agropecuária na mitigação das mudanças climáticas ganhe escala; Parcerias público-privadas devem fortalecer a extensão rural e a capacitação de produtores para que as tecnologias de baixas emissões de GEE cheguem ao campo. Estudos do Observatório do Clima têm apontado que o Brasil poderá emitir no máximo 1.000 Mt (um bilhão de toneladas) de CO 2 equivalente (CO 2 e) em para evitar que a temperatura da terra tenha um aumento maior do que 2ºC. Atualmente, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil são de aproximadamente 1.500 MtCO 2 e, onde as atividades agropecuárias são consideradas uma das principais fontes, contribuindo com aproximadamente 30% deste valor (MCTI, 2015; SEEG, 2014). Nesse contexto, é importante notar que o Brasil é um dos maiores produtores agropecuários do mundo e tem uma demanda crescente por alimentos, fibras e biocombustíveis nas próximas décadas (Brasil, 2013). Neste cenário existem oportunidades e riscos para a manutenção ou alteração do clima que dependem das práticas produtivas adotadas para responder ao crescimento da demanda. Se as técnicas de produção de baixas emissões e alto sequestro de carbono forem implementadas será possível tornar o balanço de carbono no sistema produtivo equilibrado ao ponto da agropecuária reduzir suas atuais emissões pela metade. Porém, se estas práticas não forem adotadas em larga escala nos próximos 15 anos, a contribuição deste setor para as emissões de GEE aumentará os riscos de um aquecimento global (IPCC, 2014; Observatório do Clima, 2015). Atualmente, o Brasil possui quase 30% de suas áreas de pastagens (ao redor de 60 milhões de ha) em algum estágio de degradação (SAE, 2014; Embrapa, 2011). Quando a degradação ocorre, a matéria orgânica do solo é decomposta liberando GEE. O Imaflora defende que a utilização das áreas de pastagens degradadas para expansão agropecuária e a adoção de boas práticas serão suficientes para atender à demanda prevista pelo MAPA. Como resultado destas projeções, o Imaflora calcula que é possível reduzir 50% das emissões de GEE atuais até e ainda evitar novos desmatamentos. 2

O potencial da agropecuária em reduzir as emissões de GEE Em 2013, a emissão de GEE pelo setor da agropecuária brasileira foi de 418 MtCO 2 e, o que corresponde a 27% das emissões nacionais (MCTI, 2013; SEEG, 2015), mas o montante sobe se consideramos o balanço de carbono do sistema produtivo (Tabela 1). A pecuária de corte é considerada uma das principais fontes de emissões deste setor, pois os animais ruminantes liberam GEE durante processo digestivo (fermentação entérica) e na decomposição de seus dejetos (SEEG, 2015). da com adicional de 75 milhões de cabeças de bovinos de corte, 10 milhões de cabeças de bovinos de leite e 14 milhões de cabeças de suínos, além de quase um bilhão de aves (Tabela 1). Visando resolver o crescimento do consumo e projetar variações nas emissões, foram simulados dois cenários: cenário BAU (business as usual) que considera que as práticas utilizadas atualmente se manterão no futuro e o cenário + que propõe a adoção de práticas de baixo carbono em escala e o uso das pastagens degradadas para expansão agrícola e florestal (metodologia descrita abaixo). O cálculo do balanço de carbono Este exercício considerou o balanço de carbono de um sistema produtivo, que mede as emissões causadas por solos degradados e o sequestro e carbono que ocorre em áreas bem manejadas. Os cálculos realizados no Inventário Nacional (MCTI, 2015) seguem as metodologias do IPCC e, portanto, não consideram o sequestro de carbono nem as emissões provenientes de solos degradados. Quando estes fatores foram incorpora- Conforme projeção do MAPA a área para cultivo das principais lavouras e florestas plantadas aumentará ao redor de 30% até para atender o crescimento do consumo. A demanda por carnes e leite deve ser supridos aos cálculos, as emissões da agropecuária passaram de 418 para 522 MtCO 2 e (25% maior do que os valores reportados atualmente). Esta diferença ocorre principalmente devido às grandes áreas de pastagens degradadas que