PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES FRENTE À EDUCAÇÃO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

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Transcrição:

PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES FRENTE À EDUCAÇÃO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR Nhaára Da Vila Pereira (PIBID) Universidade Federal de Mato Grosso - (UFMT) RESUMO Subsidiar discussões sobre as práticas e comportamentos dos jovens em relação aos riscos que envolvem a atividade sexual, é fundamental para desenvolver uma visão mais ampla e profunda deste conceito. O presente artigo tem por objetivo conhecer a percepção dos adolescentes acerca do tema educação e sexualidade. O presente artigo foi desenvolvido em uma escola Estadual do município de Cuiabá MT, com 34 alunos da 1 a série do ensino médio. A metodologia desta pesquisa foi orientada a partir dos princípios da pesquisa qualitativa de diagnóstico. Percebeu-se, no desenvolvimento do projeto a necessidade da escola desenvolver de forma efetiva, atividades que comtemple a educação sexual, conforme proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), sendo a escola local privilegiado de implementação de políticas públicas que promovam a saúde de crianças e adolescentes. Ainda, pode se perceber que a internet se constitui como um dos locais mais buscado pelos adolescentes para o esclarecimento de suas dúvidas. Ficou claro diante da implementação das atividades, as dificuldades e a necessidade de esclarecimento sobre questões de conhecimento básico, no que diz respeito ao conhecimento do próprio corpo. PALAVRAS-CHAVE: Sexualidade. Ambiente Escolar. Adolescência. Introdução Subsidiar discussões sobre as práticas e comportamentos dos jovens em relação aos riscos que envolvem a atividade sexual, é fundamental para desenvolver uma visão mais ampla e profunda deste conceito, desmistificar ideias construídas na sociedade, tabus e preconceitos, abrindo espaço para discussões e questionamentos, contribuindo para a formação de um ser humano consciente das relações sociais a que está submetido. Ao se abordar temas pertinentes à educação sexual no ambiente escolar é necessário não restringir-se apenas a anatomia e fisiologia do sistema reprodutor masculino e feminino, esta perpassa pelas dimensões que abrange desde conteúdos relativos ao comportamento sexual e suas consequências, a forma como o indivíduo se comporta, pensam ou agi. Para Figueiró falar de sexualidade é trabalhar 12795

2 o relacionamento humano e, por conseguinte, aprimorar as relações interpessoais (FIGUEIRÓ, 2009, p. 142)Nessa perspectiva, os conceitos atribuídos à sexualidade não podem se pautar sobre opiniões pessoais, mas como saberes da escola. A ESCOLA E A EDUCAÇÃO SEXUAL: BREVE REFLEXÃO Não são poucas osdebates que abordam sobre a educação sexual e sua importância no ambiente escolar. De acordo com os ParâmetrosCurriculares Nacionais, A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois, independentemente da potencialidade reprodutiva, relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental dos seres humanos (BRASIL, 1995, p. 295). Nesse contexto, a sexualidade ao ser trabalhada no ambiente escolar deve integrar toda a comunidade escolar interdisciplinarmente, para que possa criar um espaço de acolhimento para esclarecer dúvidas, desmistificar tabus, e ao mesmo tempo propor um ambiente reflexivo, pois a educação sexual na escola pode contribuir na formação de estudantes, permitindo que estes possam fazer escolhas, se posicionem e procurem novas explicações (OLIVEIRA, 2009, p. 184). A escola necessita abrir este espaço para que os jovens sintam-se seguros em discutir temas relacionados a sexualidade, pois a escola detêm os meios para que o conhecimento a ser transmitido seja com respaldo científico. Muito se questiona quanto à forma deintroduzir este assunto, diante da prática e ensino, uma postura básica do professor ao trabalhar este conteúdo, é estimular a espontaneidade dos alunos e a partir dos questionamentos e com os conhecimentos já adquiridos sobre o assunto, se aprofundar de modo a exercer uma aula dialógica.de acordo com Paiva (2000 apud Figueiró, 2009, p. 151)desta forma, consegue-se trabalhar com as dúvidas que os alunos têm em mente. E assim propor um conteúdo que atenda as necessidades identificadas. Existem inúmeros trabalhos na perspectiva de subsidiar os educadores quanto à abordagem da educação sexual. Contudo, observa-se que são poucas as escolas que incorporam projetos desta natureza. Sendo indispensável o conhecimento teórico e a implementação de trabalhos sistematizados, em substituição às palestras ocasionais diante de ocorrências como gravidez e as DST. 12796

