A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN

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Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN Fernanda Maria Sousa Martins; Karla Regiane Viera Costa; Maria Isabel da Silva Bezerra; Valdiego José Monteiro Tavares; Claudete Sousa Martins Universidade Estadual da Paraíba nnanda_cg@hotmail.com; Universidade Estadual da Paraíbakregiane1@gmail.com ; Universidade Estadual da Paraíba valdiegomonteiro@gmail.com ; Universidade Estadual da Paraíba isabelsilva.11@gmail.com Resumo: O artigo mostra a importância do brincar para o desenvolvimento cognitivo de crianças portadoras da síndrome de down. Para a realização deste artigo, foi feito um estudo bibliográfico baseado em GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, (2004), PIAGET (1990), KISHIMOTO (2002), o RCNEI (1998) e a Declaração de Salamanca, bem como a observação na sala de aula de uma escola privada da cidade de Campina Grande, onde estão inseridas crianças portadoras de necessidades especiais. A inclusão é um termo no qual muito tem se falado nos dias atuais, porém às vezes vem sendo pouco praticado dentro do seu contexto escolar. Presenciamos realidades que por vezes estão bem distantes do que fala o que foi tratado pela UNESCO no ano de 1994 na declaração de Salamanca. De acordo com Vygotsky (1988), desde o início do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio dentro do contexto social em que vive, seja ele na sua casa, junto aos seus familiares ou até mesmo no seu contexto escolar. Ele também afirma que ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade. Realidade esta que independe de que contexto ela esteja inserida, aqui priorizaremos o contexto escolar. As crianças portadoras da síndrome de down cada vez mais estão inseridas dentro deste contexto, e em especial na educação infantil. Aqui será relatada a importância das atividades lúdicas como favorecedora no processo de aprendizagem cognitiva destas crianças. Palavras-Chave: Brincadeiras, Processos Cognitivos, Educação Infantil, Síndrome de Down. Introdução Desde os primeiros anos de vida os jogos, brinquedos e brincadeiras estão inseridos dentro do cotidiano das crianças, pois é através deles que a criança vive de maneira espontânea suas fantasias, emoções, o faz de conta e desenvolvem áreas cognitivas. Este artigo irá abordar a importância do brincar no desenvolvimento cognitivo de crianças portadoras da síndrome de down. Tendo em vista que a síndrome de down também conhecida como trissomia no cromossomo 21(vinte e um), ou seja, é a presença de três cromossomos no 21, ao invés de possuírem 46 (quarenta e seis) cromossomos estas crianças possuem 47 (quarenta e sete), isso se dá no momento de formação da criança. Essa síndrome ocorre igualmente em meninos e em meninas e a cada ano nascem cerca de 6 (seis) mil bebes com essa síndrome além de ter como principal consequência a deficiência mental.

Para a realização deste artigo foi feito um estudo bibliográfico baseado em autores como GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, (2004), PIAGET (1990), KISHIMOTO (2002), o RCNEI (1998) e a declaração de Salamanca, bem como a observação na sala de aula de uma escola privada da cidade de Campina Grande PB, onde nela estão inseridas crianças portadoras de necessidades especiais, neste artigo abordaremos as crianças portadoras da síndrome de down. Nesta escola foi possível observar o processo de inclusão destas crianças, cuja as mesmas com teriam a faixa etária entre 03 (três) anos e 04 (quatro) anos de idade. Durante as atividades realizadas em sala de aula, bem como as que foram realizadas nos ambientes externos da escola, foi possível perceber que estas crianças participam integralmente, sem nenhuma distinção das atividades que eram ofertadas, logico que com as adaptações que eram necessárias para atingir sua especificidade dentro de cada momento, em sala e fora de sala de aula. Quantos as crianças ditas normas, estas sempre inseriam as crianças com síndrome de down, bem como com outras necessidades especiais em suas brincadeiras, sejam elas direcionadas na sala de aula ou nas brincadeiras livres, estas aconteciam no ambiente externo da escola: parquinho, áreas livres, quadras entre outras. Desenvolvimento da criança, ludicidade e inclusão A inclusão é um termo no qual muito tem se falado nos dias atuais, porém às vezes vem sendo pouco praticado dentro do seu contexto escolar. Presenciamos realidades que por vezes estão bem distantes do que fala o que foi tratado pela UNESCO no ano de 1994 na declaração de Salamanca: Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. (Declaração de Salamanca, UNESCO, 1994) Talvez pela falta de conhecimento, ou até mesmo pelo interesse em buscar conhecimentos que sejam adequados às especificidades que cada criança, que está inserida dentro desse contexto escolar, necessita. De acordo com Vygotsky (1988, p. 99), desde o início do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio dentro do contexto social em que vive, seja ele na sua casa, junto aos seus familiares ou até mesmo no seu contexto escolar.

