Relatório de Actividades CONSELHO DE REGULADORES DO MIBEL

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Transcrição:

Relatório de Actividades CONSELHO DE REGULADORES DO MIBEL Presidência da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos Janeiro de 2010 - Junho de 2010 Julho 2010

ÍNDICE I. Introdução II. Actividades de regulação e supervisão II.1. II.2. II.3. II.4. II.5. III. IV. Estudo sobre o funcionamento do MIBEL Mecanismo conjunto de gestão a prazo da interligação Espanha-Portugal Mecanismo de troca de serviços sistema entre Operadores de Sistema Ibéricos Acompanhamento da criação do OMI Evolução dos mercados do MIBEL Conferência do Conselho de Reguladores Reuniões efectuadas V. Implementação do site MIBEL VI. Publicações Anexos 1

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I. Introdução O Conselho de Reguladores do MIBEL (Conselho) desenvolve, no quadro das competências que lhe estão atribuídas, um conjunto de actividades que importa divulgar de forma a permitir o acompanhamento por todos os intervenientes no MIBEL das suas iniciativas visando a construção e o aprofundamento do mercado da energia eléctrica no contexto ibérico. Constituído por representantes, por parte de Portugal, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e, por parte de Espanha, por representantes da Comissão Nacional de Energia (CNE) e da Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV), viu as suas atribuições enriquecidas na sequência da Revisão do Acordo de Santiago de Compostela ocorrida na Cimeira de Braga em Janeiro de 2008. Relativamente a este novo quadro de atribuições, importa sublinhar que sempre que um membro do Conselho seja consultado no âmbito das competências que lhe estão atribuídas pela legislação nacional aplicável, previamente à aprovação de qualquer proposta de lei ou regulamento que afecte o funcionamento do MIBEL, este deverá enviar essa proposta aos restantes membros do Conselho para conhecimento e eventuais comentários. O presente relatório respeita ao exercício da presidência do Conselho de Reguladores pela ERSE, que decorreu entre Janeiro e Junho de 2010. Em termos de estrutura, tem-se: Ponto II- descrição das principais actividades de regulação e supervisão; Ponto III- apontamento sobre a Conferência do Conselho de Reguladores do MIBEL; Ponto IV- sistematização das reuniões realizadas pelo Comité de Presidentes e pelo Comité Técnico; Ponto V- ponto de situação sobre a criação do site MIBEL; Ponto VI- publicações disponibilizadas neste período. Em Anexo inclui-se, para além das alterações às regras do OMIP/OMIClear que foram aprovadas e/ou comunicadas ao Conselho no período em análise, as principais alterações normativas com impacto na regulação do sector eléctrico, em geral, e no MIBEL em particular. 1

II. Actividades de regulação e supervisão Estudo sobre o Funcionamento do MIBEL Uma vez decorridos dez anos sobre os primeiros passos dados pelas Administrações de Portugal e de Espanha com o objectivo de partilharem um caminho comum de construção do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL), o Conselho de Reguladores do MIBEL, considerou que era importante desenvolver uma reflexão sobre o caminho percorrido e equacionar acções que conduzam ao seu fortalecimento. Para o efeito, decidiu promover a elaboração de um estudo de avaliação do funcionamento do MIBEL com o objectivo de disponibilizar a todos os interessados, uma análise sistematizada sobre as ações desenvolvidas e respectivos resultados, bem como identificar os desafios que se colocam ao MIBEL, como mercado único de electricidade para a Península Ibérica. O estudo propõe, ainda, um conjunto de recomendações aos Governos e propostas de iniciativas para execução por parte do próprio Conselho, apontando possíveis soluções a concretizar no actual contexto de funcionamento institucional consagrado no Acordo do MIBEL em vigor. Em termos de estrutura, o estudo é composto por duas partes com a seguinte organização: Parte I Descrição do Funcionamento do MIBEL Tem como objectivo a caracterização do percurso do MIBEL através de abordagem essencialmente analítica de forma a possibilitar um conhecimento da evolução verificada para melhor enquadrar e fundamentar a perspectiva estratégica do seu desenvolvimento e consolidação. Parte II Pontos de Reflexão e Recomendações sobre a Organização e o Modelo de Funcionamento do MIBEL Este estudo foi iniciado e desenvolvido durante o ano de 2009 e primeiro semestre de 2010. Enquanto a primeira parte do Estudo tem carácter público, encontrando-se disponível desde noviembre de 2009 nos sítios na Internet de cada uma das quatro entidades que integram o Conselho, a segunda parte tem como destinatários exclusivos os Governos de Portugal e de Espanha, aos quais foi remetida em Junho de 2010. Mecanismo de gestão a prazo da interligação Espanha Portugal A revisão do Acordo de Santiago de Compostela acordada na Cimeira de Braga em Janeiro de 2008, consagra no n.º 1 do artigo 8.º, a respeito da gestão económica da interligação entre Portugal e Espanha, que para a atribuição da capacidade de interligação entre os sistemas espanhol e português, quando existam congestionamentos, será aplicado um mecanismo combinado de separação de mercados e leilões explícitos ( ) e no número 2 do mesmo artigo As rendas 2

