SABERES, PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

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Transcrição:

SABERES, PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Jocelma Gadelha de Andrade (Autora) Universidade Federal de Campina Grande/UFCG Profº Dr José Amiraldo Alves da Silva (Co-autor) Universidade Federal de Campina Grande/UFCG Resumo O estudo investigou as dificuldades enfrentadas pelos professores no exercício da prática pedagógica com alunos que apresentam deficiência no ensino regular, buscando conhecer os procedimentos metodológicos desenvolvidos, considerando que os professores necessitam de formação especifica na área da educação especial. O locus da investigação foi a Escola Municipal Noel Alves de Oliveira e a sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE), localizados no Município de Vieirópolis-PB. O trabalho foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica e de campo do tipo descritiva, numa abordagem qualitativa. Na coleta de dados utilizou-se uma entrevista semiestruturada, aplicada com quatro docentes da Secretaria de Educação do referido Município. Os resultados da pesquisa revelaram que os docentes apresentam dificuldades no desenvolvimento da prática pedagógica, tendo em vista a falta de saberes específicos, de capacitação, formação inicial e continuada nesta área educacional, para lidar com alunos com deficiência no ensino regular. Palavras-chave: Formação Docente. Educação Especial. Prática Pedagógica.

1 Introdução O foco do estudo se constituiu em investigar a formação, os saberes e a experiência dos professores e sua contribuição para prática pedagógica na atuação com alunos que apresentam deficiência em salas de aula de ensino regular. Nesse sentido, surgiu o objetivo de ampliar o estudo sobre a inclusão escolar, colocando em pauta o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com deficiência, considerando suas diferenças culturais, ritmos e níveis de desenvolvimento. Buscou-se também analisar como se desenvolve a prática docente no processo de ensinoaprendizagem desses educandos, a fim de compreender as dificuldades que poderão encontrar no âmbito da sala de aula. Finalmente, se procurou identificar a formação e a experiência dos professores na área da Educação Inclusiva, enfatizando sua contribuição no processo educativo. Considerando a importância do assunto e sua repercussão no interior das escolas e fora dela, a investigação da temática teve como base teórica o pensamento de alguns autores que fazem uma abordagem do tema Educação Inclusiva do ponto de vista histórico, refletem em torno da docência e analisam a integração e a inclusão, tais como: Sampaio (2009), Nascimento (2007), Oliveira (2009) Marques (2001) Nóvoa (199 5), Mantoan (2006), Locatelli e Vagula (2009) Miranda e Galvão Filho (2012), entre outros. Em seguida, reflet iuse sobre a necessidade de se trabalhar a questão da inclusão nas escolas brasileiras com mais seriedade, considerando que as tais escolas têm sido marcadas, historicamente, pelo fracasso e a pela evasão escolar. Dessa maneira, o estudo foi estruturado retratando as concepções acerca da Educação Inclusiva com uma importante discussão sobre esta temática nas escolas de ensino regular, além de conhecer a experiência de professores nessa área educacional. O trabalho abordou também o contexto histórico da Educação Inclusiva, enfatizando os Princípios Constitucionais da Igualdade de Direito ao acesso e à permanência na Escola Básica, fazendo uma discussão teórica sobre a compreensão de alguns autores a respeito do processo de luta social pelos direitos humanos e pelo direito das pessoas com deficiência, incluindo as conquistas atuais e as políticas públicas no âmbito da formação de professores.

