3. Metodologia. Desenho do estudo. População alvo. Amostragem. Desenvolvimento dos instrumentos de coleta a. Estudo transversal de base populacional.



Documentos relacionados
4. População de estudo

NOTA TÉCNICA. Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis

Prevalência e fatores associados ao tabagismo em jovens e adolescentes de Belo Horizonte

Notas técnicas. População de estudo


O CENSO 2010: BREVE APRESENTAÇÃO E RELEVÂNCIA PARA A GEOGRAFIA

26/4/2012. Inquéritos Populacionais Informações em Saúde. Dados de Inquéritos Populacionais. Principais Características. Principais Características

Consultando a população de sete capitais sobre meio ambiente e qualidade de vida Realização:

Experiência: VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

8. Atividade física. Introdução

Regiões Metropolitanas do Brasil

O que é a estatística?

Pesquisa Mensal de Emprego PME. Algumas das principais características dos Trabalhadores Domésticos vis a vis a População Ocupada

Saúde da mulher em idade fértil e de crianças com até 5 anos de idade dados da PNDS 2006

Pesquisa nas Favelas com Unidades de Polícia Pacificadora. da Cidade do Rio de Janeiro

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

ANS Longevidade - Custo ou Oportunidade. Modelos de Cuidados à Saúde do Idoso Rio de Janeiro/RJ 25/09/2014

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO

O retrato do comportamento sexual do brasileiro

Saúde do Idoso 1ª Pesquisa sobre a Saúde e Condições de Vida do Idoso na Cidade do Rio de Janeiro. Ano

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA

Pesquisa Mensal de Emprego

Utilização de Grandes Bases de Informação na Avaliação do Consumo Alimentar. Regina Mara Fisberg Profª Associada Depto de Nutrição - USP

Adultos Jovens no Trabalho em Micro e Pequenas Empresas e Política Pública

Atividade física. Sexo Capital Total n % IC 95%

PESQUISA MENSAL DE EMPREGO: PROCEDIMIENTOS PARA ANÁLISES DE CONSISTENCIA DA INFORMAÇÃO

CONHECIMENTO DE PROFESSORES ACERCA DO DESENVOLVIMENTO DE FALA E AÇÕES

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO

O desafio na produção de conhecimento a partir de inquérito de saúde de base populacional: a experiência da cidade de São Paulo

Apresentação. Introdução. Francine Leite. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

Técnicas e Instrumentos Utilizados na Pesquisa Científica Cavalcanti

Pnad: Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional

Pessoas com Deficiência nos Censos Demográficos Brasileiros

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RELATÓRIO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS-PIBID 2º SEMESTRE Bolsistas: Jaqueline Kovalechucki Ricardo Rossa

Acesso a Transferências de Renda de Programas Sociais

Maria Inês Gazzola Paulino

O PAPEL DO SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA NA REDE DE PROTEÇÃO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM SITUACAO DE RISCO PARA A VIOLENCIA NO HOSPITAL DE CLÍNICAS.

Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular. Edição n 05

Pesquisa Nacional de Saúde Módulo de Cobertura de Plano de Saúde Notas Técnicas

Memória de cálculo dos indicadores do Pacto de Atenção Básica 2004

Censo Demográfico : Educação: Resultados da Amostra

Pesquisa de Opinião Pública sobre radares Rio Grande do Sul - Out/2002

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Renda de Cidadania Secretaria Nacional de Assistência Social

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

4. Câncer no Estado do Paraná

01 REGIÃO METROPOLITANA 03 ENDEREÇO

Ministério da Saúde Gabinete do Ministro

4 Avaliação Econômica

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

Pesquisa Nacional de Saúde Módulo de Pessoas com Deficiências Notas Técnicas

9. Consumo de álcool. Introdução

Manual de Procedimentos Para Recrutamento e Seleção

Pesquisa Nacional de Saúde

Notas técnicas. Objetivo

3 Metodologia Tipo de pesquisa

SEGALLA 1, José G M, CAPRA 1, Rute M M, VENEZIANO 1, Claúdia L A, VENEZIANO 1, Donaldo B, ZULIANI 1, Selma A R, MAUAD 2, Lenira M Q

Registro Hospitalar de Câncer de São Paulo:

Seja certificado pelo CENP ou associado ao SINAPRO e tenha acesso a análises de audiência de TV

MS divulga retrato do comportamento sexual do brasileiro

Tópico: Plano e Estratégia. Controle interno e risco de auditoria

As ações estratégicas relacionadas com a implementação do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares - SIPD

na região metropolitana do Rio de Janeiro

METODOLOGIA DA PESQUISA CNI-IBOPE. 2ª Edição - Brasília 2010

PROCEDIMENTO OPERACIONAL AQUISIÇÃO / QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

