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Transcrição:

1 A LÍNGUA PORTUGUESA EM PROGRAMA RADIOFÔNICO Ana Rosa Gomes Cabello 1 Resumo Este relato consiste na apresentação de uma prática pedagógica, cujo objetivo reside na criação de programas radiofônicos sobre Língua Portuguesa, em estilo flash (que contemplem situações fantasiosas ou situações do dia-a-dia e esclareçam questões normativas gramaticais), a serem veiculados ao longo da programação de emissoras preocupadas com o caráter educativo do rádio. Introdução A implantação de um programa radiofônico sobre Língua Portuguesa se justifica tanto do ponto de vista da emissão, quanto do ponto de vista da recepção, ao configurar-se como um tipo de prestação de serviço. Do ponto de vista da emissão, por suprir uma lacuna existente de formato radiofônico dessa natureza nas emissoras radiofônicas, que deveriam atentar para o caráter educativo do rádio 2. Do ponto de vista da recepção, por possibilitar ao ouvinte, preocupado com o uso correto da Língua, a atualização de questões normativas gramaticais. 1 Prof. Assistente Dr. - Departamento de Ciências Humanas - FAAC - Unesp - Bauru - SP. 2 A intenção do relato dessa prática pedagógica é, justamente, sugerir a realização desse tipo de experiência, como também o encaminhamento desse tipo de programa às emissoras de rádio.

2 Nesse sentido, também surge a importância desse tipo de prática pedagógica 3, uma vez que ao graduando de Comunicação é dada a experiência da construção do texto radiofônico, em termos de consecução e organização de roteiros, ao efetuar a transposição de questões normativas gramaticais para a linguagem radiofônica 4. Hipótese de trabalho Num primeiro momento, há necessidade de se levantar alguns usos lingüísticos que contrariem a disciplina gramatical. Nesse ponto, há necessidade - concomitante - que se efetue a atualização de certas questões gramaticais. Num segundo momento, após a seleção do levantamento efetuado anteriormente, há necessidade de se elaborar histórias dramatizadas 5, bem humoradas, satíricas, a partir de situações fantasiosas e/ou de situações do cotidiano. Num terceiro momento, há necessidade de uma revisão teórico-prática para a consecução de roteiros radiofônicos. Com isso, as histórias criadas deverão 3 A idéia de criação de programa sobre Língua Portuguesa, sob nossa orientação, surgiu na primeira reunião do Núcleo de Produção Radiofônica, sob nossa Coordenação, vinculado administrativamente ao Departamento de Ciências Humanas, da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp de Bauru. 4 A linguagem radiofônica, por sua natureza, combina a palavra, a música e o efeito sonoro na elaboração de roteiros. 5 Sobre dramatização, pode ser consultado o tema "Radiodrama".

estar acopladas aos recursos sonoplásticos, necessários à produção de roteiros. 3

4 Nesse sentido, é imprescindível, também, a criação da vinheta 6 de abertura, visto que tal programa, em forma de flash, surgirá ao longo da programação. Assim sendo, o Programa sobre Língua Portuguesa deverá passar a ser prontamente identificado pela vinheta e também pelo caráter atrativo, em virtude do tratamento humorístico dado às situações criadas. Seria pertinente que a vinheta de abertura já atualizasse a "personalidade" da "figura" (com nome sugestivo 7 ) sempre pronta a "salvaguardar" a Língua 8. No entretanto, na vinheta de encerramento, é indispensável resgatar um clima amistoso, favorável à "figura" sempre a serviço da Língua Portuguesa. Estrutura do programa Logo após a vinheta de abertura, deverá irromper uma história "engraçada" e/ou com possibilidade de se "tornar engraçada", por exemplo, no momento da correção. 6 A sonoplastia é de importância capital na elaboração de vinhetas radiofônicas. 7 "Aurélio" foi o nome criado pelos alunos de Técnica Redacional II, do Curso de Comunicação Social, da FAAC, Unesp de Bauru, no 2º sem.95, para representar a "figura" que, inesperadamente surge, nas mais diversas situações, para proceder a correções gramaticais, no momento em que as personagens das histórias criadas, ao se utilizarem do sistema lingüístico, contrariam a norma gramatical. O próprio programa foi designado por eles de "FALA AURÉLIO". 8 Uma sugestão seria a própria vinheta do "FALA AURÉLIO", onde o "Aurélio", surge com a marca de "onipresença" e de "desaprovação", do tipo, "Hã, hã. Com licença!", em toda e qualquer situação.