Outro foco do estudo foram os saberes e práticas da Educação Inclusiva como um novo olhar construtivo sobre a concepção dos professores em relação à inclusão e sua formação pedagógica. Descreve-se também o percurso metodológico trilhado na investigação, enfatizando a sua caracterização e discussão metodológica, os sujeitos, o universo e os instrumentais utilizados na investigação, visando oferecer sugestões para a compreensão do objeto de estudo, bem como para reconstrução e construção de novos conhecimentos. Além disso, se estabeleceu um diálogo entre a fala dos professores - sujeitos da pesquisa - e a teoria que fundamentou o trabalho, dando sentido teórico aos discursos sobre a prática educacional, desvelando importantes conhecimentos acerca da Educação Inclusiva, as quais serviram de subsidio à prática pedagógica com crianças que apresentam deficiência. Tais procedimentos permitiram uma transcrição integral e variada das vozes dos entrevistados para o processo de análise dos dados, possibilitando enriquecer as informações acerca dos seus argumentos, explicitando os resultados obtidos em relação ao problema de investigação. Por fim, nas conclusões fazem-se algumas reflexões sobre os resultados encontrados, em particular, sobre a questão da formação dos professores para Educação Inclusiva como um grande desafio, que deve envolver toda a sociedade, na busca de alternativas capazes de incluir a criança com deficiência nas escolas regulares, abrindo espaços para a construção de uma educação inclusiva democrática e de qualidade.

2 Procedimentos Metodológicos O estudo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica por ser um procedimento que implica na seleção, leitura e análise de textos relevantes sobre o estudo. Na concepção de Oliveira (2008 p, 69): A principal finalidade da pesquisa bibliográfica é levar o pesquisador (a) a entrar em contato direto com obras, artigos ou documentos que tratem do tema em estudo. O mais importante para quem faz opção por uma pesquisa bibliográfica é ter a certeza de que as fontes a serem pesquisadas já são reconhecidamente do domínio cientifico. Além disso, foi realizada uma pesquisa de campo buscando investigar como os professores do ensino regular estão mediando sua prática pedagógica com alunos que apresenta algum tipo deficiência. Para tanto, se definiu como objetivos: Analisar os saberes, práticas e experiências de professores no trabalho com a Educação Inclusiva; Identificar as concepções do professor sobre a Educação Inclusiva; Averiguar os cursos de preparação do professor para trabalhar com alunos com deficiência; Investigar as dificuldades enfrentadas pelos professores no exercício da prática pedagógica com alunos que apresentam deficiência em sala de aula; Identificar a experiência dos professores na área da Educação Inclusiva. Trata-se de uma pesquisa descritiva a qual teve como foco primordial a descrição das características da população ou fenômeno de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Para melhor esclarecimento deste tipo de pesquisa, Oliveira (2008, p. 68) argumenta que: [...] A pesquisa descritiva vai além do experimento: procura analisar fatos e/ou fenômenos, fazendo uma descrição detalhada da forma como se apresentam esses fatos e fenômenos, ou mais precisamente, é uma analise em profundidade da realidade pesquisada. A opção por uma abordagem qualitativa visa como principal fundamento a crença de que existe uma relação dinâmica entre a realidade do sujeito e o objeto de estudo, ou seja, uma interligação entre a objetividade e a subjetividade, que se expõe da influência de opiniões dos entrevistados, fazendo uma análise dos discursos que foram direcionados por temas na busca de informações adquiridas. Sobre a abordagem qualitativa, Oliveira (2008, p. 60) enfatiza que: A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como sendo um estudo detalhado de um determinado fato, objeto, grupo de pessoas ou ator social e fenômenos da realidade. Esse procedimento visa buscar informações fidedignas para se explicar em profundidade o significado e as características de cada contexto em que encontra