1. OUTROS INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE

MÉTODOS QUANTITATIVOS EM MARKETING. Prof.: Otávio Figueiredo

TÍTULO: "SE TOCA MULHER" CONHECIMENTO DAS UNIVERSITÁRIAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

Melhor Prática vencedora: Monitoramento (Capital)

Barómetro APAV INTERCAMPUS Perceção da População Portuguesa sobre a Violência contra Crianças e Jovens Preparado para: Associação Portuguesa de Apoio

ACESSO E USO DE BASES PÚBLICAS DE DADOS SECUNDÁRIOS EM NUTRIÇÃO E SAÚDE: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2013

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 2342 PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA CONSULTOR POR PRODUTO

CECAD Consulta Extração Seleção de Informações do CADÚNICO. Caio Nakashima Março 2012

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

PROJETO DE PESQUISA SOBRE A UTILIZAÇÃO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM COMO APOIO AO ENSINO SUPERIOR EM IES DO ESTADO DE SÃO PAULO

Tópicos Abordados. Pesquisa de Mercado. Aula 1. Contextualização

Censo Demográfico 2010 Retratos do Brasil e do Piauí

c Taxas por milhão, ajustadas pela população padrão mundial, Câncer na Criança e no Adolescente no Brasil

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO. Em alusão ao Dia da Consciência Negra

Indicadores da Saúde no Ceará 2008

NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS ENFERMEIROS SOBRE A SAÚDE DO HOMEM NO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS-PB.

Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

Objetivos, ações e resultados do projeto Governança Cooperativa Elvira Cruvinel Ferreira Ventura

EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS. Definições Básicas. Definições Básicas. Definições Básicas. Introdução à Estatística. Dados: valores de variáveis observadas.

CÂNCER DE MAMA Complementar ao documento já disponibilizado em 2007: NEOPLASIAS 2006

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Reserva Extrativista Chico Mendes

IMPACTO DA MAMADEIRA NO COMPORTAMENTO VIDA ESTUDO TRANSVERSAL

Projeto da Rede Coletora de Esgoto Sanitário. Profª Gersina Nobre

INTRODUÇÃO (WHO, 2007)

2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfuro Cortantes. HOSPITAL...

ACIDENTE E INCIDENTE INVESTIGAÇÃO

VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS. Edinilsa Ramos de Souza CLAVES/ENSP/FIOCRUZ

Transcrição:

3. Metodologia Desenho do estudo Estudo transversal de base populacional. População alvo A população alvo da pesquisa foi representada por indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos no momento da pesquisa, residentes no Distrito Federal e nas seguintes capitais: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória. Amostragem O modelo de amostragem adotado para a pesquisa foi o de uma amostra autoponderada com dois estágios de seleção, sendo as unidades primárias os setores censitários; as unidades secundárias, os domicílios. Os setores censitários foram numerados em ordem crescente e do centro para a periferia, de acordo com a metodologia utilizada pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A seleção desses setores foi feita de forma sistemática, com probabilidade de seleção proporcional ao número de domicílios que os mesmos possuíam por ocasião do censo demográfico. Uma seleção sistemática foi também utilizada com relação aos domicílios dentro dos setores escolhidos. No Anexo A encontram-se descritos, em detalhes, os procedimentos e cálculos usados para definição da amostra. Desenvolvimento dos instrumentos de coleta a Como base para a elaboração dos instrumentos de coleta, foram revisados os questionários do Projeto Carmen, da Organização Mundial da Saúde/OPAS, WHO Standard Risk Factor Questionnaire 1, Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS-CDC) 2, Third Health and Nutrition Examination Survey (USDHHS) 3 e International Physical Activity Questionnaire Young and Middle-aged Adults (IPAQ) 4. Com o objetivo definir o elenco de informações essenciais e complementares a serem abordadas nos instrumentos de coleta de dados, foram realizadas três oficinas de trabalho envolvendo técnicos da Divisão de Epidemiologia da Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e especialistas nos temas específicos do estudo. Após esses encontros, elaborou-se uma primeira versão do questionário, posteriormente pré-testada em uma amostra de a Os modelos de questionários usados no estudo encontram-se em CD anexo. 35