resultantes das restrições devidas a congestionamentos deverão ser aplicadas no reforço das interligações entre ambos os sistemas. O Conselho de Reguladores do MIBEL, elaborou uma nova proposta que remeteu aos Governos de Espanha e de Portugal, com o objectivo de encontrar uma nova metodologia conjunta, melhor adaptada ao contexto actual da gestão a prazo da interligação Espanha Portugal. Esta proposta foi enviada pelo Conselho de Reguladores do MIBEL aos Governos dos dois países em Junho de 2010. Mecanismo de troca de serviços de sistema entre Operadores de Sistema Ibéricos No âmbito do planeamento dos trabalhos a desenvolver durante a presidência da ERSE, foi decidido retomar o acompanhamento do road map sobre o plano de harmonização e integração dos serviços de sistema a nível ibérico, apresentado conjuntamente, em Julho de 2008, ao Conselho de Reguladores pelos operadores de sistema português, Rede Eléctrica Nacional (REN) e pelo seu homólogo espanhol, Rede Eléctrica de Espanha (REE). Com esse objectivo, em Abril de 2010, em resposta ao convite do Comité Técnico do MIBEL, os operadores de sistema efectuaram um ponto de situação dos trabalhos previstos no referido road-map, tendo o balanço e as perspectivas apresentadas, apontado para a possibilidade da harmonização e integração dos serviços de sistema poder ocorrer não só ao nível dos sistemas eléctricos português e espanhol mas, também, com o sistema eléctrico francês, no âmbito da Incitativa Regional do Sudoeste da Europa. Neste contexto, o Comité de Presidentes solicitou à REN e à REE o envio ao Conselho de Reguladores de um road-map actualizado com os novos desenvolvimentos verificados, de tal forma que, não pondo em causa o processo mais alargado, se possa assegurar que o MIBEL, enquanto espaço de uma maior integração entre sistemas eléctricos, possa prosseguir o caminho de harmonização e integração dos serviços de sistema a nível ibérico. O Comité de Presidentes decidiu convidar para a sua próxima reunião, a agendar durante a presidência da CMVM, os presidentes do Operador de Transporte português (REN) e do Operador de Transporte espanhol (REE) tendo em vista avaliar o desenvolvimento dos trabalhos. Acompanhamento da criação do OMI O Comité de Presidentes do Conselho de Reguladores do MIBEL manteve o acompanhamento da criação do OMI através de convites para a participação dos 3

Presidentes do OMIP e do OMEL nas suas reuniões de Dezembro de 2009 e de Fevereiro e Maio de 2010. Como notas mais significativas das apresentações efectuadas pelo OMIP e OMEL, sublinha-se o trabalho conjunto desenvolvido pelos dois operadores na perspectiva de criar condições para que a criação do OMI ocorresse no mais breve espaço de tempo. Evolução dos mercados do MIBEL Em todas as reuniões, com base nas apresentações da CNE e da CMVM, o Conselho de Reguladores analisou a evolução no mercado spot e a utilização da interligação Portugal-Espanha, bem como a evolução do mercado a prazo do MIBEL. III. Conferência do Conselho de Reguladores A ERSE apresentou, no âmbito do Plano de Actividades do Conselho durante a sua presidência, que ocorreu no primeiro semestre de 2010, uma proposta para a realização de uma conferência do Conselho de Reguladores. Neste contexto realizou-se em Lisboa, a 1 de Junho de 2010, na Fundação Calouste Gulbenkian a conferência do Conselho de Reguladores enquadrada pelo tema Os novos desafios do MIBEL. A conferência, que contou com a presença de mais de uma dezena de oradores e mais de uma centena de participantes, permitiu fazer um balanço dos três anos de funcionamento do mercado ibérico diário de electricidade e apontar os novos desafios para a consolidação do MIBEL, dando a palavra aos diversos intervenientes no mercado: operadores, empresas e consumidores. As intervenções realizadas na Conferência foram disponibilizadas nas páginas na Internet das quatro entidades reguladoras. IV. Reuniões efectuadas COMITÉ DE PRESIDENTES No período que decorreu entre Janeiro e Junho de 2010, o Comité de Presidentes reuniuse em duas sessões de trabalho respectivamente, nos dias 23 de Fevereiro e 31 de Maio de 2010. As agendas das reuniões do Comité de Presidentes tiveram como temas centrais: (i) a aprovação da Parte II Pontos de reflexão e recomendações sobre a organização e modelo de funcionamento do MIBEL ; (ii) a proposta de um novo Mecanismo conjunto sobre a gestão a prazo da interligação Espanha-Portugal, documentos enviados aos Governos dos dois países; (iii) continuação do acompanhamento do trabalho conjunto desenvolvido pelos dois operadores de Sistema Ibéricos (Rede Eléctrica Nacional e Rede Eléctrica de Espanha) e (iv) acompanhamento da evolução da criação do OMI. 4

