CARACTERIZAÇÃO DE UMA FOSFATASE ÁCIDA PRODUZIDA POR Trichoderma harzianum. Palavras-chave: controle biológico, Trichoderma harzianum,fosfatases ácida.

Documentos relacionados
ESTUDOS BIOQUÍMICOS DE LIPASES PRODUZIDAS POR Trichoderma harzianum

PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PROTEINASE EXTRACELULAR PRODUZIDA POR Candida krusei AP176.

Avaliação de enzimas hidrolíticas do fungo Trichoderma harzianum ALL 42 frente a diferentes fitopatógenos.

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE FOSFATASES ÁCIDAS POR Trichoderma spp. Suelen Lorena da Silva, Cirano José Ulhoa

Purificação parcial, Caracterização e Imobilização de lectina de sementes de Brosimum gaudichaudii.

COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ENZIMA TIROSINASE DE AGARICUS BISPORUS

Departamento de Bioquímica Instituto de Química USP EXERCÍCIOS BIOQUÍMICA EXPERIMENTAL QBQ 0316N Professores. Carlos T. Hotta Ronaldo B.

MAXIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE β-glicosidase DE Aspergillus awamori

Aplicações tecnológicas de Celulases no aproveitamento da biomassa

Departamento de Bioquímica. Instituto de Química USP EXERCÍCIOS BIOQUÍMICA EXPERIMENTAL QBQ 0316N. Professores. Carlos Takeshi Hotta

Ajustar o ph para 7,4. Filtrar o meio em 0,22 µm no fluxo e depois acrescentar o antibiótico/antimicótico. Armazenar de 2ºC a 8ºC.

Efeito da adição de fontes de fósforo e nitrogênio na Produção de Proteases por Fermentação semi-sólida da Torta de Canola

Teoria da Prática: Transporte de Glicídios

Métodos de Purificação de Proteínas Nativas

IMOBILIZAÇÃO DE LIPASES POR ADSORÇÃO EM AGAROSE MODIFICADA

ATIVIDADES DE ENZIMAS DO METABOLISMO DE NITROGÊNIO NA PLANTA DANINHA Ipomoea grandifolia

PURIFICAÇÃO PARCIAL E ESTUDO CINÉTICO DA ENZIMA CATALASE DE BATATA DOCE (Ipomoea batatas)

PRODUÇÃO DE COLAGENASES POR Aspergillus SP. UCP 1276 EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA E PRECIPITAÇÃO EM SULFATO DE AMÔNIO

Acta Scientiarum. Agronomy ISSN: Universidade Estadual de Maringá Brasil

INTERFERÊNCIAS CAUSADAS NA QUANTIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS TOTAIS PELO MÉTODO DE BRADFORD EM SISTEMA AQUOSO BIFÁSICO

[REVISTA BRASILEIRA DE AGROTECNOLOGIA] ISSN Palavras chave: Enzimas proteolíticas; fungos filamentosos; purificação de proteínas

PRODUÇÃO DE CÉLULAS ÍNTEGRAS DE Penicilium citrinum PARA APLICAÇÃO NA MODIFICAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS

PRODUÇÃO E CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS DE PROTEASES PRODUZIDAS POR ASPERGILLUS NIGER EM RESPOSTA A DIFERENTES RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

PRODUÇÃO DE LIPASE INTRACELULAR POR Yarrowia lipolytica UTILIZANDO ÓLEO DE FRITURA RESIDUAL COMO INDUTOR

Métodos de Purificação de Proteínas Nativas

BIOQUÍMICA EXPERIMENTAL

Introdução. Graduando do Curso de Engenharia Química FACISA/UNIVIÇOSA. gmail.com. 5

PROSPECÇÃO DE BACTÉRIAS E LEVEDURAS LIPOLÍTICAS DO ESTADO DO TOCANTINS PROMISSORAS EM APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

Eletroforese Bidimensional na Análise de Zeínas em Milho Indígenas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA

Protocolo. Extração de Proteínas Totais de Planta. Método Fenol Modificado de:

EFEITO DE DIFERENTES FORMAS DE PREPARO DO INÓCULO E DE CONCENTRAÇÕES DOS NUTRIENTES NA PRODUÇÃO DE ETANOL POR Saccharomyces cerevisiae UFPEDA 1238

