ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE CAFÉ CONILON NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO EM DIFERENTES NÍVEIS TECNOLÓGICOS

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Transcrição:

ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE CAFÉ CONILON NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO EM DIFERENTES NÍVEIS TECNOLÓGICOS ponciano@uenf.br Apresentação Oral-Economia e Gestão no Agronegócio NIRALDO JOSÉ PONCIANO 1 ; CARLOS OTÁVIO CONSTANTINO 2 ; VANUZA DA SILVA PEREIRA 3 ; JOSÉ AUGUSTO COSTA 4 ; HENRIQUE TOMÉ MATA 5. 1,3.UENF, CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ - BRASIL; 2.PROCAMPO, SÃO GABRIEL DA PALHA - ES - BRASIL; 4.CEFET, VITÓRIA - ES - BRASIL; 5.UFBA, SALVADOR - BA - BRASIL. ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE CAFÉ CONILON NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO EM DIFERENTES NÍVEIS TECNOLÓGICOS 1 Grupo de Pesquisa: Economia e Gestão no Agronegócio RESUMO A pesquisa teve como objetivo determinar os indicadores econômicos da produção de café conilon (Coffea canephora) em propriedades representativas de sistemas de produção que adotaram baixo, médio e alto níveis tecnológicos nos municípios de Vila Valério, Nova Venécia e São Gabriel da Palha. Especificamente, o acompanhamento em três anos possibilitou determinar os custos de produção e a rentabilidade nas três últimas safras (2005/06, 2006/07 e 2007/08). Os custos menores por área ocorreram com os produtores de baixo nível tecnológico, resultado coerente dado a este grupo não utilizar alguns fatores de produção (irrigação, adubação foliar, controle de pragas e de doenças e administração) e com muita limitação no gasto com adubações e com tratos culturais. Esses mesmos fatores foram os principais limitantes da produtividade do café. Os produtores que apresentaram maiores produtividades são aqueles que possuem maior capacidade de organização e de adoção de procedimentos e de tecnologias. Quanto maior foi a incorporação de tecnologia, de assistência técnica e de gerenciamento no sistema de produção, melhor foram os resultados para alcançar vantagem competitiva. Palavras Chave: café conilon, produtividade, custo de produção, indicadores econômicos. ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION OF COFFEE CONILON IN THE NORTH OF ESPÍRITO SANTO IN DIFFERENT LEVELS TECHNOLOGICAL ABSTRACT The research aimed to determine the economic indicators of production conilon of coffee (Coffea canephora) in representing properties of production systems that have adopted low, medium and high technological levels in the municipalities of Vila Valério, Nova Venécia and São Gabriel da Palha. Specifically, the monitoring in three years has determined the costs of production and profitability in the last three seasons (2005/06, 2006/07 and 2007/08). The lower costs per area occurred with the producers of low technological level, 1 Agradecimento ao Carlos Otávio Ribeiro Constantino Engenheiro Agrônomo do Projeto Educampo - SEBRAE/COOABRIEL pelo acompanhamento e levantamento dos dados em todas as três safras. 1

a result consistent since this group does not use some factors of production (irrigation, foliar fertilization, pest control and diseases and administration) and very limited in spending on fertilizer and with cultural treatments. These were the main factors limiting the productivity of coffee. Producers who had higher yields are those that have greater capacity for organization and adoption of procedures and technologies. The higher was the incorporation of technology, technical assistance and management in the production system, the results were better for achieving competitive advantage. Keywords: coffee conilon, productivity, cost of production, economic indicators. 2

