Diagnóstico Invasivo e Não Invasivo na Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica. Ana Lúcia Farias de Azevedo Salgado 2017

Documentos relacionados
Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA LICA DIAGNÓSTICO HELMA PINCHEMEL COTRIM FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Métodos Não Invasivos para Avaliação da Fibrose Hepática: Experiência com a Elastografia Hepática

DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA TRATAMENTO COM DROGAS

Métodos Sorológicos Complexos (Comerciais) VII WIAH 29 e 30 de agosto de 2014 Prof Dra Dominique Muzzillo - UFPR

DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA ABORDAGEM TERAPÊUTICA

HELMA PINCHEMEL COTRIM FACULDADE DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

Biópsia Hepática e Métodos não invasivos de Avaliação de Hepatites Virais

Seminário Grandes Síndromes ICTERÍCIA

Mário Reis Álvares-da-Silva, MD, PhD Professor Adjunto Pós-Doutor de Hepatologia Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil

Esteatose / Esteato-Hepatite na Sindrome Metabólica, Diabetes Mellitus/Obesidade

DIAGNÓSTICO DO HEPATOCARCINOMA

Monotemático de Métodos não Invasivos para Avaliação de Fibrose

Consumo Alcoólico no Mundo WHO ,2% da mortalidade global 4% de anos de vida perdidos

Abordagem do paciente Cirrótico. Dr. Elson Vidal Martins Junior Casa da Hepatite - UNIMES

Suspeita clínic a de doença celíaca. + IgA sérica POSITIVO 3? Anti-gliadina IgG POSITIVO?

II Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia ENDOCRINOLOGIA

22 - Como se diagnostica um câncer? nódulos Nódulos: Endoscopia digestiva alta e colonoscopia

/2 Info Saude

RISCO PRESUMIDO PARA DOENÇAS CORONARIANAS EM SERVIDORES ESTADUAIS

OBESIDADE E DISLIPIDEMIA NA INFANCIA E ADOLESCENCIA

Recomendações de Orientação Clínica da EASL-ALEH: Testes não invasivos para avaliação da gravidade da doença hepática e do prognóstico

Hepatite C Casos Clínicos

Tratamento da DHGNA / NASH

Doença hepática gordurosa não Alcoólica

Elizabeth Balbi Hepatologista Centro Estadual de Transplantes - RJ

HEPATITES O QUE VOCÊ PRECISA SABER

FÍGADO E TRATO BILIAR

Tratamento da Cirrose Biliar Primária. Cláudio G. de Figueiredo Mendes Serviço de Hepatologia Santa Casa do Rio de Janeiro

EDITAL DO EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE ATUAÇÃO NA ÁREA DE HEPATOLOGIA 2014

Protocolo de Encaminhamentos de Referência e Contra-referência dos Ambulatórios de Gastrenterologia.

MANEJO HEPATITES VIRAIS B/C

Doença hepática gordurosa não alcoólica: caractéristicas clínicas e histológicas em obesos graves submetidos à cirurgia bariátrica

Nonalcoholic steatohepatitis

Influência do peso corporal no tratamento adjuvante do câncer de mama

Cynthia Koeppel Berenstein DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA: AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA EM BIOPSIAS POR AGULHA E CONCORDÂNCIA INTEROBSERVADOR

DOENÇAS CAUSADAS PELO ALCÓOL. Uma droga lícita

Tipos de Diabetes. Diabetes Gestacional

ELASTOGRAFIA HEPÁTICA TRANSITÓRIA, UM MÉTODO NÃO INVASIVO PARA AVALIAÇÃO DA FIBROSE EM DOENTES COM HEPATITE C CRÓNICA *

Estudo ultrassonográfi co da esteatose hepática no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica

TÍTULO: PERFIL HISTOPATOLÓGICO DO FÍGADO DE RATOS ATRAVÉS DE DIETA HIPERCALÓRICA

Hepatotoxicidade Induzida por Estatinas

Tratamento da co-infecção HIV-HVC Fernando L Gonçales Jr Disciplina de Infectologia-FCM-UNICAMP

