Palavras-chave: Religiões de matriz africana. População negra no Ceará. Negro e Educação.

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Transcrição:

RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA NO CEARÁ: EDUCAÇÃO E OCUPAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS Resumo: Nico Augusto có, Professor Orientador, Ivan Costa Lima Esta investigação se desenvolve na Universidade Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) Redenção-CE. Objetiva-se discutir as dinâmicas culturais, sociais e políticas das religiões de matriz africana no Ceará, em face não apenas de sua relação com o sagrado, mas como guardiães do patrimônio civilizatório dos descendentes de africanos no Brasil. Este debate é relevante, tendo em vista que na realidade educacional tem se enfrentado intolerâncias, pela falta de conhecimentos desta cultura e suas bases epistemológicas. Assim, no estudo se discute como os adeptos destas religiões se organizam para fazer frente as formas de discriminação enfrentadas, se reafirmando parte dos valores civilizatórios produzidos pela população negra, assim apresenta-se como o espaço educacional pode ser um vetor importante para minimizar estes efeitos na realidade social. Assim, ampliar o avanço sobre as políticas públicas para população negra na região, e os caminhos traçados para a implementação de igualdade racial, ao se evidenciar as formas de participação política dos sujeitos que pertencem as religiões de matriz africana no estado. Neste sentido, aponta-se a participação dos adeptos em espaços de controle social, assim como ações nos espaços públicos como importante para a visibilidade de suas práticas culturais. Para alcançar este conhecimento metodologicamente utiliza-se da pesquisa participante e da história oral, como forma de captar as ações utilizadas por estes sujeitos, e do registro audiovisual de suas participações dentro e fora das comunidades de terreiros. Espera-se contribuir na construção de conhecimentos, que deem maior importância à população negra neste estado, subsidiando a universidade e a sociedade abrangente com suas histórias, memórias, formas de agir e pensar sobre as relações raciais dentro da Educação brasileira. Palavras-chave: Religiões de matriz africana. População negra no Ceará. Negro e Educação. INTRODUÇÃO A cultura negra cearense, de maneira geral, esteve submetida ao um processo de invisibilidade, por conta de uma trajetória histórica que minimizou a presença africana, e por outro lado um esforço ideológico da inexistência de conflitos raciais

devido à forma de mestiçagem que se produziu sobre a população no estado (CUNHA JUNIOR, 2011). Dentro disto, as religiões de matriz africana apresentam-se desprovidas de legitimidade na região, por conta dessas formas culturais estarem associadas às práticas inferiores e atrasadas na sociedade brasileira. No entanto, as comunidades terreiros cumprem um importante papel Como detentoras do patrimônio civilizatório dos descendente de africanos no Brasil, Como lugares de sujeitos portadores de direitos e de importância social com toda sua produção histórica, material e simbólica. Ao mesmo tempo, discute-se serem espaços onde se desenvolvem processos educativos, que levam em conta suas formas de viver e agir como descendentes de africanos no Brasil concretizado por vias orais ou escritas, [onde] existem estratégias para dar prosseguimento do que foi feito pelos ancestrais (DOMINGOS, 2015, p. 135). Assim, esta pesquisa, em desenvolvimento, está situada no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica, Pibic-Unilab (Edital PROPPG 04-2016), vinculado ao Grupo de pesquisa África-Brasil: Produção de Conhecimento, Sociedade Civil, Desenvolvimento e Cidadania Global, dentro da linha de pesquisa Pedagogias das Relações Étnico-Raciais: territórios, religiosidades e intelectualidades, credenciado junto ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). METODOLOGIA O estudo para atingir seus objetivos se utiliza como procedimentos metodológicos da pesquisa afrodescendente (CUNHA JR., 2006), cuja principal característica se revela na relação colaborativa com os sujeitos a serem pesquisados de maneira integrada. Por outro lado, pelos aportes da história oral (MEIHY, 2013) como instrumento capaz de dar centralidade as subjetividades, trajetórias e memórias daqueles que vivenciam as relações conflituosas, em face as discriminações que recaem sobre as religiões de matriz africana.

