22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental VI CONTROLE AMBIENTAL NO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE- PE

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Transcrição:

º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 003 - Joinville - Santa Catarina VI-05 - CONTROLE AMBIENTAL NO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE- PE Gilson Lima da Silva(1) Engenheira Químico pela Universidade Federal de Pernambuco. Mestre em Ciência do Solo pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Agente Fiscal da Agência Estadual de Meio Ambiente - CPRH - PE. atuando nas áreas de licenciamento e fiscalização de indústrias, Doutorando em Engenharia Química pela FEQ/UNICAMP/SP. Romero Antonio Raposo Sales Engenheiro Agrônomo, Gerente de Meio Ambiente do Complexo Industrial Portuário de Suape. Carmem Sofia Pereira Soares Estudante de Engenharia Química da UFPE, estagiária do Posto de Fiscalização da CPRH. Dário de Sena Ramos, Graduando de Engenharia Química, estagiário do Posto de Fiscalização da CPRH. Endereço(1): Rua Ademar Pires Travasso, 75 - Aptº 10-A - Iputinga - Recife - PE - CEP: 50670-060 - Brasil - Tel: (81) 3453-1640 - e-mail: gilson.lima@terra.com.br

RESUMO O Complexo Industrial Portuário de Suape, localizado em Pernambuco, se caracteriza por está instalado numa área de extrema sensibilidade ambiental, em função das áreas de preservação em seu entorno, com vegetação remanescentes de mata atlântica, bem como por estar encravado numa das maiores áreas estuarinas da Região Metropolitana do Recife. Além do mais, este empreendimento tem o desafio de compatibilizar os seus potenciais econômicos à primeira vista incompatíve is, ou seja o desenvolvimento industrial e a atividade turística. Numa tentativa pioneira de minimizar os impactos ambientais e garantir um efetivo controle ambiental naquela região, o Órgão Ambiental firmou um convênio de cooperação técnica com o Complexo, cujo objetivo era promover o efetivo licenciamento ambiental dos empreendimentos, estabelecer planos de monitoramento, aliado a uma eficácia na fiscalização, através da presença física da infraestrutura do Órgão nas dependências do Complexo, somando esforços através de uma parceria visando a melhoria da qualidade ambiental de toda a sua área de influência. Os resultados alcançados demonstraram uma experiência positiva de cooperação entre duas instituições de objetivos diferentes, mas que trabalhando em conjunto garantiram uma melhoria substancial na qualidade ambiental da área de abrangência do Complexo. O presente trabalho tem como objetivo apresentar os principais resultados das ações de controle ambiental, empreendidas a partir da celebração do convê nio de cooperação técnica, na área de abrangência do Complexo Industrial Portuário de Suape. PALAVRAS-CHAVE: Controle Ambiental, Complexo Portuário, Monitoramento, Licenciamento Ambiental. INTRODUÇÃO O Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) está localizado no Nordeste brasileiro, situado a 40 km da cidade do Recife, numa região de pouca densidade populacional e ocupando áreas dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, no litoral sul do estado de Pernambuco, abrangendo uma área de aproximadamente 13.600 hectares. Sua área de intervenção abrange as zonas Industrial Portuária, Industrial Periféricas, Administrativa, Agrícola e Florestal, de Preservação Cultural e de Preservação Ecológica. O Complexo localiza-se numa região bastante sensível do ponto de vista ambiental. Esta característica é evidenciada pela presença de cinco Unidades de Conservação "abraçando" o porto. Essas Unidades zelam pela preservação do patrimônio histórico, como é o caso do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, e do patrimônio ambiental, marcado pela existência do Parque Natural Estadual de Suape, pela Reserva Biológica do Engenho Ilha e pelas Reservas Ecológicas das Matas do Zumbi e de Duas Lagoas. Essas