Tratamento Sistêmico Clássico. Copyright AMBULATÓRIO DE PSORÍASE MARCELO ARNONE AMBULATÓRIO DE PSORÍASE HOSPITAL DAS CLÍNICAS FMUSP

ORIENTADOR: FORLAND OLIVEIRA SILVA 2

ÇÃO O DE EXAMES LABORATORIAIS

RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO FETAL

EXAME DA FUNÇÃO HEPÁTICA NA MEDICINA VETERINÁRIA

Hepatites Virais 27/07/2011

A INFLUÊNCIA DO SUCO DE UVAS PRETAS NA BIODISPONIBILIDADE DA CICLOSPORINA ORAL

Na diabetes e dislipidemia

16/06/2010. Histórico Exame físico Exames complementares. Síntese. Metabolismo. Detoxificação. Urinálise*

Análises para monitorar a Função Hepática

Data: 28/01/2014 NT 13/2014. Medicamento X Material Procedimento Cobertura. Solicitante: Dr. JOSÉ CARLOS DE MATOS Juiz de Direito

FGV GV Saúde. Condições Crônicas Fatores de risco e prevenção. Centro de Medicina Preventiva Hospital Israelita Albert Einstein Março de 2013

Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica Mecanismos Gerais da Doença. José Pedro Azevedo Rodrigues

ENFRENTAMENTO DA OBESIDADE ABORDAGEM TERAPÊUTICA

TCM PÓ. Triglicerídeo de Cadeia Média em Pó

ESPECTRO. ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA OBESIDADE e DMT2 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Diabetes Tipo 2 em Crianças. Classificação de Diabetes em Jovens

Especialista em Clínica Médica. Médico Residente de Gastroenterologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). 2

A erradicação do vírus da hepatite C melhora a memória episódica verbal imediata e tardia em pacientes tratados com interferon e ribavirina

RESIDÊNCIA MÉDICA EM NUTROLOGIA CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

REGISTO BIOGRÁFICO CLÍNICO - PROJETOS SAÚDE EM DIA

Resposta Técnica 02/2015

Cirrose hepática Curso de semiologia em Clínica Médica

Endereço para correspondência: Sociedade Brasileira de Hepatologia Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2391, Conj. 102, CEP , São Paulo - SP.

Pacientes diagnosticados com hepatite C no Brasil sem receber tratamento A VOZ DO PACIENTE

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE ATUAÇÃO NA ÁREA DE HEPATOLOGIA

O QUE SÃO OS TRIGLICERÍDEOS?

Efeitos da cirurgia de Fobi-Capella na doença hepática gordurosa. não alcoólica (DHGNA) : estudo prospectivo de dois anos

VI Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia 2012 Pólipos de Vesícula Biliar Diagnóstico e Conduta

Monotemático de Cirrose

PERFIL NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS ATENDIDOS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DE UM MUNICÍPIO DO NORTE DO PARANÁ

PERFIL PANCREÁTICO. Prof. Dr. Fernando Ananias. MONOSSACARÍDEOS Séries das aldoses

Anvisa RDC 96. Declaração de potencial conflito de interesse

Patrícia Savio de A. Souza

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Hepa%te C Crônica e Doença Hematológica: Há espaço para o uso inibidores de protease?

Orientadora: Prof a. Dr a Valeska Mansur. Relatora: Dr a Lorena Pereira Braga. Debatedora: Dr a Ana Carolina Xavier Milagre

Tratamento da Hepatite C no Brasil: Panorama e Desafios XIX Workshop Internacional de Hepatites Virais

HEPATITES. Prof. Fernando Ananias HEPATITE = DISTÚRBIO INFLAMATÓRIO DO FÍGADO

Check-Up Fleury. 1 Fórum LISTER de Saúde e Segurança do Trabalho. Nelson Carvalhaes Neto 18 de novembro de 2010

PALAVRAS CHAVE Diabetes mellitus tipo 2, IMC. Obesidade. Hemoglobina glicada.

