Os espaços de inclusão de afrodescendesntes da Universidade Estadual de Ponta Grossa: Espaços luminosos de integração docentes e funcionários

Documentos relacionados
POLÍTICAS DE COTAS NA UEPG: INCLUSÃO SÓCIO - ESPACIAL DE AFRODESCENDENTES

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA UEPG: A PROGRESSÃO DO EVENTO CONVERSANDO SOBRE EXTENSÃO CONEX

RESOLUÇÃO CEPE Nº 235, DE 08 DE DEZEMBRO DE APROVA REGULAMENTO DAS ATIVIDADES DE PROGRAMAS E PROJETOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, DA UEPG.

Diversidade e Inclusão

Profª. Ms. Ana Claudia Duarte Pinheiro

PRÊMIO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS E INDÍGENAS DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MATO GROSSO DO SUL (Neabi)

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

Altera dispositivos da Resolução UNIV n o 9/2000 Regulamento da Política Docente da UEPG.

CONGRESSO INSTITUCIONAL 2017 DO IFG DOCUMENTO BASE

PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DOS EGRESSOS - PAE

Título do projeto: Direitos Humanos e Empresas: O direito a não discriminação em função do gênero e raça nas empresas 1.

Pró-Reitoria de Planejamento DIRETORIA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO INSTITUCIONAL

PERCEPÇÃO DO GESTOR SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NOS CURSOS DE MEDICINA

3º INTEGRAR - Congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentação e Museus PRESERVAR PARA AS FUTURAS GERAÇÕES

Pró-Reitoria de Planejamento DIRETORIA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO INSTITUCIONAL

Pró-Reitoria de Planejamento DIRETORIA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO INSTITUCIONAL

Ensino, pesquisa e extensão: Uma análise das atividades desenvolvidas no GPAM e suas contribuições para a formação acadêmica

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DA UNIRIO RELATÓRIO FINAL ANO 2015

Curso Capacitação de Prefeitos Construção do Projeto de Governo. (Roteiro Mesa 2)

AS POLÍTICAS DE INCLUSÃO EDUCACIONAL DOS NEGROS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CAMPUS PAULO VI

Perfil das/dos Dirigentes da CUT. Pesquisa Perfil Afirmativo

Assiduidade/Pontualidade. Estruturação do pensamento de forma a comunicar adequadamente as ideias. Erros ortográficos.

RESOLUÇÃO N o 015, de 25 de novembro de Regulamenta o Programa de Dimensionamento. Federal de São João del-rei e dá outras providências.

Formação docente interdisciplinar como espaço de reflexão coletiva acerca da prática docente

DIFICULDADES DOS ALUNOS DE ORIGEM POPULAR NO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

RESOLUÇÃO DO CONSELHO SUPERIOR Nº 202/2016, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2016

Resultado do questionário enviado. aos Servidores Técnicos Administrativos da UFSCar em novembro de 2015


O ENSINO DE CIÊNCIAS NO BRASIL

Universidade Estadual do Paraná Credenciada pelo Decreto Estadual n. 9538, de 05/12/2013. Campus de Curitiba II

Edital 41 /2016 PROCESSO SELETIVO PARA BOLSA DE PÓS-DOUTORADO PNPD/CAPES, ANO LETIVO DE 2017

PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO. O Pró-Reitor de Extensão, no uso de suas atribuições legais e estatutárias e regimentais e considerando a necessidade de:

RESOLUÇÃO Nº 7373, DE 10 DE JULHO DE 2017

Comissão de Reforma Curricular GT 4: PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UERJ/MARACANÃ

A INSERÇÃO DO EGRESSO DO CURSO DE ENFERMAGEM DA NOVAFAPI NO MERCADO DE TRABALHO: PERSPECTIVAS, E DESAFIOS.

