ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL MÓDULO 12
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- Airton de Almada Schmidt
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1 ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL MÓDULO 12
2 Índice 1. Códigos de Ética Profissional e Empresarial - Continuação A Responsabilidade Social O Direito Autoral
3 1. CÓDIGOS DE ÉTICA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL - CONTINUAÇÃO 1.1. A RESPONSABILIDADE SOCIAL Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico(...) Assim, numa visão expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade (Ashley, 2002). O princípio da responsabilidade social está apoiado na concepção de que as empresas, criadas por integrantes da sociedade, utilizam os recursos dessa mesma sociedade afetando, positiva ou negativamente, a qualidade de vida das pessoas. Os efeitos causados pela poluição e pela degradação ambiental acelerada nos últimos anos estimularam o debate acerca de tais problemas. Fundamentada em amplos estudos científicos produzidos pela comunidade acadêmica, em especial a partir da década de 1960, empresas e instituições representativas dos diversos segmentos sociais passaram a ter mais consciência dos malefícios produzidos pela atividade empresarial descontrolada, política, econômica, técnica e eticamente. O trabalho infantil e a divulgação de produtos nocivos à saúde são exemplos de condutas antiéticas frequentes. Com a mobilização da sociedade pelas causas sociais, em especial pelas causas ambientais, a comunidade empresarial começou a perceber que a prática dos valores éticos, a transparência de suas relações com seus públicos, a integridade de suas atividades administrativas e produtivas são capazes de trazer melhores retornos em termos de produtividade e lucratividade, dentre outros indicadores de desempenho. No tocante à ética empresarial e à responsabilidade social, Srour (2000) define duas frentes : Na frente interna das empresas, equacionam-se os investimentos dos proprietá rios (detentores do capital) e as necessidades dos gestores e dos trabalhadores. Na frente externa, são levadas em consideração as expectativas dos clientes, fornecedores, prestadores de serviços, fontes de financiamentos (bancos, credores), comunidade local, concorrentes, sindicatos de trabalhadores, autoridades governamentais, associações voluntárias e demais entidades da sociedade civil. Daí decorre que a empresa deve desenvolver e implementar, programas que beneficiem a comunidade, principalmente aquela em que está inserida, por sofrer direta e imediatamente as reações por atitudes e comportamentos antiéticos. Para a aferição do comprometimento das empresas com as causas sociais e ambientais, foram criados alguns indicadores que consistem na adoção e na implantação de normas de qualidade, como as certificações ISO (referente à gestão ambiental), a ISO 9000 (relativa à gestão da qualidade) 3
4 e a AS8000, que atesta a qualidade das relações de trabalho, como o trabalho infantil, discriminação, segurança e saúde dos trabalhadores, dentre outros fatores. Esta última certificação está fundamentada nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Legislação do país, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da Declaração dos Direitos da Criança. Como consequência de um novo posicionamento da sociedade com relação às questões sociais, muitas empresas brasileiras estão adotando posturas socialmente responsáveis, de modo consciente ou por conveniência, para poder atuar num mercado cada vez mais exigente por produtos, serviços e comportamentos éticos O DIREITO AUTORAL Segundo Campos (2006), a proteção do direito do autor vem consagrada na Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos XXVII a XXIX, dizendo que ao autor pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmitindo-se esses direitos aos herdeiros no tempo que a lei fixar. Também é assegurado aos autores de inventos industriais, o privilégio de registrá-los em órgãos públicos, para fazer valer, perante terceiros, seu direito exclusivo de exploração por determinado tempo. Com isso, fica assegurado também pela lei o direito dos autores de obter a reparação por perda e danos que lhes forem causados por terceiros, em razão do uso indevido ou desautorizado do bem de seu criado, o qual pode se utilizar da ação de busca e apreensão, com efeitos imediatos de cessação do abuso. A lei do direito autoral, nº 9.610, reeditada em 1998, está sendo muito comentada e discutida, mas é pouco conhecida e compreendida, principalmente por aqueles que produzem obras literárias, artísticas, científicas e intelectuais. Casos de violação dos direitos autorais são cada vez mais frequentes, como a falta de créditos em textos, ilustrações, fotografias e composições musicais, dentre outras. A prática dessas violações ocorre de forma voluntária e involuntária, pelo desconhecimento da lei, desconhecimento esse que não isenta de punição pelo ato cometido. Com o progresso acentuado da tecnologia, são disponibilizados a cada instante centenas ou milhares de recursos de fácil utilização e manejo que auxiliam na produção de obras diversas. Tais recursos, entretanto, também são utilizados para a reprodução de outras tantas obras publicadas ao longo dos tempos, como aquelas que são copiadas quase que no mesmo instante em que são criadas. A lei do direito autoral determina que seja creditada a autoria de um trabalho intelectual para que não ocorra uma violação do direito moral do autor da obra criada. Esse crédito deve ser efetuado mesmo quando ocorre um processo de cessão ou licenciamento de direito patrimonial, pois o reconhecimento da autoria da obra é irrenunciável e inegociável. Visando a evitar questionamentos legais, é recomendável a realização de contratos de cessão de direitos patrimoniais, mediante condições específicas, para a disponibilização de qualquer criação intelectual. 4
5 Para que determinada obra possa ser protegida, é necessário que, de acordo com o expresso no artigo 7º da referida lei, sejam expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro. A lei também determina que os direitos patrimoniais do autor, que lhe permite usar desses direitos para fins de benefícios econômicos, perdurem por 70 anos, contados de 1º de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil. Decorrido esse prazo de proteção, a obra passa a pertencer ao domínio público. A leitura e o estudo da lei são de fundamental importância para os criadores de trabalhos intelectuais que, no entanto, devem contar com a assistência jurídica específica para que possa ter as garantias legais sobre suas obras 1. 1 A lei do direito autoral está disponível em: < gov.br/ccivil/leis/l9610.htm>. 5
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