existem no Brasil (cerca de 60 milhões de ha), nas quais a decomposição da matéria orgânica do solo gera grandes emissões de GEE. Os resultados mostram que se o cenário BAU for mantido, as emissões da agropecuária em crescerão 30% atingindo 670 MtCO 2 e. Esse incremento resulta principalmente do aumento no número de bovinos, do tamanho da área de pastagens degradadas e do uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos (Tabela 1), os quais agravam as emissões de GEE por fermentação entérica e solos agrícolas, respectivamente (MCTI, 2014; SEEG, 2014). A intensificação moderada da pecuária de corte foi considerada no cenário BAU (que passaria de 1,0 para 1,4 cabeças/ha), porém a tendência mostra que a área de pastagens em ótimas condições não iria aumentar e que a adoção do sistema de plantio direto continuaria em 50% da área total de grãos. Neste cenário, as pastagens degradadas continuariam a ser a maior fonte de emissões de GEE em (Tabela 1). É possível atender à demanda por alimentos prevista pelo MAPA e, ainda, reduzir as emissões de GEE do setor agropecuário em 50% até com o uso das pastagens degradadas para expansão agrícola e florestal e a adoção de boas práticas agropecuárias em larga escala. 3

Por outro lado, o cenário + considera o uso das pastagens degradadas para expansão agrícola e florestal (Figura 2) e a adoção de boas práticas agropecuárias em larga escala. Os resultados mostram que é possível atender à demanda prevista pelo MAPA e, ainda, reduzir as emissões do setor agropecuário em quase 50% até, emitindo 280 MtCO 2 e (Tabela 1; Figura 1). Neste cenário, ainda é possível destinar 16 milhões de ha para restauração florestal para o atendimento ao Código Florestal (Brasil, 2012) (Figura 2). Tabela 1. Emissão de gases de efeito estufa (GEE) pela agropecuária no Brasil em 2013 e sob dois cenários de uso do solo em (BAU e +) Emissões de GEE Emissões de GEE evitadas Emissão e remoção de GEE pelo C do solo Uso do Solo Dados de Atividade* Cenário Emissão de GEE Cenário Milhões Milhões de CO 2 e Emissões Diretas e Indiretas de CH 4 e N 2 O 2013 + 2013 BAU BAU + Animais (cabeças) Bovinos de Corte 189 265 265 268,1 376,4 376,4 Bovinos de Leite 23 33 33 50,6 72,2 72,2 Suínos 37 51 51 9,5 13,3 13,3 Aves 1100 2100 2100 9,9 18,9 18,9 Outros 35 35 35 15,4 15,4 15,4 Uso de Fertilizantes nitrogenados (t) 4 9 9 30,9 75,1 75,1 Arroz Irrigado (ha) 1,4 1,0 1,0 9,8 6,7 6,7 Queima de Resíduos Agrícolas (ha) 6 0 0 4,5 0,0 0,0 Outras Emissões - - - 19,4 38,0 38,0 Emissões Totais 418,0 615,9 615,9 Emissões Diretas e Indiretas de CH 4 e N 2 O Evitadas 2013 BAU + 2013 Fixação Biológica de Nitrogênio (t) - - 0,5 - - -4,5 Tratamento de Dejetos de Animais - Biodigestores (m 3 ) 4 4 8-2,6-2,6-5,1 Adoção Plantio Antecipado no Arroz Irrigado no RS (ha) 0,35 0,42 1,00-0,7-0,9-2,1 Redução da produção de CH 4 Entérico de Bovinos (Cabeças) - - 133 - - -11,1 Emissões Totais -3,3-3,4-22,9 Emissões e Remoções de CO 2 pelo solo 2013 BAU + 2013 Pastagens (ha) 190 180 144,5 BAU BAU + + Condição Estável 111 111 107 0,0 0,0 0,0 Degradada 60 50 1,0 240,0 200,0 4,0 Ótimas Condições 19 19 37-104,6-104,6-201,5 Integração Lavoura/Pecuária-Floresta 1,5 1,5 5-9,4-9,4-31,2 Florestas Plantadas 8 15 15-6,5-12,1-12,1 Lavouras (ha) 65 84 84 Sistema Plantio Convencional 32 42 25 47,3 61,7 36,7 Sistema Plantio Direto 32 42 59-59,2-77,1-108,3 Emissões Totais 107,8 58,5-312,4 Florestas e Outros Ecossitemas Naturais (ha)** 0 0 16 EMISSÃO de GEE TOTAL (MtCO 2 e) 522,5 671,0 280,7 Emissões de GEE calculadas de acordo com as diretrizes do Terceiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases do Efeito Estufa Relatórios de Referência da Coordenação Geral de Mudanças Globais de Clima, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI, 2015). Assumindo que: 1) a FBN reduz 25% da quantidade de nitrogênio aplicado em milho e feijão (~100 kg N ha-1); 2) A quantidade de dejetos tratados em biodigestores (MCTI, 2015) dobre em ; 3) O Rio Grande do Sul amplie o plantio antecipado do arroz irrigado em sua área total até, considerando que o Estado