BANCO DE PROJETOS EDITAL PROSIS 07/2018

Resultados do Levantamento de Necessidade de Capacitação Abril/2016

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura

ESTADO DO PARANÁ CÓDIGO TTD: Folha 2. Órgão Cadastro: UNESPAR Em: 31/05/ :53

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: perspectivas para a melhoria da educação para todos

GÊNERO E RENDIMENTO ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO DA UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO THEREZINHA DE JESUS SIQUEIRA PIMENTEL, SANTOS (SP)

A MULHER NA CIÊNCIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

HISTÓRIA DE VIDA, FORMAÇÃO E IDENTIDADE DOCENTE: BUSCANDO A REALIZAÇÃO DE UM SONHO

Art. 1 o Definir o perfil de Professor Titular desejado pela Instituição, bem como os critérios e a rotina operacional para provimento de vagas.

Ofício nº 009/2018 UNESPAR/PROGESP Curitiba, 28 de junho de 2018.

Cotas Raciais no Brasil

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

GEOGRAFIA. Professor Vinícius Moraes MÓDULO 12

EDITAL PROEX Nº 008/2017. Programa de BOLSAS PROEX-2017

Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo FESPSP PLANO DE ENSINO (2018)

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIVERSIDADE JUSTIFICATIVA DA OFERTA DO CURSO

RAÇA BRASIL COLUNAS: TEMAS & CÓDIGOS & SUBCÓDIGOS

PLANEJAMENTO CÂMPUS ITAPURANGA PARA Diagnóstico Socializado

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES- TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA, CONFORME DECRETO /2011

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

Art. 1 o Definir o perfil de Professor Titular desejado pela Instituição, bem como os critérios e a rotina operacional para provimento de vagas.

Relatório de Metas da Unidade IMEF - Instituto de Matemática, Estatística e Física Unidade é responsável pela meta

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA FCT/UNESP - CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 10, DE 18 DE MAIO DE 2018.

RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 009/2007-CEPE-CAD/UNICENTRO

REGULAMENTO DO NÚCLEO DE ESTUDOS, PESQUISAS E EXTENSÃO AFRO- BRASILEIROS E INDÍGENAS DO INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS NEABI / IFNMG

PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS SERVIDORES TÉCNICOS DA UFES 2013

Deliberações da 146ª Reunião Ordinária, realizada em 12/03/2004

ARTESANATO QUILOMBOLA: O RESGATE CULTURAL DA PRÁTICA DE CESTARIA A PARTIR DE UMA AÇÃO EXTENSIONISTA

Período: TOTAL GERAL VÁLIDO TOTAL GERAL VÁLIDO. 1 o Ano 2 o Ano 3 o Ano - - -

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CONSELHO UNIVERSITÁRIO CÂMARA DE GRADUAÇÃO

O CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO: FICÇÃO OU REALIDADE?

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS ESTUDANTIS-PROEXAE PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO -PIBEX EDITAL Nº 002/2012 PROEXAE/UEMA

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

PERCEPÇÃO DA ATITUDE AMBIENTAL DOS ALUNOS DO CEFET-UBERABA

A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: IMPLANTAÇÃO DE POLÍTICAS DE ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS ESTUDANTIS - PROEXAE PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO - PIBEX EDITAL Nº 006/2015 PROEXAE/UEMA

Plano de Acção da Biblioteca Escolar 2009/2013 Isabel Fonseca 2009/2010

Desenvolvimento, Trabalho Decente e Igualdade Racial

Desempenho Docente - ANUAL Ano: Nome:

UM OLHAR CRÍTICO ACERCA DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES APYÃWA DO CURSO DE LICENCIATURA INTERCULTURAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

RESOLUÇÃO Nº 034/ CEPE DE 23 de Agosto de 2006.