Unidades delimitam áreas tanto de preservação quanto de conservação, considerando a presença de manguezais, restingas e remanescentes de Mata Atlântica, ao mesmo tempo em que servem como áreas de transição que se interpõem às zonas industriais e às áreas urbanas, com maiores densidades populacionais. Preocupado em tentar minimizar os impactos ambientais e garantir um efetivo controle ambiental naquela região foi firmado um convênio de cooperação técnica entre o Órgão Ambiental e o Complexo, cujo objetivo é promover o efetivo licenciamento ambiental dos empreendimentos, estabelecer planos de monitoramento, aliado a uma eficácia na fiscalização, através da presença física da infraestrutura do Órgão nas dependências do Complexo, somando esforços através de uma parceria visando a melhoria da qualidade ambiental de toda a sua área de influência. O presente trabalho tem como objetivo apresentar os principais resultados das ações de controle ambiental, exercidas na área de abrangência do Complexo Industrial Portuário de Suape, incluindo a campanha de licenciamento realizada para adequação dos empreendimentos à legislação ambiental vigente. MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia adotada foi definida através de um processo participativo entre as instituições, estabelecendo-se as principais linhas de ação a serem atacadas. A abrangência das intervenções contemplou um universo de aproximadamente 80 empreendimentos, incluindo obras de infraestrutura e indústrias. Foram definidas algumas linhas de ações básicas a fim de serem trabalhadas pelos parceiros da cooperação, entre elas desatacamos: 1 - Campanha de Cadastramento das indústrias; - Campanha de Licenciamento; 3 - Programa de Acompanhamento das exigências das licenças ambientais das indústrias; 4 - Programa de Acompanhamento da Situação das Estações de Tratamento de Efluentes Líquidos; 5 - Programa de Monitoramento dos Resíduos Sólidos; 6 - Programa de Acompanhamento da Implantação das Obras de Ampliação e Modernização do Complexo Industrial - Portuário. Para execução das linhas de ações foram estabelecidas estratégias de atuação conjunta entre o Órgão Ambiental e o Complexo Industrial, envolvendo trabalho de equipe, o qual consistia em levantar em campo todas as informações necessárias, para acompanhamento dos Programas estabelecidos. Para tal, foram visitadas todas as indústrias, implantada uma rede de monitoramento das estações de tratamento dos efluentes líquidos, como também uma rede de monitoramento da qualidade das águas dos principais corpos hídricos da região, destacando-se a área estuarina dos Rios Pirapama e Ipojuca, bem como toda a extensão do Riacho Algodoais, corpo receptor importante das industrias do pólo de bebidas, localizado às suas margens, conforme apresentado nas Gráficos e Tabelas 1, e 3 respectivamente.

No levantamento das informações de geração e destino final de resíduos sólidos foi utilizado a metodologia definida em CPRH (000). Foi utilizado um formulário integrado ao licenciamento para facilitar a coleta de informações, dispondo de planilha central e tabelas de referências, as quais possuem dados de identificação do empreendimento, dados dos resíduos gerados, incluindo as quantidades geradas, sistemas de acondicionamento, formas de transporte. sistemas de armazenamento e destino final. A partir dessas informações, foi elaborado um banco de dados, que subsidiou a confecção de um mapa virtual com acesso on line, permitindo acessar as principais informações das indústrias, as quais foram todas identificadas com GPS e posteriormente plotadas em mapa temático. Figura 1. Diagrama Unifilar do Riacho Algodoais. Ponto DE MONITORAMENTO LOCALIZAÇÃO PT 01 Jusante da Coca-Cola (Ref. Guararapes) PT 0 Montante da Coca-Cola PT 03 Jusante da Ind. Suape Têxtil PT 04

Montante da Ind. Suape Têxtil Tabela 1. Estações de monitoramento da CPRH no Riacho Algodoais. Figura. Diagrama Unifilar do Rio Pirapama Estação Corpo d'água classe local Coordenadas pp-10 Rio Pirapama Na ponte do antigo Engenho Pirapama,,5 Km a jusante do engenho pitu, no município de Vitória de Santo Antão UTM E 044781 UTM N 9089874 pp-0 Rio Pirapama

A jusante do Engenho cachoeirinha e Destilaria JB, após trecho encachoeirado, no município de Vitória de Santo Antão UTM E 050476 UTM N908806 pp-30 Rio Pirapama Ponte no mesmo, a jusante do deságua do riacho dois braços, na divisa dos municípios de Escada e Cabo de Santo Agostinho UTM E 054040 UTM N 908659 pp-45 Rio Pirapama Ponte de acesso á destilaria Liberdade UTM E 0633 UTM N 908419 pp-55 Rio Utinga Ponte da BR-101 sul, próximo a foz do rio Pirapama UTM E 07148 UTM N 9081960 pp3-68

Rio Gurjaú 3 Na ponte na antiga rodovia, 00m a montante da ponte na BR-101-sul, no município de Cabo de Santo Agostinho. UTM E 078044 UTM N 90866786 pp3-75 Rio Pirapama 3 Na ponte da estrada de acesso ao antigo Engenho Cedro, no município de Cabo de Santo Agostinho. UTM E 07889 UTM N 9085478 pp3-80 Rio Pirapama 3 Na ponte a jusante da Corn Products (antiga Refinações de Milho do Brasil Ltda), no município de Cabo de Santo Agostinho. UTM E 080987 UTM N 9086314 Tabela. Estações de Monitoramento da CPRH no Rio Pirapama. Figura 3. Diagrama Unifilar do Rio Ipojuca.

