Resposta imune à vacina de febre amarela e outras arboviroses

Documentos relacionados
Reinaldo Menezes Martins Consultor Científico Bio-Manguinhos/Fiocruz

Estudo da Segurança e Efetividade da Vacina da Febre Amarela em Receptores de TCTH. FioCruz Manguinhos SBTMO (centros de TCTH)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas últimas décadas. houve um crescimento da dengue em nível mundial de 30 vezes,

A crescente ameaça global dos vírus da Zika, Dengue e Chikungunya

Por que vacinas recombinantes? Vacinas recombinantes. Tipos de vacinas recombinantes. Vacinas recombinantes. Vacinas de subunidade 12/5/2011

Vigilância das Arboviroses

Reinaldo Menezes Martins Consultor Científico Bio-Manguinhos/Fiocruz

Reinaldo Menezes Martins Consultor Científico, Bio-Manguinhos/Fiocruz

Pesquisa Clínica Inovação Instituto Butantan

Vacinação contra Febre Amarela em Santa Catarina. Arieli Schiessl Fialho

Nota Técnica sobre a Vacina contra Dengue

Zika/Dengue TRIO ECO Teste

Vigilância das Arboviroses

Neonatologia para Concursos de Enfermagem

Prevenção e controle das infecções virais

ANÁLISE DA IMUNOGENICIDADE E GRAU DE PROTEÇÃO DE UMA VACINA INATIVADA PARA FEBRE AMARELA EM MODELO MURINO. Renata Carvalho Pereira, Bio Manguinhos

Histórico. Imunização. Tipos de Imunização. Imunização ativa 14/09/2009

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO IMUNOPROFILAXIA. Dra. Cleoncie Alves de Melo Bento Profa. Adjunta Disciplina de Imunologia

VACINA DE FEBRE AMARELA: O QUE VOCÊ PRECISA SABER? Dr. Bruno Azevedo Randi Prof. Dr. Antonio Carlos Pignatari

Vacinação contra a febre amarela no Brasil: fracionamento de doses. O Ministério da Saúde anunciou dia 09/01/2018 que adotará oficialmente o

DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO DAS INFECÇÕES POR DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA VÍRUS

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

Sistemas de genética reversa do ZIKV: desenvolvimento, aplicações e perspectivas

Desafios no desenvolvimento de uma vacina contra dengue. Expedito Luna Instituto de Medicina Tropical Universidade de São Paulo

Métodos imunológicos na avaliação da resposta à vacinação.

Reinaldo Menezes Martins Consultor Científico, Bio-Manguinhos/Fiocruz

Importância e Descoberta

IMUNOPROFILAXIA. Dra. Rosa Maria Tavares Haido Profa. Adjunta Disciplina de Imunologia

FEBRE AMARELA VACINE-SE PREVENIR SAIBA COMO CONHEÇA OS SINTOMAS E

PAULO EDUARDO BRANDÃO, PhD DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA E SAÚDE ANIMAL FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA UNIVERSIDADE

PLANO DE CURSO. 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Curso: Bacharelado em Enfermagem Disciplina: Imunologia Básica

Universidade Federal Fluminense Resposta do hospedeiro às infecções virais

IMUNIZAÇÃO NOS PACIENTES PÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH)

AMPLIFICAÇÃO DO GENE DA PROTEÍNA E DO VÍRUS DENV ATRAVÉS DA TÉCNICA DE REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR)

Vigilância das Arboviroses

10 ENIFarMed: Retomada das Políticas Públicas de Acesso

HIV 1 E 2 - ANTICORPOS - CLIA - TESTE DE TRIAGEM

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

Imunização. Prof.ª Hygor Elias. Alterações no Calendário Vacinal. Varicela HPV Febre Amarela

IMUNOLOGIA. Prof. Fausto de Souza Aula 10: Imunização Passiva e Ativa Vacinas

PDPs e a introdução de novas vacinas

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS (Bactérias, Vírus, Parasitas) PROF. HELIO JOSÉ MONTASSIER / FCAVJ-UNESP

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

Vacinação em populações especiais: imunodeficientes, grávidas, recém nascidos prematuros, viajantes e profissionais de saúde.

Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina de Imunologia MED 194

Ações da Fiocruz para Enfrentamento da Emergência em Saúde Pública Vírus Zika. Maio José Cerbino. Médico Infectologista

FEBRE AMARELA CAROLINA TONIOLO ZENATTI

4. Que outros dados epidemiológicos seriam importantes para o caso?

Vacinas e soros hiperimunes: Conceito, transferência de imunidade, composição e tipos de vacinas. Prof. Helio José Montassier

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Boletim Epidemiológico. Dengue Chikungunya Zika

NOTA TÉCNICA 23/01/2017 Revisada em 20/02/2017. Febre Amarela. Colaboração: Argus Leão Araújo

4. Quais são os sintomas da febre amarela?

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Vacinas e Vacinação 24/02/2014. Prof. Jean Berg. Defesas orgânicas. Imunoprofilaxia. Imunoprofilaxia. Resistência à infecção.

Imunização ativa e passiva

Introdução Doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus da família. infectados, em dois ciclos epidemiológicos descritos:

Vacinas e Vacinação. cüéya ]xtç UxÜz 18/5/2010. Defesas orgânicas. Imunoprofilaxia. Imunoprofilaxia. Resistência à infecção.

ERITROPOETINA Humana Recombinante. Bio-Manguinhos / Fundação Oswaldo Cruz

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. ZIKA VIRUS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

NOTA INFORMATIVA FEBRE PELO VÍRUS ZIKA NO ESTADO DE SÃO PAULO, MAIO 2015

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

PLANO DE ENSINO EMENTA

Vacinas e Imunoterapia

Tópicos de Imunologia Celular e Molecular (Parte 2)

Vigilância sindrômica: Síndromes febris ictero-hemorrágicas 2018

Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio

NOTA TÉCNICA 29/03/2017. Vacinas influenza no Brasil em 2017 Isabella Ballalai, Renato Kfouri, Juarez Cunha

INFORME TÉCNICO 01 VIGILÂNCIA DAS MICROCEFALIA RELACIONADAS À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA

Histórico. Erradicação da Varíola

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Células envolvidas. Fases da RI Adaptativa RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA. Resposta Imune adaptativa. Início da RI adaptativa 24/08/2009

Resposta Imune Humoral Dr. Carlos R Prudencio. Técnicas sorológicas e de biologia molecular no diagnóstico de agentes infecciosos

Vigilância sindrômica 2: Síndromes febris ictero-hemorrágicas 2018

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS HEPATITES VIRAIS. Profa. Ms.: Themis Rocha

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Calendário Vacinal Parte 26. Profª. Tatiane da Silva Campos

Ativação de linfócitos B mecanismos efetores da resposta Humoral Estrutura e função de imunoglobulinas

PLANO DE APRENDIZAGEM. CH Teórica: 40h CH Prática: CH Total: 40h Créditos: 02 Pré-requisito(s): Período: IV Ano:

ARBOVIROSES - FLUXOGRAMA DA LOGÍSTICA LABORATORIAL E DE NOTIFICAÇÃO - CAP 3.1 ZIKA DENGUE

Hepatites. Inflamação do fígado. Alteração em enzimas hepáticas (alaminotransferase aspartatoaminotransferase e gamaglutamiltransferase ALT AST e GGT

1.4 Metodologias analíticas para isolamento e identificação de micro-organismos em alimentos

NOTA TÉCNICA CONJUNTA SOBRE VACINA DA DENGUE

Emergência do Zika vírus no Brasil: Consequências, Enfrentamento e Processo de Produção de Conhecimento

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS (Bactérias, Vírus, Parasitas Metazoários) PROF. HELIO JOSÉ MONTASSIER / FCAVJ-UNESP

NOTA INFORMATIVA Nº 92, DE 2017/SVS/MS

Maria Etelvina de Sousa Calé

ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA UNIOESTE PROF. RAFAEL ANDRADE MENOLLI

Imunologia. Introdução ao Sistema Imune. Lairton Souza Borja. Módulo Imunopatológico I (MED B21)

Professor: David Vieira Valadão. Biologia

Resposta imune adquirida

MECANISMOS DE IMUNIDADE CONTRA AGENTES INFECCIOSOS (Bactérias, Vírus, Parasitas Metazoários) Prof. Helio José Montassier / FCAVJ-UNESP

Febre Amarela: O que você precisa saber sobre a doença

Febre amarela Autores: Argus Leão, Juarez Cunha, Isabella Ballalai e Flávia Bravo

MSc. Romeu Moreira dos Santos

Transcrição:

Resposta imune à vacina de febre amarela e outras arboviroses Reinaldo de Menezes Martins Consultor Científico, Bio- Manguinhos/Fiocruz Membro do CTAI-MS

Respostas imunes Inatas, envolvendo a interação inicial do vírus com receptores celulares Ativação de genes relacionados à imunidade e ação antiviral direta Síntese de quimiocinas e citocinas antivirais, imunoestimulatórias, inflamatórias e reguladoras Resposta adquirida específica: humoral, mobilizando TH2, Tfh, TH17, e celular citotóxica, mobilizando TH1 Complemento, ADCC (natural killer)