Uma deficiência, seja qual for, é uma condição indesejável e não há razões para se crer no contrário. Quando nos deparamos com um problema desse tipo, o drama será maior não tanto pela deficiência, mas pela atitude da sociedade para com ela (Chacon, 1995, p. 29). A sociedade tem uma enorme dificuldade em lidar com as diferenças, com o que é diferente, dentro da atual sociedade estamos buscando quebrar esse paradigma de que ser diferente é sinônimo de exclusão. Para isso estamos, desde os primeiros anos de vida escolar das crianças, inserirem a definição de que ser diferente é normal até porque ninguém é perfeito, todos temos particularidades especificas, necessitamos de algo que talvez o outro não precise. Nada melhor do que a utilização dos jogos e brincadeiras para facilitar esta inclusão no meio escolar desde a educação infantil, pois é neste contexto que as crianças aprendem com o lúdico, além de promover para as crianças com síndrome de down um melhor aproveitamento no que se diz ao desenvolvimento cognitivo, no jogo todos somos iguais e brincamos de maneira igualitária seguindo as regras de cada momento. Não podemos esquecer que na brincadeira espontânea as crianças também aprendem. Em certos momentos seu desenvolvimento se torna até maior que nas brincadeiras dirigidas, pois aqui as regras são criadas por elas, o imaginário aflora ainda mais nas trocas de papeis que ocorrem neste momento. Os jogos, brinquedos e brincadeiras são de fundamental importância para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Através da ludicidade as crianças começam a interagir com o meio social. Elas passam por um processo de aprendizagem que se dará na sua formação como ser humano, pois não se trata apenas do brincar por brincar, mas de um processo de assimilação de conhecimento que será levado para a vida futura, formando seu caráter, sua formação moral e social. Ao brincar, a criança desenvolve o domínio da linguagem simbólica, ou seja, da imaginação. É através das brincadeiras que as crianças revelam suas condições de vida, anseios e desejos, utilizando também a linguagem desde a corporal, até a oral, escrita, musical e plástica. De acordo com Vygotsky a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra, estando estas características presentes em todas as brincadeiras, seja ela uma brincadeira com direcionamento ou uma brincadeira espontânea. Com essas características citadas por Vygotsky podemos perceber que nenhuma brincadeira é à toa ou até mesmo apenas um passa tempo para terminar um turno escolar, ela ajuda no desenvolvimento tanto cognitivo, como também o

desenvolvimento motor das crianças, além de promover processos de socialização e descoberta de concepção de mundo. Segundo Nunes (2004), a ludicidade é uma atividade que tem um valor educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido um recurso pedagógico. E para a aprendizagem cognitiva das crianças, em especial das crianças portadoras da síndrome de down, tem sido de bastante relevância, através das brincadeiras dirigidas ocorridas em sala de aula, as crianças podem aprender e diferenciar vogais, números como também pequenas palavras, dependendo da faixa etária na qual a criança esteja inserida. Através de jogos simples, como jogo da memória, a criança pode aprender as vogais, a professora coloca as peças do jogo viradas para baixo e nelas estão contidas as vogais, ao encontrar as iguais a professora pede para que a criança pronuncie a letrinha encontrada, da mesma maneira ela realiza com números e objetos, deixando assim a aprendizagem ainda mais divertida. Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também se tornam autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata (BRASIL, 1998, p.23). Nas brincadeiras espontâneas, é primordial salientar que a criança com síndrome de down encontra-se verdadeiramente incluída neste contexto, pois para as crianças não existem doenças, síndromes, deficiências, para as crianças o importante é brincar. Neste momento em que ocorre a brincadeira espontânea a imaginação toma conta do roteiro, o faz de conta está presente a todo o momento, a criança troca de papel, cria e recria suas regras, insere novas regras e acima de tudo brinca de maneira igualitária com todos que estão presentes. Brincando a criança aprende a pensar, a lidar com situações adversas, rever sua realidade e a partir daí cria seus conceitos; conceitos estes que irão conduzi-las a uma vivencia única dentro do seu contexto social. Segundo RCNEI, Brasil, (1998), brincar é umas das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Com isso, o brincar não é apenas um momento de diversão e descontração, ou até mesmo um momento onde a criança não está aprendendo nada, pelo contrário, é um momento único, de aprendizagem únicas e especificas, pois, em cada brincadeira existe um novo aprendizado, uma nova forma de vivenciar aspectos não só cognitivos, mais também motores e afetivos. Com isso podemos concluir que a criança se torna única dentro de um contexto social a qual ela está inserida, por ter uma singularidade e especificidades distintas que é

