PERCEPÇÃO DA ATITUDE AMBIENTAL DOS ALUNOS DO CEFET-UBERABA
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- João Guilherme Rico Brezinski
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1 PERCEPÇÃO DA ATITUDE AMBIENTAL DOS ALUNOS DO CEFET-UBERABA FRAGA, D.F. 1 ; SILVA SOBRINHO, J.B.F. 1 ; SILVA, A.M. 2 ; ABDALA, V.L. 2 1 Estudante 6 módulo em Tecnologia em Gestão Ambiental no CEFET Uberaba MG. 2 Prof. CEFET Uberaba MG, Ms. em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia. RESUMO Este estudo tem por finalidade analisar o nível de conhecimento adquirido pelos discentes em relação ao meio ambiente, partindo de que o CEFET-Uberaba caracteriza-se como uma Instituição de ensino que possui a gestão ambiental integrada ao cotidiano de seus alunos. Tal objetivo foi atingido através da análise dos resultados obtidos no Questionário sobre a Atitude Ambiental dos discentes da instituição, formulado pelos alunos do 6º Período do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do ano de Esta Atitude Ambiental foi caracterizada pela análise das opiniões dos discentes em relação a ações ambientais pertinentes ao seu dia-a-dia. Os resultados demonstram que, dentre os Ensinos Médio e Técnico, o Curso Técnico de Informática demonstra maior sensibilidade (86,8 %) sobre assuntos relacionados a questões ambientais e o Curso Técnico de Nutrição e Dietética apresenta menor atitude ambiental (76,3 %) quando comparado aos demais. Analisando os Cursos Superiores da Instituição, nota-se que o Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental possui maior atitude ambiental por parte dos discentes (86,84 %). O Curso Superior de Zootecnia demonstrou uma menor atitude ambiental (71,05%). Palavras-chave: educação ambiental; questionário ambiental; ações individuais. INTRODUÇÃO No Brasil, atribui-se à educação básica a formação para o exercício da cidadania ao propor um currículo que tenha vínculos com as diversas dimensões da vida dos alunos e voltado a um ensino contextualizado e fundamentado na interdisciplinaridade. No ensino fundamental, as temáticas relacionadas à cidadania (Meio Ambiente, Ética, Diversidade Cultural, Sexualidade) foram previstas de forma transversal a todas as áreas disciplinares (Português, Matemática, Biologia, Química, etc). O tema meio ambiente, incluído nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), pretende contribuir para a formação de 159
2 cidadãos conscientes, aptos a decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global (BRASIL, 1998a, p. 11). Conforme Dias (2004), o ensino formal é o que ocorre dentro do sistema escolar; o nãoformal, obviamente, fora das escolas. A Educação Ambiental deve estar presente em todas as etapas, inclusive começando em casa, mesmo antes do pré-escolar. Conforme a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, a educação ambiental é entendida como o conjunto de processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Artigo 1º), sendo um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal (Artigo 2º) (ANDRADE JÚNIOR, 2004; PNEA, 1999). Segundo Dias (2004), a utilização do questionário como mecanismo para a diagnose da Educação Ambiental contribui para o desenvolvimento de um conjunto de questões ordenadas a ser submetido a um determinado público. As respostas analisadas dão uma variedade de indicativos. É usado para obter informações e/ou efetuar amostragem de opinião das pessoas em relação a uma dada questão. Pode ajudar a definir a extensão de um problema. MATERIAL E MÉTODOS Este projeto foi realizado nas 2 unidades do CEFET-Uberaba, pelos alunos do 6º Período do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do ano de Foi feita uma análise quantitativa e qualitativa dos aspectos ambientais referentes à Atitude Ambiental (AA) dos discentes, ou seja, avaliou-se o nível de entendimento adquirido no que corresponde a assuntos voltados ao meio ambiente, nos diversos cursos existentes na Instituição. A obtenção de dados ocorreu por meio da aplicação de questionário sobre a Atitude Ambiental, fundamentado em 7 questões de múltipla escolha. O fator norteador das questões do questionário foi o interesse em buscar elementos presentes nos alunos que pudessem ressaltar o conhecimento adquirido no decorrer de sua vida acadêmica. A partir daí, tomou-se ciência de como é abordada a temática ambiental no contexto das atividades realizadas no espaço institucional. 160