3 Deste modo, o objetivo desta pesquisa foi traçar um diagnóstico acerca das percepções dos alunos da educação básica sobre sexualidade. Material e Métodos Participaram da pesquisa 34 estudantes com idade entre 15 e 18 anos de idade (20 são do sexo feminino ; 14 do sexo masculino), matriculados no 1ª série do Ensino Médio, período vespertino. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola estadual, situada no município de Cuiabá (MT). A metodologia foi orientada a partir dos princípios da pesquisa qualitativa de diagnóstico e que os instrumentos para coleta de dados foram : entrevista semiestrutura, observação direta e leitura de documentos da escola. Utilizou-se como instrumento um questionário, que continha 10 perguntas semiestruturada sobre compreensão do estudante sobre sexualidade e sua importância, morfologia dos aparelhos reprodutores masculino e feminino, participação da família e da escola nesse contexto. A coleta de dados aconteceu em sala de aula, na presença do professor e do aluno bolsista do PIBID. Serão comentadas as questões que mais se destacaram no desenrolar desse estudo, que foi desenvolvida de março a agosto de 2015. Resultados e discussões Para a realização desta pesquisa elencamos algumas categorias que abordassem as temáticas que são objetos desta investigação, em decorrência dessa categorização desenvolvemos nossas análises. Assim, ao abordar as questões referente aos diálogos sobre sexualidade no ambiente familiar, os dados obtidos por meio das entrevistas semiestruturadas nos revelaram que 25 das famílias sentem receio ou não possuem um diálogo aberto sobre o assunto e apenas 10 possuem um diálogo aberto. Os pais muitas vezes sentem dificuldade em abordar as questões de sexualidade junto aos filhos não só por constrangimento, mas também por medo que o diálogo franco e aberto possa indicar aos adolescentes que já estão prontos para iniciar a vida sexual (CANO et al., 2000). Sobre esta questão, compreendemos que devido a ausência de diálogos relacionados à sexualidade no âmbito familiar, os adolescentes procuram sanar suas dúvidas buscando outros meios, no qual se torna um fator de preocupação, quanto a forma em que estas serão sedimentadas pelo mesmos. 12797