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Nutrição bacteriana. José Gregório Cabrera Gomez

PRODUÇÃO DE PROTEÍNA UNICELULAR A PARTIR DO BAGAÇO DE MAÇÃ UTILIZANDO FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO

Graduação em Biotecnologia Disciplina de Proteômica. Caroline Rizzi Doutoranda em Biotecnologia - UFPel

CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE PROTEASES POR Aspergillus tamarii URM4634 POR FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO (FES)

CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS 1-9

Extração de Proteínas Alergênicas do Leite e do Soro de Leite Usando Sistemas Aquosos Bifásicos

Meios de cultura bacteriano

MODELAGEM MATEMÁTICA DA PRODUÇÃO DE ENZIMAS UTILIZANDO Trichoderma harzianum EM MEIO SUBMERSO E BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR COMO FONTE DE CARBONO

Projeto de Pesquisa para Bolsa de Iniciação Científica (IC) Laboratório Nacional: Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ( CTBE)

Objectivo: Separar uma proteína das restantes no extracto celular. Estratégia: Existem inúmeras técnicas de purificação disponíveis.

Introdução ao bloco II Enfermagem. Monica Montero Lomeli Sylvia Alquéres

EXTRAÇÃO, SEPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO ENZIMÁTICA

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE PRÉ-TRATAMENTO PARA HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DA BIOMASSA DE JABUTICABA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO PARCIAL E SUA APLICAÇÃO EM EXTRATO AQUOSO DE SOJA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE DISCIPLINA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1866

Degradação Bioquímica

Caracterização de Queratinase para Valorização Biotecnológica de Resíduos de Penas

Universidade Estadual Paulista UNESP Instituto de Biociências de Botucatu IBB Bioquímica Vegetal

PRODUÇÃO DE FITASE POR FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO UTILIZANDO FARELO DE ARROZ E ASPERGILLUS NIGER E ASPERGILLUS ORYZAE

PRODUÇÃO DE LIPASE A PARTIR DE LEVEDURAS NÃO CONVENCIONAIS ISOLADAS DO BAGAÇO DE CAJU.

SELEÇÃO DE FUNGOS PRODUTORES DE β-d- FRUTOSILTRANSFERASE POR FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO

IMOBILIZAÇÃO DE LIPASE DE Aspergillus niger POR ADSORÇÃO

HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DA MICROALGA Chlorella pyrenoidosa

Avaliação Quantitativa das Preparações Enzimáticas

Isolamento, Seleção e Cultivo de Bactérias Produtoras de Enzimas para Aplicação na Produção mais Limpa de Couros

Indicadores microbiológicos para qualidade do solo

INFLUÊNCIA DA CARGA ORGÂNICA NO DESEMPENHO DE REATORES DE LEITO MÓVEL COM BIOFILME PREENCHIDOS COM DIFERENTES MATERIAIS SUPORTE

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( X ) Resumo ( ) Relato de Caso

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico

Polipeptídios do endosperma das cultivares de alface Uberlândia ª geração e Grand Rapids.

IMOBILIZAÇÃO DE LEVEDURAS EM SUPORTES A BASE DE ALGINATO DE SÓDIO PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE DESCOLORAÇÃO DE EFLUENTES

Aula 8 Proteínas: da extração à estrutura 3D

PURIFICAÇÃO PARCIAL DA ENZIMA PEROXIDASE EXTRAIDA DO FEIJÃO

APROVEITAMENTO DA GLICERINA ORIUNDA DO BIODIESEL NO CULTIVO DE Cryptococcus curvatus NRRL Y PARA PRODUÇÃO DE LIPASE

1.3- Resultados e discussão

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE DISCIPLINA. PRÁT: 30h. Engenharia Agronômica Ciências Biológicas

Purificação de Potyvirus de ocorrência natural em Hypochaeris brasiliensis

Aula 2: Purificação de Proteínas (revisão) e Determinação de Estruturas (difração de raio-x)

EXTRAÇÃO DE DNA DE SANGUE (LEUCÓCITOS)