o objeto de pesquisa. Os dados podem ser obtidos através de uma pesquisa bibliográfica, entrevistas, questionários, planilhas e todo instrumento (técnica) que se faz necessário para obtenção de informações. Com este tipo de abordagem se buscou desenvolver um estudo detalhado acerca dos saberes, práticas e experiências do professor na Educação Inclusiva, além de discutir sobre aspectos que dificultam a prática do professor no processo de ensino com alunos que apresentam deficiência, conhecer a formação docente nesta área educacional e a metodologia desenvolvida em salas de aula do ensino regular. Os sujeitos da pesquisa foram constituídos por quatro professores, que para salvaguardar suas identidades foram denominados de: P1, P2, P3, P4. Os referidos docentes são concursados e lotados na Secretaria Municipal de Educação e constituído por características diferentes, sendo dois (02) professores da zona rural e dois (02) da zona urbana, de instituições públicas que possuem salas de aula compostas por alunos com deficiência, além da sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que ac olhe estudantes que tem alguma deficiência, fazendo-se, assim, a investigação com os professores das referidas turmas, buscando incorporar conhecimentos, teorias e práticas. Com essa investigação se buscou refletir sobre as dificuldades encontradas pelo professor no trabalho com a Educação Inclusiva, mediante suas práticas pedagógicas em sala de aula com alunos que apresentam alguma deficiência e o professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE), considerando que diante dessa realidade educacional, o educador desenvolve práticas, metodologias, e ações que estabelecem uma aprendizagem de sentidos e significados na sua experiência docente. Os professores foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada, como técnica para coleta de dados, permitindo informações para o alcance dos objetivos propostos neste trabalho monográfico. Sobre este tipo de entrevista Oliveira, (2008 p. 86) afirma que, a entrevista é um excelente instrumento de pesquisa por permitir a interação entre pesquisador (a) e entrevistado (a) e a obtenção de descrições detalhadas sobre o que se está pesquisando. Os instrumentos abordados não pretenderam trazer nenhum tipo de constrangimento para as pessoas investigadas, deixando-as livres para se expressarem e expor tranquilamente suas respostas. As entrevistas foram constituídas de temas previamente elaborados, contemplando os principais conteúdos temáticos das dimensões de análise, informações e esclarecimento de

itens que pudessem favorecer a compreensão da realidade estudada. Para tanto, foram apresentados oito temas de pesquisa que envolveu as políticas públicas, a instituição escolar, os saberes, práticas, experiências, formação docente e as dificuldades enfrentadas no trabalho com alunos com deficiência, no intuito de ampliar a visão de construção do conhecimento, compreender cada experiência vivida, como sendo movimentos onde a cognição, o afeto, o significado de incluir de fato e a inserção social possam, efetivamente, contribuir para o processo de aprendizagem. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra, mantendo a originalidade da fala dos sujeitos investigados para posterior análise do trabalho, utilizando trechos das falas dos professores em respostas às questões do formulário de entrevistas (ver Apêndice A), a fim de alcançar os objetivos, ou seja, questões importantes a serem conhecidas, de forma a facilitar a análise das experiências dos professores com alunos com deficiência em escola regular, bem como em sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE). A pesquisa de campo focalizou a identificação e a análise dos saberes, práticas e experiências do professor no trabalho com a Educação Inclusiva nas escolas investigadas, as quais fazem parte da Secretaria de Educação do Município de Vieirópolis-PB. A escola Noel Alves conta com uma estrutura de cinco salas de aulas, uma secretaria, 6 banheiros, uma sala de informática, uma cantina, uma dispensa e um galpão. Funciona em três turnos: pela manhã funciona o Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, a tarde o Fundamental II, do 6º ao 9º ano e, a noite funciona uma turma do primeiro segmento da Educação de Jovens e Adultos. Conta com um total de 180 discentes, 12 educadores, sendo 6 do Fundamental I, uma diretora e uma vice, dois guardas e um Supervisor Escolar. A sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE) funciona na Escola Municipal Agripino Fernandes das Chagas localizada na cidade de Vieirópolis. A sala tem estrutura física como rampas, banheiros adequados, sete salas de aula, biblioteca, sala de informática, conta com alguns recursos multifuncionais e matérias didáticos para trabalhar com alunos com deficiência. O corpo discente é composto por cinco sujeitos com diferentes deficiências: cadeirante, deficiência intelectual, auditiva e motora.

