O ALTAR DOS PERFUMES NO REAA
Sumário 1. Introdução... 3 2. Desenvolvimento... 4 3. Considerações Finais... 6 4. Bibliografia... 7 5. Internet... 7 2
À G D G A D U 1. Introdução Surgiu-me uma dúvida sobre a função e simbologia do Altar dos Perfumes na ritualística de nosso rito (REAA), por esse motivo, humildemente fiz essa peça de arquitetura no intuito de trazer um pouco de luz. Segundo o ritual de aprendiz maçom do REAA do GOB edição de 2009, o Altar dos Perfumes situa-se no Oriente, conforme a figura da planta do templo, página 22. Porém, no capítulo sobre a disposição e decoração do Templopáginas 14 a 21, assim como em todo o ritual,não encontramos nenhuma citação do Altar dos Perfumes. É sempre bom lembrarmos que: Nos trabalhos litúrgicos, em qualquer sessão, é proibida a inclusão de cerimônias, palavras, expressões, atos, procedimentos ou permissões que não estejam contidas ou previstas no ritual. Como não tem nada definido, o ritual gera margens para dúvidas e variadas interpretações da necessidade e do simbolismo do Altar dos Perfumes em nosso Templo, bem como quais seriam os materiais contidos neste Altar. Em meio a duvidas encontramos uma certeza, que é a utilização do Altar dos Perfumes no ritual desagração do Templo, na seguinte passagem: O V M vai até o Altar dos Perfumes coloca um pouco de incenso sobre as brasas e diz, que o fogo da coragem e o amor dos nossos semelhantes inflamem os nossos corações. E assim como os vapores destes perfumes se elevam e se espalham, possam os nossos trabalhos exercer uma influência salutar para o progresso da humanidade. 3
Em defesa da existência do Altar dos Perfumes, invoca se a passagem bíblicacontida no Livro de Êxodos, capítulo 30, versículo 1 - Farás também um Altar para queimar nele incenso; de madeira de acácia o farás. 2. Desenvolvimento Alguns ritualistas afirmam que oaltar dos Perfumes não existe no ritual original REAA, como por exemplo oir José Castellani diz: primitivamente, os ritos Maçônicos só preconizavam um Altar que era a mesa do Venerável onde os compromissos ou juramentos eram tomados.outros admitem sua existência,como relata o Ir BoanergesBarbosade Castro: O Altar dos Juramentos, que antes era fora dopórtico, absorveu o Altar dos Perfumes ou afastou este último para o Oriente ocupando o seu lugar no centro da Loja, sobre o Pavimento de Mosaicos. Pesquisando na oficina de restauração do REAA encontrei a tradução do primeiro ritual datado no ano de 1804, onde não consta o Altar dos Perfumes, o mesmo só aparece no ritual de 1928. TEMPLO 1804 TEMPLO 1928 4
Traçando um paralelo entre estes dois anos (1804 e 1928), encontramos algo interessante que pode justificar o motivo pelo qual o Altar dos Perfumes encontrase nos Rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre do REAA, mesmo que sem utilidade nenhuma. Em 12 de outubro de 1804, foi criado em Paris o Supremo Conselho da França, para difundir na Europa o REAA. Concebido, inicialmente, como rito para Altos Graus, chegou dos Estados Unidos sem ritual próprio para os Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. No dia 22 de outubro do mesmo ano, uma Assembleia Geral do Supremo Conselho da França fundou, também em Paris, a Grande Loja Geral Escocesa para organizar o ritual francês das Lojas Azuis (Blue Lodges) que posteriormente passou a se chamar Lojas Simbólicas, responsáveis pelos graus de Aprendiz, companheiro e Mestre, tendo por base o Rito Antigo Aceito, praticado pela Grande Loja de Londres de 1751. Aqui começa a conturbada trajetória dos Graus Simbólicos do REAA, pois o já existente Grande Oriente da França tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos Modernos, ou Rito Francês, semelhante ao Rito praticado pelas Lojas da Grande Loja de Londres de 1717.Porém mesmo não tendo totais conhecimento sobre as origens e formação do REAA o Grande Oriente da França assume a jurisdição do Rito, decidindo que ficaria com o poder sobre o conjunto dos Graus 1º ao 18º, conhecido como Lojas Capitulares. OSupremo Conselho da França fez um tratado com o GOB nas mesmas condições definidas na França, que foram: o GOB assumir os graus 1º ao 18º, constituindo as Lojas Capitulares e o Supremo Conselho do REAA do Grau 33º para o Brasil, assumir os graus 19º ao 33º. Essa estrutura permaneceu até1927, ano em que o Supremo Conselho do REAA do Grau 33º para o Brasil passa a trabalhar 5
do Grau 4º ao 33º, tendência mundial entre os Supremos Conselhos com reconhecimento mútuo e que continua até hoje. Nesta ocasião o Supremo Conselho deixou o simbolismo atirado à sua desventura funcional, com ritualismo confuso provocado ora pelas influências do Rito Moderno, ora dos Altos Graus do próprio REAA. Em 1928 uma nova edição do ritual de Aprendiz, Companheiro e Mestredo REAA é lançada aparecendo o Altar dos Perfumes, acredito que por influência dos Altos Graus e dessa conturbada trajetória e influências sofrida. 3. Considerações Finais Como o ritual do REAA em sua edição mais nova (2009), não faz nenhum tipo de citação sobre o uso de incenso ou fumigação no Altar dos Perfumes, pois o mesmo é utilizado somente na sagração do templo, entendo que não se deve fazer absolutamente nada em sessões ritualísticas dos Graus Simbólicos neste Altar, a não sercontempla-lo e tentar entender o seu simbolismo. Para entende-lo recorro ao dicionário para definição da palavra Altar: Altar, dolatimaltareouara, plataforma alta semelhante a uma mesa constituída por uma rocha, elevação ou outra estrutura que possibilite aosacerdote, líder ou mentor espiritual,sacrificaràdivindade, ou divindades, em umtemploreligioso ou local sagrado. Era pratica antiga o sacrifício de animal ou vegetal (caso do incenso) no altar em oferenda a divindade, neste sentido entendo que o Altar dos Perfumes representa o sacrifício a divindade que deve ser exercido pelo Maçom. 6
4. Bibliografia Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom do R.E.A.A., GOB, 2009. Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom do R.E.A.A., 1928. Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom do R.E.A.A., 1804. BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. 11ª Edição. 2001. AMUI, Robson. Cartilha de Orientação Ritualística do REAA GOB-MG, 2015. GOMES, Manoel. Rituais Especiais do GOB, 1996. SILVA FILHO, José Inácio, DE CASTRO, Nêodo Ambrósio. Rito Escocês Antigo e Aceito. 5. Internet http://www.oficina-reaa.org.br https://pt.wikipedia.org/wiki/altar JUK, Pedro.http://pedro-juk.webnode.com/ Ir Sussumo Oriente de Presidente Venceslau, 13 de agosto de 2017. (E V ) 7