1. INTRODUÇÃO O Estado do Espírito Santo possui pequena extensão territorial (menos de 1% do território nacional), relevo relativamente acidentado e predominância da agricultura familiar. A cafeicultura desempenha um papel importante para o desenvolvimento social e econômico do Estado, garantindo a geração de empregos, impostos e contribuindo especialmente com a entrada de divisas e saldo da balança comercial. O café destaca-se como principal cultura no Espírito Santo, sendo o segundo maior produtor, com mais de 20% da produção nacional. Onde o Coffea cannephora (café robusta ou conilon) representa mais de 70% da produção total de café conilon no Brasil. Segundo Ferrão et al. (2007), existem 86.000 propriedades rurais no Estado do Espírito Santo, das quais a cultura do café tem sido explorada em cerca de 56.000 propriedades, sendo que o tamanho médio das lavouras gira em torno de 10 hectares. Nessa atividade está envolvida cerca de 130.000 famílias. A produção do café conilon envolve 209.400 trabalhadores diretos. Somando as duas variedades de café (arábica e conilon), estima-se aproximadamente 400.000 empregos diretos e indiretos. Assim, o café representa a principal atividade social e econômica da maioria dos municípios. O café é cultivado em 77 dos 78 municípios do Estado, sendo que os principais produtores são Jaguaré, Sooretama, Vila Valério, Linhares, São Mateus, Rio Bananal, Pinheiros, Nova Venécia, São Gabriel da Palha e Colatina. Todos os aspectos de importância econômica e social dessa cultura criam grandes desafios para administradores municipais, para órgãos de pesquisas e de assistência técnica e para os próprios cafeicultores tanto na manutenção dos empregos quanto na geração de renda. Para produzir café em volume e qualidade suficiente com a finalidade de atender a demanda em um mercado cada vez mais concorrido exige-se modernização, eficiência e competitividade dos cafeicultores locais. Nem sempre a liderança em custos está disponível em mercados de commodities. Necessita-se grande empenho para obter essa liderança, uma vez que há pleno conhecimento dos fatores de produção. A melhor combinação possível entre fatores, tecnologia e manejo possibilitam melhores resultados na produção, buscando vantagens em custos. Isso pode ser obtido pela maior eficiência e eficácia nos processos produtivos, por vantagens comparativas de locais e meios de produção diferentes e pela gestão como planejamento, estratégia, controle, entre outros. Nesse contexto, a gestão de custos é um mecanismo fundamental para ser competitivo, uma vez que fornecem dados e informações para alimentar o processo de planejamento e controle, na busca de maior eficiência e eficácia nos sistemas produtivos. Apesar de sua elevada importância, a maioria dos produtores rurais não realiza uma adequada gestão de custos. Os conhecimentos de custos de produção e dos cálculos dos indicadores econômicos são de suma importância nos planejamentos de empreendimentos, principalmente quando se referem a setores de mercados competitivos, como no caso da agricultura, onde a maioria das atividades apresenta baixa rentabilidade e possibilidade de riscos e incertezas. Além 3

disso, o café por ser uma commodity, torna-se impossibilitado de definir seus preços de acordo com os custos de produção, mas sim a partir dos preços de mercado. Objetivou-se neste trabalho calcular os indicadores de resultados econômicos da produção de café conilon de um grupo de produtores. Adicionalmente, identificaram-se os principais fatores que afetam a produtividade, bem como analisa as limitações e possibilidades de maior eficiência no manejo de produção de modo a aumentar sua lucratividade. 2. METODOLOGIA Os dados desse trabalho foram obtidos a partir de acompanhamento técnico com 20 produtores de café conilon nos municípios de Vila Valério, São Gabriel da Palha e Nova Venécia. O acompanhamento desses produtores vem sendo realizado desde a safra de 2005/06. Como esse grupo é bastante diversificado, para essa pesquisa classificaram-se os produtores em três classes de acordo com o nível tecnológico. Tomou-se um produtor representativo de cada uma das classes (baixo, médio e alto nível tecnológico) para cálculo e analise dos indicadores econômicos. Os coeficientes técnicos de produção que nada mais são do que as quantidades de insumos consumidos por hectare da cultura, expressas em tonelada, quilograma ou litro (corretivos, fertilizantes, mudas e defensivos), em horas (máquinas e equipamentos) e em dia de trabalho. Todos os dados que compõem os custos de produção e as receitas foram das safras de 2005/06, 2006/07 e 2007/09. No cálculo do custo de produção considerou todas as informações de combinações de insumos, serviços e de máquinas e implementos utilizados ao longo do processo produtivo. A produção de café conilon desenvolve-se em etapas distintas no tempo: preparo do solo, plantio, tratos culturais e colheita. O longo período para que essas etapas sejam realizadas faz com que os gastos com insumos e com serviços sejam incorporados à lavoura em diferentes momentos, ao longo do processo produtivo. Como não se devem mensurar valores monetários em tempos distintos, todos os dados foram corrigidos pelo IGP-M com base em janeiro de 2009. Assim, contabilizaram-se os cálculos de cada safra a partir dos preços corrigidos para a referida data, e determinaram-se os custos efetivamente incorridos pelos produtores. 2.1. Custo de produção Os custos fixos representam grande parcela dos custos totais das atividades agropecuárias, tendo, por isso, importância significativa na determinação dos resultados econômicos da atividade. Os principais itens que compõem o custo fixo total são: a depreciação, os gastos com mão-de-obra permanente, o custo de oportunidade, os seguros, os impostos e os juros. Desses itens, admite-se que a depreciação e o custo de oportunidade do capital estável e da terra careçam de maiores explicações, uma vez que os demais são de compreensão imediata (NORONHA, 1987). 4