Em vacinas por arbovírus o método que tem sido preferido é a medição de anticorpos neutralizantes no soro utilizando a inibição de formação de placas (PRNT) em células Vero Como avaliar a resposta imune? A sorologia IgG e IgM por método Elisa identifica anticorpos com muitas reações cruzadas Estudos imunológicos mais complexos (perfis funcionais) podem ajudar no desenvolvimento de vacinas mais promissoras (ativação adequada da imunidade inata, humoral e celular)

Anticorpos neutralizantes podem não ser totalmente protetores: vacina de dengue de Sanofi Pasteur Dificuldades A célula Vero não tem receptor Fc, e o teste in vitro não simula a situação in vivo, em que o alvo primordial do vírus são células com receptor Fc. Os anticorpos da vacina de dengue de Sanofi se dirigem para o envelope, e a resposta imune a proteínas não estruturais (NS1) é importante Duração da imunidade e memória são questões críticas

Entre os 4 tipos de vírus de dengue, aumentando ou diminuindo a gravidade da doença em infecções secundárias e interferindo na resposta aos 4 sorotipos vacinais Interações e interferência Aumento de gravidade ou proteção envolvendo infecções sequenciais por Zika, dengue, febre amarela, ou outras infecções por flavivirus Interferência entre vacinas para vários alfavírus (por ex, VEE e chikungunya)

No caso da vacina de febre amarela, qual é o nível de anticorpos neutralizantes associado a proteção? PRNT 50, em diluição, 1/10. Em mui/ml, >2.7 mui/ml, mas outros pontos de corte têm sido utilizados Elevação 4 vezes de títulos de anticorpos neutralizantes é o padrão A OMS aceita como correlato de proteção o LNI 0.7, mas esse teste é trabalhoso e exige volumes grandes de soro.

Eficácia, efetividade Seja qual for o critério de soroproteção, a única maneira de assegurar a eficácia/efetividade da vacina é pela avaliação da proteção em estudos clínicos ou de pós-marketing, difíceis para arboviroses mais raras

Vacina de febre amarela (viva) Vacinas contra Flavivírus Vacina de encefalite japonesa (viva e inativada) Vacina de encefalite por carrapatos Vacina contra West Nile, em desenvolvimento, quimérica Vacinas de dengue, em desenvolvimento Vacina de Zika, em desenvolvimento

Vacinas de dengue em desenvolvimento clínico* Tipo de vacina Genes DENV Estágio Empresas Virus vivos atenuados, tradicional, TV 10 Fase II WRAIR, GSK Vírus vivos atenuados, molecular, TV 10 Fase II e III Butantan, NIH Quimera FA viva, TV Quimera 2, VFA 8 Licenciada 2015 Sanofi Pasteur Quimera dengue viva, TV Quimera 2, DENV-2, 8 Fase II Takeda Inativada, purificada, TV 3 (c, PrM, E) Fase I GSK, Fiocruz, WRAIR Recombinante, TV <1 Fase I Merck DNA, MV 2 (PrM, E) Fase I Naval Med Res C Fonte: Halstead & Thomas, Plotkin`s Vaccines, 2017 * Vacina de Sanofi já licenciada

Vacinas de Zika em desenvolvimento Total Pré-clínica Fase I Fase II Vetor viral 10 9 1 Vírus inativado 8 7 1 VLP 5 5 Viva atenuada 4 4 DNA 4 2 1 1 Proteina 3 3 mrna 2 1 1 Peptídeo 2 1 1 Total 38 (100%) 32 (84%) 5 (13%) 1 (3%) Fonte: Lagunas-Rangel et al, JVE, 2017

É possível desenvolver vacinas contra Alfavírus! Muitas vacinas em desenvolvimento pelas forças armadas dos EUA, para uso em situações especiais: VEE, WEE, EEE, Chikungunya VEE, WEE, EEE, são utilizadas em medicina veterinária (cavalos) Um problema é a interferência imune entre essas vacinas, que então deveriam ser usadas simultaneamente Mayaro?