5 Em outras palavras, o aspecto humorístico poderá, então, incidir ou no enredo da história criada e/ou na locução das personagens e/ou na correção efetuada pela "figura" protetora da Língua. No momento em que uma das personagens contrariar o uso correto da Língua reitera-se - de pronto - a marca "onipresente" e de "desaprovação" do tipo, por exemplo, "Hã, hã. Com licença!", característica de uma "figura", sempre pronta a "salvaguardar" a Língua 9. Dessa forma, é neste ponto que aparecem breves explicações de uso da Língua, segundo a norma gramatical. Na seqüência, o efeito de fita rebubinando deverá remeter à reprodução da situação criada, mas, desta vez, sem erros gramaticais, para fixar o aprendizado do uso correto da Língua. No final, na vinheta 10 de encerramento, seria pertinente recuperar a "figura" do "sempre alerta", do "grande protetor" da Língua Portuguesa, num tom descontraído e bem humorado. É preciso atentar para que a entonação não sugira deboche. 9 O corte da situação, no momento em que uma das personagens contrariar o uso normativo gramatical da Língua Portuguesa, poderá ocorrer com a manifestação imediata da "figura" criada para ""salvaguardar" a Língua ou, se houver música em BG, poderá ser utilizado o recurso sonoro de um "disco riscando". 10 O "FALA AURÉLIO", na vinheta de encerramento, recupera a figura do "Aurélio" num tom amistoso, do tipo "Falô Aurélio", como se referindo àquele que, realmente, "sabe das coisas".

6 Criação exemplo 11 : Programa "FALA AURÉLIO". Retranca: "dormir no volante" 12 VINHETA DE ABERTURA FUSÃO COM EFEITO SONORO: SOM DE CARRO EM MOVIMENTO NA ESTRADA. VAI A BG A PERSONAGEM (LOC. 3) DEVE FALAR, COM VOZ DE CRIANÇA, DE MODO ANTIPÁTICO E ESTRIDENTE. E DEVE CANTAROLAR, EM SEGUNDO PLANO, DURANTE TODA SITUAÇÃO. A PERSONAGEM (LOC. 1) DEVE FALAR, SUGERINDO UM CERTO TEMOR DIANTE DA SITUAÇÃO. A PERSONAGEM (LOC. 2) DEVE FALAR, SUGERINDO UM TREMENDO MAU HUMOR. LOC. 1 QUERIDO / (?) TEM CERTEZA DE QUE NÃO ESTÁ COM SONO? / CUIDADO PARA NÃO DORMIR NO VOLANTE... // 11 Durante o relato desta pesquisa, efetuado junto ao GT de Rádio, no XIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em Londrina, foram apresentados alguns programas já produzidos pelo grupo de alunos responsável pela criação do "FALA AURÉLIO". 12 É certo que a consecução de roteiro propriamente dito exige espaçamento padrão e mudança de página para não truncar o locução. Entretanto, aqui, pela delimitação de espaço, não foi possível obedecer essas regras técnicas nem apresentar outros exemplos.

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8 LOC. 2 QUE DORMIR O QUÊ / MULHER! EU ESTOU DIRIGINDO AQUI / ÓH! // LOC. 3 PAPAI! PAPAI! / NÃO DURMA NO VOLANTE, HEIN! // AS PERSONAGENS (LOC. 2 E LOC. 3) DEVEM FALAR SIMULTANEAMENTE, SENDO QUE A VOZ DO LOC. 3 DEVE FICAR EM PRIMEIRO PLANO. LOC. 3 SE VOCÊ DORMIR NO VOLANTE, HEIN! / A GENTE MORRE, HEIN! LOC. 2 PÔ! / COMO ESSA MENINA ENCHE / EU VOU DAR UM TAPA EM ALGUÉM JÁ JÁ...// FUSÃO EFEITO SONORO: SOM DE BATIDA INSISTENTE DE ALGUÉM AFLITO PARA QUE SE ABRA UMA PORTA (2 SEGUNDOS). A PERSONAGEM (LOC. 4) SURGE NA SITUAÇÃO, DE MODO AFLITO E INSISTENTE. E PARA CHAMAR A ATENÇÃO EMITE UM SOM NÃO ARTICULADO (GUTURAL). LOC. 4 HÃ, HÃ! // EFEITO SONORO: SOM DE BATIDA INSISTENTE DE ALGUÉM AFLITO PARA QUE SE ABRA UMA PORTA

