A agricultura brasileira no contexto das. Mudanças

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Transcrição:

A agricultura brasileira no contexto das negociações climáticas Mudanças Panorama Pós COP15 e Código Florestal para o Sistema Cooperativista i t Políticas para a Mitigação das Mudanças Climáticas Rodrigo C. A. Lima Gerente Geral do ICONE www.iconebrasil.org.br Curitiba 24 e 25 de março de 2010

Agricultura e Mudanças Climáticas Agricultura Agricultura Agricultura AMEAÇADA AMEAÇA AMIGA Aumento da temperatura; Secas e enchentes; Maior incidência de pragas e doenças; Perda de produtividade; Salinização; i Outros. Mudanças no Uso da Terra; Desmatamento; Degradação dos solos; Emissões da Agropecuária; Uso excessivo de fertilizantes nitrogenados; Outros. Sequestro de GEE pelas diferentes culturas; Redução de emissões; Boas Práticas Agrícolas: plantio direto; Emissões evitadas: Reserva Legal, APPs, Unidades de Conservação; Outros. Elaboração: ICONE

Brasil: emissões de GEEs por setor (1994) 100% 90% 80% 70% 60% 75% 14% 55% 50% 40% 30% 77% 91% 25% 20% 10% 0% 23% 17% CO2 CH4 N2O Total em CO2 equivalente Produção de energia Uso de solventes e outros produtos Mudança no uso da terra e florestas Processos industriais Agropecuária Tratamento de resíduos Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Coordenação Geral de Mudanças Globais do Clima. Comunicação inicial do Brasil à Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Brasília, DF, 2004

Brasil: emissões de GEEs por setor (2005) 100% 90% 80% 15% 70% 60% 76% 58% 50% 91% 40% 30% 20% 10% 0% 22% 77% 22% 16% CO2 CH4 N2O Total em CO2 equivalente Produção de energia Uso de solventes e outros produtos Mudança no uso da terra e florestas Processos industriais Agropecuária Tratamento de resíduos Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia. Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa. Comunicação Nacional à Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Brasília, DF, 2009.

11,6% Composição da oferta de energia no Brasil e no mundo Brasil 2008 Média mundial 2006 3,5% 16,4% 38% 13,8% 10,3% 62% 6,2% 1,5% Países da OCDE 2006 12,6% Brasil 2006 14,6% 3,0% 14,8% 6,0% 1,6% 37,7% 9,6% Petróleo e Derivados Gás Natural Carvão Mineral e Derivados Urânio e Derivados Hidráulica e Eletricidade id d Lenha e Carvão Vegetal Produtos da Cana Outras Renováveis Brasil 45% 55% Fonte: Balanço Energético Nacional, MME

Expectativas para Copenhagen 4º Relatório do IPCC (2007) O aumento da temperatura é inequívoco; Os esforços atuais de redução de emissões não são suficientes; Países industrializados deveriam reduzir entre 25 a 40% suas emissões até 2020, considerando o ano base 1990; Limitar o aumento de temperatura em no máximo 2 C; Definição do 2º período compromisso, com metas ambiciosas para os países desenvolvidos; Compromissos dos países em desenvolvimento (responsabilidade compartilhada): Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas (NAMAs) e comprometimento com o longo prazo (2050); Conseguir financiamentos i vultosos para atacar os quatro pilares: mitigação, adaptação, tecnologia e capacitação; Reduções de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) como um tema central: todos os países devem ajudar a reduzir sensivelmente o desmatamento.

O Acordo de Copenhague Compromisso dos países em combater as mudanças climáticas i com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global em no máximo 2 C; Os países do Anexo I deverão submeter ao Secretariado até 31/01/ 2010 suas metas de redução de emissões até 2020, e os PEDs devem submeter NAMAs; O cumprimento das reduções de emissões dos países desenvolvidos e do financiamento concedido por estes deverão ser mensuráveis, reportáveis e verificáveis; Os países não Anexo I deverão adotar ações de mitigação consistentes com o desenvolvimento sustentável; NAMAs e Inventários deverão ser comunicados a cada 2 anos. Ponto central da negociação considerando o Plano de Ação de Bali e o 4º Relatório do IPCC. Metas dos PDs não diferem das conhecidas; 32 países em desenvolvimento submeteram suas ações de mitigação; A definição sobre mensurar, reportar e verificar MRV será central nas negociações até a COP 16: transparência e credibilidade dos projetos é requisito essencial para financiamento. Reportar NAMAs e fazer inventários serão pontos cada vez mais relevantes; Guidelines deverão ser adotados pela Convenção;

O Acordo de Copenhague NAMAs que visem financiamento externo terão MRV internacional, de acordo com guidelines que serão definidas; Ponto bastante discutido na COP15; soberania vs verificação externa; Negociações em 2010 são relevantes; O papel da redução de emissões por O consenso sobre a importância i de desmatamento e degradação (REDD) e a REDD é bastante evidente, o que falta necessidade de incrementar o seqüestro de é como financiar projetos dessa GEEs pelas florestas é essencial e deve natureza; receber incentivos de países desenvolvidos; Os países concordam em buscar formas mais custo-efetivas que permitam fomentar ações de mitigação, incluindo o mercado de créditos de carbono O compromisso coletivo dos países desenvolvidos é de aportar até US$ 30 bilhões entre 2010-2012, com um balanço entre mitigação e adaptação. Com foco em mitigação, US$ 100 bilhões por ano em 2020. O debate sobre o papel do mercado de carbono é um dos pontos centrais da negociação; a expansão do mercado pode ser uma das formas de mitigar a emissão de GEEs. Os montantes de financiamento são razoáveis: a grande questão é ver esse dinheiro aportado no Copenhagen Green Climate Fund e definir como efetivamente se dará o acesso a estes recursos.

