A INCLUSÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM UM CURSO DE SERVIÇO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA



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Transcrição:

A INCLUSÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM UM CURSO DE SERVIÇO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA Wesley Carminati Teixeira 1 Marco Aurélio Kistemann Junior 2 Resumo O trabalho que apresentaremos a seguir encontra-se embasado em nossa pesquisa de mestrado intitulada: A inclusão da Educação Financeira em um Curso de Serviço de Matemática Financeira para estudantes de um Curso de Administração inserida no Grupo de Investigação Financeiro-Econômica (GRIFE) da UFJF, liderado pelo professor Dr. Marco Aurélio Kistemann Jr. Apresentaremos um Curso de Serviço de Matemática Financeira que discutirá temas ligados à Educação Financeira para estudantes de um curso de Administração de uma faculdade de Juiz de Fora. O nosso propósito ao sugerir a estruturação desse Curso de Serviço de Matemática Financeira foi de trazer para os estudantes de Administração um contato com os conceitos e temas ligados à Educação Financeira, pois havíamos percebido, ao longo dos anos em contato com nossos alunos, a pequena abordagem que existia em sua formação sobre temas da economia doméstica, tais como: cartão de crédito, financiamentos, imposto de renda, poupança e outros. Além disso, os livros de Matemática Financeira sempre trazem problemas hipotéticos e de pouca valia para a nossa realidade do dia a dia. Palavras-chave: Educação Financeira, Matemática Financeira; Curso de Serviço; Educação Matemática. 1. Introdução O que traremos para a discussão através desse artigo é parte integrante de nossa pesquisa de mestrado: A inclusão da Educação Financeira em um Curso de Serviço de Matemática Financeira para estudantes de um Curso de Administração inserida no Grupo de Investigação Financeiro-Econômica (GRIFE) da UFJF, liderado pelo professor Dr. Marco Aurélio Kistemann Jr. Em nossa pesquisa apresentamos uma proposta para a criação de um Curso de Serviço de Matemática Financeira, utilizando preceitos e temas ligados à Educação Financeira. Obviamente, já havíamos trabalhado lecionando a disciplina de Matemática Financeira no ensino tradicional vigente (ETV) com a aplicação de fórmulas matemáticas 1 Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora CES/JF, e-mail: wesleyteixeira@pucminas.cesjf.br 2 Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF/MG, e- mail: marco.kistemann@ufjf.edu.br

ligadas ao conteúdo da disciplina, com a utilização de calculadoras financeiras HP 12C e resolvendo problemas típicos de qualquer curso de Matemática Financeira tradicional. O grande incômodo desse curso convencional era a falta de problemas do cotidiano dos alunos e a completa ausência de se questionar e analisar os resultados obtidos. Ao propor esse Curso de Serviço de Matemática Financeira com temas ligados à Educação Financeira buscava exatamente o preenchimento dessa lacuna, pois trazíamos problemas ligados ao dia a dia do aluno do curso de Administração e o estudávamos e analisávamos. Isso sem nos esquecer da parte referente aos cálculos e fórmulas, mas com uma grande diferença, estávamos falando de um problema que ele vivencia todos os dias. Segundo Kistemann Jr (2011), Entendemos que a sociedade do século XXI não pode prescindir de discutir uma educação financeira, bem como significados em torno de ideias, que embasam-se em práticas conscientes de consumo, planejamento financeiro, tomada de decisões acerca de ações praticadas pelo indivíduo-consumidor, quando almeja adquirir um produto no qual deverá ter conhecimento para não ser ludibriado, bem como, adquirir hábitos que propiciem a arte de manejar criticamente os objetos matemáticos de cunho financeiro-econômicos. 2. A Educação Financeira A partir da mudança de comportamento da sociedade brasileira nos últimos anos atribuída à estabilização econômica, passamos a ter outras preocupações e novas demandas ligadas ao consumo em excesso e ao planejamento financeiro das pessoas e das famílias. Com temas ligados ao planejamento orçamentário dos gastos mensais, de evitarmos endividamentos excessivos, de pouparmos para o futuro a fim de termos uma tranquilidade maior em nossas vidas e de quem nos cerca e de pensarmos numa vida com prosperidade passaríamos a ter a necessidade de nos educarmos financeiramente. Segundo o Banco Central do Brasil, A Educação Financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e produtos financeiros. Com informação, formação e orientação claras, as pessoas adquirem os valores e as competências necessários para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos a elas associados e, então, façam escolhas bem embasadas, saibam onde procurar ajuda e adotem outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, a Educação Financeira é um processo que contribui, de modo consciente, para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro. Ou seja, a Educação Financeira passa a ter um papel extremamente importante nessa nova sociedade brasileira, pois com a possibilidade de consumirmos mais produtos e de nos depararmos com melhores oportunidades, passamos a ter de aperfeiçoar nosso comportamento diante de nossas finanças e planejamentos. Com uma melhor postura e compreensão dos conceitos e dos produtos financeiros poderemos fazer escolhas muito mais conscientes e sólidas, não comprometendo nosso futuro e nosso bem-estar. Para Araújo e Calife (2014), Assim, após mais de duas décadas, a educação financeira chega a sua verdadeira vocação: promover, de forma proativa, uma relação saudável do brasileiro com o dinheiro. Nesse contexto, o assunto tem enorme potencial para contribuir com a construção de uma economia muito mais sólida onde o melhor sinônimo de prosperidade é o equilíbrio no hoje e a conquista de patrimônio no futuro. Um dos principais objetivos da Educação Financeira é de nos reeducarmos no trato com as nossas finanças, mudando hábitos e reavaliando posturas para podermos viver