A depreciação corresponde a um custo indireto requerido para acumular fundos para substituição do capital investido em bens produtivos de longa duração, inutilizados pela idade, uso e obsolescência. Na produção de café, especificamente, todo o capital imobilizado em benfeitorias, equipamentos de irrigação, máquinas e implementos foram depreciados. Para calcular a depreciação utilizou-se o método da depreciação linear. Todo o capital investido seja ele próprio ou tomado em empréstimo tem um custo de oportunidade, uma vez que seu uso pelo produtor implica deixar de empregá-lo noutra atividade alternativa. Por definição, o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possível de utilização forneceria uma medida desse custo de oportunidade (MATSUNAGA et al., 1976). Como essa estimativa nem sempre é fácil, estimou-se o custo de oportunidade a partir do retorno que o capital teria se, em vez de aplicado na produção de café, fosse investido no mercado financeiro a uma taxa de remuneração anual de 6%. A terra também apresenta um custo de oportunidade, uma vez que poderia estar sendo empregada em outra atividade ou mesmo arrendada a outro produtor 2. Assim, o custo de oportunidade da terra foi estimado com base no valor de venda na região. Os custos variáveis considerados estão relacionados com a aquisição e aplicação do capital circulante, com a manutenção e conservação do capital estável do empreendimento, bem como aos gastos relativos à contratação de mão-de-obra temporária e o custo de oportunidade do capital circulante. Este por sua vez é consumido durante cada safra de produção. Assim, os custos representados pelo capital circulante foram os gastos com fertilizantes, defensivos, mão-de-obra, energia, combustíveis, etc. No caso da mão-de-obra temporária, os salários pagos constituem-se num item de custo variável que pode ser suprimido quando há interrupção da produção. Tal como ocorrem com o capital circulante, os recursos imobilizados em salários de trabalhadores podem apresentar um custo de oportunidade, sempre que houver um diferencial de tempo entre o pagamento desses salários e o advento das receitas do empreendimento. O procedimento do cálculo desse custo foi o mesmo utilizado para o capital circulante. A finalidade do uso do custo operacional é mostrar, caso a empresa não tenha remuneração igual ou superior ao custo alternativo, se e quanto ela tem de resíduo que remunera em parte o capital, o tempo, a administração e os recursos auto-renováveis. O custo operacional pode dividir-se em custo operacional efetivo e custo operacional total. Buscou-se avaliar o custo operacional, uma vez que o produtor não dispondo de remuneração suficiente para cobrir o custo alternativo, ele avalia seu resíduo para remunerar parte de seus investimentos. Nesse sentido, o custo operacional efetivo pode ser definido como o custo de todos os recursos de produção que exigem desembolso por parte da empresa para sua recomposição. Corresponde apenas aos gastos efetivamente incorridos 2 Admitindo-se que a terra seja utilizada adequadamente, obedecendo aos princípios de conservação, sua capacidade produtiva deve manter-se inalterada no tempo, razão pela qual ela não deve ser alvo de depreciação. 5