continue detendo 90% da área de arroz irrigado e que essa produção permaneça representando 60% da área de cultivo de arroz no Brasil (MCTI, 2015); 4) a quantidade de consumo de fertilizantes sintéticos nitrogenados dobra a cada 10 anos (SEEG, 2014) e 5) a recuperação de pastagens reduza a produção anual de CH 4 por metade dos bovinos de corte do país em 4kg por animal. Considerando que: 1) as emissões de GEE pelo solo de áreas de pastagens em Condição Estável sejam compensadas pela remoção; 2) em 2013 e no cenário BAU, a área de integração lavoura-pecuária-floresta continue sendo aproximadamente 1,5 milhão de ha (Balbino et al., 2011) e no cenário essa proporção passe a 5 milhões de ha; 4) em 2013 e no cenário BAU, 50% das áreas de lavouras continuam sendo cultivadas sob sistema plantio direto (Embrapa, 2010) e no cenário essa proporção passe a 70% de plantio direto. Valores de área de florestas plantadas referentes a dados do IBGE (2015) e projeções Ibá (2014). * Projeções de área agrícola e de número de cabeças de animais para utilizando-se os coeficientes de projeções do MAPA (Brasil, 2013) para a década de 2013/23 aplicada a década de 2020/30, exceto para cana-de-açúcar (Strassburg et al., 2014) e florestas plantadas (Ibá, 2014) - sem considerar aumento de produtividade. 4

1000 Emissões de GEE Emissão de GEE (MtCO 2 e) 800 600 400 200 0 522 671 281 Remoção de GEE Emissões de GEE Evitadas Balanço da emissão de GEE Total -200-400 2013 BAU + Figura 1. Emissão (valor positivo) e sequestro de carbono/remoção (valor negativo) de GEE pela agropecuária no Brasil em 2013 e sob os cenários BAU e +. Mapa do caminho As principais linhas de ação para alcançar o cenário + são (Figura 2): Uso dos 60 milhões ha de pastagens degradadas Expansão das Boas Práticas Agropecuárias Alocação de toda a expansão da área agrícola (19 milhões de ha) e de florestas plantadas (7 milhões de ha) em áreas de pastagens degradadas; Recuperação de 18 milhões de hectares de pastagens degradadas tornando-as pastagens em ótimas condições; Intensificação da pecuária de corte para comportar dois bovinos por hectare; Adoção do Sistema Plantio Direto em larga escala (75% da área de grãos); Redução do consumo de fertilizantes nitrogenados sintéticos e aumento do uso de variedades que promovam a fixação biológica de nitrogênio (FBN); Aumento da área de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) de 1,5 milhão (2015) para 5 milhões de hectares até ; Com a expansão agrícola e florestal prevista pelo MAPA, ainda resultam 16 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderão ser utilizadas para atender às exigências do Código Florestal. Melhoramento na qualidade das pastagens, suplementação animal, redução da idade de abate, entre outras técnicas que reduzam as emissões por fermentação entérica em bovinos de corte; Completa adoção do plantio antecipado de arroz irrigado; Aumento do uso de biodigestores para tratamento de dejetos animais. 5

200 Pastagem Lavoura Área (milhões de ha) 150 100 50 0 Degradada 2013 2013 Restauração de áreas degradadas Integração lavoura-pecuária-floresta Condição estável Ótimas condições Florestas plantadas Sistema Plantio Direto Sistema Plantio Convencional Figura 2. Cenário + para o uso do solo pela agropecuária no Brasil Nesse cenário de uso dos pastos degradados para produção e restauração, cerca de 90% da redução nas emissões se deverá ao sequestro de carbono no solo pela recuperação de pastagens degradadas, a ampliação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e adoção do SPD. Os 10% restantes serão provenientes do plantio direto de florestas comerciais e pelo uso de boas práticas agropecuárias em larga escala: fixação biológica de nitrogênio (FBN), adoção de biodigestores para tratamento de dejetos animais e a completa adoção do plantio antecipado do arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Tabela 1). Também contribui para a redução nas emissões de GEE a maior eficiência dos bovinos de corte que, devido à melhoria das condições das pastagens, poderiam ser abatidos mais