SEGUIMENTO PÓS-TRATAMENTO DE CÂNCER DE PRÓSTATA



Documentos relacionados
ESTADIAMENTO PRÉ-TRATAMENTO DO CÂNCER DA PRÓSTATA CLINICAMENTE LOCALIZADO

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

QUANDO SOLICITAR A RM DE PRÓSTATA COMO PARTE DO DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO? DR.PÚBLIO VIANA

Diretrizes ANS para realização do PET Scan / PET CT. Segundo diretrizes ANS

Câncer de próstata. O que você deve saber. Marco A. Fortes HNMD

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

O que é câncer de mama?

III EGEPUB/COPPE/UFRJ

Prostatectomia para doença localmente avançada. José Milfont Instituto de Urologia do Rio de Janeiro

CPMG- SGT NADER ALVES DOS SANTOS CÂNCER DE PRÓSTATA PROF.WEBER

Tema: Uso do pet scan em pacientes portadores de câncer

1. Da Comunicação de Segurança publicada pela Food and Drug Administration FDA.

TEMA: Abiraterona (Zytiga ) para tratamento de câncer de próstata avançado sem quimioterapia prévia.

Setor de PET/CT & Medicina Nuclear PET/CT (FDG) Agradecimento a Dra. Carla Ono por ceder material científico

Atualidades na doença invasiva do colo uterino: Seguimento após tratamento. Fábio Russomano IFF/Fiocruz Trocando Idéias 29 a 31 de agosto de 2013

CAPÍTULO 2 CÂNCER DE MAMA: AVALIAÇÃO INICIAL E ACOMPANHAMENTO. Ana Flavia Damasceno Luiz Gonzaga Porto. Introdução

Radiology: Volume 274: Number 2 February Amélia Estevão

Linfadenectomia em câncer de próstata. Marcos Tobias Machado Setor de Uro-oncologia

Manuseio do Nódulo Pulmonar Solitário

Câncer de Tireóide. O segredo da cura é a eterna vigilância

Gomes,Gustavo V.; Abreu,Daniel D.G.; Magalhães,Gustavo S.C.; Calapodopulos,George H.;

III Congresso Internacional de Uro- Oncologia

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

Colégio Brasileiro de Radiologia Critérios de Adequação do ACR HEMOPTISE

O Que solicitar no estadiamento estádio por estádio. Maria de Fátima Dias Gaui CETHO

Saúde da Próstata. XXX Ciclo de Debate Município Saudável Envelhecimento Ativo. Claudio B. Murta

Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET-CT)

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RS PORTARIA 13/2014

Câncer de Testículo Não Seminomatoso

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

PACS. III Encontro Sul Brasileiro de Engenharia Clínica. Santa Casa de Porto Alegre, RS. 24 de Novembro de 2012

Colégio Brasileiro de Radiologia Critérios de Adequação do ACR TRAUMA DE COLUNA

Discussão de Casos Clínicos Doença Localizada e Localmente Avançada Riad N. Younes William N. William Jr

CANCER DE COLO DE UTERO FERNANDO CAMILO MAGIONI ENFERMEIRO DO TRABALHO

ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA

EXAME POR IMAGEM PARA SEGUIMENTO DE CARCINOMA DE BEXIGA

Ultrassonografia terapêutica (HIFU) para o câncer da próstata

Declaro não haver nenhum conflito de interesse.

DOENÇAS DA PRÓSTATA. P/ Edison Flávio Martins

Diagnóstico do câncer de mama Resumo de diretriz NHG M07 (segunda revisão, novembro 2008)

RASTREAMENTO DO CÂNCER DE OVÁRIO

Diagnóstico do câncer

SINTOMAS DE OBSTRUÇÃO URINÁRIA SECUNDÁRIOS À DOENÇA PROSTÁTICA

CÂNCER DE BOCA. Disciplina: Proteção Radiológica. Docente: Karla Alves Discentes: André Luiz Silva de Jesus Paloma Oliveira Carvalho

Humberto Brito R3 CCP

Qual é o papel da ressecção ou da radiocirurgia em pacientes com múltiplas metástases? Janio Nogueira

30/05/2016 DISTORÇÃO ARQUITETURAL DISTORÇÃO ARQUITETURAL. DÚVIDAS DO DIA-A-DIA DISTORÇÃO ARQUITETURAL e ASSIMETRIAS Como vencer este desafio?