conveniência, formada por pessoas com diferentes níveis de escolaridade. As reformulações procedentes com base no pré-teste foram executadas. Ao final, foram desenvolvidos cinco questionários: um questionário domiciliar, dois questionários individuais para adultos de 25 anos ou mais (Tipo A e Tipo B), e um individual, específico para jovens de 15 a 24 anos. Um quinto questionário, composição dos questionários tipo A e tipo B, substituiu estes últimos nas cidades em que o trabalho de campo foi realizado em 2003, exceto em Curitiba, que seguem o modelo anterior. Durante o processo de seleção da amostra garantiu-se uma probabilidade igual de seleção de domicílios em que os adultos responderam aos questionários tipo A e B. Sendo assim, nas cidades que adotaram estes dois modelos de questionário para adultos tipo A e tipo B, o estudo teve uma amostra total de adultos respondendo às perguntas centrais; metade da amostra respondendo às perguntas ampliadas sobre morbidade referida, sobre exames de detecção precoce de câncer e ao módulo sobre acidentes de trânsito (tipo A), e a outra metade respondendo às perguntas ampliadas sobre comportamentos de risco e ao módulo de violência familiar (tipo B). O questionário domiciliar é composto por perguntas sobre aspectos demográficos e sócio-econômicos. Os questionários individuais do tipo A e tipo B para adultos compõem-se de módulos sobre: situação e exposição ocupacional; exposição solar; atividade física; dieta; tabagismo em adultos; álcool; percepção de saúde e morbidade referida; pressão arterial; colesterol; diabetes; câncer; qualidade de vida e condição funcional; acidente de trânsito individual; exames para detecção de câncer de colo de útero e mama e uso de hormônios; violência doméstica. A diferença entre esses questionários está na estrutura dos módulos que podem estar presentes na forma completa ou reduzida, ou seja, existem perguntas centrais que são comuns aos dois tipos. No tipo A, além das perguntas centrais aos módulos referentes à morbidade referida e detecção precoce de câncer foram acrescidas perguntas específicas sobre o tema, mantendo-se os módulos de comportamentos de risco somente com as perguntas centrais com exceção do tabagismo, que entrou com o modelo ampliado. O módulo de acidentes de trânsito só aparece no tipo A. No tipo B, os módulos de morbidade referida foram mantidos apenas com as perguntas centrais e os módulos sobre comportamentos de risco foram ampliados com exceção do tabagismo, que entrou com o modelo reduzido. O módulo de violência familiar teve questionário exclusivo. No Quadro 3.1, encontra-se a relação de temas por tipo de questionário, assinalando-se os que foram ampliados. A estratégia de utilizar dois tipos de questionário foi adotada para Curitiba e cidades onde a coleta de dados ocorreu no ano 2002: Belém, Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Para as cidades em que o trabalho de campo foi realizado em 2003 Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Natal, Recife, São Paulo e Vitória elaborou-se um terceiro questionário para adultos, basicamente composto pelo questionário tipo B, a que se acrescentaram os módulos sobre acidentes de trânsito e o questionário sobre tabagismo no modelo ampliado. A estrutura do questionário individual para jovens (15 a 24 anos) é semelhante à do questionário individual para adultos, com os mesmos módulos, exceto hipertensão arterial, diabetes e colesterol e pela inclusão ou exclusão de perguntas a visando atender às especificações deste grupo etário, como por exemplo, as de experimentação ao tabagismo. 36

As estruturas dos tipos de questionários podem ser visualizadas no Quadro 3.1. Quadro 3.1. Estrutura dos tipos de instrumentos de coleta de dados individuais utilizados Módulo Tipo de questionário A B J Adulto Situação e exposição ocupacional A A A A Exposição solar R A A A Atividade física R A A A Dieta R A A A Tabagismo A R J A Álcool A A A A Percepção de saúde e morbidade referida A A J A Pressão arterial A R I R Colesterol A R I R Diabetes A R I R Câncer A A A A Qualidade de vida Condição funcional A A A A Exames para detecção de câncer de colo de útero e mama e uso de hormônios A R I R Violência doméstica I A A A Acidente de trânsito individual A I A A Nota: A=Módulo Ampliado R=Módulo Reduzido I=Módulo Inativo J=Módulo Especial para jovens Aspectos éticos Os procedimentos do estudo foram desenvolvidos de forma a proteger a privacidade dos indivíduos, garantindo a participação anônima e voluntária. Um consentimento informado, assinado pelo próprio ou, no caso de menor de 18 anos, por seu responsável, era uma exigência para a participação no estudo. Os critérios definidos pela Comissão de Ética do Instituto Nacional de Câncer e pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) foram seguidos. Trabalho de campo Para realização do Inquérito criou-se, em cada capital estudada, uma estrutura de recursos humanos composta por um coordenador, supervisores e entrevistadores, com o objetivo de garantir a qualidade das informações coletadas. 37