na condução da atividade, ou seja, apenas aos itens de custo considerados diretos 3 (mão-deobra, fertilizantes, defensivos, energia, combustível, manutenção, reparos, impostos e taxas, assistência técnica). Enquanto o custo operacional total envolve, além dos custos diretos, o valor da mão-deobra familiar que, mesmo não sendo remunerada, é imprescindível à condução do empreendimento, e as depreciações, que equivalem a apenas uma parcela dos custos indiretos. Do ponto de vista teórico, o custo operacional total define o custo incorrido pelo produtor no curto prazo para produzir e para repor a sua maquinaria e continuar produzindo. 2.2. Medidas de resultado econômico A partir dos itens de custo considerados calculam-se indicadores para descrever e analisar as condições econômicas dos produtores em diferentes sistemas de produção conforme seu nível tecnológico, fornecendo subsídios para melhor eficiência em sua administração, como por exemplo, margem bruta, renda líquida operacional e lucro. Faz sentido analisar a margem bruta quando o produtor apresenta recursos de produção disponível e necessita tomar decisões sobre como utilizar, eficazmente, esses fatores. A margem bruta pode ser definida em relação ao custo operacional e em relação ao custo total de produção. Nesse sentido, a margem bruta em relação ao custo operacional total é o resultado que sobra após o produtor pagar todas as despesas operacionais, considerando determinado preço unitário de venda e o rendimento do sistema de produção para a atividade. Seguindo o mesmo raciocínio, a margem bruta em relação ao custo total de produção é obtida subtraindo-se, da receita bruta, o custo total de produção. Neste caso, indica qual a margem disponível para remunerar o risco e a capacidade empresarial do proprietário. A renda líquida operacional ou lucro operacional mede a lucratividade da atividade no curto prazo, mostrando as condições financeiras e operacionais da atividade agropecuária. A renda líquida operacional é obtida pela diferença entre a receita bruta e o custo operacional total, sendo destinada à remuneração do capital fixo. A renda líquida total, ou lucro, é obtido subtraindo-se, da renda bruta, o custo total incorrido na produção. Quando a renda líquida total é positiva, tem-se uma situação de lucro supernormal, visto que todos os custos de produção estão sendo cobertos, restando um resíduo que pode ser empregado na expansão do empreendimento. Situações de renda líquida total nula caracterizam lucro normal, e implicam que a atividade estará cobrindo todos os seus custos, sendo capaz de refazer seu capital fixo no longo prazo. Finalmente, 3 Os custos diretos, explícitos ou contábeis são referentes a todos os pagamentos feitos pelo uso dos recursos comprados ou alugados. Os custos de fatores que a empresa já possui, e que por essa razão freqüentemente não são contabilizados, correspondem aos custos indiretos, implícitos ou econômicos. 6

uma atividade com renda líquida total negativa estaria em situação de prejuízo econômico, sem condições de se manter em operação por períodos mais longos. Neste caso, se os custos variáveis estiverem sendo cobertos, a atividade poderia manter-se em operação, mas apenas por determinado período, já que isso implicaria em descapitalização, e conseqüente inviabilização do empreendimento no longo prazo (GOMES et al.,1989). Para Martins (2000), o ponto de equilíbrio ou ponto de ruptura (Break-even-point), corresponde ao nível de produção em que as receitas se igualam ao custo total. O Ponto de equilíbrio tradicional tem por objetivo apurar um determinado número na escala produtiva de uma atividade ou a produtividade esperada, expresso em quantidade de produtos ou em equivalentes em dinheiro. O Ponto de Equilíbrio representa o ponto neutro de resultado, ou seja, abaixo dos valores ou de certa quantidade de produtos demandados, o produtor terá prejuízo; acima, lucro. Seu cálculo consiste na fórmula: PE = ( CF + DF ) / MCU; onde: PE: Ponto de Equilíbrio; CF: Custos Fixos; DF: Despesas Fixas; MCU: Margem de Contribuição Unitária. Custus 40 e Receitas (R$) 35 30 25 20 15 Receita Custo Fixo Custo Total 10 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Produçao (Ud.) Figura 1 Ponto de nivelamento na inserção das curvas de receita e custo total 7