Recomendações do NUCDEM para diagnóstico e acompanhamento do diabetes mellitus

Complicações Metabólicas da Terapia Anti-retroviral

AVALIAÇÃO DO PERFIL HEPÁTICO NA OBESIDADE ADULTO-JOVEM

MARCADORES SOROLÓGICOS DE HEPATITE B EM GESTANTES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE EM PONTA GROSSA

Planejamento na NPC: eu prefiro TC. Anuar Ibrahim Mitre

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE/ FM/ UFF/ HU

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

ASSISTÊNCIA EM MASTOLOGIA

Suco de Laranja diminui o Estresse Oxidativo, Diabetes e o Risco de Doenças Cardiovasculares

Imagem da Semana: Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada

AÇÕES EDUCATIVAS COM UNIVERSITÁRIOS SOBRE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA

Transcrição:

Diagnóstico Invasivo e Não Invasivo na Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica Ana Lúcia Farias de Azevedo Salgado 2017

Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica 12%-30% 15%-30% 8% McCullough, 2006

Esteatose Hepática: Métodos de Imagem Ultrassonografia Tomografia Computadorizada Ressonância Nuclear Magnética

6992 referências 43 incluídas 4715 pacientes

Fatty liver index (FLI) Hepatic steatosis index (HSI)

Elastografia Transitória - CAP N=112 CAP x ESTEATOTESTE x FLI SCORE NA QUANTIFICAÇÃO DA ESTEATOSE NA DHGNA AUROC CAP SteatoTest FLI score CAP Cut-off Sens>90% Esteatose S1 0.84 0.72 0.72 215 db m(-1), Esteatose S2 0.86 0.73 0.71 252 db m(-1) Esteatose S3 0.93 0.73 0.75 296 db m(-1) de Lédinghen V et al. Liver Int. 2012; 32:11

Diagnóstico de Esteatose por Imagem ou biópsia CAUSAS DE ESTEATOSE Esteatose não secundárias à Hepatopatia 20%-32% Secundária à Doença Hepática 5%-12% Causas Secundárias DHGNA PRIMARIA 60-70% 80% ESTEATOSE 20% ESTEATO HEPATITE

ESTEATOSE COMO MANIFESTAÇÃO SECUNDÁRIA DE DOENÇA HEPÁTICA Hepatites virais Hepatite B e C Hepatites autoimunes Tipo I e ANTI-LKM Doenças biliares Cirrose biliar primária Colangiopatia autoimune Doenças metabólicas Dç de wilson, Hemocromatose Doenças hereditárias Deficiência alfa1tripsina, Glicogenoses

CAUSAS SECUNDÁRIAS DE ESTEATOSE MACROVESICULAR OU MISTA Tóxicas Doenças Metabólicas Congênitas Exposição a pesticidas e petroquímicos Hipotiroidismo, Cushing, Alimentação parenteral prolongada Deficiência Lipase ácida, Abetalipoproteinemia Medicamentosa corticóide, metotrexato, tetraciclinas, tamoxifeno, amiodarona, etc Cirúrgicas Cirurgia de bypass intestinal, ressecções intestinais extensas

% Pacientes com DHGNA DIAGNÓSTICO - DHGNA 100 80 60 40 20 Sdme Metabólica Obesidade Central Hipertensão arterial >Triglicérides <HDL >Glicemia jejum 0 Num Componentes Sdme Metabólica

Diagnóstico Invasivo: Biópsia Hepática Padrão-ouro Procedimento invasivo Não isento de riscos Requer internação Maior custo

ESTEATOSE Diagnóstico Invasivo da DHGNA : Biópsia Hepática ESTEATOEPATITE Score NAS: Kleiner et al, 2005 Classificação histológica Grau de atividade Esteatose: 0-3 Inflamação lobular: 0-2 Balonização hepatocelular;0-2 Fibrose:0-4 ESTEATOEPATITE COM FIBROSE/CIRROSE Score: 5: NASH 3-4: Borderline < 3: não NASH

FIBROSE E NÃO A ATIVIDADE DA DOENÇA AFETAM PROGNÓSTICO DOS PORTADORES DE NASH 229 pacientes 2 centros Suécia Seguimento: 26,4 anos Ekstedt et al,hepatology,2015