Metas países Anexo I submetidas até 31 janeiro de 2010 Parte Meta Ano base Austrália 5% até 15% ou 25% 2000 Belarus 5% até 10% 1990 Canadá 17% 2005 Croácia 5% 1990 União Européia 20-30% 1990 Islândia 30% 1990 Japão 25% 1990 Cazaquistão 15% 1992 Liechtenstein 20% 1990 Mônaco 30% 1990 Nova Zelândia 10-20% 1990 Noruéga 30-40% 1990 Rússia 15-25% 1990 Estados Unidos 17% 2005 Fonte: UNFCCC

Metas brasileiras de redução de emissões de GEEs (NAMAs) Ações de Mitigação (NAMAs) 2020 Amplitude da redução Proporção de (tendencial) 2020 (mi tco2) Redução Uso da terra 1084 669 669 24,7% 24,7% Red Desmatamento Amazônia (80%) 564 564 20,9% 20,9% Red Desmatamento no Cerrado (40%) 104 104 3,9% 3,9% Agropecuária 627 133 166 49% 4,9% 61% 6,1% Recuperação de Pastos 83 104 3,1% 3,8% ILP - Integração Lavoura Pecuária 18 22 0,7% 0,8% Plantio Direto 16 20 0,6% 0,7% Fixação Biológica de Nitrogênio 16 20 0,6% 0,7% Energia 901 166 207 6,1% 7,7% Eficiência Energética 12 15 0,4% 0,6% Incremento do uso de biocombustíveis 48 60 1,8% 2,2% Expansão da oferta de energia por Hidroelétricas 79 99 2,9% 3,7% Fontes Alternativas (PCH, Bioeletricidade, eólica) 26 33 1,0% 1,2% Outros 92 8 10 03% 0,3% 04% 0,4% Siderurgia substituir carvão de desmate por plantado 8 10 0,3% 0,4% Total 2703 975 1052 36,1% 38,9% Práticas ligadas a uso da terra e agricultura Meta: redução de até 39% até 2020, com base no crescimento da economia Fonte: MMA, MAPA, MME, MF, MDIC, MCT, MRE, Casa Civil, Novembro. 2009.

Ações de mitigação agrícolas e mercados de carbono Ações de Mitigação (NAMAs) milhões de toneladas de CO2 equivalente %/Meta Brasil Me ercados Re egulados de Carbono o EU ETS 12.985 Euros/ton* MDL ECRs 11.49 Euros/ton** Redução no desmatamento do bioma Amazônia 564 53,73 7.323.540.000 6.480.360.000 Redução no desmatamento do bioma Cerrado 104 10,0303 1.350.440.000 000 1.194.960.000194 960 000 Restauração de pastos degradados 83 a 103 9,77 1.337.455.000 1.183.470.000 Integração lavoura-pecuária 18 a 22 2,06 285.670.000 252.780.000 Plantio direto 16 a 20 1,8 259.700.000 229.800.000 Fixação Biológica do Nitrogênio 16 a 20 1,8 259.700.000 229.800.000 Incremento do uso de biocombustíveis 48 a 60 5,66 779.100.000 689.400.000 Carvão vegetal renovável 8 a 10 1,03 129.850.000 114.900.000 Total 903 85,88 11.725.455.000 10.260.570.000 * Média da tonelada de carbono no European Trading Scheme, 22 de Janeiro de 2010. ** Média da tonelada de carbono via Emissões Certificadas de Redução (ECRs) do MDL em 2008, Banco Mundial. Nova decisão sobre uso da terra para acolher práticas como plantio direto, integração lavoura-pecuária, etc; Reformulação do mercado de carbono considerando novas metas países desenvolvidos, possível inclusão de REDD e novas práticas de uso da terra; Importância da discussão nos Estados Unidos: aceitação de créditos agrícolas e florestais. Elaboração: ICONE