Vacinas de Chikungunya em fase clínica Smalley et al, Vaccine, 2016

Vacina de Febre Amarela Obtida em 1937, pela Fundação Rockefeller. Max Theiler ganhou o prêmio Nobel Aperfeiçoada na Fiocruz por Henrique Azevedo Penna e outros Tem alto poder protetor e é altamente eficaz Em geral, somente uma dose protege por toda a vida

Uma ou duas doses? Estudos no Brasil: aos 9 meses de idade a proteção vacinal é de aproximadamente 90%; em adultos é superior a 95% Há vários estudos indicando que a imunidade cai ao longo do tempo Entretanto, as falhas vacinais são raras

A vacina de febre amarela é segura? Dor local, febre, cansaço, cefaleia, leves e transitórios Doença neurotrópica 1/100.000 doses DV ou neurotrópica somente após a primeira dose Doença viscerotrópica 1/300.000 doses Anafilaxia 0,8-1,8/100.000 doses (CDC)

A doença viscerotrópica é semelhante à própria febre amarela. Deve-se a uma virulência residual da vacina, que é atenuada, mas viva Eventos adversos graves A doença neurológica é principalmente uma meningite, benigna e que em geral não deixa sequelas As reações alérgicas devemse a resíduos de proteína de ovo e à gelatina, presentes na vacina

Eventos adversos graves Têm sido descritos com vacinas de todos os produtores Na vacinação de rotina as frequências são muito baixas Fatores ligados à qualidade da produção não foram identificados Não foram encontradas mutações no vírus vacinal que expliquem os eventos adversos graves

Por que os dados de eventos adversos graves são tão discrepantes? Populações geneticamente diferentes Intensidade de circulação de outros flavivirus Grau de alerta da vigilância Qualidade da investigação

Situação complexa e delicada Treinamento e sensibilização dos serviços e laboratório Apurar e analisar cuidadosamente os dados clínicos e epidemiológicos Investigação de eventos adversos graves

Logística para exames laboratoriais É uma questão crítica Coleta, transporte, recebimento nos laboratórios,, laudo, retroinformação ao NVE e ao médico Exige treinamento de pessoal e sensibilização da rede hospitalar

Fatores genéticos A falta de explicações alternativas sugere que os eventos adversos graves, principalmente a doença viscerotrópica, devem-se a fatores genéticos do indivíduo Se pudermos identificar esses fatores, talvez possamos desenvolver um meio diagnóstico para identifica-las e contraindicar a vacina

Acordo jurídico aprovado pela Universidade Rockefeller e Bio- Manguinhos/Fiocruz Esse estudo já começou Aprovado pela Comissão de Ética do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz Parceria do Ministério da Saúde A ideia é descobrir um marcador biológico que possa identificar pessoas com risco elevado de eventos adversos graves à VFA

Atualmente, o que se pode fazer? Não aplicar a vacina nas contraindicações: crianças com menos de seis meses, imunodeficientes, pessoas com doenças do timo Avaliar risco-benefício em grupos de risco: pessoas com alergia a ovo ou gelatina, idosos, nutrizes, gestantes, pessoas com doenças autoimunes, pessoas HIV positivas Tratamento oportuno da doença viscerotrópica, com ênfase em prevenção e tratamento do choque e assistência ventilatória quando indicada Tratamento oportuno e adequado de reações alérgicas: adrenalina

Lopes OS et al. J Biol Standard 1988; 16:77-82 Estudos de dose-resposta com a vacina 17DD Martins RM et al. Hum Vacc Immunother 2013;9:1-10 Campi-Azevedo AC et al. BMC Infectious Diseases 2014; 14:391

1 2 O estudo de dose-resposta, realizado em 2009, e publicado em 2013, mostrou que a vacina de febre amarela, em dose até 50 vezes menor (587 UI), induz resposta de anticorpos neutralizantes semelhante à dose plena (27.476 UI) Extensão do mesmo estudo, incluindo respostas de quimiocinas e citocinas na análise, indicou que doses até 10 vezes menores (3013 UI) induzem respostas similares à dose plena Relembrando...

Ações resultantes A OMS estudou os detalhes da utilização da vacina fracionada A vacinação em Kinshasa imunizou mais de 7 milhões de pessoas com mais de dois anos em 10 dias A doença foi controlada rapidamente e estudo sorológico mostrou SC semelhante à dose plena

Limitações para uso de vacina em dose fracionada Duração da imunidade a longo prazo: em breve teremos essa resposta, graças ao financiamento da Wellcome Trust, com participação da OMS Falta estudo de doses reduzidas em crianças Estudos de dose-resposta consistentes foram feitos somente com a vacina de Bio-Manguinhos/Fiocruz

Utilização na rotina? O uso de dose fracionada na rotina envolve algumas questões, como a redução do volume de vacina nos frascos, para evitar desperdício A vacina diluída envolve questões de produção

Outras possibilidades Vacinas inativadas Vacinas de subunidades ou de DNA

Agradecimentos especiais Ministério da Saúde Unidades da Fiocruz Exército brasileiro Universidade Rockefeller Wellcome Trust