melhor o presente com equilíbrio financeiro e nos preparar para um futuro mais tranquilo e bem planejado. É óbvio que uma mudança comportamental não é fácil e não acontece do dia para a noite, ela deve ser trabalhada cotidianamente com pequenas alterações de nossas posturas. Vários autores que realizaram trabalhos na área de Educação Financeira propõem uma vida mais simples e mais saudável, pois um dos maiores incômodos que as pessoas podem apresentar é uma vida financeira pouco saudável. 3. Os Cursos de Serviço O entendimento da necessidade de se construir novos procedimentos e mecanismos para o ensino da Matemática, como um todo, trazem questionamentos ao modelo do ensino tradicional vigente (ETV) que se tem apresentado. Além disso, essa busca em procurarmos adequarmos nossa conduta e mudança de comportamento frente aos desafios de se ensinar Matemática nos dias atuais vai de encontro à proposta dos cursos de serviço apresentadas em nossa literatura e que analisaremos à frente. Para Silva, (2011), O ensino é centrado no professor que expõe e demonstra rigorosamente a matéria no quadro, em aulas predominantemente exposito-explicativas. O aluno deve ter uma postura passiva nas aulas e seu papel no processo é o de reproduzir a linguagem e os raciocínios lógico estruturais ditados pelo professor. A concepção epistemológica prevalente do professor - muitas vezes inconsciente e com base no senso comum- é de que o conhecimento pode ser transmitido. Estas são algumas das características do que chamamos ensino tradicional vigente. Observamos, então, que o ensino tradicional vigente se consolida e se sustenta a partir da concepção de que o conhecimento é transmitido e transferido do professor para o aluno e não construído e elaborado numa parceria profícua entre o aluno e o professor, o que leva a muitas argumentações sobre essa temática. A concepção de se oferecer o mesmo tratamento no ensino da Matemática e de suas aplicações para um curso de Administração, de Ciências Biológicas, de Engenharia e de Matemática é de muito questionamento, pois as particularidades embutidas em cada curso são muito diferentes, são aplicações diversas, com linguagens próprias de cada curso e de suas demandas. Para Barroso (2013), Para atender a necessidade do ensino de Matemática para não matemáticos, foram idealizados os cursos de serviço, cujo objetivo é examinar com alguma profundidade como a Matemática pode contribuir com a formação do futuro profissional. 3. Metodologia e estratégias de ação As atividades investigativas apresentadas aos sujeitos de pesquisa têm a possibilidade de sugerir a construção das bases de um curso de Educação Financeira, destacando-se alguns temas de importante valia para estudantes de um curso de Administração. É bom frisarmos que existiam outros infinitos assuntos a serem abordados e de interesse dos graduandos, mas como tínhamos limitação de tempo e de conteúdos a

