GT 10 - EXPERIENCIAS DE LEITURAS EM ESPAÇOS ESCOLARES E NÃO ESCOLARES CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: A INSERÇÃO DA CRIANÇA NO MUNDO LITERÁRIO

Documentos relacionados
CONTAR UMA HISTÓRIA É DAR UM PRESENTE DE AMOR.

Contando e Recontando histórias na Educação Infantil...

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS E.M. Cléia Carmelo da Silva

CONTEÚDO OBJETIVOS ESTRATÉGIAS RECURSOS AVALIAÇÃO. - Roda de música. cantadas - Momentos

Trabalho apresentado na disciplina Psicologia da Educação III Prof. Dra. Luciene Tognetta. Jaqueline Freitas Naiara Massola Sara Chierici

PROJETO: SOU LETRANDO.

PROJETOS CRIATIVOS TURNO 2016

O TEXTO LITERÁRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA EXPERIÊNCIA COM PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA INTRODUÇÃO

PLANEJAMENTO 1º TRIMESTRE/2015

EDUCAÇÃO INFANTIL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

As descobertas da primeira infância

Colégio Valsassina. Modelo pedagógico do jardim de infância

HIPÓTESES DE ESCRITA: ATIVIDADES QUE DÃO CERTO E POTENCIALIZAM O APRENDIZADO DAS CRIANÇAS NA ALFABETIZAÇÃO.

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA INFÂNCIA. Palavras-chave: Leitura na infância. Prática docente. Estágio Supervisionado.

PLANEJAMENTO (LIVRO INFANTIL)

APRENDENDO E CRIANDO POSSIBILIDADES COM O GÊNERO TEXTUAL FÁBULA

02/05/14. Para início de Conversa. Tema 1 - A importância das Artes na Infância. Objetivos

PLANEJAMENTO (LIVRO INFANTIL)

Education and Cinema. Valeska Fortes de Oliveira * Fernanda Cielo **

- estabelecer um ambiente de relações interpessoais que possibilitem e potencializem

MUNICIPAL PROFESSOR LAÉRCIO FERNANDES NÍVEL DE ENSINO:

I A ADAPTAÇÃO. Equipe: Rose, Ilza e Bruna

Título: Viajando pelo Universo da Leitura Justificativa:

Vamos brincar de construir as nossas e outras histórias

A LEITURA DO PEQUENO PRÍNCIPE COMO INCENTIVO NA FORMAÇÃO DO LEITOR

Leitura e (re) contação de Lendas Folclóricas

PLANO DE CURSO DISCIPLINA:História ÁREA DE ENSINO: Fundamental I SÉRIE/ANO: 2 ANO DESCRITORES CONTEÚDOS SUGESTÕES DE PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A REESCRITA DE CONTOS COMO GATILHO PARA A ALFABETIZAÇÃO INICIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Escola Estadual Conselheiro Antônio Prado

Gilmara Teixeira Costa Professora da Educação Básica- Barra de São Miguel/PB )

A ARTE DE BRINCAR COMO MODO E PRÁTICA DE EDUCAR

Brincar é importante para as crianças? Por que? Brincadeira/ satisfação/ prazer : são termos de uma mesma equação? Sempre que a criança brinca, ela

Benefícios da Leitura

UM ESTUDO SOBRE AS FORMAS GEOMÉTRICAS EM NOSSO COTIDIANO. Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais

PLANO DE AÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO MATERIAL ESCOLAR 2017 Baby visto Márcia/CPS. Unidade de Aprendizagem

AULA 1. Rodrigo Machado Merli Diretor Escolar da PMSP Pedagogo Didática de Ensino Superior PUC/SP Estudante de Direito

PROJETO DO 3º BIMESTRE PROJETO ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E ESTAÇÕES DO ANO

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR

Curso Técnico Subsequente em Materiais Didáticos Bilíngue (Libras/Português) MATRIZ CURRICULAR. Móduloe 1 Carga horária total: 400h

Planificações 1º PERÍODO - 3/4 anos Educação Pré-escolar Ano lectivo 2016/2017

PROJETO: BRINCANDO DE FAZ DE CONTA: VIVÊNCIAS DE HISTÓRIAS INFANTIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA

VALORIZAÇÃO DO HÁBITO DE LEITURA COMO INSTRUMENTO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Sala de Leitura Parceira Escola Estadual João XXIII