No entanto, elas têm construído estratégias coletivas para seu enfrentamento, que devem ser apropriadas como conhecimentos fundantes para a educação brasileira. RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde o advento da modificação das Leis e Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 26A, que torna obrigatório o ensino de história e cultura africana e afrobrasileira nos sistemas de ensino público e privado, percebe-se uma maior preocupação com este debate nas escolas, sobretudo do ensino fundamental. No entanto, também se evidencia enormes dificuldades em se lidar com um aspecto essencial desta tradição cultural, que são as religiões de matriz africana, por conta de diferentes argumentos, como pontua Santos (2015, p. 61) para ele há pelo menos três pressupostos básicos no debate sobre a intolerância no espaço escolar: O primeiro é o de que a educação escolar constitui-se em espaço e tempo de formação de identidades socioculturais, de reprodução e enfrentamento de preconceitos e também de formas correlatas de intolerância, indicando seu papel contraditório ao lidar com este tema. O segundo pressuposto é o de que, em vários segmentos da sociedade brasileira, encontram-se atitudes de preconceitos e de intolerância com relação aos adeptos e às religiões de matrizes africanas elementos que se vinculam ao debate de que a educação é atravessada por injunções sociais e políticas. Por fim, o terceiro pressuposto é o de que a hegemonia das religiões de matriz judaico-cristã, a discriminação racial e a satanização de entidades espirituais produzem uma invisibilidade das religiões de matrizes africanas, pelas políticas educacionais [...] elementos que contribuem para o desinteresse de educadores (as) sobre as práticas vivenciadas pelos sujeitos que frequentam a sala de aula. Assim, como deixam de compreender que estas vivências são produções da humanidade como quaisquer outras e que afetam a relação entre as pessoas e delas com o mundo. Assim, as comunidades de terreiros, nas suas práticas históricas, sociais e culturais se afirmam sujeitos dotados de saberes próprios, nelas há processos de aprendizagem e outros que incluem formação, conscientização política, cultural e resistência ao modelo educacional hegemônico que funda a instituição escolar.

CONCLUSÕES Por fim, pode-se afirmar haver por parte das religiões de matriz africana um exercício de reflexão voltada para a sociedade como um todo, provavelmente pela percepção de que atuar exclusivamente, nos espaços próprios de celebração a ancestralidade africana, não garanta a salvaguarda trazida pelo racismo e pelas discriminações que ainda recam sobre estas práticas. Neste sentido, participar de órgãos de controle social, atos públicos, palestras nos sistemas de ensino se consolidam como práticas exercidas pelas religiões de matriz africana como enfrentamento as desigualdades existentes. Assim, torna-se mais evidente que as religiões de matriz africana buscam em seus termos defender o livre exercício da liberdade religiosa, desta forma enfrentar as intolerâncias e as discriminações correlatas; além de construir estratégias de garantia de direitos, vinculados como deveres do País e das unidades federativas, como salvaguarda da história e da cultura de base africana no Brasil. AGRADECIMENTO Agradeço o meu professor orientador, Ivan Costa Lima pela orientação durante o projeto de pesquisa e pela oportunidade que ele mim deu para poder realizer esse projeto de pesquisa, pelo conhecimento adequirido e os meus agradecimntos se direciona pela universidade, Unilab, por incentivar os alunos através de programa de PIBIC afim de aprofundar os seus temas de pesquisa que pelo qual permite um desenvolvimento intelectual dos futuros docentes. REFERENCIAIS

CUNHA JÚNIOR, Henrique. Conceitos e conteúdos nas culturas africanas e afrodescendentes. In: COSTA, Sylvio G., PEREIRA, Sonia. Movimentos Sociais, educação popular e escola: a favor da diversidade. Fortaleza: Editora UFC, 2006. CUNHA JUNIOR, H. SILVA, Joselina da.; NUNES, Cícera. (Org.). Artefatos da cultura negra no Ceará. Fortaleza: Edições UFC, 2011. DOMINGOS, R. F. Religiões tradicionais de base africana no Cariri cearense: educação, filosofia e movimento social. Tese (doutorado) Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza, 2015. MEIHY, José C. Sebe Bom. Manual de história oral. 4 ed. São Paulo: Loyola, 2002. NASCIMENTO, Elisa Larkin. O sortilégio da cor: identidade, raça e gênero no Brasil. São Paulo: Selo Negro Edições, 2003. SANTOS, Erisvaldo P. do. Formação de professores e religiões de matrizes africanas: um diálogo necessário. Belo Horizonte: Nandyala, 2015.