Estação Corpo d'água Classe Local Coordenadas IP-5 Rio Bitury A jusante do antigo abatedouro Mafisa, na cidade de Belo Jardim. UTM E 785408 UTM N 9076960 IP-40 Rio Ipojuca A montante do distrito industrial de Caruaru, passagem molhada de acesso do auto do Moura, na cidade de Caruaru. UTM E 87407 UTM N 9081565 IP-50 Rio Ipojuca

A jusante da cidade de Caruaru, na vila do Cedro (COAHB III), NA CIDADE DE Caruaru. UTM E 17693 UTM N 90896 IP-55 Rio Ipojuca Na ponte da BR-3, a montante de Gravatá, no município de gravatá. UTM E 1576 UTM N 9091807 IP-64 Rio Ipojuca Na ponte a jusante da cidade de Chã Grande, no município de Chã Grande. UTM E 30153 UTM N 9086934 IP-70 Rio Ipojuca Na ponte jusante da usina união indústria, no município de Primavera. UTM E 41956 UTM N 9075493 IP-85 Rio Ipojuca

Na ponte BR-101 a jusante da cidade de Escada, no município de Escada. UTM E 55645 UTM N 907847 IP-90 Rio Ipojuca Na ponte PE-60 a jusante de usina Ipojuca, no município de Ipojuca. UTM E 7469 UTM N 9070388 IP-95 Rio Ipojuca A jusante a usina Salgado, no município de Ipojuca. UTM E 78544 UTM N 9069156 Tabela 3. Ponto de monitoramento da CPRH no Rio Ipojuca. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados preliminares demonstram que foram cadastradas 63 empresas representativas do ponto de vista de porte e potencial degradador, das quais estão localizadas na área de abrangência do Complexo Industrial e o restante espalhadas nos municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. As tipologias mais representativas em operação no Complexo são a química abrangendo cerca de % das tipologias inventariadas, seguidas da metalúrgica e minerais não metálicos ambas com 17% e 14% respectivamente, conforme Tabela 1 e Figura1.

Tipologia Quantidade de Indústrias Percentual em Relação ao Total de Indústrias da Região Química 14,% Minerais não Metálicos 9 14,9% Outras Fontes de Poluição 4 6,35% Matéria Plástica 6 9,5% Metalúrgica 11 17,46% Bebidas 5 7,94% Alimentícia

4 6,35% Borracha 3,17% Têxtil 3,17% Mecânica 3,17% Materiais Elétrico/Comunicação 1 1,59% Editorial e Gráfica 3,17% Papel e Papelão 1 1,59% Total 63 100,00% Tabela 4. Distribuição Percentual das Indústrias por Tipologia.

Figura 4. Distribuição das tipologias Industriais mais representativas. Os dois parâmetros de enquadramento ambiental dos empreendimentos mais adotados pelo Órgão Ambiental Estadual de Pernambuco - CPRH, é o porte que se baseia na área construída e número de empregados, e o potencial degradador que estima o impacto ambiental ocasionado pelo tipo de poluentes gerados no empreendimento. Com relação ao porte das empresas passíveis de controle, baseado nos parâmetros de enquadramento, observa-se no Figura 5, que cerca de 51% são classificadas como grande porte e o restante 34% e 15% enquadradas como médio e pequeno porte, respectivamente. Na análise do potencial degradador demonstrada no Figura 6, observa -se a maioria das empresas instaladas em Suape, cerca de 8% são consideradas de médio potencial, 15% estão classificadas como grande e o restante apenas 3% são consideradas de pequeno potencial degradador. Figura 5. Classificação das indústrias segundo o porte conforme parâmetros de enquadramento ambiental. Figura 6. Classificação das indústrias segundo o potencial degradador. A campanha de licenciamento realizada demonstrou que no início do convênio cerca de 45 % do universo levantado, encontravam-se com as licenças vencidas ou operavam sem licenciamento e 55 % estavam com suas licenças em vigência. Atualmente todas as industrias e obras do Complexo encontram-se devidamente licenciadas pelo Órgão Ambiental, conforme Figuras 7 e 8. Figura 7. Panorama da situação das indústrias das indústrias. Figura 8. Panorama atual quanto ao licenciamento no período anterior ao