PLANEJAMENTO (LIVRO INFANTIL)

PROGRAMA QPP - QUALIDADE NA PRÁTICA PEDAGÓGICA LIVROS NAS CRECHES

PLANEJAMENTO Julho. Professor (a): Janete Neusa Perin NOME DO LIVRO: Objetivo geral:

Formador Escolar: acompanhamento do uso coletivo do material Trilhas

PROJETO PEDAGÓGICO 1

Ler além da sala de aula. Prof.ª Marcia Regina Malfatti Pedro Emeief Carlos Drummond de Andrade

COLÉGIO NOSSA SENHORA DA SOLEDADE

PAINEL O Jovem não gosta de ler ou não foi seduzido para a leitura de literatura? Instituto Pro Livro

CRITÉRIOS/INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO 1ºCICLO

Eixos/temas Noções / Conceitos Competências e Habilidades UNIDADE 1 SOU UM SER HUMANO COM NOME E IDENTIDADE UNIDADE 2 EU VIVO UNIDADE 3 MEU CORPO

O Maior Tesouro da Humanidade

GUIA PEDAGÓGICO PARA OS PAIS Maternal I

MÚSICA COMO INSTRUMENTO PSICOPEDAGÓGICO PARA INTERVENÇÃO COGNITIVA. Fabiano Silva Cruz Educador Musical/ Psicopedagogo

ENSINO FUNDAMENTAL OBJETIVOS GERAIS. Linguagem Oral e Escrita. Matemática OBJETIVOS E CONTEÚDOS

LETRAS E IMAGENS: BRINCANDO COM AS PALAVRAS POR MEIO DA LITERATURA INFANTIL 1 LETRAS E IMAGENS: INSERINDO AS CRIANÇAS NO MUNDO LETRADO

Projeto TRILHAS Evento de Lançamento

PROJETOS CRIATIVOS TURNO 2016

UNIDADE DE ESTUDO - 3ª ETAPA

5. Desenvolver a capacidade de saber ouvir e recontar histórias.

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS COMO FACILITADORES DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

ARTE E COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO JUNTO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Língua Portuguesa (contemplando os 4 eixos: Leitura; Produção de textos; Oralidade; Análise Linguística.

Benefícios da leitura

LER PARA CRESCER APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA:

A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA ESCOLAR PARA ALUNOS COM DEFICIENCIA VISUAL: o papel da Cartografia Tátil

Projeto: Brincando Eu também Aprendo.

Grupo de pesquisa: CIEI Cultura, infância e educação infantil

CURSO: ARTE EM AÇÃO - LITERATURA

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Atividades Pedagógicas. Maternal III

LEITURA E ESCRITA COM ÊNFASE NA PRODUÇÃO DE CORDEL DO REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA ESTADUAL JOÃO TOMÁS NETO

senhor texugo e dona raposa a confusão

ANEXO I UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE UNIVILLE COLÉGIO DA UNIVILLE PLANEJAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

ANEXO I UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE UNIVILLE COLÉGIO DA UNIVILLE PLANEJAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

COMO ELABORAR O BRIEFING DO CLIENTE

CRITÉRIOS/INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO 1ºCICLO

ANÁLISE SOBRE A VISÃO DE CORPO DOS PEDAGOGOS DE CAMBORIÚ Célia Cristina Carvalho Libanio 1 ; Leisi Fernanda Moya 2 RESUMO

PLANO DE USO DE MATERIAIS: INFANTIL I (03 ANOS) 2017

JOGOS TEATRAIS COMO ESTÍMULO A LEITURA LITERÁRIA: RELATO DAS VIVÊNCIAS DO PIBID COM A OBRA ROMEU & JULIETA

A importância de recomendar a leitura para crianças de 0 a 6 anos

A Interface da Produção Textual Lúdica na Arte. Andréa Diogo Universidade Federal de Uberlândia. Relato de Experiência

DESCOBRINDO O PRAZER PELA LEITURA: O INCENTIVO A PRÁTICAS DE LEITURA DESDE A INFÂNCIA

GUIA PEDAGÓGICO PARA OS PAIS Maternal II

O projeto terá por objetivo abordar atividades que serão destinadas aos alunos do 1 Ciclo do Ensino Fundamental, mais precisamente com o 1ª série.

