TESTE DE GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE MAMONA

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Transcrição:

TESTE DE GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE MAMONA Diego Coelho dos Santos, Maria Laene Moreira de Carvalho, Luciana Magda de Oliveira, Verônica Yumi Kataoka, Antônio Lucrécio dos Santos Neto. Universidade Federal de Lavras - UFLA, mlaenemc@ufla.br. RESUMO A importância econômica e social da mamona tem aumentado nos últimos tempos demandando pesquisas relacionadas com sua propagação via sementes. A avaliação da qualidade das sementes é de fundamental importância no sistema de produção e provoca reflexos diretos na produtividade agrícola. Objetivou-se com esse trabalho adequar a metodologia do teste de germinação para avaliação da qualidade de sementes de mamona. Lotes dos cultivares AL Guarany, Guarany, IAC 80, IAC 226 e Nordestina (safra 2005/2006) foram homogeneizados e 400 sementes, de cada cultivar, distribuídas em substratos de papel tipo germitest na forma de rolo, revestidos ou não com embalagens de polietileno. Foram utilizadas câmaras de germinação BOD, nas temperaturas de 25ºC, 30ºC e 20/30ºC, e germinador tipo Mangelsdorf, nas temperaturas de 25ºC e 30ºC. As avaliações foram realizadas aos 7 e 14 dias e os dados foram expressos em porcentagem. As condições de germinação afetaram tanto a velocidade como o total de germinação. Independente da cultivar e da temperatura utilizada, melhores resultados de germinação foram obtidos quando as sementes foram submetidas ao teste em germinador tipo Mangelsdorf. A germinação de sementes de mamona deve ser realizada em germinadores com alta umidade relativa, regulados à temperatura de 25ºC. INTRODUÇÃO O Brasil é um dos paises com maior potencial para produção de biodiesel no mundo. Por ser um produto biodegradável derivado de fontes renováveis, o biodiesel é uma alternativa viável para a substituição do petróleo, o que traz um impacto significativo na qualidade do meio ambiente. Dentre os benefícios ambientais esperados com a utilização do biodiesel, além da diminuição da poluição do ar pela redução de 78% das emissões líquidas de CO 2 em comparação com diesel mineral (D ARCE, 2005), serão evitadas drásticas mudanças climáticas pelo efeito estufa, geração e acúmulo de resíduos tóxicos e problemas advindos dos derramamentos de óleo. Dentre as matérias primas para a produção de biodiesel, a mamona se destaca no Brasil, uma vez que, de acordo com Holanda (2004), em estudos multidisciplinares sobre o agronegócio, essa oleaginosa foi considerada a cultura de sequeiro mais rentável em certas áreas semi-áridas. Além disso, seu óleo é mais denso e viscoso que os provenientes de outras plantas, como dendê, babaçu, girassol, algodão, entre outras; possui alto rendimento e substitui plenamente os óleos derivados do petróleo; sendo ainda o único na natureza solúvel em álcool; com inúmeras aplicações na indústria como, plásticos, fibras sintéticas, tintas e esmaltes, lubrificantes entre outros. A fabricação do óleo gera

subprodutos como a glicerina para fabricação de fármacos, casca para adubos e polpa para ração animal (VIEIRA et al., 1997). Embora a mamona seja de grande importância econômica para o Brasil, o seu cultivo ainda é realizado com sementes dos próprios produtores sendo que, um dos maiores entraves para expansão da cultura no país refere-se, principalmente, a escassez e baixa qualidade das sementes utilizadas (FORNAZIERI JÚNIOR, 1986). Para que se tenha conhecimento da qualidade de um lote de sementes é necessário ter disponíveis métodos que permitam obter resultados uniformes e comparáveis entre diferentes análises e analistas. Dentre os métodos disponíveis para avaliar a qualidade das sementes, apenas o teste de germinação já é utilizado para sementes de mamona (BRASIL, 1992); no entanto, existe necessidade de alguns ajustes metodológicos que possam conferir maior praticidade e confiabilidade ao teste, com o aumento da demanda e a introdução de novos materiais no mercado. Neste contexto, objetivou-se com esse trabalho adequar a metodologia do teste de germinação para avaliação da qualidade de sementes de mamona. MATERIAL E MÉTODOS Lotes de sementes das cultivares AL Guarany, Guarany, IAC 80, IAC 226 e Nordestina (safra 2005/2006) foram homogeneizados e 400 sementes, de cada cultivar, foram distribuídas em substrato papel do tipo germitest (rolo de papel), umedecido com água destilada na proporção de 2,5 vezes o peso do papel (BRASIL, 1992). Os rolos foram transferidos para câmaras de germinação BOD, cobertos ou não por sacos de polietileno, nas temperaturas de 25ºC, 30ºC e 20/30ºC, e germinador tipo Mangelsdorf, sem a presença de saco de polietileno, nas temperaturas de 25ºC e 30ºC, num total de oito tratamentos. A utilização de sacos de polietileno teve como finalidade evitar a perda de umidade. Os rolos de papel não cobertos foram pulverizados diariamente com água destilada, devido ao maior ressecamento dos mesmos. As avaliações foram realizadas aos 7 e 14 dias (BRASIL,1992) e os dados foram expressos em porcentagem. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com oito repetições de 25 sementes por tratamento. Foi feita a análise de variância para cada cultivar, sendo que para algumas cultivares, os tratamentos que tiveram porcentagem de germinação zero foram descartados da análise estatística. A homogeneidade das variâncias foi avaliada pelo teste de Barttlet e a normalidade dos resíduos, pelo teste de Shapiro-Wilk.

