O acesso à água e saneamento como direito humano. O papel das entidades gestoras
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1 O acesso à água e saneamento como direito humano O papel das entidades gestoras Álvaro Carvalho, David Alves Departamento de Estudos e Projetos da ERSAR ENEG 2013 Coimbra, 4 de dezembro de 2013
2 O acesso à água e saneamento como direito humano Plano: 1. Enquadramento 2. Acesso equitativo à água e ao saneamento em PT 3. Principais conclusões, oportunidades e riscos 4. Próximos passos: o papel do regulador 5. Próximos passos: o papel das entidades gestoras 6. Mais informação O papel das entidades gestoras
3 1. Enquadramento Noções base Critérios para identificar as boas práticas princípios da não-discriminação Participação Responsabilização relevância do impacte Sustentabilidade Disponibilidade qualidade/segurança Aceitabilidade acessibilidade física acessibilidade económica
4 1. Enquadramento Realização progressiva Ações afirmativas ou medidas especiais que garantam uma igualdade de facto O Direito Humano não pressupõe Água/saneamento gratuitos para todos Realização imediata Construção de instalações sanitárias que sejam responsabilidade dos utilizadores Abordagens holísticas, parcerias entre vários intervenientes Noções base Obrigação para os Estados de planearem realização
5 2. Acesso equitativo à água e ao saneamento em PT Âmbito do projeto Aplicação de uma ferramenta de avaliação da situação de Portugal no que respeita à equidade no acesso à água e ao saneamento (UNECE / Protocolo sobre Água e Saúde) Portugal foi um dos três projetos-piloto (+ Ucrânia e região de Île-de-France)
6 2. Acesso equitativo à água e ao saneamento em PT Objetivos do projeto Obter uma base de informação para autoavaliar o estado de implementação do acesso equitativo à água e ao saneamento em Portugal Estabelecer um processo permanente de autoavaliação Promover políticas e práticas para sustentar o princípio da realização progressiva do direito humano à água e saneamento Fomentar a discussão nacional sobre a temática e os próximos passos nesta matéria
7 2. Acesso equitativo à água e ao saneamento em PT Objetivos para alcançar o acesso equitativo S1 - Fortalecer os modelos de governação S2 - Reduzir as disparidades geográficas S3 - Garantir o acesso dos grupos vulneráveis e marginalizados S4 - Garantir a acessibilidade económica
8 3. Principais conclusões, oportunidades e riscos Boas práticas (ex.) Objetivos estratégicos para garantir a universalidade do acesso com política pública holística para o setor Orientação da política de investimentos para a redução das disparidades de preços Recomendações tarifárias para reduzir disparidades de preços e avaliação da necessidade de subsidiação com indicador de macroacessibilidade económica + tarifas sociais Subsídios disponíveis para adaptação de instalações domésticas a pessoas com necessidades físicas especiais e para apoio a famílias em necessidade económica (pagamento da fatura da água) Incentivo às EG para melhorar cobertura do serviço (benchmarking) Principais conclusões Mecanismo de mediação para tratamento das reclamações dos utilizadores
9 3. Principais conclusões, oportunidades e riscos Lacunas (ex.) Falta de integração das políticas (setor água, políticas sociais ) Falta de informação sobre recursos financeiros Principais conclusões Falta de informação sobre assuntos específicos (acesso populações ciganas, estabelecimentos públicos etc) Necessidade de melhorias na informação aos consumidores Necessidade de suporte prático para pessoas com necessidades especiais (alojamentos ilegais, nómadas, ciganos, sem-abrigo) Diferenças nos preços dos serviços e desigualdades entre regiões do País
10 3. Principais conclusões, oportunidades e riscos Elaboração de diagnóstico da situação portuguesa em termos de acesso equitativo à água e saneamento Recolha de contributos para a revisão do plano estratégico do setor Objetivos cumpridos Sensibilização do setor e sociedade para a importância do acesso equitativo Promoção do diálogo entre entidades de setores diversos encarregues da aplicação de políticas públicas (ambiente, social, direitos humanos)
11 3. Principais conclusões, oportunidades e riscos Oportunidades Reforçar a integração de critérios de equidade no acesso à água e saneamento no plano estratégico do setor e nos planos operacionais das entidades gestoras Melhorar o conhecimento e desenvolver ferramentas de avaliação e monitorização das políticas e iniciativas existentes e da evolução do País em termos de acesso equitativo à água e saneamento Obter mais e melhor informação sobre níveis de acesso e qualidade de serviço para grupos vulneráveis e marginalizados, investimentos e financiamento para resolver problemas de acesso
12 3. Principais conclusões, oportunidades e riscos Programa de ajustamento económico-financeiro do País / evolução da situação económico-social da população Entidade reguladora limitada na sua capacidade para cumprir devidamente as suas atribuições Instabilidade institucional que cria indefinição de responsabilidades sobre a implementação das diversas vertentes do direito humano Riscos
13 4. Próximos passos O papel do regulador Divulgação pública / mainstreaming da temática junto do setor e dos vários stakeholders (eventos etc) Elaboração de recomendação da ERSAR/IWA sobre implementação do direito humano à água e saneamento pelas entidades gestoras Estabelecimento de um diálogo informal multissetorial que envolva os intervenientes relevantes (entidades da administração pública, entidades gestoras, ONG) Sensibilização dos vários players para inclusão da temática em áreas exteriores ao setor dos serviços de águas (habitação, assistência social, justiça, imigração, minorias)
14 5. Próximos passos O papel das entidades gestoras Definição de níveis de serviço / planos operacionais (1/3): Ter procedimentos para garantir a continuidade do abastecimento de água e do saneamento das águas residuais em face de catástrofes naturais e outras situações extremas Estabelecer regras claras para as situações em que possam existir interrupções do serviço (por exemplo, interrupções por corte no abastecimento de água) Estabelecer regras claras relativamente a poluição derivada de fugas não controladas e definir níveis de qualidade para as descargas de águas residuais, prestando ainda apoio técnico Definir níveis adequados de pressão nas redes Planear a manutenção e reabilitação das infraestruturas existentes, nomeadamente estabelecendo planos de gestão patrimonial das infraestruturas
15 5. Próximos passos O papel das entidades gestoras Definição de níveis de serviço / planos operacionais (2/3): Aplicar estruturas tarifárias e mecanismos de subsidiação que garantam a acessibilidade económica para os utilizadores com menor capacidade económica (por exemplo, tarifas sociais) Criar mecanismos para melhorar o acesso aos serviços de grupos vulneráveis e/ou marginalizados da população Prestar informação clara e de fácil interpretação através de meios adequados sobre as condições de prestação dos serviços (nomeadamente identificação da entidade gestora, condições contratuais, tarifários, qualidade da água, qualidade dos serviços, atendimento e formas de contacto, entre outros) Organizar mecanismos expeditos para resolver os conflitos com os utilizadores, nomeadamente as reclamações apresentadas
16 5. Próximos passos O papel das entidades gestoras Definição de níveis de serviço / planos operacionais (3/3): Ter orientações claras sobre a utilização de soluções individuais ou coletivas para o abastecimento de água e para o saneamento de águas residuais (por exemplo fossas séticas) Prever o apoio de técnicos qualificados à implementação de soluções individuais ou coletivas adequadas, incluindo a sua manutenção Ter procedimentos claros relacionados com a remoção periódica de lamas de fossas séticas e seu transporte para um destino final adequado (por exemplo, para ETAR)
17 6. Mais informação Comissão Económica da ONU para a Europa (UNECE) Website da ERSAR Publicações:
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