convênio. Em relação a adoção de Planos de Automonitoramento com envio de Relatórios regulares para avaliação do Órgão Ambiental, no inicio do Convênio um contingente muito pequeno de empresas o faziam, apenas 3% do total, demonstrado uma preocupação muito tímida em relação a um instrumento eficaz de controle ambiental. Porém este número aumentou devido ao acompanhamento rigoroso das exigências contidas nas licenças, passando dos 3% para 5%, conforme Figuras 9 e 10. Figura 9. Situação do Automonitoramento realizado pelas Figura 10. Situação do automonitoramento pós- Indústrias antes do convênio. convênio. Os resultados do monitoramento da qualidade dos corpos hídricos avaliados, segundo os padrões de referência que estão de acordo com as Resoluções CONAMA de 1984 à 1991, o qual atribuem parâmetros e indicadores específicos para cada classe de rio, demonstraram que no trecho do Riacho Algodoais atualmente monitorado, especificado como classe II, os parâmetros estão condizentes com esta classe, conforme Tabela 5.. Parâmetro Padrões de Referência Ptº 01: Montante Ref. Guararapes Ptº 0: Jusante Ref. Guararapes Ptº 03: Montante Suape Têxtil Ptº 04: Jusante Suape Têxtil Mai. Jun. Jul. Ago.

Mai. Jun. Jul. Ago. Mai. Jun. Jul. Ago. Mai Jun Jul. Ago. ph 6,0 a 9,0 6,4 5,5 6,6 6,0 6,6 5,8 6,3 6,6 6,8 6,0

6,6 6,6 6,9 5,9 7,5 6,8 Cor até 75 mg Pt/l 350 >550 96 190 50 >550 94 197 50 >550 88 19 395 >550

98 35 DBO5 até 5mg/l O <,0 <,0 <,0 37,3 4,3 <,0 <,0 7,8 9,3,9 3,7 1,4 8,3 3,3 8,3 33,4 DQO ***

11,1 7,1 9,6 67,4 114,8 9,7 18,7 17 3,5 36,8 48,1 67,4 55,8 9,0 54,3 113 Óleos e Graxas ausente _ <10 _ <10 _

<10 _ <10 18,8 <10 11,3 <10 _ <10 _ 56,5 Tabela 5. Situação da qualidade das águas do Riacho Algodoais. Quanto ao monitoramento do Rio Pirapama, foram acompanhados os resultados dos pontos pp3-68, pp3-75 e pp3-80, pertencentes a rede de monitoramento da CPRH, em função de estarem inseridos na área de abrangência do controle ambiental realizado no posto de fiscalização localizado em Suape. Os valores obtidos demonstraram que conforme os padrões de referência definidos nas Resoluções CONAMA de 1984 à 1991, as quais atribuem parâmetros e indicadores específicos para cada classe de rio, o trecho do Rio Pirapama monitorado, especificado como classe III, está condizente com esta classe, conforme Tabela 6. Parâmetros Padrões de Referência pp3-68 pp3-75 pp3-80

Fev Abr Jun Ago Fev Abr Jun Ago Fev Abr Jun Ago ph 6,0 a 9,0 6,5 6,4 6,4 6,9 6,5 6,4 7 7, 6,4 6,

6,7 6,9 Cor até 75 mg Pt/l 50 500 550 400 300 400 550 100 150 150 550 100 DBO5 até 10 mg/l O,5 11

,9 6, 15 3,8, Tabela 6. Situação da qualidade das águas do Rio Pirapama na área de abrangência do controle ambiental exercida pelo posto de fiscalização em Suape. Os parâmetros acompanhados nos pontos da rede de monitoramento da CPRH no Rio Ipojuca, na área de abrangência do controle ambiental, demonstraram que estão condizentes com a classe III, conforme Tabela 7. Padrões de Referência IP-90 IP-95 fev abr jun ago fev abr jun* ago

ph 6,0 a 9,0 6,0 6,4 6,8 6,9 6,6 6,6-7,0 DBO5 até 10 mg/l O 4,0,0 3,4,1 6,7,0 -, Tabela 7. Situação da qualidade das águas do Rio Ipojuca na área de abrangência do convênio. * não realizado Os resultados obtidos a partir do inventário de resíduos sólidos realizado na área do complexo industrial portuário e nos municípios de sua abrangência, demonstram que nos

municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca predomina a geração de resíduos classe II, respectivamente, representados neste caso por embalagens de vidro de produtos alimentares e bebida, em função da existência de um pólo de bebidas instalado naquela região, conforme apresentado na Tabela 8. Classe Quantidade (t/ano) Cabo Ipojuca % Cabo Ipojuca Quantidade (m3/ano) Cabo Ipojuca % Cabo Ipojuca I 1.858,35 10.050,87 5,4 86,0 44,00 4.500,00 0,1 99,9 II 8.159,06 1.583,6 8,9 13,5 48.747,00 36,60 99,9 0,1 III 3.979,00 60,00