Para a comparação de médias das cultivares, que não apresentaram problemas de homogeneidade das variâncias, foi utilizado o teste de Tukey, com nível de significância de 5%. Para as demais cultivares foi feito comparação das médias, por meio de contrastes ortogonais, com correção da heterocedasticidade por meio das funções hccm e linear hypothesis do pacote Car do software estatístico R v 2.2.1 (R, 2005). Para algumas cultivares ainda foi necessária a transformação angular dos dados. RESULTADOS E DISCUSSÃO As condições de germinação afetaram tanto a velocidade como o total de germinação. Independente da cultivar e da temperatura utilizada, melhores resultados de germinação foram obtidos quando as sementes foram submetidas ao teste em germinador tipo Mangelsdorf (Tabs. 1 e 2). O revestimento de rolos-de-papel com sacos de polietileno na BOD, proporcionou alta umidade ao substrato, o que, associado à temperatura, favoreceu o desenvolvimento de fungos, provocando a rápida deterioração das sementes (Tabs. 1 e 2). Da mesma forma,na câmara de germinação BOD não foram observadas altas porcentagens de germinação, na primeira contagem de sementes submetidas ao teste nos rolos-de-papel sem revestimento, devido, provavelmente, ao rápido ressecamento do substrato (Tabs. 1 e 2). Quanto às temperaturas utilizadas no germinador, não houve efeito das temperaturas entre 25 o C e 30 o C na germinação, exceto para as cultivares Nordestina e IAC 226. Para a cultivar Nordestina, a temperatura de 25ºC proporcionou maior porcentagem e velocidade de germinação (Tabs. 1 e 2); enquanto que, para a cultivar IAC 226 a temperatura de 30 o C favoreceu a germinação por ocasião da primeira contagem, entretanto, não foram observadas diferenças estatísticas entre as temperaturas de 25 o C e 30 o C nos resultados da contagem final. Esses resultados não corroboram aos obtidos por Carneiro e Pires (1983), que observaram que a temperatura 30 o C proporcionou melhor germinação das sementes de mamona. A temperatura de 25 o C também foi utilizada por Fonseca et al. (2004) para realização do teste de germinação em sementes de mamona. CONCLUSÃO A germinação de sementes de mamona deve ser realizada em germinadores do tipo Mangelsdorf, regulado à temperatura de 25ºC. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: CLAV/DNDV; SNAD/MA, 1992. 365p. CARNEIRO, J.W.P.; PIRES, J.C. Influëncia da temperatura e do substrato na germinação de sementes de mamona. Revista Brasileira de Sementes, v. 5 n. 3, p.127-131. 1983. D ARCE, Marisa A. B. Regitano. Matérias-primas oleaginosas e biodiesel. ESALQ/USP, setor de açúcar e álcool, 2005. Documento, 44). FONSECA, N.R.; MYCZKOWSKI, M.L.; PRIOR, M.; SÁ, R.O.; NAKAGAWA, J.; CAVARIANI, C.; ZANOTTO, M.D. Testes de avaliação da viabilidade e do vigor em sementes de mamona. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 1., 2004, Campina Grande. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. FORNAZIERI JUNIOR. Mamona: uma rica fonte de óleo e de divisas. São Paulo: Ícone, 1986. p.63 HOLANDA, A. Biodiesel e inclusão social. Brasília: câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004. VIEIRA, R. de M.; LIMA, E.F.; BATISTA, F.A.S. Diagnóstico e perspectivas da mamoneira no Brasil. In: Reunião temática matérias primas oleaginosa no Brasil: diagnósticos, perspectivas e prioridades de pesquisa, 1997, Campina Grande. Anais... Campina Grande: EMBRAPA-CNPA/MAA/ABIOVE, 1997.p 139-150. (EMBRAPA-CNPA. Documentos, 63). R DEVELOPMENT CORE TEAM: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Áustria. ISBN 3-900051-07-0. Disponível em: <http://www.rproject.org>. Acesso em: 10/05/2005. Tabela 1. Valores médios referentes à porcentagem de plântulas normais obtidas na primeira contagem de germinação de sementes de cultivares de mamona. Cultivares BOD (sem saco plástico) Câmara de germinação BOD (com saco plástico) 20/30 25 30 25 30 20/30 25 30 Al. Guarani 31 b 11 d 64 a 70 a 71 a 28 bc 16 b 13 cd IAC 80 38 b 17 c 5 b 87 a 72 a 13 c --- 9 c Guarany 13 cd --- 58 b 83 a 83 a 21 c 11 d --- Nordestina 89 ab 77 bc 40 d 94 a 79 bc --- 63 cd ---

IAC 226 13 cd 6 d 56 b 57 b 75 a 12 cd 19 c 10 cd Médias seguidas da mesma letra, nas linhas, não diferem entre si pelo teste Tukey ou por contrastes ortogonais ao nível de significância de 5%. --- refere-se a 0% de germinação. Tabela 2. Valores médios referentes à porcentagem de plântulas normais obtidas na contagem final do teste de germinação de sementes de cultivares de mamona. Cultivares BOD (sem saco plástico) Câmara de germinação BOD (com saco plástico) 20/30 25 30 25 30 20/30 25 30 Al. Guarani 42 b 8 d 65 a 77 a 78 a 30 bc 16 cd 18 cd IAC 80 42 ab 4 c 30 b 66 a 63 a 6 c --- 2 c Guarany 20 d --- 60 b 76 ab 90 a 21 d 60 b --- Nordestina 90 ab 79 b 35 c 94 a 80 b --- 44 c --- IAC 226 20 c 6 d 57 b 66 ab 78 a 23 c 19 c 18 c Médias seguidas da mesma letra, nas linhas, não diferem entre si pelo teste Tukey ou por contrastes ortogonais ao nível de significância de 5%. --- refere-se a 0% de germinação.