3 Resultados e Conclusão A inclusão dos alunos com deficiência em salas de aula do ensino regular é tarefa primordial que deve ser construída, dia após dia com a participação de todos os membros da sociedade, envolvidos num contexto social, cultural e econômico, que tem excluído alunos que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem. Por isso, é inegável a urgência de se pensar numa inclusão que atenda a diversidade inerente a espécie humana, que busque acolher as necessidades educativas especiais dos sujeitos-alunos em salas de aula comuns do sistema regular de ensino, de forma construtiva, a fim de promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Este estudo registrou inquietações pessoais acerca da concepção de educação inclusiva dos professores e, como tais concepções, devem ser trabalhadas no ensino regular com alunos com deficiência. Foram analisados também os saberes, as práticas e as experiências de professores no trabalho com a educação inclusiva, contando com a colaboração de quatro docentes que compartilharam com a investigação, na qual se constatou que as práticas pedagógicas, a formação docente e recursos didático-pedagógicos utilizados influenciam, decisivamente, na atuação com alunos com deficiência no ensino regular. Nas situações observadas ou relatadas nessa investigação referente à concepção de educação inclusiva, os educadores entrevistados têm uma definição semelhante sobre a inclusão de alunos nas salas de aula comuns, apontando que essa inclusão se dá pela não discriminação dos alunos; pelo trabalho com as diferenças em sala de aula, sem deixar que os alunos sejam excluídos; pelo estabelecimento do convívio social com os alunos ditos normais, como requisitos para se pensar e promover a acessibilidade; pelo desenvolvimento das capacidades e habilidades que o sujeito tem, para que, assim, se possam valorizar essas especificidades. Outro aspecto mencionado pelos entrevistados diz respeito à contribuição da formação dos professores para trabalhar com esses alunos, destacando que o docente deve estar preparado a ser um pesquisador de atividades que envolvam a inclusão em sala de aula e, assim, atender alunos com deficiência. Desse modo, percebeu-se que os professores anseiam por um processo de formação contínua, que possa desenvolver sua prática pedagógica a partir da autonomia docente, buscando estratégias que melhore o processo ensino-aprendizagem dos educandos.

Os dados demonstraram ainda que os entrevistados consideram relevante a discussão sobre as políticas públicas voltadas para a formação e capacitação de professores na área da educação inclusiva. Perceber-se em seus argumentos que as políticas públicas deixam lacunas por não oferecer capacitações para que os professores desenvolvam suas ações pedagógicas de forma construtiva. Vale ressaltar que a inclusão de alunos com deficiência em salas comuns de ensino regular depende não só das políticas públicas, da boa prática ou da formação do professor. Neste caso, a escola também tem papel fundamental para a aprendizagem sobre a inclusão, como fornecer materiais didáticos adaptados e cursos aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino para serem adaptadas ao currículo escola. Por isso, de acordo com a fala dos docentes, a formação inicial e continuada para trabalhar com alunos com deficiência na sala de aula comum, torna-se imprescindível diante da prática pedagógica com esses alunos, principalmente quando não se teve nenhuma capacitação ou preparação na área da educação inclusiva. A partir desses cursos, se podem buscar informação, conhecimento e preparação renovadora para saber lidar com esse tipo de aluno em sala de aula. Cabe registrar também que a formação na Universidade, no que concerne a fundamentação teórica, fica um pouco distante da realidade vivida no cotidiano da educação inclusiva. Além disso, os educadores ainda não alcançaram um nível de reflexão que possa transformar a prática em práxis, necessitando, ainda, da aquisição de habilidades e competências que possam ressignificar o fazer pedagógico, numa relação indissociável entre teoria e prática. De sorte que, é preciso, antes de tudo, estar preparado para saber lidar com as adversidades que a profissão impõe. Sabe-se que é um caminho árduo, porém o professor é quem deve mediar os caminhos das diferenças, intervindo de modo responsável em situações de conflitos. Pois, o aluno que não tem as mesmas condições que os demais alunos da sala, também têm habilidades para serem estimuladas e desenvolvidas. Por isso, considera-se fundamental que seja oferecida uma formação específica na área da educação inclusiva para os professores, além de um repensar da prática pedagógica na perspectiva de se construir ações coletivas dinâmicas e flexíveis, o que exige mudanças

significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Assim, faz-se necessário refletir sobre algumas recomendações visando à melhoria da atuação dos professores junto aos alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular: Melhor investimento das políticas públicas em cursos de formação e capacitações para os professores; Oferecer LIBRAS nos cursos de formação professores, além de docentes especializados nas escolas; Incluir nos currículos dos cursos de formação, conteúdos e metodologias de ensino para cada tipo de deficiência e as adaptações necessárias, bem como recursos didáticos disponíveis para os alunos e professores; Ampliar a estrutura física das instituições escolares permitindo a acessibilidade dos alunos com deficiência, principalmente, nas escolas afastadas das zonas urbanas; Coordenação e planejamento das ações dos professores junto com a equipe pedagógica, para que se possa refletir e fazer uma autoavaliação diante das atividades pedagógicas e das experiências vivenciadas no campo da Educação Inclusiva. Tais recomendações se justificam, tendo em vista, as preocupações e angústias que estes profissionais têm enfrentado no trabalho com alunos com deficiência ou com a inclusão escolar, procurando caminhos que possam superar essas dificuldades no sentido de aperfeiçoar sua prática pedagógica. Diante da prática pedagógica e da experiência, os docentes buscam uma reflexão pautada na perspectiva de satisfação, embora enfrentem muitas dificuldades com essa realidade, como a falta de recursos didáticos oferecidos na escola e a precária formação na área da educação inclusiva. Mesmo diante desses desafios, os educadores procuram desenvolver suas atividades pedagógicas com base na realidade de sua turma, buscando estratégias metodológicas através da pesquisa nessa área de atuação profissional. Vale ressaltar, também, que cada sujeito tem necessidades e deficiência específica, e, portanto, cabe aos professores responder, pedagogicamente, a essas necessidades, visando

garantir o acesso dos alunos em sala de aula, mantendo a relação social de interação com os demais, construindo um ensino aprendizagem com bons resultados. Dessa maneira, os processos formativos, os saberes e as experiências dos professores precisam estar voltados para o atendimento das complexas exigências do trabalho docente com alunos com deficiência. Este trabalho requer a ressignificação da prática docente nas salas de ensino regular, tendo em vista que o mundo é diverso e, por conta disso, os educadores precisam desenvolver novas habilidades e competências para lidar com todos os alunos, igualitariamente.

Referências LOCATELLI, Adriana Cristine Dias; VAGULA, Edilaine. Fundamentos da educação especial: história. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo: Moderna. 2006. (Cotidiano escolar: ação docente). MARQUES, Luciana Pacheco de. O professor de alunos com deficiência mental: concepções e prática pedagógica. Juiz de Fora: Editora da UFJF 2001. MIRANDA, Teresinha Guimarães; GALVÃO FILHO, Teófilo Alves (org.). O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA, 2012. NASCIMENTO, Antônio Dias; HETKOWSKI, Tânia Maria (org.) Memória e formação de professores. - Salvador: EDUFBA, 2007. NÓVOA, Antonio. Vida de Professores. (org.) 2. ed. Porto: Porto: Editora 1995. OLIVEIRA, Luiza de Fátima Medeiros de. Formação docente na escola inclusiva: diálogo como fio tecedor. Porto Alegre: Mediação, 2009. OLIVEIRA, Maria Marly de: Como fazer pesquisa qualitativa. 2. ed. Vozes, 2008. Petrópolis, RJ: SAMPAIO, Cristiane T. SAMPAIO Sônia Maria R. Educação inclusiva: o professor mediando para a vida. Salvador: EDUFBA, 2009.