TODOS NÓS, CADA UM DE NÓS

E.E.F. Alberto Pretti Portfólio do mês de abril

DIVERSIDADE NA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA. GÊNEROS LINGÜÍSTICOS

TEATRO NA ESCOLA. EMEIEF Evangelina Jordão Luppi Professora Simone Conrado Monteiro Silva 3º ano

CUBO MÁGICO: uma estratégia pedagógica utilizada nas aulas de matemática 1

Em busca da Felicidade E.E. Profª Irene Ribeiro

Linguagens de meninas e meninas, em especial: o desenho entrelaçando manifestações expressivas. Marcia Gobbi FEUSP

Fundamentos Pedagógicos e Estrutura Geral da BNCC. BNCC: Versão 3 Brasília, 26/01/2017

PIBID UMA BREVE REFLEXÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA DOCENTE

O TRABALHO COM A ORALIDADE: CONCEPÇÕES DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II A RESPEITO DA FALA PÚBLICA

GUIA PEDAGÓGICO PARA OS PAIS Maternal II

Inves&gação-ação colabora&va como estratégia de formação con&nuada de profissionais de educação infan&l para enfrentar os desafios de empoderar a

Transcrição:

GT 10 - EXPERIENCIAS DE LEITURAS EM ESPAÇOS ESCOLARES E NÃO ESCOLARES CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: A INSERÇÃO DA CRIANÇA NO MUNDO LITERÁRIO Raquel Canêjo de Oliveira (Graduanda UFCG) Janaina Dantas dos Santos (Graduanda, UFCG) Elaine Tayse de Sousa (Graduanda, UFCG) Patrícia de Oliveira (Graduanda, UFCG) A CRIANÇA E A LITERATURA Muitas são as contribuições da literatura infantil para a construção da identidade da criança enquanto sujeito leitor. Além de ser uma arte que pode ser escrita em prosa ou poesia, é um produto cultural que possibilita desenvolver o gosto pela leitura. Concordamos com Aguiar et.al quando afirma que a literatura infantil são obras dirigidas a crianças ou não, que as agradam e as encantam, escritas em um léxico específico que atende a linguagem da criança. Para o referido autor, uma arte como essa deveria estar presente no cotidiano de todas as crianças, no entanto poucas têm esse acesso. Nesse sentido, acreditamos que a escola seja o ambiente favorecedor dessas experiências, pois é um espaço rico para a atuação da criança e de suas capacidades afetivas, culturais, sociais e intelectuais. Conforme Santos (2004), [...] precisamos discutir o papel da escola que constitui-se em um ambiente privilegiado para a formação do leitor.nela é imprescindível que a criança conheça livros de caráter estético, diferentes dos pedagógicos e utilitaristas utilizados na maioria das escolas.o livro estético(de ficção ou poesia) proporciona ao pequeno leitor a o oportunidade de vivenciar a história e as emoções, colocando-se em

ação por meio da imaginação, permitindo-lhe uma visão mais crítica do mundo (p.81) Nessa perspectiva, ler é muito mais que um simples ato de decodificação, mas um ato de emancipação interna em que o sujeito leitor cria, constrói e tem autonomia para enfrentar inúmeros desafios no tocante a sua vida como um todo. Ao passo que se emancipa como sujeito, amadurece em seu aprendizado, não somente por obrigação, mas por prazer em ser um leitor eficiente ao refletir sobre sua leitura. Entretanto, a literatura não tem poder imediato, mas fomenta frutos para futuras experiências. É, portanto, a leitura de obras de ficção (literatura infantil) que desencadeará na criança leitora uma postura reflexiva e crítica com relação à realidade. (SANTOS, 2004) Assim, ouvir histórias é recuperar a herança do homem, seus medos, descobertas e desejos. A narração de historias fala à criança em seu intimo através da linguagem do pensamento e do faz de conta. Conforme Aguiar (2001), a criança é uma fabuladora de mitos, e isso esclarece por que a sua mente e sua forma de perceber intuitivamente o mundo combinam tão bem com a literatura.. Nossa proposta metodológica sustenta-se na ideia que a criança em contato com meio e nas interações que ela faz na escola, com o professor e colegas, em casa com a família, possa se constituir com o uso da literatura, como um sujeito que lê por prazer e cria novas possibilidades no ato de imaginar. Porém muitas vezes, o estímulo a essa imaginação só é iniciado quando a criança chega á escola. Para Aguiar et a(2001), Quando a criança chega á primeira série, ela está em plena fase do jogo simbólico e a literatura pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento cognitivo, pois ativa a função simbólica no leitor através dos jogos de linguagem, que geralmente vêm acompanhados do poder imagético da ilustração, tanto na prosa como na poesia (p.52) Por esse motivo escolhemos a produção de um livro não verbal, não só pelo caráter estético da obra. Sabemos, pois da dialogicidade entre o texto e a imagem, no entanto acreditamos que a compreensão também se dá por meio das imagens, vale salientar que ilustração também é texto, mas esse precisa ser decodificado pela criança no momento da leitura.