jovens. De acordo com o MCTI (2015), bovinos jovens podem emitir de 16 a 43 kg de metano a menos que animais adultos (para macho e fêmea, respectivamente para esse estudo considerou-se apenas 4 kg de redução por animal adulto). Assim, nota-se que a manutenção do carbono no solo tem relevante papel na redução das emissões de GEE na agropecuária, onde o uso e a recuperação de pastagens degradadas é chave para se alcançar esse cenário em. Dinâmica do carbono no solo O carbono é o principal elemento da matéria orgânica do solo (cerca de 60%), responsável por estruturar o solo e disponibilizar nutrientes às plantas à medida que microrganismos a decompõem. A quantidade de carbono é regulada pelas taxas de decomposição e entrada de matéria orgânica (via raízes e folhas senescentes das plantas). No momento em que a pastagem entra em processo de degradação ou o solo é revolvido sob sistema de plantio convencional, a taxa de decomposição torna-se maior que a entrada de matéria orgânica, emitindo carbono em forma de GEE para atmosfera. Além disso, o solo pode perder a capacidade de suprir às necessidades nutricionais das plantas e diminuir sua produtividade (Bayer et al., 2006; Carvalho et al., 2010; Costa Junior, et al., 2013; Alves et al., 2008). Sob o ponto de vista produtivo, a degradação reduz a oferta de alimento ao animal, com isso poucos animais podem ser mantidos na mesma área e por períodos mais longos para que atinjam o peso de abate. Consequentemente, o aumento de produção nesse cenário requer áreas cada vez maiores e estimula novos desmatamentos. 6

O manejo adequado da pastagem aumenta a oferta de forragem ao animal, proporcionando maior produção de carne em menos tempo e menor área. Além disso, sob essa condição a taxa de entrada de carbono no solo tende a superar a de decomposição, acumulando carbono no balanço total do sistema (Maia et al., 2009). Os resultados podem ser potencializados com o uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, os quais harmonizam numa mesma área diferentes sistemas produtivos em consórcio, sucessão ou rotação. Os sistemas ILPF ainda otimizam o uso do solo e diversificam a produção e, por conseguinte, a qualidade da matéria orgânica adicionada ao solo, aumentando o acúmulo de carbono (Balbino et al., 2011). Barreiras a serem superadas Entre 2008 e 2010 o Governo Brasileiro estabeleceu compromissos de redução de emissões e criou políticas nacionais para tratar a questão climática, como o Plano Clima e a Política Nacional de Mudanças Climáticas. Essas iniciativas culminaram na elaboração de planos setoriais como meios de reduzir as emissões de GEE nacionais (BRASIL, 2008; 2010). No caso da agropecuária foi elaborado o Plano ABC, composto pelo Programa ABC, inserido no Plano Safra, como meio de crédito agrícola para adoção de práticas de baixas emissões de carbono (MAPA, 2012). Contudo, apenas 1,6% do orçamento do Plano Safra 2015/2016 foi destinado ao Programa ABC, dificultando o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões neste setor. Além disso, o programa ainda é desconhecido pelos agentes bancários, burocrático na obtenção do crédito e os juros não são atrativos se comparados a outras linhas de financiamento disponíveis. Esses fatores têm comprometido a adoção em larga escala das práticas de baixo carbono. (Observatório ABC, 2015; SEEG, 2015). Nesse sentido, o estabelecimento de um cenário ganha-ganha (de maior produção com menor emissão de GEE) poderá ser alcançado quando todas as políticas agropecuárias apoiarem práticas de baixas emissões de GEE, incentivando assim o setor privado a adotar massivamente de tecnologias de produção sustentável. Para dar escala ao impacto positivo da agropecuária nas emissões, é necessário que o Plano Safra e o Pronaf contemplem as práticas de baixas emissões em seu escopo. Adicionalmente, outros incentivos econômicos devem ser considerados como, por exemplo, tributos, incentivos fiscais, pagamentos por serviços ambientais e o desenvolvimento de um mercado de carbono nacional. Outra demanda do setor é o fortalecimento da extensão rural e programas de capacitação de produtores para que essas tecnologias cheguem ao campo e promovam retornos econômicos, além de benefícios ambientais. Existem exemplos de sucesso em que parcerias publico-privadas facilitam a disseminação de boas práticas agropecuárias e alcançam distintos perfis de produtores em diferentes regiões do país. Este conjunto de ações complementares pode dar escala a adoção de tais práticas e assim atingir metas robustas de redução de emissões (SEEG, 2015). 7

