Revista Eletrônica de Biologia

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Transcrição:

REB Volume 1 (1): 62-76, 2008. Revista Eletrônica de Biologia Determinação da Faixa Etária com maior Incidência de Tuberculose em Sorocaba/SP nos anos de 2004 e 2005 Alexandra Otsuka Centro de Ciências Médicas e Biológicas. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Campus Sorocaba. e-mail: alexandraotsuka@yahoo.com.br Resumo A tuberculose é uma doença antiga que ainda se mantém como um dos maiores males da humanidade no século XXI. A lesão afeta quase todos os órgãos do corpo, mas a forma pulmonar tem importância epidemiológica preponderante por sua transmissibilidade. Tem-se como objetivo, analisar a ocorrência da tuberculose pulmonar, determinando a faixa etária com maior incidência, além do sexo do paciente e sua distribuição espacial. Este estudo foi postulado mediante exames de baciloscopia de escarro para diagnóstico de tuberculose do Laboratório Municipal de Análises Clínicas de Sorocaba no período de 2004 a 2005. Em 2004, a faixa etária com maior incidência de tuberculose foi entre 15 e 24 anos nas pessoas do sexo feminino e entre 35 e 44 nas pessoas de sexo masculino. Em 2005, este índice permaneceu nas pessoas de sexo masculino, mas nas pessoas de sexo feminino, variou para 25 a 34 anos. A baciloscopia é essencial para o diagnóstico e internação dos doentes de tuberculose, evitando internações equivocadas, sendo que os pacientes positivos merecem uma atenção especial, para que não ocorram as saídas indesejadas e os longos períodos de internação. Palavras-chave: Tuberculose. Baciloscopia de escarro. Faixa etária. Abstract Tuberculosis is an ancient disease, which still remains one of the major ills faced by mankind in the 21 th century. The lesion affect almost all organ in the body, but the pulmonary form is the most important epidemical for your transmissible. The objective of this study is to analyze the occurrence of pulmonary tuberculosis, and determine the age group that presents the highest incidence, the patient s sex and spatial distribution. This study will be based on sputum baciloscopy results that was realized at the Laboratorio Municipal de Analises Clinicas de Sorocaba in 2004-2005. In 2004, the age group that presents the highest incidence of Tuberculosis was 15 and 24 years old in females and between 35 and 44 years old in males patients. In 2005, this register continues the same in male patients, but in female, change to 25 and 34 years old. Bacilloscopy is essential to admit tuberculosis patients into hospitals in order to prevent undue hospitalization, and it is important to consider that positive patients require special care, to avoid both undesired hospital discharges and long hospitalization periods. Keywords: Tuberculosis. Sputum baciloscopy. Age group.

1) Introdução A tuberculose é uma doença com distribuição universal. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de oito milhões de pessoas contraem tuberculose no mundo a cada ano e três milhões morrem em decorrência dela (Crofton et al., 1992; Secretaria do Estado da Saúde, 2002; Nogueira et al., 2004). Seu principal agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, identificado em 1882 por Robert Koch, mais conhecido como bacilo de Koch (Kritski, 1988; Ministério da Saúde, 1998). A lesão afeta quase todos os órgãos do corpo, mas a forma pulmonar tem importância epidemiológica preponderante por sua transmissibilidade (Campinas et al., 2002; Secretaria da Saúde, 2001). Esta enfermidade pode resultar da reativação de uma primo-infecção passada ou pode ser decorrente de uma infecção recentemente adquirida (Foxman & Riley, 2001). Desde o início do século XX, a tuberculose constitui uma das causas mais freqüentes de morte nas regiões geográficas de clima temperado e a segunda, depois da febre amarela, nas regiões tropicais. Após um longo período de latência, a tuberculose pulmonar ressurge nos anos 80 tendo, como pano de fundo para explicar o seu retorno, tanto a sua presença em indivíduos com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) (Braun, 1993; Hijjar, 1997; Antunes & Waldman, 1999; Kritski, 1999; Dalcomo, 2000), quanto às condições socioeconômicas (Vicentin, 2002). A tuberculose caminha para certo controle em alguns países, porém continua descontrolada em outros (Ruffino-Netto, 1995). Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 1967 e 1968, a média da mortalidade por tuberculose respiratória foi de 6,8/100.000 habitantes nos países desenvolvidos e, nos países subdesenvolvidos foi cinco vezes maior, isto é, 34,3/100.000 habitantes (Sant ana & Bethlem, 1988). No Brasil, estima-se que ocorram cerca de 129.000 casos novos de tuberculose por ano, dos quais, apenas 90.000 são notificados oficialmente (Ministério da Saúde, 2002). Destes 90.000 casos novos, 48% encontram-se na 62