COMITÉ TÉCNICO O Comité Técnico promoveu cinco sessões de trabalho, que decorreram, em 25 de Janeiro, 19 de Fevereiro, 15 de Março, 16 de Abril, 19 de Maio e 30 de Junho de 2010. Da actividade do Comité Técnico como órgão de suporte técnico ao Conselho de Reguladores, referem-se, no primeiro semestre de 2010, a preparação para decisão pelo Conselho das matérias anteriormente referidas no quadro das actividades de regulação e supervisão em que se incluem a finalização da Parte II do Estudo sobre o MIBEL, o apoio à realização da Conferência do Conselho de Reguladores, e a elaboração da proposta do Mecanismo conjunto de gestão a prazo da interligação Espanha-Portugal. Na sessão de 16 de Abril, a REE e REN fizeram uma apresentação conjunta sobre os avanços da implementação da Proposta conjunta da harmonização de mercados de serviços de sistema na Península Ibérica. As actividades do Comité Técnico, no que respeita à divulgação de informação sobre o MIBEL, tiveram como alvos principais (i) a disponibilização aos agentes de informação que lhes permita o acompanhamento do mercado, (ii) a implementação do site do MIBEL cujo ponto de situação é referido seguidamente. Na perspectiva normativa promoveu-se o acompanhamento das modificações que foram ocorrendo com impacto na regulação em geral e no MIBEL, em particular, bem como das alterações das regras do OMIP/OMIClear, que se encontram identificadas no Anexo deste Relatório. V. Implementação do site MIBEL A CNMV, que assumiu a responsabilidade pela gestão do projecto de implementação do site MIBEL, desenvolveu, durante o primeiro semestre o processo administrativo para lançamento do concurso público para escolha da empresa para desenvolvimento do site MIBEL, tendo o processo de escolha sido desenvolvido e terminado. De acordo com o previsto, o calendário para o lançamento do site MIBEL aponta para o início de Março de 2011. VI. Publicações No período a que reporta este relatório, a informação publicada respeita, designadamente, ao acompanhamento da evolução dos mercados a spot e a prazo do MIBEL, às edições do Relatório Mensal do Conselho de Reguladores do MIBEL, relativas aos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2010. A edição da Parte I do estudo do MIBEL sob título Descrição do Funcionamento do MIBEL, teve uma divulgação adicional à realizada em Novembro de 2009 através das páginas da Internet das quatro entidades, ao constituir-se como documentação de suporte da Conferência do Conselho de Reguladores anteriormente referida. 5

Anexos I- Listagem das regras OMP/OMIClear alteradas no período Janeiro Junho 2010 OMIP /OMIClear Regulamento da Negociação Circular OMIP 01/2006 Procedimentos de Gestão de Contas de Negociação Circular OMIP 05/2006 Operações Bilaterais Circular OMIP 01/2009 Preço de Referência de Negociação Aviso OMIP 03/2006 Comité de Preços Aviso OMIP 09/2006 Preçário Aviso OMIP 03/2007 Processo de Registo de Intermediário de Operações Bilaterais Aviso OMIP 03/2010 Preçário Cláusulas Contratuais Gerais Contratos de Futuros MIBEL SPEL Ponta Financeiros Cláusulas Contratuais Gerais Contratos de Futuros MIBEL SPEL Ponta Físicos Ficha Técnica Contratos de Futuros MIBEL SPEL Ponta Financeiros Ficha Técnica Contratos de Futuros MIBEL SPEL Ponta Físicos Circular OMIClear 13/2006 Procedimentos em Caso de Incumprimento de Compensação Aviso OMIClear 05/2006 Activos aceites como garantia e respectiva avaliação Aviso OMIClear 06/2006 Constituição de Garantias sob a Forma de Linha de Crédito Aviso OMIClear 07/2006 Procedimentos de Constituição e Liberação de Garantias Aviso OMIClear 01/2010 Preçário 6