Por sua vez, a margem de contribuição é unitária ou total. Unitária, quando a contribuição é oriunda de uma só unidade de produto, e total, quanto provém de diversas unidades de produto. A margem de contribuição total de uma linha de produtos indica quantitativamente a importância do produto no desempenho global da empresa. Segundo Woiler e Mathias (1996), a margem de contribuição por unidade é a diferença entre a receita e a soma de custo e despesa variáveis de cada produto, mostrando como cada produto contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e, depois, formar o lucro propriamente dito. Assim, realiza seu cálculo: MCU= PV - CV; onde: PV: Preço de Venda; CV: Custos Variáveis Totais; MCU: Margem de Contribuição Unitária. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os componentes do custo foram agrupados, de acordo com sua função no processo produtivo, nas categorias de custos variáveis, custos fixos, custo operacional e custo total. A planilha de custo contempla todos os itens de dispêndio, explícitos ou não, que são assumidos pelo produtor, desde as atividades de adubações, manejos até a fase de comercialização do produto. Neste caso específico, os acompanhamento e cálculos dos custos de produção de café conilon foram associados aos níveis de baixa, média e alta tecnologia e ao grau de organização e eficiência dos produtores dos Municípios de Vila Valério, Nova Venécia e São Gabriel da Palha. A figura 2 mostra a participação média de três safras de cada item de custo operacional efetivo por hectare de café. 2.500,00 Mão-de-obra Administrativa Assistência Técnica 2.000,00 Adubação do Solo Adubação Foliar 1.500,00 Controle de Pragas e Doenças Controle de Plantas Daninhas Tratos Culturais 1.000,00 Colheita Pós-Colheita 500,00 Energia e Combustível Impostos e Taxas 0,00 Baixo Nível Médio Nível Alto Nível Reparos de Máquinas e Benf. Outros Gastos Figura 2 Custo operacional efetivo por hectare de café, média de três safras, em R$/ha 8

Observam-se custos menores para os produtores de baixo nível tecnológico. Isso por sua vez é bastante coerente, uma vez que esses produtores não utilizam alguns fatores de produção, como por exemplo, não irrigando praticamente não há gasto com energia, com combustíveis e com reparos. Nota-se também que não houve gasto com adubação foliar, com controle de pragas e de doenças e nem com administração. As despesas foram relativamente muito menores com adubações e com tratos culturais. Por outro lado, os produtores representantes dos níveis médio e alto gastaram-se bastante em quase todos os itens. O sistema de produção que adotam alto nível tecnológico possui maior custo operacional efetivo por hectare, principalmente com administração, com assistência técnica, com adubações, com controle de pragas e de doenças e com tratos culturais em geral. Cabe ressaltar aqui, que os produtores classificados nesta classe possuem lavouras mais novas e com maiores respostas de produtividade. É importante dizer que seu gasto elevado com colheita justifica-se pela alta produtividade por área. Outra característica marcante na classe de alto nível foi a capacidade de controle de custos e de gerenciamento. Esse fato pode ser evidenciado no lançamento de praticamente todos os custos, sobrando muito pouco para o item outros gastos. Enquanto que nas outras classes este item possui elevada magnitude. Assim, percebe que além da tecnologia adotada, a classe de alto nível possui maior organização e gerenciamento que consequentemente possibilita maior eficiência. Tabela 1 - Custo total unitário, média de três safras, em Reais/saca de café Itens de custo produção de café Baixo Nível Médio Nível Alto Nível Mão-de-obra Administrativa 0,00 0,74 2,11 Assistência Técnica 3,72 1,58 1,04 Adubação do Solo 19,89 29,59 35,09 Adubação Foliar 0,00 0,09 2,48 Controle de Pragas e Doenças 0,00 9,35 12,61 Controle de Plantas Daninhas 8,09 3,21 3,88 Tratos Culturais 5,01 7,55 9,48 Colheita 16,04 15,06 23,57 Pós-Colheita 3,65 17,52 11,04 Energia e Combustível 0,00 6,32 1,95 Impostos e Taxas 0,00 0,00 0,00 Reparos Máquinas e Benfeitorias 0,00 1,47 0,00 Outros Gastos 52,48 42,78 2,17 Depreciação 94,60 34,66 32,78 Remuneração 28,44 12,09 12,60 Custo total unitário (R$/sc.) 231,92 182,02 150,80 9