região sudeste, da qual faz parte o Estado de São Paulo, que por sua vez possui o maior número absoluto de casos do país, com 17.219 casos novos notificados em 2004 (Secretaria do Estado da Saúde, 2004). A adesão dos pacientes de tuberculose ao tratamento é considerada o maior obstáculo para o controle e a eliminação desta doença no campo da saúde publica. Apresenta-se como desafio no tratamento de pacientes individuais e no desenvolvimento de cepas de bacilos resistentes (Surmatojo, 1993; Natal et al, 1999; Oliveira, 2000). Os primeiros dois a três meses de tratamento da tuberculose é o período na qual ocorre a maioria do abandono do tratamento pelos pacientes (Menzies, 1993; Lima, 2001). Nos casos que necessitam de internação, o não-diagnóstico da tuberculose no momento da admissão do paciente no hospital, além de propiciar a transmissão do bacilo de Koch entre os paciente, médico e paramédicos, retarda o tratamento da doença, ou resulta em um tratamento errôneo, comprometendo o controle da tuberculose (Sato et al., 2002). O diagnóstico presuntivo da tuberculose pulmonar faz-se através de dados da história clínica e achados radiológicos; a confirmação do diagnóstico é obtida através da baciloscopia e/ou cultura. A baciloscopia identifica os Bacilos-Álcool- Ácido-Resistentes (BAAR). É um método diagnóstico rápido e barato, eleito pelos serviços de saúde pública, mas que apresenta uma baixa sensibilidade. A cultura tem alta sensibilidade, mas a reprodução do bacilo é lenta. Dessa forma, o diagnóstico define-se em 4 a 8 semanas (Bollela, 1999), o que pode influenciar no controle da endemia, pois o diagnóstico precoce interrompe o ciclo de transmissão da doença (Mello, 2001). Diante do quadro de persistência e/ou recrudescimento da tuberculose em vários municípios do País, o Ministério da Saúde estabeleceu o Plano Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) cujas metas eram integrar na luta contra a doença, 100% dos municípios brasileiros, descobrir, até 2001, 92% dos casos existentes, curando 85% dos casos diagnosticados, além de reduzir a incidência em no mínimo 50%, e em dois terços a mortalidade por tuberculose, até 2007 (Ministério da Saúde, 1999; Ruffino-Neto, 2001). 63