Conclusão Com a utilização das áreas de pastagens degradadas existentes atualmente no Brasil e a adoção de práticas de baixas emissões de carbono será possível suprir a demanda por produtos agropecuários e ainda reduzir as emissões de GEE do setor agropecuário em 50% até, sem realizar desmatamentos. A intensificação moderada da produção pecuária, a adoção do sistema de plantio direto e a implementação de sistemas de ILPF são fundamentais para atingir esse cenário. Contudo, se essas ações não forem implementa- das, apenas o setor da agropecuária emitirá 70% do volume previsto de emissão de GEE de todo o Brasil para (1.000 MtCO 2 e). Essa situação deve ser evitada, pois inviabiliza as emissões de outros setores da economia, como energia e indústria que também precisam crescer (SEEG, 2015). Avançar na coordenação entre os setores produtivos e as politicas agropecuárias permitirá que o Brasil proponha compromissos de redução de emissões consistentes e capazes de conduzir o país com um modelo de crescimento e gestão baseado em baixas emissões de GEE. Metodologia Demanda por alimentos, fibras e biocombustíveis: projeções para A demanda por produtos agropecuários em foi calculada utilizando-se as projeções de produção anual do MAPA para a década de 2013/23 dos principais grãos (soja, milho, algodão, arroz, feijão e trigo), carnes (bovina, suína e aves) e leite (vacas leiteiras) (MAPA, 2013). Para cana-de-açúcar e florestas plantadas foram utilizadas estimativas mais recentes (Strassburg et al., 2014; Ibá, 2014, respectivamente). Essas projeções foram correlacionadas ao rebanho e à área ocupada por essas culturas agrícolas e pastagens em 2013 para os cálculos de rebanho e área agrícola em. No entanto, para esse estudo não foi considerado o aumento de produtividade agropecuária, que certamente deverá ocorrer com os avanços tecnológicos. Estima-se que as culturas agrícolas utilizam atualmente área de 70 milhões de hectares (IBGE, 2015), das quais aproximadamente 50% são cultivadas sob o sistema de plantio direto (Embrapa, 2010). Com relação às áreas de pastagens - cerca de 190 milhões de hectares - 40% são consideradas em boas condições, mas não mais que 20% podem ser consideradas sob ótimas condições (SAE, 2014; Embrapa, 2011). Contudo, devido à inexistência de dados oficiais precisos sobre as condições das pastagens brasileiras, para a proposta desse estudo, segundo recomendações de especialistas do setor, assumiu-se que a área total de pastagem (190 milhões de ha) é dividida da seguinte forma: 110 milhões de hectares estão em Condições Estáveis (~1,0 bovino de corte/ha), 60 milhões de hectares encontram-se Degradadas (~0,3 bovino de corte/ha) e 20 milhões de ha estão em Ótimas condições (~4 bovinos de corte/ha). 8

Cenários de uso do solo para Para analisar a oportunidade que o setor agropecuário tem de aumentar sua produção e ao mesmo tempo reduzir as emissões de GEE até, foram analisados 2 cenários: BAU e +. O BAU se refere ao cenário tendencial, ou seja, considera-se que as práticas agropecuárias adotadas atualmente continuarão a ser utilizadas até, onde: 1) 40% da expansão da agropecuária se dará em áreas de pastagens degradadas e 60% em áreas nativas desmatadas; 2) o sistema de cultivo plantio direto (SPD) continuará a ocupar somente 50% da área plantada de grãos (Embrapa, 2010); 3) para suportar o crescimento do rebanho, as áreas de pastagens Degradadas e em Condições Estáveis remanescentes serão pressionadas para absorver o aumento da lotação de bovinos atual (~1/ha), sem aumento da área de pastagens em