serem trabalhados, fizemos uma análise de quais seriam mais curiosos e pertinentes naquele momento para esse grupo. Apresentaremos a seguir o modelo de uma das atividades investigativas realizadas pelos alunos do curso de Administração: Atividade 1: A Inflação e o Poder de Compra TEXTO PARA REFLEXÃO: Projeção do mercado para a inflação em 2015 dispara a 6,99%, diz BC Da Reuters, 26/01/2015 09h47> Atualizada às 10h28 A projeção de economistas de instituições financeiras para a inflação neste ano disparou para quase 7% após o anúncio de aumentos de impostos ao mesmo tempo em que a estimativa de crescimento da economia despencou. No entanto, a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao final de 2015 ficou inalterada. De acordo com o Boletim Focus, realizado pelo Banco Central e divulgado nesta segundafeira (26), a projeção para a alta do IPCA neste ano foi elevada pela quarta semana seguida, a 6,99%, contra 6,67% anteriormente. A última vez que a inflação oficial brasileira ficou acima de 7% foi em 2004, quando o IPCA subiu 7,60%. A meta oficial é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A forte revisão da projeção no Focus aconteceu depois que o governo anunciou pacote de aumento de impostos, com destaque para tributos sobre combustíveis, como parte da investida do governo para colocar as contas públicas em ordem. A alta dos preços administrados é uma das maiores fontes de pressão neste ano, e a estimativa para esse caso subiu para 8,70%, alta de 0,5 ponto percentual sobre a semana anterior. O IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerou a alta de 0,89% em janeiro, maior nível em quase quatro anos, como resultado dos preços de alimentos e tarifas públicas, acumulando alta de 6,69% em 12 meses. Para o final 2016, entretanto, a perspectiva para o IPCA no Focus foi reduzida em 0,1 ponto percentual, a 5,6%. PIB Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto, para 2015 a estimativa despencou a 0,13%, contra 0,38% no levantamento anterior, quarta semana seguida de redução. A economia deve melhorar em 2016 na visão dos especialistas consultados, mas a projeção foi reduzida em 0,26 ponto percentual, a 1,54%. JUROS Os sinais de fraqueza da economia fizeram os economistas consultados a não mudar a projeção para a Selic neste ano, mesmo com a perspectiva de inflação mais alta. Segundo as revisões, a taxa básica de juros deve terminar 2015 a 12,50%. O BC elevou a Selic pela terceira vez seguida na semana passada, a 12,25% ao ano, e sinalizou nova alta no curto prazo. Os agentes econômicos aguardam agora a divulgação da ata da reunião na quinta-feira (29) em busca de mais pistas sobre os próximos passos.

Para o final de 2016, a perspectiva da Selic também não mudou, ficando em 11,50%. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1580451-projecao-do-mercado-para-ainflacao-em-2015-dispara-a-699-diz-bc.shtml > Acesso em 08 fev. 2015. Responda às questões abaixo, justificando suas respostas sempre que se tornarem necessárias: QUESTÃO 01 O que você entende por poder de compra? QUESTÃO 02 Qual o significado da sigla IPCA e qual órgão é responsável pela sua elaboração? QUESTÃO 03 Para que serve o IPCA? QUESTÃO 04 A inflação acumulada de 01/07/1994 a 01/03/2015, medida pelo IPCA, foi de 385,29916% (Fonte: Banco Central do Brasil). Considerando a informação acima, você poderia calcular o poder aquisitivo de uma nota de R$ 100,00 (lançada em 01/07/1994) em 01/03/2015? QUESTÃO 05 Utilizando o raciocínio da questão anterior, você poderia dizer qual foi o percentual da perda do poder de compra da nota de R$ 100,00 no período considerado? QUESTÃO 06 Você costuma de utilizar os seus conhecimentos matemáticos na realização de suas atividades financeiras cotidianas? Por quê? SUGESTÃO DE RESPOSTA: Somente para as questões objetivas e de conotação Matemática. Questão 02 IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e o órgão responsável pela sua elaboração é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Questão 03 O IPCA é considerado o índice oficial de inflação do Brasil. Questão 04 Em 01/07/1994, uma mercadoria custava x reais. Considerando a inflação no período, em 01/03/2015 ela custaria 4,8529916.x reais. Logo, aplicando-se uma Regra de Três Simples, teremos: 01/07/1994 01/03/2015 x reais 4,859916.x reais

R$? R$ 100,00 O poder aquisitivo de uma nota de R$ 100,00 em 01/03/2015 era o equivalente a R$ 20,58 comparados ao valor de R$ 100,00 em 01/07/1994. Questão 05 A perda do poder de compra da nota de R$ 100,00, no período considerado, foi de: 100% 20,58% = 79,42% Algumas das respostas apresentadas ao questionário: Para a 1ª pergunta: House, M. D. Poder de compra é o que você tem para gastar de seu salário comparado com a inflação. Se a inflação estiver maior proporcionalmente ao seu salário, quer dizer que seu poder de compra é menor. Woody O poder de compra é o quanto o dinheiro vale realmente, um exemplo seria, antes eu comprava um Guaravita por R$1,00 ganhando o valor mensal de R$100,00 logo eu poderia comprar 100 unidades, porém o Guaravita custa R$2,00 logo meu poder de compra foi de 100 unidades para 50 unidades. Este aumento no preço do produto, fez com que meu poder de compra diminuísse pela metade. Então. o poder de compra está ligado diretamente ao seu valor real, podendo sofrer aumento ou queda, dependendo do período e da economia. Wesley Hoje em dia é difícil dizer ao certo quem tem ou não poder de compra, pois existem muitas formas de crédito, até para os menos privilegiados monetariamente, o que amplia o poder de muitas pessoas de comprar. Acredito que exista um poder de pagamento, que seria a pessoa que possui o poder de compra e o exerce de maneira correta, pagando tudo o que comprou, diferentemente de pessoas que possuem o poder de compra, mas depois não conseguem quitar os débitos. Monica Geller Poder de compra é o poder que uma pessoa de determinado grupo possui de adquirir bens e serviços para consumo. Podemos mensurar este tipo de poder através do salário, geralmente salários mais elevados geram um poder de compra maior, assim com um salário reduzido leva a um poder de compra mais limitado. É válido ressaltar que o poder de compra relaciona-se com o custo de vida, podendo sofrer variações em determinados locais. Para a 6ª pergunta: House, M. D. Sim, para manter as contas em ordem.