4 Quanto ao meio que se é mais utilizado para se informarem sobre o assunto, a internet foi citada por 23 estudantes, destes 8 alunos citaram a família e 4 alunos mencionaram os amigos como principal meio para sanar suas dúvidas. Nenhum dos alunos citou a escola como principal veiculo de informação e formação sobre educação da sexualidade. Sobre isto, Reato (2001, p.80) pontua que [...] os meios de comunicação tem se tornado uma das principais fontes de formação e orientação para os adolescentes na área da sexualidade, principalmente por omissão. A mídia em geral contribui no sentido de orientar e, ao mesmo tempo, divulgar o avanço da educação sexual, porém temos que ter cuidado com essa divulgação, pois, na maioria das vezes, os meios de comunicação sabem muito ou pouco e acabam deturpando fatos e informações, criando dúvidas ainda maiores. Diante da figura representativa relativa aos conhecimentos das estruturas do sistema reprodutor feminino e masculino, das 34 respostas, 20 deixaram em branco e 3 com resposta trocadas e /ou equivocadas. Na prática, o tema Orientação Sexual tem se demonstrado de difícil implementação, aparecendo muito mais como um ideal na narrativa dos educadores, como aquilo que deveria ser feito, ou do que de fato acontece no cotidiano escolar ( OLIVEIRA, 2009, p.181) Embora estes conteúdos sejam básicos, e apresentados á partir da 5º a 8º série do ensino fundamental, ficou evidente as dificuldades dos estudantes em compreender e correlacionar as estruturas e as respectivas funções. De forma unânime todos os alunos reconhecem a escola como sendo um local ideal para trabalhar práticas que envolvam a temática. No entanto ao analisar o Projeto Politico Pedagógico da escola, percebe-se a ausência de projetos que contemple esta prática, conforme preconizado no PCN, Suplicy apud Ribeiro (1993)refere que a orientação sexual na escola tem basicamente três objetivos: suprir as lacunas de informação existentes no adolescente, discutir os preconceitos e analisar os conflitos dos adolescentes, abrindo um espaço afetivo, no qual ele possa falar de suas angústias e medo. Considerações finais Os projetos político pedagógicos das escolas precisam contemplar esta especificidade, entendendo que por se tratar de um tema transversal não se deve ater em apenas uma disciplina, mas sim em inserir os assuntos pertinentes deste, por meio dos 12798

5 conteúdos elencados nas diretrizes curriculares. Pois é a partir de uma educação de qualidade que o sujeito terá possibilidades de levantar reflexões críticas, consigo, com o outro e com o meio social no qual está inserido. Este estudo permitiu conhecer a percepção dos adolescentes a respeito da educação da sexualidade no cotidiano escolar. Assim, abordar esta temática na escola é de suma importância, pois este ambiente é considerado adequado e os alunos também reconhecem a escola como ambiente propício para se discutir a realidade sentida por eles, uma vez que, se sentem a vontade em poder se expressar e terem suas dúvidas acolhidas, o que demonstra muitas vezes a ausência de diálogos sentida por eles no ambiente familiar. Referências BRASIL. Diário da República. Assembléia da República Lei 60/2009. Disponível em: <http://min-edu.pt/np3content/?newsid=4096&filename=lei_60_2009.pdf >. Acesso: 25 ago. 2009. CANO, Maria Aparecida Tedeschi; FERRIANI, Maria das Graças Carvalho. A família frente à sexualidade dos adolescentes. Anais. Acta Paulista de Enfermagem. São Paulo, v.13, n.1, p. 38-46, 2000. Disponível em: http: <//www.unifesp.br/ denf/acta/2000/13_1/pdf/art4.pdf> Acesso em : 26 Jun. 2015. FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico. Educação Sexual: Como ensinar no espaço da escola. In: Educação sexual : múltiplos temas, compromisso comum Londrina : UEL, 2009. p. 141-171. OLIVEIRA, Vera Lucia Bahl de. Sexualidade no Contexto Contemporâneo um Desafio aos Educadores. In:. Educação Sexual: múltiplos temas, compromisso comum. Londrina: UEL, 2009. p. 173-189. RAMOS, Flávia Regina Souza. et al. Um encontro da enfermagem com o adolescente brasileiro.associação Brasileira de Enfermagem Projeto Acolher. (DF): ABEn, p. 67, 2001. REATO, Ligia de Fátima Nóbrega. Sexualidade X meios de comunicação. In: WEINBER, Cybelle (Org.) Geração Delivery: adolescer no mundo atual. 2 ed. São Paulo: Sá, 2001, p.73-82. SOUSA, V. M.; CAMURÇA, A. M. Discutindo saúde sexual com adolescentes de uma escola estadual de Fortaleza CE. Disponível em: <http://www.ses.uneb.br/.../discutindo%20saude%20sexual%20com%20adoles. Acesso em: Acesso em : 26 Jun. 2015. SUPLICY, Marta. Educação e orientação sexual. In: RIBEIRO, M. Educação sexual: novas ideias, novas conquistas. São Paulo: Rosa dos Tempos, 1993. 12799