Visando averiguar os resultados da baciloscopia de escarro em pacientes com tuberculose pulmonar, será realizado um estudo retrospectivo, com base nas informações contidas nos arquivos do Laboratório Municipal de Análises Clínicas de Sorocaba no período de 2004-2005, onde, tem-se como objetivo, a determinação da faixa etária com maior incidência de tuberculose pulmonar, além do sexo e sua distribuição espacial na cidade de Sorocaba no Estado de São Paulo. 2) Materiais e Métodos Os dados foram obtidos no Laboratório Municipal Dr. Djair Íscaro de Sorocaba, SP, responsável pelos exames de baciloscopia de escarro para diagnóstico de tuberculose, provenientes de todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Postos de Saúde localizados em Sorocaba. A baciloscopia identifica os Bacilos-Álcool-Ácido-Resistentes (BAAR). É um método de diagnóstico rápido e de baixo custo. A cultura apresenta alta sensibilidade, porém a reprodução do bacilo é lenta. Dessa forma, o diagnóstico define-se em 4 a 8 semanas, o que pode influenciar no controle da endemia, pois o diagnóstico precoce interrompe o ciclo de transmissão da doença (Mello, 2001). Os períodos analisados são os anos de 2004 e 2005, onde a análise de dados baseia-se em relatórios mensais liberados pelo laboratório para este estudo. Nesses relatórios constam os dados das variáveis independentes como: sexo, idade do paciente, unidade básica de saúde de origem do paciente, data da coleta e resultado do exame (positivo ou negativo). O material utilizado para a pesquisa será apenas o resultado dos exames, onde, em momento algum, não será utilizado o nome de qualquer paciente e não haverá contato com o material biológico utilizado na realização do exame. 64

3) Resultados As variáveis analisadas neste estudo e contidas nos prontuários foram: sexo do paciente, idade (nas faixas etárias de 14 a 24 anos, 25 a 34 anos, 35 a 44 anos, 45 a 54 anos, 55 a 64 anos e 65 anos ou mais) e local das Unidades Básicas de Saúde onde foi realizada a coleta para a realização do exame. Tabela 1: Número total de exames realizados no ano de 2004 e a quantidade de resultados positivos referente a cada mês. 2004 Número total de exames realizados Resultados positivos Janeiro 62 4 Fevereiro 41 6 Março 309 5 Abril 89 4 Maio 87 3 Junho 74 8 Julho 87 2 Agosto 82 4 Setembro 80 2 Outubro 92 3 Novembro 79 10 Dezembro 64 3 Casos positivos - 2004 Resultados positivos 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 1: Distribuição dos casos positivos de Tuberculose durante os meses do ano de 2004. 65

Tabela 2: Número total de exames realizados no ano de 2005 e a quantidade de resultados positivos referente a cada mês. 2005 Número total de exames realizados Resultados positivos Janeiro 50 4 Fevereiro 63 3 Março 136 8 Abril 98 11 Maio 73 6 Junho 186 11 Julho 148 8 Agosto 157 6 Setembro 104 11 Outubro 91 8 Novembro 78 8 Dezembro 96 9 Casos positivos - 2005 11 10 9 Resultados positivos 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Figura 2: Distribuição dos casos positivos de Tuberculose durante os meses do ano de 2005. 66

Casos positivos por sexo 2004 2005 Resultados positivos 70 60 50 40 30 20 10 0 Feminino Masculino Sexo Figura 3: Distribuição dos casos positivos de Tuberculose separados por sexo nos anos de 2004 e 2005. Faixa etária - 2004 Sexo masculino Sexo feminino 10 9 8 Resultados positivos 7 6 5 4 3 2 1 0 15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65 ou mais Faixa etária Figura 4: Faixa etária com maior incidência de Tuberculose no ano de 2004. 67

Faixa etária - 2005 Sexo masculino Sexo feminino 20 18 Resultados positivos 16 14 12 10 8 6 4 2 0 15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 65 ou mais Faixa etária Figura 5: Faixa etária com maior incidência de Tuberculose nos representantes do sexo feminino no ano de 2005. Foram analisados 1.146 exames de baciloscopia para diagnóstico de tuberculose no ano de 2004, onde 54 exames apresentaram resultados positivos (Tabela 1). Desses 54 casos positivos, 40 resultados pertencem a pacientes do sexo masculino e 14 resultados pertencem a pacientes do sexo feminino (figura 3). Em 2005 foram analisados 1.280 exames, onde 93 apresentaram resultados positivos (Tabela 2). Desses 93 casos positivos, 64 resultados pertencem a pacientes do sexo masculino e 29 resultados pertencem a pacientes do sexo feminino (figura 3). Notase que em 2004 o mês de novembro obteve o maior número de exames positivos, no total 10 resultados positivos de baciloscopia de escarro (figura 1). Já em 2005, os meses que apresentaram maior número de resultados positivos foram: abril, junho e setembro, ambos com 11 exames positivos cada um (figura 2). 68