11,7 0,5 - - - - Total 33.996,41 11.694,49 100 100 48.791,00 4.536,60 100 100 Tabela 8. Distribuição da geração dos resíduos sólidos industriais por classe e por município, em t/ano e m3/ano. Quanto as principais formas de destinação final dos resíduos sólidos industriais inventariados, em t/ano, destacaram-se no município do Cabo de Santo Agostinho, a fertirrigação, a ração animal, e o reprocessamento/reciclagem externo. No caso do município de Ipojuca destacaram-se a queima em caldeira e o reprocessamento/reciclagem externo, conforme Tabela 9. MUNICÍPIO DESTINO FINAL QUANTIDADE (t/ano) % QUANTIDADE (m3/ano) %

CABO Aterro industrial próprio 36,00 0,106 66,00 1,83 Fertirrigação/landfarming 5.86,48 15,601 11,00 0,30 Incinerador 1,00 0,035 Incorporação ao solo 3.500,00 10,39 Lixão municipal 1,41 0,361 48.000,00 98,379 Outras disposições 130,18

0,384,00 0,004 Outros tratamentos 16,50 0,049 Queima a céu aberto 0,01 0,000 Queima em caldeira 54,00 1,600 Ração animal 1.500,00 36,889 Reprocessamento e reciclagem externos 11.769,84 34,734 51,00 0,105 Reprocessamento e reciclagem internos 6,00 0,018

TOTAL 33.885,41 100,000 48.791,00 100,000 IPOJUCA Lixão municipal 1.114,79 9,533 4,60 0,100 Outras disposições 11,8 1,04 Outros tratamentos 4,00 0,05 6.500,00 6,491 Reprocessamento e reciclagem externos 10.47,88 89,169 1,00 0,049

Reprocessamentoe e reciclagem internos 6,00 0,051 Queima em caldeira 18.000,00 73,360 TOTAL 11.694,49 100,000 4.536,60 100,000 Tabela 9. Distribuição da destinação final dos resíduos sólidos industriais por município, em t/ano e m3/ano. CONCLUSÕES - Os resultados alcançados a partir de um convênio de cooperação técnica inédito no Brasil entre um Complexo Industrial Portuário e um Órgão Ambiental, demonstraram que a integração entre instituições com objetivos diferentes, podem melhorar substancialmente a qualidade ambiental de uma área específica; - O licenciamento ambiental foi a grande ferramenta de controle ambiental, permitindo o estabelecimento de estratégias e prazos para adequação das empresas às normas ambientais vigentes, através do acompanhamento das exigências estabelecidas nas licenças ambientais concedidas; - Em função de sua presença física no complexo, O Órgão Ambiental exerceu um controle ambiental mais eficaz e efetivo, agindo de forma preventiva e quando necessário de forma corretiva através da aplicação dos dispositivos previstos na legislação ambiental vigente; - As indústrias instaladas no complexo investiram maciçamente em sistemas de controle da poluição, ampliando o universo de empresas que adotaram o automonitoramento, para acompanhamento dos padrões de lançamento de seus poluentes;

- Quanto ao controle dos resíduos sólidos, o grande avanço foi a realização do inventário de resíduos sólidos industriais, o qual propiciou algumas intervenções por parte do Órgão Ambiental, entre elas a exigência para elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos pelo Complexo Portuário; - As intervenções estruturais de infraestrutura do Complexo passaram na sua unanimidade a receberem previamente a consulta do Órgão Ambiental, mesmo antes da formalização do licenciamento, minimizando os riscos de impactos ambientais futuros, dando mais segurança para o controle ambiental exercido pelo Órgão. - Os próximos passos a serem adotados pelo Complexo com o apoio do Órgão Ambiental será a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental com a busca de uma certificação ambiental futura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CPRH/GTZ. Inventário dos Resíduos Sólidos Industriais no Estado de Pernambuco. Projeto CPRH/GTZ. Recife,000.. CPRH/SUAPE. II Relatório de Monitoramento Ambiental do Complexo Industrial Portuário de Suape, Recife, 001. 3. CPRH/SUAPE III Relatório de Monitoramento Ambiental do Complexo Industrial Portuário de Suape, Recife,00. 4. CPRH. Relatório Anual de Monitoramento das Bacias Hidrográficas. CPRH, Recife, 000.