No entanto, quando esses mesmos custos são analisados em termos unitários, ou seja, quantos reais gastos por saca de café produzida (tabela 1). Nota-se grande diferença, ou até mesmo inversão de alguns itens de custos comparados a análise por área, por exemplo, se gasta mais em assistência técnica, em controle de plantas daninhas, em depreciações, em remuneração da terra e em outros gastos, na produção de cada saca de café para baixo nível tecnológico do que em médios e altos níveis. A tabela 2 mostra o comportamento dos custos por área e unitário. Observa-se maior gasto com capital circulante pelos produtores de médio nível tecnológico, onde o custo operacional efetivo é de R$6.240 por hectare. Em compensação o custo de oportunidade do capital circulante adicionado do valor da depreciação do capital estável é menor nesta classe de nível médio, uma vez que apenas R$1.552,11 completam o custo operacional total. O custo total de produção é maior no alto nível tecnológico (R$8.550,70/ha). Isso é coerente pois essa classe investiu mais por unidade de área. Tabela 2 Comparação entre custo por área e custo unitário, em reais/ha e em reais/saca Custo médio de um hectare de café Baixo Nível Médio Nível Alto Nível Total do Custo Operacional Efetivo 2.188,58 6.240,42 5.973,57 Total do Custo Operacional Total 1.856,14 1.552,11 1.893,39 Total do Custo Total 571,44 543,71 683,75 Custo Total por hectare 4.616,16 8.336,24 8.550,70 Custo médio de uma saca de café Baixo Nível Médio Nível Alto Nível Total do Custo Operacional Efetivo 108,88 135,26 105,41 Total do Custo Operacional Total 94,60 34,66 32,78 Total do Custo Total 28,44 12,09 12,60 Custo Total Unitário (por saca) 231,92 182,02 150,80 Por outro lado, ficou evidente que o custo unitário é inversamente proporcional ao grau de modernização tecnológica e de eficiência produtiva para essas classes de cafeicultores analisados. O principal fato que explica tal tendência é a resposta de produtividade constatada nos valores médios observado nessas três safras acompanhadas. Constata que a gestão dos recursos produtivos alocados pelo produtor de café conilon possibilita a inserção dessa atividade de forma competitiva, em que a adoção de tecnologia e de gerenciamento passa a ser fatores decisivos. Assim, como o preço do café é formado pelo mercado, o diferencial de produtividade apresenta-se decisivo para a competitividade dos cafeicultores locais. A figura 3 mostra os valores médios de preço de venda, de custo total por saca, de produtividade e de ponto de nivelamento para as três classes de produtores analisadas. O ponto de nivelamento auxilia na tomada de decisões, como as propriedades não possuem 10

áreas de produções homogêneas, optou-se pelo cálculo pelo cálculo do ponto de nivelamento em sacas de café por hectare baseado no preço médio de venda e no custo médio unitário para cada uma das classes acompanhadas. 250,00 231,92 80,00 200,00 203,65 202,48 182,02 193,00 70,85 70,00 60,00 150,00 100,00 22,64 46,50 41,16 150,80 43,55 50,00 40,00 30,00 50,00 21,21 20,00 10,00 0,00 Baixo Nível Médio Nível Alto Nível Preço Venda Reais/sc Custo Total Unitário Reais/sc. Ponto de nivelamento sacas/ha Produtividade média sacas/ha 0,00 Figura 3 Preço comercializado, custo total unitário, ponto de nivelamento e produtividade real, média de três safras, em R$/sc e em sacas/ha A figura comparativa dos diferentes pontos de equilíbrio demonstra qual a produtividade mínima necessária para que o custo de um hectare de café seja pago. Observa-se que para o grupo de produtores de baixo nível, considerando os valores médios de venda e de custo de cada saca, o ponto de nivelamento é de 22,64 sacas por hectare. Como a produtividade média deste grupo é de apenas 21,21 sacas por hectare, percebe-se que eles estão contabilizando prejuízo. Os resultados demonstraram que para os produtores das outras classes analisadas apresentaram resultados positivos. Nesse caso, o sistema de produção com alto nível tecnologico foi o que apresentou a melhor rentabilidade média, uma vez que seu ponto de nivelamento foi de 43,55 sacas por hectare e sua produtividade média foi de 70,85 sacas por hectare. Mesmo alcançando preços relativamente inferiores de comercialização foi o grupo que se mostrou mais competitivo na produção local de café conilon. Na hipótese de simulação de preço homogêneo para todas as classes de produtores ocorrerá ainda mais discrepância entre os valores médios de rentabilidade das classes de menores e de maiores níveis tecnológicos. 11