Ótimas Condições. Já no cenário + foi proposto que: 1) zero desmatamento de áreas nativas; 2) todo aumento de área agrícola previsto para se dará em áreas de pastagens degradadas; 3) haverá ampliação da adoção do SPD em 70% da área de lavouras; 4) áreas de pastagens Degradadas serão recuperadas (passarão para Ótimas Condições) e haverá a expansão de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILFP) para comportar o crescimento bovino; 5) haverá a adoção em larga escala de tecnologias e boas práticas agropecuárias como: fixação biológica de nitrogênio (milho e feijão), plantio antecipado do arroz irrigado e o uso de biodigestores para tratamento de dejetos de animais (MAPA, 2012; MCTI, 2014); 6) haverá restauração florestal para atender às exigências do Código Florestal (Brasil, 2012). Fatores de emissão e Balanço de Carbono As emissões de GEE em 2013 e dos cenários BAU e + foram calculadas de acordo com as diretrizes do Terceiro Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases do Efeito Estufa (MCTI, 2015), que tem como base os guias elaborados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, 1997; 2006). Os fatores de emissão e remoção (sequestro de carbono) utilizados nesse estudo foram baseados no MCTI (Inventário Nacional) e especialistas na área de clima e agropecuária, todas as referências estão descritas na Tabela 2 a seguir. Além das emissões calculadas no Inventário Nacional (MCTI, 2015), este estudo também considerou: 1) as emissões evitadas pela adoção de tecnologias e boas práticas agropecuárias citadas acima e 2) as emissões de remoções de GEE (CO 2 ) pelos solos agrícolas (através da variação da concentração do estoque de carbono do solo). 9

Tabela 2. Fatores de emissão e remoção de GEE pela atividade agropecuária no Brasil Emissões de GEE Emissões de GEE evitadas Emissão e remoção de GEE pelo C do solo (Estoque de C) Fatores de Emissão e Remoção de GEE Atividade tco 2 e Emissões Diretas e Indiretas de CH 4 e N 2 O * Animais (Milhões de cabeças) Bovinos de Corte 1,42 MCTI, 2015 Bovinos de Leite 2,20 MCTI, 2015 Suínos 0,26 MCTI, 2015 Aves 0,01 MCTI, 2015 Outros 0,44 MCTI, 2015 Uso de Fertilizantes nitrogenados (Milhões de t) 8,34 MCTI, 2015 Arroz Irrigado (Milhões de ha) 7,00 MCTI, 2015 Queima de Resíduos Agrícolas (Milhões de ha) 0,80 MCTI, 2015 Emissões Diretas e Indiretas de CH 4 e N 2 O Evitadas ** Fixação Biológica de Nitrogênio (Milhões de t) -8,34 MCTI, 2015 Tratamento de Dejetos de Animais - Biodigestores (Milhões de m 3 ) -0,64 MAPA, 2012 Adoção Plantio Antecipado no Arroz Irrigado no RS (Milhões de ha) -2,10 MCTI, 2015 Redução da emissão de CH 4 por fermentação entérica de bovinos (t CH 4 ) -0,02 MCTI, 2015 Emissões e Remoções de CO 2 - via Carbono no Solo Pastagens (Milhões de ha) Condição Estável 0,00 *** Degradada 4,00 Observatório ABC, 2013 Ótimas Condições -5,51 Bustamante et al., 2006 Integração Lavoura/Pecuária/Floresta -6,24 Carvalho et al., 2010 Florestas Plantadas -0,81 Lima et al., 2006 Lavouras (Milhões de ha) Sistema Plantio Convencional 1,47 Costa Junior et al., 2013 Sistema Plantio Direto -1,84 Bayer et al., 2006 * Calculado pela divisão das emissões de GEE totais pelo respectivo número de animais, área de cultivo e uso de fertilizante nitrogenado. ** Considerando que a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) evita a aplicação de fertilizante nitrogenado sintético, que emite direta e indiretamente 8,34 tco 2 e para cada tonelada de nitrogênio contido nesse tipo de fertilizante, considerando as proporções de uréia e outros fertilizantes nitrogenados utilizados atualmente no Brasil (Brasil, 2015); e que a recuperação e manejo de pastagens conduz a um rebanho mais jovem e eficiente que, consequentemente, emite menos CH 4 via fermentação entérica assumido nesse trabalho como sendo 4 kg CH 4 ao ano (1 kg de CH 4 = 0,02 t CO 2 e) para cada bovino de corte adulto (Brasil, 2015). ***Assumindo que as emissões de GEE pelo solo de pastagem em Condição Estável sejam compensadas pela remoção. 10

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