própria da sua fase de desenvolvimento. Para as crianças portadoras da síndrome de down podemos concluir também que a mesma estando inserida dentro do contexto escolar seu processo de aprendizagem cognitivo se torna mais acessível através da ludicidade, pois as atividades lúdicas correspondem a um impulso natural de cada criança, seja ela portadora de alguma síndrome como as ditas normais, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica. Considerações finais É importante ressaltar que a criança com síndrome de Down atinge todas as etapas do desenvolvimento humano, porém, de forma mais lenta, num ritmo próprio. Contudo, não poderemos esquecer que todos os seres humanos com características inerentes, deficientes ou não, atingem suas etapas em um determinado momento, sendo assim desnecessária a comparação da forma de aprendizagem entre uma criança com alguma síndrome de outra que não a tenha. Para que as crianças com síndrome de Down tenham um desenvolvimento cognitivo se faz necessária a importância da estimulação da mesma vivenciando a experiência e explorando as suas habilidades. Um dos recursos a ser utilizado nessa aprendizagem é a ludicidade, dos brinquedos e das brincadeiras sendo um suporte riquíssimo que irá auxiliar a aquisição do conhecimento e do desenvolvimento dessa criança. As atividades recreativas e o relacionamento de crianças com Down com crianças sem síndrome serão de grande importância, pois essa interação ajudará na convivência diária, proporciona experiências significativas no desenvolvimento para essas crianças e as atividades lúdicas farão com que se criem vínculos integrador no aspecto cognitivo, afetivo e social. E aí precisaremos trabalhar com a inclusão no ambiente escolar, e para isso temos uma Lei que pune a escola pública ou privada que recusa o ingresso do aluno se ele é portador de qualquer síndrome. O artigo 8º da Lei 7.853/89 especifica que recusar a inscrição de um aluno em qualquer escola, seja pública ou privada, por motivos relacionados a qualquer deficiência, é crime. Além de receber uma multa, os diretores ou responsáveis pela escola que se negar a matricular pessoas com deficiência podem ser punidos com reclusão de um a quatro anos. Porém em muitos dos casos há um despreparo das escolas para receber essas crianças, geralmente falta recursos pedagógicos para que se atenda às necessidades educacionais especiais para essas crianças, essas práticas elas dizem

respeito muitas vezes ao despreparo de como aproveitar as habilidades dessas crianças para uma aprendizagem continuo e crescente do que uma discriminação por parte dos pedagogos e os envolvidos com a educação. Referências BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Referencial curricular nacional para a educação infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, v.01 e 02.1998. CHACON, M. C. (1995). A dinâmica do drama é personalidade. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Especial. Integração, Brasília, p. 29-30. KISHIMOTO, T. M. (ORG). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002. Declaração de Salamanca. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em 05 out. 2016. Movimento Down. Disponível em< http://www.movimentodown.org.br/sindrome-de-down/o-quee/> acesso em 08 out. 2016. O desenvolvimento cognitivo das crianças com síndrome de Down à luz das relações familiares. Disponível em < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=s1516-36872002000200004&script=sci_arttext&tlng=en > acesso em 08 out. 2016. Processos cognitivos e plasticidade cerebral na Síndrome de Down. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-65382006000100009 > acesso em 08 out.2016. NUNES, A. R. S. C. A. O Lúdico na Aquisição da Segunda Língua. Disponível em: < http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/u00004.htm> Acesso em 15 out. 2016. PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1990. VYGOTSKY, Lev. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKY, L.; LURIA, A.; LEONTIEV, A. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução de Maria da Penha Villalobos. 2. ed. São Paulo: Ícone, 1988. p. 103-117. VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.