Woody Costumo utilizar mais em caso de financiamentos, porém atualmente não está sendo necessário. Neymar Jr Pouco, porque geralmente utilizo conceitos básicos como soma. Iolanda Tento utilizar principalmente em compras para verificar se é mais vantajoso comprar à prazo ou à vista com desconto, etc., mas em outros casos é mais difícil aplicar e acabo não usando por falta de domínio. Sambô Sim, pois tudo no mundo é Matemática e se você não usá-la para conferir cálculos você pode perder dinheiro. Antônia Não, pois sou muito impulsiva na hora da compra e se for calcular vou acabar me sentindo culpada. 4. Considerações Finais Ao propormos esse Curso de Serviço de Matemática Financeira para os estudantes de graduação em Administração com o desenvolvimento de temas ligados à Educação Financeira, temos a intenção de despertar o espírito crítico dos futuros administradores para as questões cotidianas financeiras, além de despertar o espírito crítico deles. A nossa percepção na evolução dos estudantes ao longo do curso foi de merecer destaque, pois pudemos observar certa timidez nas respostas das primeiras atividades com respostas pouco consistentes para respostas muito mais bem elaboradas nas últimas atividades aplicadas aos futuros administradores. Se fizéssemos um paralelo do curso de Matemática Financeira no ensino tradicional vigente que sempre aplicamos, com a resolução de exercícios, aplicações de fórmulas e a utilização da calculadora financeira HP 12C e o Curso de Serviço que propomos, com os mesmos elementos do curso anterior, mas com o desenvolvimento de situações vivenciadas por nossos estudantes é de uma distância incalculável. Além disso, temos que destacar a postura dos alunos que no primeiro caso é totalmente coadjuvante para o papel principal no segundo caso. 5. Referências Bibliográficas CURY, H. N. (Org.). Disciplinas matemáticas em cursos superiores: reflexões, relatos, propostas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

PROCÓPIO, R. B. Geometria como um curso de serviço para a Licenciatura de Matemática: uma leitura da perspectiva do Modelo dos Campos Semânticos. (Dissertação Mestrado Profissional em Educação Matemática). Juiz de Fora: UFJF, 2011. BARROSO, D. F. Uma proposta de curso de serviço para a disciplina Matemática Financeira: mediada pela produção de significados dos estudantes de Administração. (Dissertação Mestrado Profissional em Educação Matemática) Juiz de Fora: UFJF, 2013. SILVA, V. E. V. A Matemática como um estudo de caso para a interdisciplinaridade do curso de graduação em Administração. Revista Nacional da ANGRAD Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 3, jul./set. 2002. BANCO CENTRAL DO BRASIL. O Programa de Educação Financeira do Banco Central. Disponível em <https://www.bcb.gov.br/?bcedfin> Acesso em 16 ago. 2015. SILVA, A. M. Conferência Interamericana de Educação Matemática. Um Curso de Serviço para a Licenciatura em Matemática. Recife: CIAEM, 2011. PEREIRA, C. B.; SILVA, R. C. e SANTOS, J. A, A gestão do poder de compra de família com rendas de um salário mínimo em um cenário de inflação., 2014. Revista de Administração do UNISAL, v. 4, n. 6. ARAÚJO, F. C. e CALIFE, F. E. A história não contada da Educação Financeira no Brasil., 2014. Disponível em <http://www.boavistaservicos.com.br/wpcontent/uploads/2014/08/a-hist%c3%b3ria-n%c3%a3o-contada-daeduca%c3%a7%c3%a3o-financeira-no-brasil.pdf> Acesso em: 16 de ago. 2015. SKOVSMOSE, O. Desafios da reflexão em educação matemática crítica. Campinas, SP: Papirus, 2008. KISTEMANN JR., M. A. Sobre a Produção de Significados e a Tomada de Decisão de Indivíduos-Consumidores. Tese (Doutorado em Educação Matemática). Rio Claro, SP: UNESP, 2011.

FOLHAONLINE. Projeção do mercado para a inflação em 2015 dispara a 6,99%, diz BC. Disponível em <http://g1.globo.com/economia/seudinheiro/noticia/2015/03/inadimplentes-devem-em-media-sete-vezes-o-que-ganham-dizpesquisa.html> Acesso em 28 mar. 2015. CHAMBERS, P., TIMLIN, R. Ensinando matemática para adolescentes. 2 ed., Porto Alegre, RS: Penso Editora Ltda., 2013.