Variação dos Custos Médicos Hospitalares VCMH/IESS Data-base - junho de 2010

PELE - MELANOMA PREVENÇÃO

André Salazar e Marcelo Mamede CANCER PATIENTS: CORRELATION WITH PATHOLOGY. Instituto Mário Penna e HC-UFMG. Belo Horizonte-MG, Brasil.

Gradação Histológica de tumores

Imagem da Semana: Radiografia, Tomografia computadorizada

IRRADIAÇÃO PÓS-PROSTATECTOMIA RADICAL EM CARCINOMA DE PRÓSTATA

Câncer de Pulmão. Prof. Dr. Luis Carlos Losso Medicina Torácica Cremesp

Qual é a função dos pulmões?

Protocolo para Tratamento de Carcinoma Diferenciado de Tireoide

Terapia hormonal prévia e adjuvante à radioterapia externa no tratamento do câncer de próstata

Manejo do Nódulo Pulmonar

CINTILOGRAFIA ÓSSEA NO CÂNCER DE PRÓSTATA*

Porque se cuidar é coisa de homem. Saúde do homem

Como tratar o câncer de mama na paciente com mutação genética? Prof. Dr. Giuliano Duarte

TEMA: Octreotida LAR no tratamento de tumor neuroendócrino

CANCER DE MAMA FERNANDO CAMILO MAGIONI ENFERMEIRO DO TRABALHO

CÂNCER DE MAMA. O controle das mamas de seis em seis meses, com exames clínicos, é também muito importante.

DOENÇAS DA PRÓSTATA. Prof. João Batista de Cerqueira Adjunto DSAU - UEFS

Um estudo da Universidade Stanford reforça o papel da finasterida, comumente usada contra a calvície, na prevenção ao câncer de próstata

MEDICINA NUCLEAR Lidia Vasconcellos de Sá 2011

Como escolher um método de imagem? - Dor abdominal. Aula Prá:ca Abdome 1

Diagnóstico de endometriose

TRATAMENTO PÓS OPERATÓRIO NO SEMINOMA E NÃO SEMINOMA DE ESTÁGIO I DE ALTO RISCO Daniel Fernandes Saragiotto

TOMOSSÍNTESE MAMÁRIA CASOS CLÍNICOS

NOVEMBRO. NAO SE ESCONDA ATRaS DOS SEUS PRECONCEITOS CUIDAR DA SAUDE TAMBEM e COISA DE HOMEM

Rastreamento do câncer de pulmão

Resumo da Revisão da Literatura

METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO CARCINOMA MAMÁRIO ESTÁDIO I

Sobrevida Mediana Classe I: 7,1 meses Classe II: 4,2 meses Classe III: 2,3 meses

O sistema TNM para a classificação dos tumores malignos foi desenvolvido por Pierre Denoix, na França, entre 1943 e 1952.

Aspectos Metrológicos na Estimativa da Atividade Administrada em Pacientes de Medicina Nuclear

Devemos fazer a triagem de Câncer de Próstata em pacientes com menos de 70 anos? Wilson Busato Jr

OUTUBRO. um mes PARA RELEMBRAR A IMPORTANCIA DA. prevencao. COMPARTILHE ESSA IDEIA.

RM MAMÁRIA: quando indicar?


CÂNCER DE PULMÃO (Carcinoma de Pulmão)

Journal Club 23/06/2010. Apresentador: João Paulo Lira Barros-E4 Orientador: Dr. