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1 de 5 31/01/2014 23:45 Aumentar a fonte Diminuir a fonte Economia Ruína - Funcionária da TV estatal da Grécia, logo após o anúncio do fim da empresa, em junho Crédito: Yorgos Karahalis/Reuters Passados seis anos do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, em 2008, a economia mundial continua no atoleiro. Institutos de pesquisa e entidades multilaterais revisaram, nos últimos meses do ano passado, as projeções de crescimento para 2013 e 2014. Os números variam, mas têm um sentido comum: a economia mundial deve ter um crescimento modesto, devido principalmente ao desempenho mais contido dos emergentes. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial não deve atingir a marca dos 3% em 2013, mas prevê-se que chega a 3,5% em 2014 ainda longe dos mais de 5% registrados nos anos anteriores à crise. Os estudos são unânimes: qualquer crescimento depende mais do desempenho das economias avançadas com destaque para a dos Estados Unidos (EUA) do que dos mercados emergentes, cuja atividade desacelera. Estados Unidos Na avaliação das instituições, a retomada do crescimento mundial estará sob a batuta da maior economia do planeta, os EUA. Portanto, os maiores riscos à recuperação vêm exatamente desse país. Ainda que devagar, ele terminou 2013 com indicativos de que a vida começa a voltar ao eixo: o mercado imobiliário se recupera; a capacidade ociosa da indústria ainda é alta, mas o consumo interno se aquece, com o aumento do crédito; a taxa de desemprego caiu de 10% em outubro de 2009 para pouco mais de 7% no mesmo mês de 2013. Ainda assim, a economia norte-americana preocupa por causa do alto nível de endividamento público.

2 de 5 31/01/2014 23:45 A dívida pública, que já vinha crescendo há uma década, principalmente com os gastos em guerras e ações militares, foi ampliada pelos recursos retirados do Tesouro para salvar empresas e bancos na crise de 2008. A economia estagnada levou a uma grande onda de demissões o que, por sua vez, fez o governo gastar mais com seguro-desemprego. Com os gastos extras, a dívida pública norte-americana explodiu: subiu de 9,3 trilhões de dólares em 2007 para 16,7 trilhões em 2013 praticamente a 100% do PIB do país e corrói o orçamento. O governo já havia dado um primeiro passo para o ajuste das contas e redução do déficit orçamentário em janeiro de 2011: conseguiu passar no Congresso uma lei que impediu o chamado abismo fiscal, alterando as regras para isenção de impostos e adiando o fim dos cortes compulsórios no orçamento. Tentava-se evitar a todo custo uma situação em que cidadãos e empresas sofressem simultaneamente um aumento de impostos e uma redução dos benefícios governamentais, o que reduziria a capacidade de investimento e de consumo e, por tabela, agravaria a recessão. Com as medidas, a classe média foi poupada, mas a camada rica da população teve os impostos aumentados. Os cortes de 85 bilhões de dólares nos gastos oficiais ocorreram paulatinamente entre março e setembro, mas não foram suficientes para acertar as contas. Pelo calendário oficial, o orçamento anual dos EUA, fundamental para o funcionamento de agências e a manutenção dos serviços públicos, deve ser votado no fim de setembro. Em 2013 a crise chegou num novo patamar: os republicanos, que constituem a maioria na Câmara Federal, bloquearam a votação do orçamento até outubro. Sem dinheiro, o governo federal começou a paralisar as atividades: mandou para casa cerca de 1 milhão de funcionários públicos, em licença não remunerada, fechou pontos turísticos, cortou despesas de pesquisa, como a dos departamentos de estatística e da agência espacial (Nasa), e restringiu o atendimento médico público a casos prioritários. Em paralelo à aprovação do orçamento, os congressistas precisavam aprovar a elevação do teto de endividamento do país o limite para a emissão de títulos da dívida pelo Tesouro. Para financiar suas atividades, os EUA (como os governos no geral) tomam empréstimos no mercado, emitindo títulos da dívida pública. Mas a Casa Branca não tem liberdade para emitir papéis indefinidamente. Depende de um limite pré-aprovado pelo Congresso. Esse sistema de aprovação do teto em separado do orçamento é um mecanismo do Legislativo norte-americano para limitar o montante que o país pode assumir de dívidas. As previsões de gastos do governo podem constar no orçamento aprovado, mas, atingido o limite estabelecido pelo Congresso, o Tesouro deve interromper a emissão de papéis e, em seguida, os pagamentos. A regra, criada no início do século XX para controlar os gastos do governo em períodos de guerra, tornou-se uma moeda de negociação entre democratas e republicanos e já tinha deixado o país em apuros em 1995 e 2011. Em maio de 2013, o Tesouro anunciou que teria recursos para cumprir os compromissos apenas até 17 de outubro. O Congresso esticou a corda até a nervosa noite de 16 de outubro. A grande oposição à aprovação do novo teto e do orçamento veio dos deputados republicanos, sobretudo da facção dos superconservadores do Tea Party. A bancada, maioria na Câmara, exigia do governo mais cortes do orçamento e redução nos gastos com o Obamacare, o programa de reforma do sistema de saúde instituído em 2010. Faltando poucas horas para que o governo norte-americano suspendesse todos os seus pagamentos iniciando na prática um calote global, com consequências imprevisíveis, democratas e republicanos selaram um acordo que liberou um orçamento provisório até janeiro de 2014 e uma elevação do teto que deve fornecer ao governo recursos para se financiar até meados de fevereiro. O impasse em torno do teto colocou os EUA à beira da moratória, e o risco não está afastado de vez. A quebra de confiança na maior economia do mundo pode trazer de volta a recessão ao país e, pior, aprofundar a crise

3 de 5 31/01/2014 23:45 financeira mundial. Os bancos, que mantêm a maioria de suas reservas em dólares, ficariam sem recursos para honrar os compromissos. E grandes credores dos EUA, como os países exportadores de petróleo, a China e o Japão, podem ter em mãos títulos desvalorizados. Zona do Euro Os estudos concluíram que as 17 economias europeias cuja moeda é o euro devem ter repetido em 2013 o desempenho frustrante de 2012, com uma queda de cerca de 0,5% no PIB, e podem começar a se recuperar lentamente em 2014, com um crescimento entre 0,8% e 1%. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) faz essa projeção, e prevê para 2015 um crescimento maior, da ordem de 1,5%. O persistente déficit público está na base das dificuldades para a recuperação da região, particularmente em estados praticamente falidos, como Grécia, Espanha e Islândia. Os programas de ajuste fiscal impostos pela União Europeia e implantados pelos governos reduzem o risco de calote e, aos poucos, devolvem aos investidores a confiança no mercado financeiro. O aumento do crédito incentiva o crescimento do setor privado. Mas a vida das populações é duramente atingida. A taxa de desemprego torna-se muito alta: mais de 12%, em média. Em alguns países, a situação é muito mais grave: na Grécia e na Espanha, mais de um quarto da população economicamente ativa está parada. Os países enfrentam enormes tensões políticas e sociais geradas pelas duras medidas de redução de benefícios sociais. Japão O desempenho da terceira maior economia do mundo afeta também as condições do crescimento global. O Japão entrou no fatídico ano de 2009 carregando uma estagnação de duas décadas. As fortes quedas do comércio internacional e do consumo interno provocadas pela crise global colocaram o país em recessão e elevaram sua dívida pública. A situação ficou ainda pior com o tsunami de 2011, que devastou parte do país e atingiu a usina nuclear de Fukushima. Em meados de 2013, a dívida japonesa correspondia a 245% do PIB. O programa para salvar a economia nacional, anunciado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe no início de 2013 (programa apelidado de Abenomics), implantou medidas de ajuste fiscal, monetário e estrutural com reflexos imediatos. A desvalorização do iene favoreceu as exportações, os investimentos em infraestrutura conseguiram manter a indústria com algum nível de atividade, e os estímulos governamentais aqueceram o mercado interno. A previsão de crescimento do Japão para 2013 é de 2%, mas de apenas 1,2% para 2014. Parte da responsabilidade por esse escorregão é a dependência dos Estados Unidos, principal parceiro comercial. Para um futuro mais distante, os economistas avaliam que o desempenho da economia japonesa só melhora se reduzir essa dependência e equacionar melhor sua dívida. Emergentes As economias emergentes incluindo os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) entraram numa nova fase: continuam crescendo, mas não com o mesmo fôlego. O alto preço das commodities no mercado internacional alavancou um crescimento rápido dos emergentes nos anos 2000 e permitiu a essas economias não apenas superar os problemas criados pela crise em 2009 e 2010, mas também apresentar taxas significativas de crescimento. No entanto, a crise global terminou por afetar a todos, por causa da queda no comércio internacional. O terremoto que atingiu os mercados financeiros levou à redução dos investimentos naqueles países. Hoje, o

4 de 5 31/01/2014 23:45 crescimento médio do PIB das economias emergentes está três pontos percentuais abaixo do registrado em 2010. São três os principais fatores que refreiam o crescimento dos emergentes: a queda no preço do petróleo e outras commodities; o recuo no comércio internacional; os gargalos de infraestrutura internos. Esses três fatores afetam principalmente a China. A redução no ritmo de crescimento chinês, de 10% para cerca de 7% nos próximos anos, não é preocupante, pois se mantém uma expansão forte. Com ela, o gigante asiático continuará na posição de líder econômico mundial. No entanto, essa desaceleração afeta os países da Ásia e os demais emergentes, exportadores de matéria-prima para a indústria chinesa. A Índia também deve crescer menos entre 2013 e 2014. Na América Latina, o avanço é tímido e o cenário é nebuloso. O México, dependente dos EUA, deve seguir de perto o desempenho da economia norte-americana. O Brasil tem tido suas previsões de crescimento regularmente rebaixadas. No fim de 2013, as instituições financeiras e econômicas internacionais apontavam para uma expansão em torno de 2,5% em 2013 e 2014. Para o FMI, a desvalorização do real melhora as exportações brasileiras, mas a inflação relativamente alta reduz o poder de compra e, portanto, afeta o mercado de consumo com impacto na indústria. Na opinião do FMI, a receita para a equação crescimento sem inflação seria o aperto monetário: o aumento na taxa de juros. O Banco Central tem na taxa Selic um dos principais instrumentos de política monetária. Em 2009, no auge da crise global, a taxa foi continuamente reduzida como forma de incentivar o mercado interno. Em 2010, preocupado com a inflação, o BC elevou a Selic. Entre setembro de 2011 e abril de 2013, veio uma nova fase de redução, chegando a 7,25%. Até que em maio, a Selic voltou a subir. Em dezembro de 2013, a taxa estava em 10% ao ano. Comércio internacional Se a queda no preço das commodities penaliza os emergentes exportadores, acaba gerando um impulso ao comércio internacional. O volume total de produtos e serviços negociados entre os países se recupera. Em 2009, o volume negociado entre as nações havia registrado um tombo de 11%. Em 2013, os negócios devem crescer perto de 3% sobre o ano anterior, e para 2014 espera-se novo crescimento, de quase 5%. Os parâmetros que regulam a troca de bens e serviços entre nações também passam por mudanças, com os impasses enfrentados pela Organização Mundial de Comércio (OMC). A organização tem como objetivo liberalizar o comércio internacional. Mas, com o fracasso até o momento da Rodada Doha, que deveria ter se encerrado com um acordo global em 2006, as grandes potências passaram a apostar em acordos bilaterais de livre-comércio, buscando preservar seus interesses país a país. Recuperar o papel regulador da OMC é um dos desafios do brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu a direção geral da entidade em setembro de 2013. A missão é espinhosa, pois os entraves para um avanço nas negociações

5 de 5 31/01/2014 23:45 são múltiplos e um acordo global de comércio que encerre Doha não está à vista.