4. CONCLUSÃO O trabalho de acompanhamento e levantamento possibilitou determinar os indicadores econômicos da produção de café conilon em propriedades representativas de três sistemas de produção de baixo, médio e alto níveis tecnológicos nos municípios de Vila Valério, Nova Venécia e São Gabriel da Palha. Especificamente, determinaram os custos de produção e a rentabilidade nas três últimas safras (2005/06, 2006/07 e 2007/08). Conclui-se que os custos menores por área ocorreram com os produtores de baixo nível tecnológico. Esse resultado apresentou-se coerente dado a este grupo não utilizar alguns fatores de produção (irrigação, adubação foliar, controle de pragas e de doenças e administração) e com muita limitação no gasto com adubações e com tratos culturais. Pode se concluir que esses mesmos fatores citados na redução de custo por área foram os principais fatores limitantes da produtividade do café. Assim, além do nível tecnológico, o gerenciamento do processo produtivo desempenha papel relevante e capaz de influenciar a competitividade do café na região analisada. As tecnologias geradas e difundidas pelas instituições de pesquisa no Estado do Espírito Santo permitiram a assimilação de novas tecnologias pelos extensionistas e cafeicultores, proporcionando o aumento da produtividade do café conilon. Assim, os cafeicultores receberam um fluxo de informações técnicas que lhes permite gerenciar melhor sua propriedade. Assim, os produtores que apresentaram maiores produtividades são aqueles que possuem maior capacidade de organização e de adoção de procedimentos e de tecnologias. A liderança em custos não está, muitas vezes, disponível em mercados de commodities como é o caso do café conilon. Mas, mesmo assim, é preciso que os custos sejam analisados para que o produtor possa optar por tecnologias e manejos que apresentem melhores rentabilidades. O cálculo do ponto de equilíbrio das diferentes classes de produtores de café, relacionado à produtividade, permitiu melhor comparação para tomada de decisões. Quanto maior foi a incorporação de tecnologia, de assistência técnica e de gerenciamento no sistema de produção utilizado, melhor foram os resultados para alcançar vantagem competitiva. Baseado na fonte de dados dos custos de produção das diferentes classes de produtores de café, em diferentes preços de mercado e de produtividade, pode-se concluir que o sistema mais intensivo em tecnologia e grau de organização apresentou maior rentabilidade em todos os casos analisados. A ausência de mecanismo eficiente de gerenciamento dos custos de produção e o uso de processos produtivos inadequados por alguns produtores ainda são os principais problemas na produção de café. Outros fatores importantes são pragas e doenças, ineficiência de alguns recursos e deficiência no manejo adequado. Esses fatores têm afetado diretamente a produtividade, e conseqüentemente, a lucratividade dessa atividade. Em parte, pode aumentar a produtividade corrigindo essas deficiências por meio de acompanhamento de técnicos e por melhor gerenciamento dos custos de produção. 12