Os entrevistadores e supervisores foram selecionados em nível local, a partir de uma relação de profissionais que haviam prestado serviço de mesma natureza ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), participando do trabalho de campo em pesquisas domiciliares recentemente conduzidas. Na maior parte das cidades, contou-se com o apoio da equipe permanente do IBGE local na pré-seleção ou indicação daqueles profissionais que, ao realizarem trabalhos naquela instituição, tiveram um bom desempenho. Buscou-se, desta forma, absorver profissionais com experiência comprovada. Todas as equipes foram treinadas intensivamente, durante uma semana, pela equipe central. A primeira atividade realizada pela equipe de campo foi o cadastramento de todos os domicílios existentes nos setores selecionados de cada capital, classificando-os de acordo com a situação encontrada no momento da listagem (ocupado, fechado, vago, de uso ocasional e não-residencial). A partir desse cadastro, foram selecionados os domicílios a serem pesquisados, entrevistando-se, neles, todos os moradores com idade igual ou superior a 15 anos. Para realização das entrevistas, visitaram-se os domicílios selecionados e, após a assinatura dos termos de consentimento, o chefe do domicílio forneceu as informações necessárias ao preenchimento do questionário domiciliar, que continha a relação de moradores. Todos os moradores de 15 anos ou mais ali residentes foram contatados para a realização das entrevistas individuais. Banco de dados O aplicativo de entrada de dados do Inquérito foi desenvolvido em parceria com a Divisão de Informática do INCA, em linguagem Delphi com a utilização da plataforma de banco de dados ORACLE. Esta plataforma oferece segurança quanto à integridade dos dados e acessos, permitindo consultas e aplicações diversas. Para controlar a qualidade do trabalho, durante a entrada de dados no banco, foi utilizado o dígito verificador (DV) que consiste no somatório dos números das quadrículas assinaladas e/ou preenchidas de cada página dos questionários. O processo de digitação ocorreu simultaneamente à coleta de dados nas capitais. Esta estratégia facilitou a verificação das inconsistências encontradas durante a digitação. Controle de qualidade O controle de qualidade do trabalho de campo envolveu a verificação de ocorrência das entrevistas, a revisão de questionários preenchidos e a verificação da consistência da entrada de dados durante a digitação dos mesmos. Com objetivo de evitar fraudes e perdas, os supervisores retornaram a todos os domicílios com entrevistas a princípio não realizadas pelos entrevistadores devido ou à recusa dos que seriam inquiridos ou por se tratar de domicílios não-ocupados. Já em relação àqueles em que as entrevistas foram realizadas, procedeu-se à conferência da resposta de algumas variáveis chaves, em 30% do total visitado. 38

Os questionários preenchidos passaram por quatro revisões. A orientação da pesquisa era de que os próprios entrevistadores, logo após o término da entrevista, fizessem uma primeira revisão. Em seguida, os questionários eram revisados pelos supervisores. Uma vez considerados adequados quanto à qualidade dos registros, os mesmos eram encaminhados para uma equipe de críticos e codificadores locais, sendo sucessivamente encaminhados para o nível central. Em todas estas fases, identificados erros de preenchimento respostas em branco, inconsistências, etc. o entrevistado era contatado, por telefone ou pessoalmente, para nova coleta sobre as informações que apresentaram problemas. Como ferramenta auxiliar no controle de qualidade, durante a entrada de dados eram emitidos relatórios de inconsistências, posteriormente verificados através da revisão dos questionários ou re-entrevistas. Análise dos dados As características da população de estudo foram descritas tanto pela freqüência simples das variáveis quanto pela elaboração de indicadores compostos. Foram estimadas as prevalências pontuais e respectivos intervalos de confiança (α = 0,05) dos fatores de risco e agravos sob investigação, levando-se em consideração o efeito do desenho do estudo. Além disso, foram feitas análises estratificadas para distribuições de freqüências/ proporções destas características por sexo, faixa etária e escolaridade, para cada capital estudada. As fórmulas usadas para o cálculo dos erros de amostragem encontram-se no Anexo B. Referências bibliográficas 1 PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Promoting health in the Americas. Disponível em: <http://www.paho.org/english/hcp/hcn/ncd-surv-tools.htm>. Acesso em: 04 out 2004. 2 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Behavioral risk factor surveillance system survey questionnaire. Atlanta, Georgia, 2000. 3 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. National Center for Health Statistics. The Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III, 1988-1994): reference manuals and reports. Maryland, 1996. 4 INTERNATIONAL PHYSICAL ACTIVITY QUESTIONNAIRE. Disponível em: <http:// www.ipaq.ki.se/dloads/ipaq_short_last_7_self_adm-revised_8-23-02.pdf>. Acesso em: 04 out 2004. 39