PROSPECÇÃO DE FUNGOS LIPOLÍTICOS DO ESTADO DO TOCANTINS PROMISSORES EM APLICAÇÕES INDUSTRIAIS PROPESQ GU3 # 003/2010

CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE INGA ALBA E INGA CYLINDRICA: UMA AVALIAÇÃO DE POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO

ÍNDICE. Agradecimentos Abreviaturas Índice de Figuras Índice de Tabelas Índice de Gráficos e Esquemas

PRODUÇÃO DE ÁCIDO GÁLICO POR FERMENTAÇÃO SUBMERSA UTILIZANDO FERMENTADORINSTRUMENTADO

Purificação de Proteínas

Estudo da termoestabilidade de peroxidases extraídas da polpa e casca de mexerica (Citrus. deliciosa)

BOTUCATU, SP - RUBIÃO JUNIOR Fone (0xx14) fax

PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE UMA ENZIMA LACASE (EC ) EXTRACELULAR OBTIDA ATRAVÉS DE FERMENTAÇÃO EM FASE SÓLIDA

Aula 2: Purificação de Proteínas (revisão) e Determinação de Estruturas (difração de raio-x)

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE LIPASE DE Candida rugosa E AVALIAÇÃO DA IMOBILIZAÇÃO POR LIGAÇÃO COVALENTE EM POS-PVA

HIDRÓLISE DA LACTOSE A PARTIR DA ENZIMA - PROZYN LACTASE

Metabolismo, nutrição e crescimento microbiano

COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE LINEARIZAÇÃO DA EQUAÇÃO DE MICHAELIS-MENTEN DA INVERTASE DE Saccharomyces cerevisiae

4014 Separação enantiomérica de (R)- e (S)-2,2'-dihidroxi-1,1'- binaftil ((R)- e (S)-1,1-bi-2-naftol)

Pró-Reitoria de Graduação. Plano de Ensino 3º Quadrimestre de da NHT4002- Nome da disciplina: Bioquímica Experimental

PURIFICAÇÃO DE LIPASE PRODUZIDA A PARTIR YARROWIA LIPOLYTICA POR MEIO SISTEMA AQUOSO BIFÁSICO E ULTRAFILTRAÇÃO

ESTABELECIMENTO DE UM PROTOCOLO PARA DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DA ENZIMA CINAMOIL COENZIMA A REDUTASE

ESTUDO DAS CONDIÇÕES DE EXTRAÇÃO DE PROTEASE EM PROCESSO FERMENTATIVO SEMI-SÓLIDO

Bioindicadores de Qualidade do Solo. Simone Cristina Braga Bertini

Exercício 1. Calcule a concentração dos reagentes listados abaixo em mol L -1 Tabela 1. Propriedades de ácidos inorgânicos e hidróxido de amônio.

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICOS-QUÍMICAS DE LIPASE DE ASPERGILLUS NIGER VISANDO SUA APLICAÇÃO EM ALIMENTOS

Código da Disciplina: ENZIMOLOGIA E TECNOLOGIA DAS FERMENTAÇÕES I Professor(es): JOSÉ ALVES ROCHA FILHO Carga horária:

1.1 Antígenos virais para uso na técnica de ELISA indireto com anticorpo de captura

ESTABILIZAÇÃO DA FORMA ABERTA DE LECITASE ATRAVÉS DA MODIFICAÇÃO FÍSICA COM POLÍMEROS IÔNICOS

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

PURIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS

Roberta Vianna do Valle 1, Ângela Maria Xavier Eloy 2, Nadiana Maria Mendes da Silva 3, João Ricardo Furtado 4

Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO DE UMA FOSFATASE ÁCIDA PRODUZIDA POR Trichoderma harzianum LIMA,Rhalcia Cristina de Melo 1 ; ULHOA, Cirano José 2. Palavras-chave: controle biológico, Trichoderma harzianum,fosfatases ácida. 1. INTRODUÇÃO O fungo filamentoso Trichoderma harzianum é descrito como um agente de controle biológico utilizado contra alguns fitopatógenos, tais como Sclerotium rolfsii, Rhizoctonia solani e Pythium sp (Herrera-Estrella & Chet, 1998). Um dos mecanismos de antagonismo deste fungo é denominado de micoparasitismo e se caracteriza pela produção de enzimas hidrolíticas, como quitinases (EC. 3.2.1.14) e N-acetilglucosaminidase (EC. 3.2.1.30), responsáveis pela quebra da parede celular do fungo hospedeiro. Existem evidências de que o micoparasitismo ocorre através de eventos seqüenciais, que vão desde o reconhecimento até o contato direto com o hospedeiro com a expressão de genes específicos (Herrera-Estrela & Chet, 1998). Fungos do gênero Trichoderma são conhecidos com produtores de uma grande variedade de enzimas de interesse biotecnológico. Além disso, são capazes de promover o crescimento de plantas, quando inoculados em associação com sementes. Um dos fatores que contribui para esta característica é a capacidade deste fungo solubilizar e liberar fosfato do solo para as raízes (Harman & Kubicek, 1998). Existe também um grande interesse em aplicação de enzimas com estas características em nutrição animal. Fosfatases ácidas (E.C. 3.1.3.2) são enzimas que catalisam a hidrólise de uma variedade de compostos fosfatados orgânicos, com a produção de fósforo solúvel, contribuindo para o metabolismo energético, transdução de sinal (Dickman & Yarden, 1999) ou a aquisição de fósforo com propósito nutricional (Walsh et al., 1994). São enzimas que estão amplamente distribuídas na natureza, e têm sido encontradas em bactérias (Jeong & Macaskil, 1999), fungos (Tarafdar et al.,1988) e plantas ( Kawarasaki et al.; 1996). Grande parte do fósforo (P) que é aplicado no solo como fertilizante, rapidamente se torna indisponível para as plantas, acumulando-se em frações de fósforo inorgânico (Sanyal & De Datta, 1991). O aumento da atividade de fosfatase ácida pode ajudar às plantas a usarem fosfatos de fontes orgânicas (Tarafdar & Claassen, 1988). Portanto, devido à grande importância do fungo Trichoderma para controle biológico, a solubilização de P no solo e o papel relevante que as enzimas produzidas por ele representam para a biotecnologia, foi nosso interesse neste trabalho estudar a produção e caracterização das enzimas fosfatases ácidas produzidas por fungos da espécie T. harzianum. 2. METODOLOGIA

2.1 - Manutenção do fungo Os isolados Trichoderma harzianum ALL-42 da Coleção do Laboratório de Enzimologia / UFG, serão mantidos com repiques periódicos em meio MYG (0,% de extrato de malte, 0,2% de extrato de levedura, 1% de glicose e 2% de ágar) e estocado a 4 C. 2.2 Produção de Enzimas Esporos dos isolados de Trichoderma harzianum ALL-42 (10 7 ml -1 ), foram inoculados em frascos de 20 ml contendo 2 ml de meio de TLE composto por: 1g/L de bactotriptona, 0,3g/L de uréia, 2,0g/L de KH 2 PO 4, 1,4g/L de (NH4) 2 SO 4, 0,3g/L de MgSO 4.7H 2 O, 0,3g/L de CACL 2.6H 2 O e solução de elementos traços; suplementado com 0,% de farelo de milho como indutor. Os frascos foram incubados em agitador rotatório à 28 C e velocidade de 140 rpm. Após 48 horas de incubação o sobrenadante foi coletado e utilizado como fonte de enzimas. 2.3 Atividade Enzimática A atividade de fosfatase ácida foi determinada segundo metodologia descrita por Bessey et al., (1946), usando-se ρ-nitrofenilfosfato (ρ-npp) (Sigma Chemical Company ) como substrato, na concentração de mmol.l -1, em tampão citrato trissódico 20 mmol.l -1 ph 4,8. 2.4 Determinação de Proteína A concentração de proteínas nas amostras foi determinada pelo método descrito por Bradford (1976), utilizando albumina bovina (Sigma-Co) como padrão. 2. Determinação da purificação de fosfatase ácida em eletroforese, sob condições desnaturantes Para análise do perfil de proteínas secretadas no meio de cultura será utilizado um sistema de eletroforese (MiniGel-Sigma) em gel de poliacrilamida 10% em condições desnaturantes, SDS-PAGE (Laemmli, 1970). Ao final da corrida o gel foi corado pelo método de coloração com nitrato de prata segundo metodologia descrita por Blum et al., 1987. 2.6 Purificação da fosfatase ácida de T. harzianum ALL- 42 O extrato bruto de T.harzianum foi aplicado numa coluna de troca phenyl- Sepharose High Performance (1,0 cm x 17,0 cm) (Amershan Pharmacia Biotech), previamente equilibrada com o tampão A, com um fluxo de 120 ml.h -1. A coluna foi lavada com 80 ml do tampão A e em seguida aplicado um gradiente variando a concentração do tampão A de 2 a 0 mol.l -1 de (NH 4 ) 2 SO 4, e posteriormente lavada novamente com 100 ml de tampão acetato de sódio 0 mmol.l -1 ph,0. Frações de 2 ml foram coletadas e usadas para determinação de proteínas a 280 nm e atividade de fosfatase ácida. (Figura 1). As frações que apresentaram maior atividade de fosfatase ácida foram reunidas (6 ml), dialisadas contra água a 4 C, e concentradas por liofilização. O material liofilizado foi diluído em 1 ml de tampão acetato de sódio 0 mmol.l -1 ph,0 contendo 100 mmol.l -1 de cloreto de sódio e aplicado numa coluna de gel filtração, Sephacryl S-200 (44,3 x 2,6 cm) (Amershan Pharmacia Biotech), previamente equilibrada com este mesmo tampão. O fluxo utilizado foi de 20 ml.h -1 e frações de 1 ml foram coletadas e utilizadas para determinação de proteínas a 280 nm e atividade de fosfatase ácida. (Figura 2) 2.7 Caracterização da fosfatase ácida de T. harzianum ALL- 42 Determinação da massa molecular, ph ótimo, temperatura ótima, termoestabilidade, efeito de íons metálicos e alguns compostos na atividade