Em relação ao sexo dos pacientes com casos positivos, percebe-se a predominância do sexo masculino. A faixa etária com maior incidência de tuberculose em 2004 ocorre entre 35 e 44 anos nos homens e nas pessoas do sexo feminino ocorre entre 15 e 24 anos de idade (figura 4). Em 2005, a faixa etária com maior incidência de tuberculose nas pessoas de sexo masculino permanece entre 35 e 44 anos, já em pessoas do sexo feminino, a faixa etária aumentou para 25 a 34 anos (figura 5). A tuberculose sempre foi mais descrita como mais incidente em homens, fato este observado durante o estudo. Segundo Galesi (2003), os doentes do sexo masculino têm 1,6 vezes mais chance de serem internados do que os do sexo feminino. É bastante conhecido o fato de que os homens adoecem de tuberculose em maior proporção que as mulheres, e esta distribuição ocorre tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos. Desigualdades relacionadas ao sexo, entendendo como tal não apenas as diferenças fenotípicas entre os gêneros masculino e feminino, mas também a variedade de comportamentos, expectativas e papéis na sociedade, deveriam ser consideradas, em relação às doenças infecto-contagiosas, para uma melhor compreensão da epidemiologia da doença e do sucesso de tratamento. Outros fatores associados à tuberculose, como etilismo (isolado ou associado a outros fatores, tais como desnutrição, drogas e contágio direto) ou tabagismo (isolado ou associado a outros fatores como diabetes mellitus), reforça a proporção e a incidência em indivíduos do sexo masculino. 69

Tabela 3: Números de casos positivos por bairros de Sorocaba nos anos de 2004 e 2005. Bairros Total de habitantes Casos positivos / 2004 Casos positivos / 2005 BARAO 15.187 6 2 BARCELONA 16.033 1 2 CERRADO 31.018 2 1 EDEN 16.840 1 3 ESCOLA 17.724 1 0 FIORE 17.178 1 0 HARO 24.115 2 0 HORTÊNCIA 19.357 0 3 LARANJEIRAS 35.239 1 4 LOPES 25.972 1 1 MARCIA MENDES 38.083 1 0 MARIA DO CARMO 29.135 1 0 MARIA EUGÊNIA 20.256 0 2 MINEIRAO 23.756 1 1 NOVA ESPERANCA 11.885 2 2 NOVA SOROCABA 12.568 1 0 SABIA 7.590 2 3 SANTANA 22.279 0 1 SÃO BENTO 16.888 0 2 SIMUS 24.369 0 1 SOROCABA I 29.800 2 0 VITORIA REGIA 31.888 2 7 Na tabela 3, de números de casos positivos por bairros de Sorocaba, demonstra todos os casos com baciloscopia positiva ocorrida no ano de 2004 e 2005 desta cidade, levando em consideração todos os bairros que correspondem as áreas de referência de Unidades Básicas de Saúde, bem como o número de habitantes existentes segundo o site oficial da cidade (www.sorocaba.sp.gov.br) de cada bairro respectivo. 4) Discussão A baciloscopia é um dos métodos de diagnóstico utilizados em saúde pública que se mostra eficaz tanto pela rapidez quanto pelo custo. No entanto, apresenta limitações, pois a positividade do exame só é alcançada com uma contagem significante de bacilos-álcool-ácido-resistentes (5.000/cm³), o que acarreta uma grande probabilidade da ocorrência de falsos-negativos. 70

