ALIMENTAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO: UMA NOVA PRIORIDADE PARA A SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL João Lima (1,2), Ada Rocha (1,2) (1) Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto (2) ICETA - REQUIMTE
Promoção da Saúde no Local de Trabalho Portugal ~ 56% da população portuguesa é ativa (1) 5388,2 mil pessoas ativas, 84,7% das quais empregadas (2) 41,4h/semana médias de trabalho (3) Promoção da saúde no local de trabalho e as Iniciativas no sentido de melhorar a saúde e qualidade de vida do trabalhador (4-12). 1. Instituto Nacional de Estatística IP: Censos 2011 (2011); 2. Instituto Nacional de Estatística IP: Estatísticas do emprego (2013). 3.Teichgraber M: European Union Labour force survey - Annual results (2014); 4. WHO: Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health (2004); 5. Healthy Weight, Healthy Lives: A Cross-government Strategy for England (2008); 6. Boorman S: NHS Health and Wellbeing Review: Final Report. (2010); 7.NHS Health and Wellbeing Review (2009); 8. Equity and Excellence: Liberating the NHS (2010); 9. NHS Constitution: the NHS Belongs to Us All (2010) 10. Healthy Lives, Healthy People: Our Strategy for Public Health in England (2010); 11. NHS Health & Wellbeing Improvement Framework 2011/12 (2011); 12. Marmot M: A Strategic Review of Health Inequalities in England Post 2010: The Marmot Review (2010);
A Promoção da Saúde no Local de Trabalho OMS reconhece o local de trabalho como apropriado para a promoção da saúde (13, 14), Modificar estilos de vida de risco numa população, Promover o desenvolvimento da atividade económica das empresas e do país. (13-15) A promoção da saúde e a prevenção das doenças crónicas não transmissíveis deve ser estimulada no local de trabalho, defendendo uma alimentação saudável e a atividade física dos trabalhadores, e promovendo a saúde mental e familiar no trabalho. (16) Plano Global de Acão para a saúde dos trabalhadores para 2008-2017 (OMS) 13. WHO: Preventing NonCommunicable Diseases in the Workplace through Diet and Physical Activity (2008); 14. Quintiliani L: The workplace as a setting for interventions to improve diet and promote physical activity (2008); 15. Wanjek C: Food at Work: Wokplace Solutions for malnutrition, obesity and chronic diseases (2005); 16. WHO: Workers health: global plan of action. 2007.
Aumento ponderal e DCNT Alimentação desequilibrada Obesidade e doenças crónicas associadas (18) menor produtividade (19-21) maior absentismo (19-22) Benefícios potenciais: maior produtividade, aumento da satisfação no trabalho, diminuição do absenteísmo e da rotatividade do pessoal (23), melhoria do estado nutricional e qualidade de vida do trabalhador. (24-28) 18. WHO: Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases: Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation (2003); 19. Goetzel R et al: Amulti-site analysis of the relationships among body mass index: medical utilization, and worker productivity (2010); 20. Robroek S. et al,: The role of obesity and lifestyle behaviors in a productive workforce (2011); 21. Sullivan P. et al: The effect of obesity and cardiometabolic risk factors on expenditures and productivity in the United States (2008); 22. Tunceli K. et al: Long-term effects of obesity on employment and work limitations among U.S. adults, 1986 1999 (2006); 23. Working for a Healthier Tomorrow: Dame Carol Black s Review of the Health of Britain s Working Age Population (2008); 24.Taylor PJ. A review of the nature and effectiveness of nutrition interventions in adult males - a guide for intervention strategies (2013) 25. Salinardi TC. et al: Lifestyle intervention reduces body weight and improves cardiometabolic risk factors in worksites (2013); 26. Gudzune K. et al: Strategies to prevent weight gain in workplace and college settings: A systematic review (2013); 27. Huang J-J et al: Effects of a Workplace Multiple Cardiovascular Disease Risks Reduction Program (2013); 28. Osilla KC. et al: Systematic review of the impact of worksite wellness programs (2012).
Panorama da Saúde Ocupacional a nível mundial Organização Mundial da Saúde (OMS) «Um ambiente de trabalho saudável é aquele em que ( ) vise proteger e promover a saúde, a segurança e o bem-estar de todos trabalhadores» Organização Internacional do Trabalho (OIT) (Burton, 2010) «o bem-estar no local de trabalho refere-se a todos os aspetos da vida profissional, desde a qualidade e segurança do ambiente físico, o ambiente de trabalho e a organização do mesmo, à forma como os trabalhadores se sentem em relação ao mesmo.»
Stress Económico Stress Álcool e Drogas Bons Hábitos de Sono Violênci a Exercício Físico VIH E SIDA Nutrição Tabaco Fig. 1. Esquema Resumo do Programa SOLVE (adaptado para português)
Panorama da Saúde Ocupacional a nível europeu 2002 2007 2008 Estratégia comunitária (2002-2006), Emergência de novos riscos, especialmente os de natureza psicossocial. Estratégia comunitária (2007-2012): trabalho melhora a saúde e o bemestar do indivíduo FIOH lidera projeto WAW da UE "o bem-estar no trabalho aponta para ações abrangentes que promovam a melhoria da saúde, segurança, e bem-estar da força de trabalho, em simultâneo com a produtividade e sucesso da empresa."