enzimática, determinação da constante de Michaelis-Menten (K m ) e Velocidade máxima da reação (V máx ). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Trichoderma harzianum ALL-42 produziu duas fosfatases ácidas após crescimento em meio TLE contendo farelo de milho. A fosfatase ácida de menor massa molecular foi parcialmente purificada por cromatografia em colunas de phenyl- Sepharose (Figuara 1) e Sephacryl S-200 (Figura 2). O fator de purificação encontrado foi de 4,31 vezes com um rendimento de 44,8 %. A massa molecular da enzima parcialmente purificada foi de 72 kda determinada por filtração em gel em Sephacryl S-200. O ph ótimo encontrado foi de,0 e temperatura de 4 C (Tabela 1). A enzima apresentou maior estabilidade em ph,8 e temperatura de 40 C. NaF ( mmol.l -1 ), β-mercaptoetanol ( mmol.l -1 ) e NaH 2 PO 4 (, 10 e 1 mmol.l -1 ) inibiram fortemente a atividade da enzima (Tabela 2). Os valores de Km e Vmax foram de 838, µmol.ml -1 e 129,6 U.min -1, respectivamente. NaH 2 PO 4 altera os valores de Km e Vmax, sugerindo uma inibição da enzima do tipo incompetitiva. 0,4 2,0 Atividade Fosfatase ácida (Abs.) 2,0 1, 1,0 0, 0 20 40 60 80 100 120 0,3 1, Absorbância (280 nm) 0,2 0,1 1,0 0, (NH 4 ) 2 SO 4 mol.l -1 Atividade de Fosfatase ácida (Abs.) 2, 2,0 1, 1,0 0, V o 0,1 0,10 0 0 0 100 10 200 Absorbância (280 nm) Frações (n o ) Frações (n o ) Figura 1. Perfil cromatográfico do sobrenadante da cultura de T. harzianum ALL 42 aplicado em coluna de interação hidrofóbica, phenyl-sepharose - - Proteína (A 280nm ); - -Atividade de fosfatase ácida; gradiente de (NH 4 ) 2 SO 4 (2-0 mol.l -1 ) Figura 2. Perfil cromatográfico do pico de atividade de fosfatase ácida proveniente da cromatografia de interação hidrofóbica, aplicado à coluna de filtração em gel Sephacryl S-200. - - Atividade fosfatase ácida; - - Proteína (A 280 nm ); V 0 = volume vazio. Figura 3. Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE 12%), corada pela metodologia da prata, de amostras de T.