A INTEGRAÇÃO CURRICULAR NA EXPERIÊNCIA DO CONSÓRCIO SETENTRIONAL EM BIOLOGIA

Plano Nacional de Extensão Universitária

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO NORMAS PARA JULGAMENTO DE TÍTULOS NOS CONCURSOS DE MAGISTÉRIO SUPERIOR NO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UFRJ

UNIMONTES E PIBID TRILHANDO NOVOS HORIZONTES PARA A FORMAÇÃO INICIAL DOS DOCENTES EM GEOGRAFIA

Resoluções emitidas ad referendum, para homologação. Conselho Diretor

RESOLUÇÃO Nº 021-A/2017

REGULAMENTO DO II FÓRUM DE ENSINO UNEMAT. Educação, ciência e tecnologia em debate para o redimensionamento do ensino superior

AVALIAÇÃO Externa da UFRN Comissão Própria de Avaliação / CPA

Acompanhamento dos estágios curriculares no Programa de Formação de Professores da FEUSP

Prezadas coordenadoras e Prezados coordenadores de Cursos de Graduação da UFPR

ESTATÍSTICA PAE PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS

DIDÁTICA MULTICULTURAL SABERES CONSTRUÍDOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM RESUMO

Práticas Pedagógicas e de Gestão Premiadas

Avaliação do Ensino de Graduação: combate à retenção e à evasão

CATEGORIA ATIVIDADE MÉTRICA PESO ATÉ. 1. ENSINO SUPERIOR Turmas em disciplinas com <= 4 Alunos Por hora-aula 0,65

Modelo Plano de Atividades

ENSINO RELIGIOSO NO BRASIL: CONCEPÇÕES E MODELOS NA ESCOLA PÚBLICA

NAU INSTITUTO DE PSICOLOGIA

Palavras-chave: Educação Física. Produção Colaborativa de Práticas Corporais Inclusivas. Alunos público alvo da Educação Especial. 1.

Cachoeira do Sul, 30 de novembro de 2017

APRESENTAÇÃO. Esperamos que o Dossiê se rea rme como mais um instrumento de intercâmbio, muito reivindicado por nossas(os)

Transcrição:

Os espaços de inclusão de afrodescendesntes da Universidade Estadual de Ponta Grossa: Espaços luminosos de integração docentes e funcionários Anna Paula Lombardi Orientadora: Cecilian Löwen Sahr ap.lombardi@bol.com.br Eixo temático: Geografia cultural Resumo A política de afirmação vem buscando a inclusão do afrodescendende em diversos segmentos da sociedade. Nas universidades tal política é evidenciada tanto no ingresso de docentes, discentes e funcionários, como na sua inserção nos espaços de ensino, pesquisa e extensão, além dos espaços administrativos. Portanto busca-se identificar os espaços de inclusão de negros. Palavras chaves: Afrodescendentes; Política de cotas; Inclusão social. Introdução Os espaços luminosos de integração de funcionários e docentes negros na Universidade Estadual de Ponta Grossa se encontram tanto nos espaços de ensino, pesquisa e extensão e quanto nos espaços administrativo. Neste sentido os espaços que possuem a presença de funcionários e docentes pode ser compreendido como um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes nos espaços internos e externos e na mentalidade de todas as pessoas e também dos próprios negros e afrodescendentes. (SASSAKI, 1997). Segundo Kauchakje (2000), as lutas sociais pelo direito a diferença pelos negros foram determinantes para que a política de cotas se tornasse lei e o resultado fosse contribuir para formação das sociedades e mentalidades

inclusivas, adquirindo fortemente o sentindo progressista que estaria no procedimento deste direito com o principio da igualdade na ocupação e na reconstrução do espaço social, principio que funda padrões de civilidade nas relações sociais. Os chamados espaços luminosos de integração de funcionários e docentes negros da UEPG são favorecidos pelo próprio esforço e dedicação, tendo pouca intervenção da política de cotas da lei estadual n 14274/03. Embora tal política tenha caráter específico, ou seja, não possa ser enquadrada como uma política homogeneizante, pois a mesma deveria fazer parte do plano de metas para a inserção socioespacial de profissionais afrodescendentes aumentando a presença desse grupo nos mais diversos espaços. Portanto, essa política não garante sua abrangência espacial na Instituição. Na UEPG apresenta-se em sua grande maioria profissionais de características brancas. Neste sentido, o processo de integração entre grupos de brancos e não brancos deveria ser como principio fundador da civilidade nas relações sociais, nos mais diversos espaços. Portanto deveriam proporcionar um reconhecimento as diferenças e a diversidade humana que até o momento esse processo de integração ainda é lento. (KAUCHAKJE, 2000, p.13). Segunda a autora os espaços sociais nos levam a afirmar que diversos grupos sociais e identidades presentes numa sociedade, passa tanto pelo fortalecimento e pelo estreitamento da relação, sendo essa bela, conflituosa e complexa, entre o direito da igualdade e o direito a diferença entre a integração entre grupos. (KAUCHAKJE, 2000, p.13). Assim os espaços luminosos de integração podem ser entendidos como: A história do homem se faz, em todos os tempos, da sucessão de momentos de obscuridade e cegueira e momentos de luminosidades. Entende-se que a divina centelha do poder criativo ainda está viva entre nós, e se a graça nós é dada de transformá-la em uma chama, então o curso das estrelas não poderá derrotar nosso esforço para atingir o objetivo do projeto humano. (SANTOS 1987, P. 52).