II- Listagem das alterações legislativas com impacto na regulação em geral e no MIBEL em particular ESPANHA Real Decreto 134/2010, de 12 de Fevereiro, que estabelece o procedimento de resolução de restrições por garantia de abastecimento e modifica o Real Decreto 2019/1997, de 26 de Dezembro, que organiza e regula o mercado de produção de energia eléctrica (esta disposição foi, posteriormente, modificada pelo Real Decreto 1221/2010, de 1 de Outubro, já fora do semestre objecto do presente Relatório de Actividades) O objectivo deste real decreto é procurar, sem exceder os níveis máximos, a participação em mercado das centrais térmicas que consomem carvão nacional, para prevenir o colapso definitivo das minas de que procede este carvão e limitar a dependência de combustíveis fósseis importados. Real Decreto 198/2010, de 26 de Fevereiro, que procede à adaptação de determinadas disposições relativas ao sector eléctrico ao disposto na Lei 25/2009 que modificou diversas leis visando a sua adaptação à Lei sobre o livre acesso às actividades de serviços e seu exercício Este Real Decreto aprova as alterações normativas derivadas da transposição da Directiva 2006/123/CE relativa aos serviços no mercado interno da União Europeia. Em particular, simplificam-se alguns dos trâmites administrativos exigidos para exercer a actividade de produtor em regime especial ou de comercializador. O registo de comercializadores deixa de ser exigido e esta actividade deixa de estar submetida ao regime de autorização. Real Decreto-Lei 6/2010, de 9 de Abril, que consagra medidas para o impulso da recuperação económica e do emprego Este diploma que, dado o seu carácter de urgência, não foi submetido à CNE inclui, no âmbito do sector energético, medidas relevantes para a modernização do sector, como é o caso das empresas de serviços energéticos e do veículo eléctrico, procedendo também à introdução de medidas para facilitar o processo de titularização do deficit tarifário. Real Decreto 437/2010, de 9 de Abril, que consagra a regulação do processo de titularização do deficit do sistema eléctrico 7

Ordem ITC/1601/2010, de 11 de Junho, que regulamenta os leilões CESUR a que se refere a Ordem ITC/1659/2009, de 22 de Junho, no que respeita à determinação do custo estimado dos contratos grossistas para o cálculo da tarifa de último recurso Esta norma tem por objecto regular os leilões cujo preço resultante será utilizado como referência para a fixação da tarifa de último recurso (leilões CESUR). PORTUGAL Decreto-Lei n.º 23/2010 de 25 de Março, que transpõe a Directiva n.º 2004/8/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Fevereiro, relativa à promoção da cogeração com base na procura de calor útil no mercado interno da energia Este Decreto-Lei que transpõe para o direito nacional a Directiva n.º 2004/8/CE relativa à promoção da cogeração com base na procura de calor útil, estabelece o respectivo regime jurídico e remuneratório, no quadro dos instrumentos para a concretização dos objectivos constantes do Programa do XVIII Governo Constitucional no que se refere às políticas energéticas e de desenvolvimento sustentável. Decreto-Lei n.º 39/2010, 26 de Março de 2010, que regula a organização, o acesso e o exercício das actividades de mobilidade eléctrica e procede ao estabelecimento de uma rede piloto de mobilidade eléctrica e à regulação de incentivos à utilização de veículos eléctricos O presente decreto -lei visa três objectivos centrais: i) incentivar a aquisição e utilização de veículos eléctricos; ii) garantir que o carregamento de baterias de veículos eléctricos se realiza através de uma rede de carregamento integrada, de forma cómoda e eficaz; e iii) consagrar um regime de universalidade e equidade no acesso aos serviços de mobilidade eléctrica. Despacho ERSE n.º 7253/2010.publicado no D.R. n.º 80, Série II de 2010-04-26, que aprova as regras de facturação de energia reactiva, indutiva e capacitiva, relativas ao uso da rede de transporte e ao uso da rede de distribuição O presente despacho concretiza o consagrado no artigo 276.º do Regulamento de Relações Comerciais (RRC), que estabelece que as regras de facturação dos encargos de energia reactiva relativos ao uso da rede de transporte e distribuição são aprovadas pela ERSE, na sequência de apresentação de propostas dos operadores de rede. 8