9 (2 SEGUNDOS). LOC. 4 ABRE AQUI! // EFEITO SONORO: SOM DE BATIDA INSISTENTE DE ALGUÉM AFLITO PARA QUE SE ABRA UMA PORTA (2 SEGUNDOS). LOC. 4 ABRE AQUI! / HÃ, HÃ / PORTA-LUVAS / ABRE AQUI EFEITO SONORO: SOM DE BATIDA INSISTENTE DE ALGUÉM AFLITO PARA QUE SE ABRA UMA PORTA (2 SEGUNDOS). EFEITO SONORO: SIMULAÇÃO DO BARULHO DE UM PORTA-LUVAS SENDO ABERTO. LOCUÇÃO SIMULTÂNEA LOC. 1-2 - 4 ÓH, AURÉLIO! LOC.4 HÃ, HÃ! COM LICENÇA! / EU ESTOU AQUI APENAS PARA DIZER QUE NINGUÉM DORME NO VOLANTE / DENTRO DO VOLANTE / EM CIMA DO VOLANTE / / SE O MOTORISTA DORMIR / ELE DORMIRÁ JUNTO AO VOLANTE// (?) ENTENDIDO? // PODEM CONTINUAR A VIAGEM //

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11 MAS NÃO SE ESQUEÇAM / DE QUE / NESTE CASO / A COMBINAÇÃO DA PREPOSIÇÃO A COM O ARTIGO O / CARREGA O SENTIDO DE SE ESTAR AO LADO DE // (?) CERTO? // NÃO DURMA AO VOLANTE // COLOQUEM O CINTO DE SEGURANÇA // E BOA VIAGEM // EFEITO SONORO: FITA CASSETE SENDO REBOBINADA (2 SEGUNDOS). EFEITO SONORO: SOM DE CARRO EM MOVIMENTO NA ESTRADA. VAI A BG A PERSONAGEM (LOC. 3) DEVE FALAR, COM VOZ DE CRIANÇA, DE MODO ANTIPÁTICO E ESTRIDENTE. E DEVE CANTAROLAR, EM SEGUNDO PLANO, DURANTE TODA SITUAÇÃO. A PERSONAGEM (LOC. 1) DEVE FALAR, SUGERINDO UM CERTO TEMOR DIANTE DA SITUAÇÃO. A PERSONAGEM (LOC. 2) DEVE FALAR, SUGERINDO UM TREMENDO MAU HUMOR. LOC. 1 QUERIDO / (?) TEM CERTEZA DE QUE NÃO ESTÁ COM SONO? / CUIDADO PARA NÃO DORMIR AO VOLANTE... //

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13 LOC. 2 QUE DORMIR O QUÊ / MULHER! EU ESTOU DIRIGINDO AQUI / ÓH! // LOC. 3 PAPAI! PAPAI! / NÃO DURMA AO VOLANTE, HEIN! // AO VOLANTE... // CESSA BG FUSÃO COM VINHETA DE ENCERRAMENTO. Considerações finais Muitas situações podem ser criadas para atualizar a norma lingüística reinante na comunidade e que, nesses casos, não devem coincidir com a norma gramatical. Justamente para que a "figura"a ser criada para "salvaguardar" a Língua Portuguesa possa vir a ser o "ídolo" dos falantes "mais exigentes". É fato que um trabalho sério, com muito humor, pode vir a ter espaço, à medida que as emissoras preocupadas com o caráter educativo do rádio, passarão a contar, durante a programação, com mais esse elemento atrativo.

14 BIBLIOGRAFIA CABELLO, A.R.G.- "Organização do texto radiofônico: coesão e coerência" In: ALFA, São Paulo, v.38: 145-154, 1994 - "Construção do texto radiofônico: o estilo oral-auditivo". In: ALFA, São Paulo, v.39: 145--152, 1995. CAMARGO, Jymmy Garcia - La Radio por dentro y por fuera - 1ed. Quito - Equador, CIESPAL, 1980. CEGALLA, Domingos Paschoal - Novíssima Gramática 13 da Língua Portuguesa. 21ed. São Paulo, Nacional, 1980. KAPLÚN, Mário - Producción de Programas de Radio: el guión - la realización. 1ed. Quito - Equador, CIESPAL, 1978. KOPPLIN, Elisa & FERRARETTO, Luiz Artur - Técnica de redação radiofônica. Porto Alegre, Sagra: DC Luzzatto, 1992. MUÑOZ, Jose Javier & GIL, Cesar - La Radio: teoria y practica. La Habana - Cuba, Pablo de la Torriente, 1990. 13 Para esse tipo de atividade devem ser utilizadas também outras gramáticas, por exemplo, de autores como Rocha Lima, Paschoal Cegalla, Celso Cunha, Evanildo Bechara, Silveira Bueno, Adriano Kury, Said Ali, Platão Savioli etc.

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