Assim a constatação da desigualdade espacial na UEPG nos remete ao geógrafo Milton Santos (2004, 2007), que como negro apregoava uma justiça socioespacial em que as diferenças culturais fossem respeitadas. Adotando uma visão social crítica, ele buscava uma sociedade sem distinções entre os "espaços que mandam" e os "espaços que obedecem. Espaços estes denominados pelo autor, respectivamente, como "espaços luminosos" e "espaços opacos. Os espaços luminosos de integração que estão estabelecidos na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no que diz respeito à inclusão de afrodescendentes e negros, no âmbito de funcionários e docentes vêm permitindo uma pequena visibilidade desse grupo no espaço universitário. Neste sentido o objetivo desse trabalho é identificar os espaços de inclusão espacial dos afrodescendentes na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Materiais e métodos Para a realização deste trabalho, foram utilizados levantamentos de dados secundários junto às diferentes Pró-Reitorias da UEPG; consulta a legislação que regulamenta as políticas de ações afirmativas; entrevistas junto aos funcionários e docentes afrodescendentes da Instituição bem como, pesquisa a literatura já produzida intra e extra muros relacionada ao tema. Resultados e discussões Nos resultados a seguir foram utilizados entrevistas que geraram dados quantitativos e qualitativos juntos aos funcionários e docentes e afrodescendentes dessa Instituição. Através desses dados foi possível responder a seguinte pergunta: quais são os espaços luminosos na implantação das políticas afirmativas desenvolvidas na UEPG. Portanto foram entrevistados 16 funcionários, resultando na espacialidade dos funcionários afrodescendentes que se encontram nos cargos de nível médio da qual alguns desses começaram exercendo suas atividades

nos serviços gerais da UEPG. Os espaços que representam ausências em sua maior parte acontecem nos cargos de nomeação, no que diz respeito à administração. (Quadro-1). No que diz respeito a espaço-temporalidade desses funcionários da UEPG apresentam no geral de 15 a 33 anos de serviço na Instituição. A análise do espaço-temporalidade dos funcionários em relação aos cargos apresentados foram anos de dedicação e principalmente de superação de diversas barreiras. Cargos atuais e espaço-temporalidade dos funcionários negros e afrodescendentes da UEPG N Cargos Espaçotemporalidade N Cargos Espaçotemporalidade 1 Técnico administrativo 16 anos 9 Serviços Gerais 18 anos Técnico 20 anos 10 Serviços Gerais 21 anos 2 administrativo Técnico 33 anos 11 Segurança 20 anos 3 administrativo Bibliotecária 16 anos 12 Carregado da central 18 anos 4 de salas Bibliotecária 15 anos 13 Técnico audiovisual 20 anos 5 (Chefe) da Subsessão de empréstimos Bibliotecária 16 anos 14 Secretária 16 anos 6 Técnica de 20 anos 15 Impressor Gráfico 30 anos 7 laboratório Técnica em 20 anos (Chefe) Seção de 8 laboratório 16 apoio e convênios 19 anos *Não houve ofertas pela política de cotas lei estadual n 14274/2003 Quadro-1 Cargos atuais e espaço-temporalidade dos funcionários negros e afrodescendentes da UEPG Fonte: Lombardi, 2011 Dos 16 funcionários, oito, começarem desempenhando suas atividades em outros cargos, e em outros órgãos administrativos da Instituição. Dessa maneira, destacaremos uma funcionária que integrou diversos espaços de trabalho na UEPG, da qual hoje possui um cargo de chefia, conquistando os espaços luminosos de integração da UEPG. Neste sentido os cargos ocupados pela funcionária foram: função de recepcionista, trabalhou no Caic da UEPG,

no conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e na divisão financeira. Atualmente como já foi relatado, está na seção de divisão de apoios e convênios, exercendo a profissão de Técnica de assuntos Universitários. No entanto temos ainda sete funcionários que começaram desempenhando cargos diferentes do que exercem na atualidade. Uma funcionária ocupou o cargo de técnica em laboratório, no departamento de Química, e atualmente exerce o cargo de secretária de mestrado. Os outros seis funcionários desempenharam suas funções nos cargos de serviços gerais da Instituição. Em conversas informais juntos aos mesmos, relataram que, para poderem mudar de cargos e exerceram as atividades atuais, alguns tiveram que estudar e fazer a graduação, e posteriormente tiveram que prestar outros concursos. E em relação aos docentes da UEPG há uma minoria, num total de nove Professores. Porém foram entrevistados apenas sete, pois duas Professoras estavam de licença e não participaram das entrevistas. Assim foram entrevistados cinco docentes homens e duas docentes mulheres. Os docentes foram localizados através das indicações dos próprios docentes. Portanto, nas entrevistas realizadas com os docentes, tivemos a participação de um professor contemplado pela política de cota lei n 14274/03. Os espaços luminosos de integração dos docentes negros e afrodescendentes da UEPG encontram-se, em grande maioria, no setor de Ciências Exatas e no Setor de Ciências Biológicas da UEPG. Em relação aos Departamentos, são o Defis e Dedufis, onde cada um, tem a presença de 2 Professores. Em relação ao espaço-temporalidade dos docentes licenciados apresentam-se no geral de 2 a 32 anos de serviços prestados para a Instituição. Nas entrevistas com os docentes tive a oportunidade de conhecer o primeiro Professor negro da Instituição, onde este integra a 32 anos no setor de Ciências Biológicas no Departamento Dedufis da UEPG. (Quadro-2).

N Setores e Departamentos dos Docentes afrodescendentes da UEPG Espaço e temporalidade 1 Setor de Ciências Humanas / Departamento DELIN (Possui Doutorado) 2 anos 2 Setor de ciências Exatas /Departamento DEFIS (Possui Doutorado) 6 anos 3 Setor de Ciências Exatas /Departamento de GEOCIÊNCIAS (Possui 7 anos mestrado) 4 Setor de Ciências Biológicas/ Departamento DEDUFIS (Possui Mestrado) 10 anos 5 Setor de Ciências Exatas/ Departamento de Química (Possui Doutorado) 15 anos 6 Setor de Ciências Exatas/Departamento DEFIS (Possui Doutorado) 17 anos 7 Setor de Ciências Biológicas/ Departamento DEDUFIS (Possui Pós Graduação). 32 anos Quadro-2 Setores e departamentos de docentes afrodescendentes na UEPG Fonte: Lombardi, 2011 Os Professores além de lecionarem no ensino para os cursos superiores da Instituição exercem também outros tipos de atividades como pesquisa, extensão e administração. Dessa maneira pudemos constatar que todos os docentes possuem espaços luminosos de integração no que diz respeito às respectivas atividades. Considerações finais No Brasil ainda a inclusão relacionada a negros e afrodescendentes vem sendo praticada em pequena escala. Na UEPG não é diferente, persistem ainda numa maioria dos espaços de integração e os melhores cargos são destinados a elite branca. Referências KAUCHAKJE, S. Riscos e possibilidades sociais da demanda pelo direito à diferença apresentada pelos movimentos sociais. Revista Publicatio UEPG, ciências humanas, 2000. SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: Ed. Wva, 1997. SANTOS, M. O Espaço do cidadão. São Paulo: Editora Nobel, 1987.