Diagnóstico Não-invasivo: Biomarcadores Marcadores Biológicos Classe I: Marcadores diretos (proteínas MEC ELF TESTE) Classe II: Marcadores indiretos (parâmetros bioquímicos e clínicos) COMERCIAIS (FIBROTEST, FIBROMETER) NÃO COMERCIAIS (BARD, FIB-4, NAFLD SCORE, APRI) Marcadores Físicos Elastometria -FIBROSCAN, ARFI, RM

Biomarcadores no diagnóstico de fibrose avançada na DHGNA R. Kwok et al., Aliment Pharmacol Ther 2014; 39: 254-269

Marcadores Não Invasivos em DHGNA NAFLD Fibrosis Score Escore : -1,675 + 0,037 X (51) + 0,094 X IMC (30,1) + 1,13 X IG/Diabetes (0) + 0,99 X AST/ALT(0,78) 0,013 X Plaquetas (256) 0,66 X Albumina (4) = -1,675+ 1,887+ 2,829 +1,13+ 0,772-3,328-2,64 = -1,205 (Angulo et al, Hepatology,2007)

Clin Gastroenterol Hepatol. 2009

PERFORMANCE DIAGNÓSTICA DOS DIFERENTES TESTES PARA FIBROSE AVANÇADA (F3-F4) NA DHNA Acurácia (ASC) Mc Pherson et al, 2010 N=145 Kruger FC et al, 2011 N=138 Parise ER et al, 2013 N=186 Siddiqui MS et al, 2016 N=145 FIB4 0,86 0,887 0,866 AST/ALT 0,83 0,685 0,728 NAFLD 0,81 0,77 0,720 0,787 BARD 0,77 0,741 0,687 APRI 0,67 0,85 0,806 0,797 VPP Mc Pherson Ruffillo Siddiqui VPN Mc Pherson Ruffillo Siddiqui FIB4 36% 85% FIB4 95% 85% AST/ALT 44% 51% AST/ALT 93% 81% NAFLD 30% 34% 58% NAFLD 92% 94% 87% BARD 27% 68% BARD 95% 73% APRI 37% 54% 65% APRI 84% 93% 81% Gut 2010,59:1265. J Hepatol 2011, 54:160; S Afr Med 2011;101:477; Liver Int 2016, 36: 572.

Hepatology, vol. 51, nº 2, 2010

Estratificação de Risco em Pacientes com DHGNA Esteatose Hepatica na imagem ± Enzimas Hepáticas Elevadas Excluir Doença Hepática não DHGNA Confirmado NAFLD Excluir Causas Secundárias de Esteatoses Perfil Baixo Risco IMC < 29.9 Idade <40 anos Sem DMT2 ou Sdme Metabólica Testes não Invasivos de Fibrose: FIB-4 < 1.30 APRI < 0.5 NFS < -1.455 FibroScan < 5 kpa Risco Médio ou intermediário IMC > 29.9 Idade > 40 yrs Multiplos parâmetros de Síndrome Metabólica Testes não Invasivos de Fibrose : FIB-4 1.30-2.67 APRI 0.5-1.5 NFS -1.455-0.675 FibroScan 6-11 kpa Perfil Alto Risco DMT2 e Obesos Mórbidos AST > AST level Plaquetas < 150,000 Testes não Invasivos de Fibrose : FIB-4 > 2.67 APRI > 1.5 NFS > 0.675 FibroScan > 11kPa Modificado de Rinella ME, Sanyal AJ. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2016;13:196-205.

Obrigada! Médicos Ana Lúcia F. Salgado Virgínia Santos Ibrahim El Bacha João Farias Renata Cruvinel Nilma Ruffeil Amelia Ohashi Juliana Machado Edison R.Parise Biomédicos Ayk Helena Martins Nutricionistas Luciana de Carvalho (In memoriam) Maria Cristina Elias Penélope Grillo Sheila G. da Silva Márcia S. Moraes Fisioterapeuta Larissa B.A. Sammarco