harzianum ALL 42. Amostras 1. extrato bruto; 2. frações com atividade de fosfatase ácida provenientes da coluna de interação hidrofóbica ; 3. frações com atividade de fosfatase ácida correspondente ao pico II da coluna de gel filtração. Tabela 01. Propriedades bioquímicas da fosfatase ácida produzida por T. harzianum Massa molecular (kda) 72 ph ótimo,0 Temperatura ótima 4 C Termoestabilidade ph,0/40 C/60 min 9 ph,0/0 C/60 min 70 ph,0/60 C/30 min 0 K m (µmol.ml -1 ) 838, V máx (U) 129,6 Tabela 02. Influência dos vários compostos sobre a atividade de fosfatase ácida produzida por T. harzianum ALL 42 Compostos Concentração (mmol.l -1 ) Atividade Residual (%) Controle EDTA Azida sódica CuSO 4 HgCl 2 β-mercaptoetanol NaF NaH 2 PO 4 NaH 2 PO 4 NaH 2 PO 4 10 1 100 101 9 92 91 61 47 9 46 31 4.CONCLUSÃO Otimização da produção desta enzima através de estudos de fontes de carbono e nitrogênio;

Desenvolvimento da metodologia da purificação parcial da fosfatase ácida produzida por T. harzianum; Caracterização bioquímica da fosfatase ácida produzida por T. harzianum.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BESSEY, O. A.; LOWRY, O. H.; BROCK, M. J. (1946). A method for the rapid determination of alkaline phosphatase with cubic millimeters of serum. Journal of Biological chemistry, 164(1): 321 329. BLUM, H.; BEIER, H.; GROOS, H. (1987). Improved silver staining of plant proteins, RNA and DNA in polyacrylamide gels. Eletrophoresis, 8: 93 99. BRADFORD, M. M. (1976). A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry, 72: 248 24. DICKMAN, M. B., YARDEN, O. (1999). Serine/Threonine Protein Kinases and Phosphatases in Filamentous Fungi. Fungal Genetic Biology, 26: 99 117. HARMAN, G. E.; KUBICEK, C. P. (1998). Trichoderma and Gliocladium, Vol. 2, Enzymes biological control and commercial application. Taylor and Francis, London, p. 13 171. HERRERA-ESTRELLA, A. & CHET, I (1998). Biocontrol of bacteria and phitopathogenic fungi. In Agriculture Biotecnology. Ed. Arien. Dekker, Inc. New York. Pp. 263-282. JEONG, B. C.; MACASKIL, L. E. (1999). Production of two phosphatases by a Citrobacter sp. grown in batch and continuous culture. Enzyme and Microbial Technology, 24: 218 224. KAWARASAKI, Y.; NAKANO, H.; YAMANE, T. (1996). Purification and some properties of wheat germ acid phosphatases. Plant Science 119: 67 77. LAEMMLI, U. K. (1970). Cleavage of structural proteins during assembly of the head of the bacteriophage T 4. Nature (London), 227: 680 68. SANYAL, S. K.; De DATTA, S. K. (1991). Chemistry of phosphorus transformation in soil. Advances in Soil Science, 16: 1 120. TARAFDAR, J. C.; RAO, A. V.; BALA, K. (1988). Production of phosphatases by fungi isolated from desert soil. Folia Microbiologica, 33: 43 47. TARAFDAR, J. C.; CLAASSEN, N. (1988). Organic phosphorus compounds as a phosphorus source for higher plants through the activity of phosphatases produced by plant roots and microorganisms. Biology and Fertility of Soils, : WALSH, G. A.; POWER, R. F.; HEADSON, D. R. (1994). Enzymes in the animal feed industry. TIFS, : 81 82. FONTE DE FINANCIAMENTO CNPq/Capes 1 Bolsista de pós - graduação. Instituto de Ciências Biológicas-Laboratório de Enzimologia / UFG, rhalcia@bol.com.br 2 Orientador/Instituto de Ciências Biológicas /UFG, ulhoa@icb.ufg.br