Nessa perspectiva a relevância e necessidade da efetiva relação entre a família e a escola foi primordial em nosso trabalho tanto no que se refere ao contato com as histórias infantis para a construção da identidade da criança como sujeito leitor como a pareceria entre a família e escola. Nesse sentido, ao provocar situações de interação e contação de histórias se dão pelo reconhecimento de que, por meio destas, as crianças possam realizaram leituras individuais ou compartilhadas seja no âmbito escolar e familiar. Vivemos em uma sociedade que a cada dia exige que o sujeito saiba ler e fazer a leitura do mundo no qual está inserido, bem como suas relações. Para tanto a leitura e a contação de histórias se tornam imprescindíveis para o desenvolvimento da criança, considerando que a família em parceria com a escola é que podem favorecer a participação efetiva da criança em um universo letrado. A CONTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA: CHAPEUZINHO VERMELHO Após nossas observações na instituição, partimos para segunda etapa de nossa pesquisa, que consistiu em uma contação de história notamos que as crianças falavam muito durante as suas brincadeiras sobre o lobo mal, então decidimos, a história não poderia ser outra, a tão amada e conhecida história da Chapeuzinho Vermelho, que agrada meninos e meninas há muitos anos. Para a história, escolhemos uma fantasia de joaninha, esse animal, conta a história do jeito que presenciou. Ela conta que estava no bosque e sabe tudo o que aconteceu e segundo ela, não é exatamente como conta nos livros, foi com essa introdução que começamos. Uma das pesquisadoras entrou na sala para prepará-los, com uma conversa informal, sobre histórias, perguntando se eles gostam de ouvir, para então pedir que fechassem os olhos para receberem uma amiga especial, é quando a joaninha entra. As crianças ficaram encantadas com a vestimenta e sobretudo, com a história, percebemos claramente o envolvimento e concentração de cada uma, sempre participando, perguntando e fazendo comentários sobre a história. Nas fotos abaixo, é possível ver todo o entrosamento da turma.

Momento da apresentação do livro. Contação da história. Ao ouvir a história, as crianças são levadas a imaginar e criar expectativas com a história contada. Seus esquemas cognitivos, nesse momento são extremamente ativos e promovem uma compreensão do que está sendo lido. É através dessa compreensão que posteriormente serão socializados por eles, o reconto da história de uma forma prazerosa, promovendo a participação de todos. Podemos perceber que as crianças estavam maravilhadas com a história, os personagens, as vozes e a trama. A ponto de solicitar que contássemos outra história, porém os livros que eles tinham em sala, estavam em um lugar inadequado, onde apenas adultos

