Bárbara da Silva Literatura Modernismo I
O Modernismo é marcado por inúmeros avanços tecnológicos, no início do século XX, mas também por questões políticas e sociais. A Europa, berço do modernismo, começa a primeira guerra mundial em 1914, o que provocou medo e despertou as vanguardas artísticas que influenciaram o modernismo brasileiro.
Futurismo: Lançado pelo poeta italiano, Felippo Marinetti, propunha a destruição do passado e a exaltação da vida moderna, o movimento cultuava as máquinas e a velocidade. Marinetti defendia a destruição da sintaxe, e a utilização de substantivos dispostos ao acaso.
Cubismo: Na pintura decompunha objetos da realidade cotidiana e pessoas em diferentes planos geométricos, pois acreditava que assim seria possível enxergar sua estrutura global de vários ângulos. Seu grande representante foi Pablo Picasso. Na poesia valorizava o subjetivismo e a falta de lógica.
Dadaísmo: Movimento lançado na Suíça pelo romeno Tristan Tzara, em 1916, reflete o pessimismo da Guerra. O nome foi escolhido ao acaso não significava nada. Pregava a destruição de todos os valores morais da sociedade que fazia a guerra. Buscava ser ilógico, incoerente e anti-artístico, através da invenção de palavras e liberdade total.
Surrealismo: Influenciado pela teoria psicanalítica de Freud, o surrealismo dava voz aos sonhos e ao inconsciente. Foi lançado na França, em 1924, valorizava o passado e buscava a emancipação do homem, fora da lógica e das convenções sociais. Seu grande representante foi Salvador Dalí.
Modernismo brasileiro As oligarquias de São Paulo e Minas Gerais dividiam o poder e o lucro do que era produzido no Brasil, desfavorecendo as camadas empobrecidas da população, os operários e os trabalhadores rurais.
O contexto em que acontece a Semana de Arte Moderna é marcado por conflitos, que trariam Getúlio Vargas ao poder, em 1930. Nascido sob a influência das vanguardas europeias, o Modernismo brasileiro, em sua primeira fase, combatia estéticas conservadoras e tradicionais, ainda defendidas pelos parnasianos.
Semana de Arte Moderna(1922) A semana de arte foi um marco que vinha sendo desenvolvido desde 1912, quando Oswald de Andrade retornou de seus estudos na Europa anunciando as vanguardas que vira por lá.
Reuniu diversos artistas, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, que subverteram e lançaram no lixo toda a tradição que vinha sendo construída no país pelos parnasianos. O grupo foi recebido às vaias pelo público, no Museu Municipal de São Paulo, onde exibiram artes plásticas, literatura e música.
Correntes modernista - Movimento Pau-Brasil: Revalorização de elementos primitivos da nossa cultura; - Movimento Verde-Amarelo: Postura nacionalista que repudiava o que era importado; - Movimento antropofágico: Defendia o canibalismo cultural, mesclava referências do exterior ao que era brasileiro.
- Movimento espiritualista: Procurou conciliar o passado com o futuro, e teve influência simbolista.
Características 1ª fase modernista: - Pluralidade de linguagens e perspectivas; - Irracionalismo; - Destruição da métrica, da rima etc; - Nacionalismo ufanista; - Verso livre; - Preferência por substantivos e verbos; - Poema-piada (Blague); - Mistura entre prosa e poesia;
- Utilização de linguagem coloquial; - Temáticas tradicionalmente consideradas não-poéticas etc;
Principais autores - Mário de Andrade (1893 1945): Autor do primeiro livro do modernismo brasileiro, Pauliceia desvairada (1922), em que focaliza aspectos sociais e políticos de São Paulo em versos livres. Escreveu também Macunaíma (1928), sua obraprima, em que mescla elementos da cultura indígena, africana e brasileira.
- Oswald de Andrade (1890 1954): Buscou fazer uma poesia que expressasse tudo o que fosse genuinamente brasileiro e percorresse desde o período colonial, a vida rural e urbana do país. Escreveu poesia, romance sendo Memórias sentimentais de João Miramar (1924) sua obra mais importante, e teatro.
- Manuel Bandeira (1886 1968): O poeta ainda apresentava traços parnasianos em suas primeiras obras, mas no livro Libertinagem (1930) adentra de fato a poesia moderna. No livro encontramos a renovação da linguagem e a fuga do belo tradicional, e uma temática cotidiana, retirada, inclusive, de notícias de jornal.
Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro (Oswald de Andrade)
Abaporu (1928), Tarsila do Amaral. Fonte: http://artedescrita.blogspot.com.br/2012/08/ab aporu-de-tarsila-do-amaral.html