Panorama da Saúde Ocupacional O exemplo Finlandês Realizar refeições no local de trabalho afeta claramente a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, bem como é promotor de escolhas alimentares saudáveis. Cantinas e opções de alimentos saudáveis são formas eficazes de promover a saúde e o bem-estar no local de trabalho. (PELTOMÄKI, 2003; Pietinen, 2010) Em 2011, a Finlândia tinha 1.550 cantinas laborais, sendo que 2/3 da população ativa dispõe de uma cantina no local de trabalho, e ½ usufruía deste serviço. "sinal de interesse dos empregadores pelos seus funcionários incentivando uma alimentação saudável durante o horário de trabalho". Jaana Laitinen, líder da equipa do FIOH
Panorama da Saúde Ocupacional O exemplo Brasileiro O Programa de Alimentação do Trabalhador instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991 Governo, empresas e trabalhadores partilham a responsabilidade de garantir melhores condições alimentares e nutricionais aos trabalhadores. poderá ser a chave para as políticas de alimentação e nutrição voltadas para a população adulta brasileira, contribuir para a transformação do atual panorama de aumento de prevalência de doenças crónicas não-transmissíveis e de obesidade no país. (Bandoni, 2006)
Promoção da Saúde e da Alimentação Saudável nos SSST em Portugal continental: Relatório Único entre 2009 e 2012 O nº de empresas que organizam serviços de segurança e saúde ocupacional está ainda longe da totalidade: decréscimo progressivo neste período (71% em 2009 vs 66% em 2012). Aumento progressivo no nº de ações formação realizadas entre 2009 e 2011, e um decréscimo no último ano, observando-se uma redução na % de unidades locais que abordam o tema "Promoção da Saúde" (7,7% em 2009 vs 4,5% em 2012). Aumento progressivo das empresas que realizam atividades de promoção da saúde no local de trabalho, entre 2009 e 2011, seguido de um decréscimo acentuado no último ano. O mesmo acontece com a promoção da alimentação saudável.
Promoção da Saúde e da Alimentação Saudável nos SSST em Portugal continental: Relatório Único entre 2009 e 2012 Observou-se um decréscimo das relacionadas com a Saúde, e em especial a Promoção da Alimentação Saudável no local de trabalho, entre 2009 e 2012, para a maior parte dos parâmetros analisados, o que se revela preocupante. necessidade de realização de ações multissetoriais, de sensibilização e incentivo à promoção de práticas promotoras de saúde no local de trabalho, nomeadamente ao nível da promoção da alimentação saudável.
3. O Panorama da Saúde Ocupacional 3.3.2. A nível nacional programas e diretivas Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável objetivos: (31) aumentar o conhecimento sobre o consumo alimentar da população portuguesa e seus determinantes; modificar a disponibilidade de certos alimentos, nomeadamente em ambiente escolar, laboral e em espaços públicos; promover ações transversais que incentivem o consumo de alimentos de boa qualidade nutricional de forma articulada e integrada com outros setores públicos e privados. "Portugal Alimentação Saudável em números 2013 (32) as intervenções no local de trabalho são reduzidas, havendo escassez de informação, quanto à caracterização do consumo alimentar, e seus determinantes. 31. Programa Nacional da Promoção da Alimentação Saudável - Orientações Programáticas (2012); 32. Graça P, et al: Portugal - Alimentação Saudável em números - 2013. (2013).
3. O Panorama da Saúde Ocupacional 3.3.2. A nível nacional programas e diretivas 2ª Fase do Programa Nacional de Saúde Ocupacional (2013-2017) objetivos: (36) promoção da saúde no local de trabalho; fomentar práticas de trabalho e estilos de vida saudáveis em empresas do setor público/privado; identificar, coligir e caracterizar "boas práticas" a nível nacional; desenvolver um "programa-tipo" de promoção da saúde no local de trabalho. Programa FOOD (Fighting Obesity through Offer and Demand) (33) Desde 2012, Portugal integra o Programa FOOD, Objetivos: avaliar as exigências e expetativas em relação à informação nutricional dos alimentos oferecidos reunir recomendações e transformá-las em orientações práticas, adaptar a disponibilidade alimentar às necessidades do trabalhador, possibilitando e educando-o para a realização de escolhas alimentares mais saudáveis. 36. Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC) 2º Ciclo 2013/2017 (2013); 33. FOOD - FIGHTING OBESITY THROUGH OFFER AND DEMAND [http://www.food-programme.eu/]
4. Alimentação Saudável no Local de Trabalho A promoção de alguns alimentos saudáveis, com recurso a sessões de educação alimentar, determina o aumento do consumo, revelando a importância do aumento dos conhecimentos na mudança de comportamentos. (Harnack, 2008; Thorsen, 2009) Contudo, sabe-se que as estratégias de promoção da saúde devem ir além da educação para alcançar mudanças significativas e permanentes no comportamento da população-alvo (Engbers, 2005)
4. Alimentação Saudável no Local de Trabalho Possibilidades de intervenção ao nível ambiental, no local de trabalho: implementação de rotulagem nutricional em alimentos embalados; composição nutricional das refeições servidas; aumentar a disponibilidade e variedade das opções alimentares saudáveis; alteração dos métodos de preparação e confeção dos alimentos; alteração das políticas de catering e de preço; entre outras (Holdsworth, 1998; Seymour, 2004; Steenhuis, 2004) Identificação dos determinantes e motivações do consumo alimentar no local de trabalho, Conhecimento dos ambientes alimentares e nutricionais, Contribuir para modificar hábitos alimentares dos trabalhadores, Melhorar a sua saúde e bem-estar, e consequentemente o seu rendimento.
OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO! nutricionista.joaolima@gmail.com