A negatividade desse método diagnóstico pode apresentar-se tanto em função do estágio inicial da doença, tendo em vista que o bacilo apresenta um crescimento lento, quanto devido à imunidade do indivíduo, que pode manter os níveis de infecção sob controle (BRASIL, 2002). A despeito de ser menos utilizado, o método de diagnóstico considerado padrão-ouro para confirmação da tuberculose é a cultura. No entanto, o diagnóstico tardio pode favorecer a transmissão, propagação e severidade da doença (ROSSETI et al., 2002). No Brasil, estima-se que ocorram cerca de 129.000 casos novos de tuberculose por ano, dos quais, apenas 90.000 são notificados oficialmente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Destes 90.000 casos novos, 48% se encontra na região sudeste, da qual faz parte o Estado de São Paulo, que por sua vez possui o maior número absoluto de casos do país (GALESI, 1999), com 17.840 casos novos notificados em 2002 e um coeficiente de 46,8/100.000 habitantes (SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, 2003). Quanto ao sexo, dos 25.477 pacientes que realizaram a baciloscopia, destes totais, 15.676 pacientes do sexo masculino e 4.554 do feminino, apresentaram baciloscopia positiva (Nogueira, 2004). Comparando-se aos resultados obtidos durante a análise na cidade de Sorocaba, foram realizados 1.146 exames de baciloscopia para diagnóstico de tuberculose no ano de 2004, onde 54 exames apresentaram resultados positivos. Desses 54 casos positivos, 40 resultados pertencem a pacientes do sexo masculino e 14 resultados pertencem a pacientes do sexo feminino. Do inter-relacionamento da baciloscopia com o sexo e a faixa etária dos pacientes, observou-se que, em todas as faixas etárias, os pacientes do sexo masculino com baciloscopia positiva predominaram. Nos grupos etários com idade superior a 30 anos, os pacientes do sexo masculino e baciloscopia positiva apresentaram um percentual de positividade maior que a dos outros grupos, assim como os de idade ignorada segundo MORALES (1994), SINGLETON (1997), MINISTÉRIO DA SAÚDE (1999), GALESI (2003) e NOGUEIRA (2004). Nessa pesquisa, relacionando o sexo com a faixa etária, também houve predominância de 71

baciloscopia positiva no sexo masculino. Por outro lado, no estudo para a região de Sorocaba, foi constatado um índice de positividade maior nos grupos com faixa etária entre 35 e 44 anos para representantes do sexo masculino e entre 15 e 24 anos para representantes do sexo feminino no ano de 2004. Em 2005, o índice de positividade permaneceu na faixa etária entre 35 e 44 anos para representantes do sexo masculino, mas variou para representantes do sexo feminino, que no ano anterior permanecia entre 15 e 24, e em 2005 permanece entre 25 e 34 anos de idade. No Brasil têm-se verificado dificuldades para implantação e utilização da baciloscopia, apesar de ser indicada como meta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a detecção de casos de tuberculose desde 1993. Percebe-se assim que os meios de diagnóstico utilizados para saúde pública, a baciloscopia e a cultura, apresentam limitações. Dessa forma, faz-se necessária a realização de pesquisas com intuito de avaliar o impacto dos diferentes métodos de diagnóstico para a saúde pública (FERREIRA, 2005). Além disso, ressalta-se a importância dos fatores associados à tuberculose pulmonar, uma vez que eles estão presentes na primo-infecção, na recidiva e na tuberculose pulmonar multirresistente (MELO, 2003). Agradecimentos. A autora agradece à técnica e ao coordenador do Laboratório Municipal de Análises Clínicas o auxílio concedido para a realização de projeto de pesquisa (determinação da faixa etária com maior incidência de Tuberculose em Sorocaba/ SP nos anos de 2004 e 2005). 5) Referências Bibliográficas 1) ANTUNES, J. L. F.; WALDMAN, E. A. Tuberculosis in the twentieth century: time-series mortality in São Paulo, Brazil, 1900-97. Cad Saúde Pública, v.15, p. 463-476, 1999. 72

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