Como implementar as metas ligadas a agricultura e uso da terra NAMAs brasileiros Controle do desmatamento: revisão séria do Código Florestal; Pagamento por Serviços Ambientais, Projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD plus); Taxas de desmatamento cairão ainda mais; Incentivos do governo para promover recuperação de pastagens e áreas degradadas, integração lavoura- pecuária, aumento da área de plantio direto: política agrícola de baixo carbono (financiamento a juros atraentes, desconto no ITR, acesso a tecnologias, etc); O governo irá incentivar boas práticas que ajudarão a cumprir com as metas do país? Ou os produtores farão por conta própria? A possibilidade do futuro mercado de carbono pode ser prejudicada pela adicionalidade? Discussão sobre um Cap and Trade brasileiro? Discussão ampla sobre como implementar a Lei 12.187/2009 (Política Nacional sobre Mudança do Clima). Mercado de Carbono Decisão sobre uso da terra (LULUCF) nas negociações no plano da Convenção do Clima e do Protocolo de Quioto para permitir projetos além de aflorestamento e reflorestamento; Texto de negociação prevê: manejo florestal; manejo de áreas agrícolas; manejo de pasto; manejo de áreas úmidas; Metodologias: questão central após a decisão de LULUCF abrangente; criar metodologias e depois poder aplicar para projetos; Mensurar, Reportar e Verificar (MRV): a contabilização das emissões e remoções ligadas a uso da terra é essencial; Mecanismos Cap and Trade nos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia. Elaboração: ICONE

Reduzir emissões de GEEs pode significar Adotar tecnologias menos emissoras Obter ganhos de eficiência na produção (caldeiras de alta pressão); (geração de bioeletricidade); Implementar novas práticas produtivas (plantio direto; intensificação de pastagens); Utilizar novas matérias primas (carvão vegetal renovável); Alterar a matriz energética (fóssil para renovável); Reduzir desmatamento; Comprar créditos de carbono (projetos MDL p. ex.) e/ou licenças de emissão; Investir em capacitação e treinamento; Desenvolver novas tecnologias; Desenvolver projetos que gerem créditos de carbono (mercado regulado MDL e mercado voluntário): mercado carbono; Agregar valor aos produtos via comprovação de sua sustentabilidade; Adotar práticas produtivas que beneficiem a população no entorno de um empreendimento (projetos de desmatamento); CUSTOS vs COMPETITIVIDADE (países desenvolvidos e em desenvolvimento) DESAFIOS vs OPORTUNIDADES

Agricultura e Usos da Terra Uso da Terra Área ( 1,000 ha) Total/Brasil Áreas Protegidas (conservação e indígenas) 175,020 21% Vegetação natural remanescente 369,396 43% Pastos 182,336 21% Culturas anuais 49,204 6% Culturas permanentes 6,496 1% Florestas Plantadas 6,126 1% Urbanização e água 35,352 4% Outros usos 27,558 3% Total 851,488 100% Potencial de mitigação ligado a uso da terra Fonte: Agricultural Land Use and Expansion Model Brazil - AgLUE-BR (Gerd Sparovek, ESALQ-USP), IBGE, ABRAF. Elaboração: ICONE

Plantio Direto no Brasil Aproximadamente 26 milhões de hectares, especialmente grãos 0.5 toneladas de carbono por hectare são capturadas/ano 13 milhões de toneladas de carbono por ano O Plantio direto é um evidente benefício para o clima; Metodologias: ponto essencial para obter reconhecimento expresso desses benefícios, visando gerar créditos de carbono ou cumprir com metas do Brasil ou estaduais;

Rotação Lavoura-pecuária (florestas) Aumentar a fertilização dos solos, ganhar produtividade idade e recuperar pastagens; Evitar erosão e compactação do solo; Reduzir a pressão pelo desmatamento: incorporar áreas degradadas; Estimativas da EMBRAPA mostram que atualmente 3 milhões de hectares são utilizados via integração lavoura-pecuária: possível expansão para 15 milhões; Possibilidade de integração lavoura-pecuária-florestas; Pasture recovery. Source: MAPA Embrapa

Conclusões A agricultura brasileira é amiga do clima: Redução drástica do desmatamento é essencial; Intensificar áreas de pastagem e buscar aumentos de produtividade via boas práticas (diminuir a pressão por novas áreas e liberar áreas para outras culturas); Como as ações de mitigação agrícolas e de uso da terra serão implementadas: comando e controle vs incentivos? Quanto vai custar para recuperar pastagens, fazer integração lavoura-pecuária? Estudos da EMBRAPA; Necessidade de participação ativa de toda a sociedade na discussão da Política Nacional sobre Mudança do Clima; A meta brasileira se tornará efetivamente obrigatória? Trará obrigação para toda a economia ou somente para certos setores? Adicionalidade.

Conclusões Agricultura como foco para cumprir metas do Brasil e do Estado de São Paulo: Decisão sobre Uso da Terra no Protocolo de Quioto (negociações durante 2010); Contabilização da redução de emissões e remoção de GEEs: papel da EMBRAPA, universidades e centros de pesquisa; Reconhecimento de metodologias (pró-atividade dos setores); Buscar projetos MDL; Mercado de carbono: Lei EUA e outras; Investir em boas práticas agropecuárias é essencial como fator de diferenciação e como forma de produzir sustentavelmente: foco na agricultura de baixo carbono; Papel dos setores agrícolas: Acompanhar de perto as negociações multilaterais com foco na COP 16 (criar uma agenda de longo prazo sobre descarbonização da agricultura): ações junto ao Itamaraty, MCT, MMA, MAPA; Ajudar na discussão e implementação da Política nacional e de São Paulo; Acompanhar a discussão da lei americana.

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