3 Foram aplicados 514 (quinhentos e quartorze) questionários, distribuídos entre os cursos e turmas da seguinte forma: Total Ensino Médio/Técnico: 310 questionários; Total Ensino Superior: 204 questionários. Uma vez aplicados os questionários, foi realizada a tabulação dos dados onde se atribuiu pontuação a cada questão do questionário. A pontuação das questões 1, 2, 3, 4, 5 e 6 correspondeu a valores que variavam entre 1 (um) e 5 (cinco) pontos. Na sétima questão, devido a um número maior de alternativas (8 alternativas), a pontuação teve uma variação de 1 (um) a 8 (oito) pontos. Feitas essas considerações, as questões foram analisadas individualmente para as turmas de cada curso. Assim, estabeleceram-se quais os valores que mais se repetiam para cada questão, obtendo assim, um valor médio. Este processo se repetiu em cada turma analisada. Após este procedimento, foi repetido o mesmo método de tabulação, porém desta vez entre as turmas, buscando atingir valores em comum para as questões. A metodologia presente na tabulação dos dados foi adaptada de Rocha (2001), sendo a mesma utilizada em sala de aula durante a disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas. Para o autor ela é fundamentada no modelo estatístico modal e é utilizada para a determinação do percentual de deterioração de uma microbacia hidrográfica, baseado em valores que demonstraram ser significativos sobre os demais. Tendo por base esta posição, fora estabelecidos valores mínimos e máximos permitidos para a variável estudada. Esta convenção corresponde aos valores definidos para cada questão. De acordo com estes valores, foi determinado o índice encontrado para a variável analisada. O Y (%) em questão corresponde ao valor percentual obtido através da correlação entre o valor máximo permitido e o encontrado durante a pesquisa. Os valores de Y (%) obtidos no Questionário sobre a Atitude Ambiental da comunidade educativa (alunos, funcionários e professores) representam que quanto maior for o valor encontrado na média, maior a atitude ambiental de cada discente. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos a partir dos questionários aplicados com os discentes contribuirão para a formação de uma base de dados mais precisos que servirão para futuros projetos realizados dentro da instituição, valorizando o conhecimento aplicado aos alunos. 161
4 Nesta primeira etapa, serão apresentados os dados referentes aos Cursos Técnicos e o Ensino Médio do CEFET-Uberaba. A TAB. 1 demonstra os valores percentuais relacionados à Política de Gestão Ambiental oriundos de questionários aplicados aos discentes do Ensino Técnico, Médio e Superior do CEFET Uberaba. TABELA 1 Percepção da Atitude Ambiental dos discentes do CEFET-Uberaba. Ensino Técnico - Médio Ensino Superior Curso AA AA Curso (%) (%) Nutrição e Dietética 76,3 Alimentos 81,58 PROEJA 84,2 Análise e Desenvolvimento de Sistemas 78,95 Informática 86,8 Desenvolvimento Social 81,58 Açúcar e Álcool 84,2 Gestão Ambiental 86,84 Médio e Técnico (Agricultura/Zootecnia) 78,9 Irrigação e Drenagem 78,95 Zootecnia 71,05 Média: 82,08 Média: 79,83 Analisando os resultados, pode-se constatar que a percepção dos discentes do Ensino Técnico Médio sobre a Atitude Ambiental (AA) foi alta (82,08 %) quando comparada ao Ensino Superior (79,83 %) do CEFET-Uberaba. Ressalta-se que este valor é médio, não sendo característico de avaliações individuais para cada curso. Os Gráficos 1 e 2 representam a distribuição espacial dos resultados provenientes desta pesquisa dando enfoque na análise individual dos cursos presentes e avaliados na instituição. GRÁFICO 1 Análise da Atitude Ambiental dos discentes do Ensino Médio e Técnico do CEFET Uberaba. 162
5 Através destes resultados é possível afirmar que, dentre o Ensino Médio e Técnico, o Curso Técnico em Nutrição e Dietética apresentou uma menor atenção dos seus discentes em relação a Atitude Ambiental (76,3 %), sendo que o Curso Técnico em Informática apontou uma maior percepção das atitudes ambientais (86,8 %) por parte dos seus discentes. GRÁFICO 2 Análise da Atitude Ambiental dos discentes do Ensino Superior do CEFET-Uberaba. Os resultados acima descritos apontam que o Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental apresentou valores altos de Atitude Ambiental (86,84 %) por parte dos discentes questionados, o que representa uma alta percepção quando se trata de questões ambientais. Já o Curso Superior de Zootecnia apresentou um menor índice (71,05 %) quando comparado aos demais cursos do mesmo nível. CONCLUSÕES Os resultados deste trabalho apontaram que os discentes do Ensino Médio Técnico possuem uma visão ativa sobre as questões ambientais, freqüentes no contexto do seu cotidiano. Para os discentes dos Cursos Superiores esta percepção ainda não está clara, sendo que a inserção do meio ambiente nos diálogos disciplinares auxiliaria a ampliar a participação dos alunos e esclarecer a importância desta questão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE JUNIOR, Hermes de; SOUZA, M.A. de; BROCHIER, J.I. Representação social da educação ambiental e da educação em saúde em universitários. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 17, n. 1, Disponível em: < =pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 mar doi: /S
6 BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998 a. DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 9.ed.São Paulo: Gaia, p. ROCHA, J.S.M. Educação Ambiental Técnica para os ensinos fundamental, médio e superior. 2.ed. Brasília: Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, p.15. ROCHA, J.S.M.; KURTZ, S.M.J. Manual de manejo integrado de bacias hidrográficas. 4.ed. Santa Maria(RS): Edições UFSM CCR/UFSM, p. Lei N 9.795, de 27 de abril de Disponível em: < Acesso em: 20 mar
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