conseguiriam pegar. Ou seja, as crianças não tinham na escola o contato diário com com os livros, se tinham, nos dias de nossas observações eles foram extintos. Em nosso segundo encontro de atuação com nossa proposta, iniciamos um momento de exploração de livros literatura infantil levados por nós para que as crianças explorassem e lessem a seu modo. Antes mesmo de lerem, realizamos uma conversa informal acerca do que é um livro, o que tem nele, existe alguem que escreve (autor), alguem que desenha (ilustrações) e alguém que lê (leitor). No momento da exploração solicitávamos que tivessem muito cuidado, pois o livro é algo muito importante e não deve ser manuseado de qualquer maneira. Eles compreenderam e aquele momento foi altamente produtivo, apreciado e importante para as crianças bem como para nossa atividade posterior, contextualizada pela mesma. Após esse momento, foi sugerido que construíssemos a história que a joaninha tinha contado no dia em que foi visitar a sala: Chapeuzinho Vermelho. De pronto receberam a proposta e com entusiasmo foram levados a reconhecer o material utilizado, pincel, tinta guache, algodãozinho, palitos de picolé, lantejoulas, agulha, linha e botões. Partindo desse pressuposto é que levamos em consideração os conhecimentos prévios da criança, isto implica que o professor deve desenvolver um trabalho que ajude a elaborar questionamentos que possibilite a troca de saberes entre aluno-aluno, professor-aluno e alunoprofessor. Para que isso ocorra, se faz necessário uma metodologia flexível em que seja possível alterá-la a partir das necessidades do aprendiz, mas cabe ao professor conhecer a criança e suas particularidades, de modo que identifique o os conhecimentos que o aluno já tem e suas principais dificuldades, com o objetivo de favorecer um desenvolvimento

significativo, por meio de uma prática pedagógica que seja impulsionadora, sendo o professor o desafiador e mediador dos novos conhecimentos, construídos na interação entre os sujeitos. Partindo dessa premissa, iniciamos a construção do livro. Como podemos ver abaixo: Iniciando nosso livro.

Mediação do professor Prazer e envolvimento Verificamos a importância do trabalho com diversos materiais para a produção do livro, pois possibilita a criança ampliar seu vocabulário visual e cognitivo, permitindo-lhe fazer o uso em outras oportunidades. Constatamos em nossa pesquisa que a literatura infantil desenvolve a reflexão e estimula a pensar, duvidar, se perguntar, questionar. Sabendo que a literatura infantil, deve ser usada como recurso pedagógico e de forma prazerosa para as crianças, na qual elas descubram o gosto pela leitura e compreendam o sentido de interpretar as histórias contadas pelas professoras, podendo assim, construir, inventar e produzir outras novas, optamos em um primeiro momento pela reprodução de Chapeuzinho Vermelho, por conta da idade precisamos de um modelo, para que fosse utilizado como base para que as crianças pudessem produzir o livro. Ao final da construção o livro ficou assim,

CAPA DO LIVRO AUTORES DO LIVRO E SUAS PROFESSORAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao apresentarmos os livros de literatura infantil para as crianças da Creche e préescola Municipal Félix Araújo, da rede pública municipal de Campina Grande-PB, verificamos a descoberta de um novo mundo pelos alunos e constatamos que essa surpresa se

deu pela ausência de um trabalho no âmbito da literatura dentro da referida instituição, vimos a presença de livros, no entanto estavam guardados somente para acesso dos adultos, impossibilitando o manuseio frequente das crianças. Uma dificuldade encontrada foi quanto a organização na elaboração do livro, pois as crianças estavam eufóricas e agiam diante dos materiais como se fosse a primeira vez que estivessem em contato com os mesmos, eles queriam todos ao mesmo tempo, pintar, colar, fazer as aplicações, demoramos um pouco para compreender como conter tamanha animação. Porém consideramos essa dificuldade como um ponto positivo, por ter despertado o interesse de todos. Nossa satisfação também foi o fato de vê-los orgulhosos da construção do livro, eles tinham consciência de que eram os autores/ilustradores da nova versão de Chapeuzinho Vermelho. Percebemos, portanto, que através da atividade, contribuímos no desenvolvimento da autonomia e interação social, coordenação motora fina, percepção tátil e visual, imaginação e criatividade, bem como despertaram a atenção e concentração das crianças. Diante do exposto em toda pesquisa, acreditamos que a concretização da inserção da criança no universo literário, só é possível quando há uma parceria entre escola e família, uma vez que esse trabalho não pode ser realizado de forma isolada. Por esse motivo, desejamos fazer a continuação dessa pesquisa, inserindo a família nesse meio. Se faz necessário que a escola aproveite todas as oportunidades e contatos com os pais conversando sobre a proposta, objetivos, recursos, problemas e sobre as questões pedagógicas. Somente deste modo eles irão sentir-se comprometidos com a vida da criança e seu desenvolvimento linguístico, portanto a parceria e incentivo dos pais é de extrema relevância para um projeto como esse.