5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.; BRAGANÇA, S. M.; FERRÃO, M. A. G.; DEMUNER, L. H. Café Conilon. Vitória: INCAPER, 2007. 702 p. GOMES, S. T., MELLO, R. P., MARTINS, P. C. O custo de produção do leite. Brasília: SNAB/MA, 1989. 66p. MATSUNAGA, M., BEMELMANS, P. F., TOLEDO, P. E. N. de; DULLEY, R.D.; OKAWA, H. & PEROSO, I.A. Metodologia de custo de produção utilizado pelo IEA. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v.23, n.1, p.123-139. 1976. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 7ed. São Paulo: Atlas, 2000. NORONHA, J.F. Projetos agropecuários: administração financeira, orçamento e viabilidade econômica. 2 ed. São Paulo, Atlas, 1987. 269p. WOILER, S. e MATHIAS, W.F. Projetos: planejamento, elaboração e análise. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1996. 294p. 13

6 APÊNDICE Tabela 3 Indicadores de resultados econômicos de produção de café conilon no Norte do Estado do Espírito Santo, em diferentes níveis de tecnologia e de organização, em reais Níveis Tecnológicos e Administr Baixo Nível Médio Nível Alto Nível Especificação Unidade Valor (R$) Valor (R$) Valor (R$) Renda Bruta (RB) R$/Ano 39.580,14 176.023,26 170.937,93 Custo Operacional Efetivo (COE) R$/Ano 19.758,67 114.886,17 74.963,50 Custo Operacional Total (COT) R$/Ano 36.175,89 143.460,45 97.111,25 Custo Total (CT) R$/Ano 41.146,63 153.470,17 105.061,28 Produção Sacas 188,04 855,98 885,67 Área Plantada Ha 8,83 18,41 12,50 Produção por Área Plantada Sacas/Ha 21,21 46,50 70,85 Margem Bruta R$/Ano 19.821,48 61.137,09 95.974,43 Margem Bruta por Saca R$/Saca 94,77 67,22 85,31 Margem Bruta por Área Plantada R$/Ha 2.202,57 3.320,86 7.677,96 Margem Líquida R$/Ano 3.404,25 32.562,80 73.826,69 Margem Líquida por Saca R$/Saca 0,17 32,56 54,91 Margem Líquida por Área R$/Ha 346,43 1.768,76 5.906,14 Lucro R$/Ano -1.566,48 22.553,08 65.876,66 Lucro por Saca R$/Saca -28,27 20,47 43,38 Lucro por Área Plantada R$/Ha -225,01 1.225,05 5.270,13 COE por Saca R$/Saca 108,88 135,26 98,91 COE por Área Plantada R$/Ha 2.188,58 6.240,42 5.997,08 COT por Saca R$/Saca 203,48 169,93 129,31 COT por Área Plantada R$/Ha 4.044,72 7.792,53 7.768,90 CT por Saca R$/Saca 231,92 182,02 140,84 CT por Área Plantada R$/Ha 4.616,16 8.336,24 8.404,90 Taxa de Remun.Capital sem Terra % 2,12 21,48 57,27 Taxa de Remun.Capital com Terra % 1,42 14,34 39,14 Mão de Obra Familiar R$/Ano 5.442,08 7.013,48 3.841,33 Depreciação das Benfeitorias R$/Ano 2.819,86 8.576,01 4.858,33 Depreciação das Máquinas R$/Ano 4.045,11 51,86 2.203,33 Depreciação da Irrigação R$/Ano 0,00 2.069,90 4.648,07 Depreciação de Outros R$/Ano 101,27 0,00 346,67 Depreciação da Lavoura R$/Ano 4.008,91 10.863,03 6.250,00 Remuneração das Benfeitorias R$/Ano 1.691,91 5.145,60 2.910,00 Remuneração das Máquinas R$/Ano 1.772,90 23,34 917,40 Remuneração da Irrigação R$/Ano 0,00 931,46 2.091,63 14

Remuneração de Outros R$/Ano 45,57 0,00 156,00 Remuneração da Lavoura R$/Ano 1.460,35 3.909,32 1.875,00 Estoque de Capital sem Terra R$/Ano 76.151,19 855.817,66 144.376,02 Estoque de Capital com Terra R$/Ano 115.025,54 1.526.306,02 206.876,02 15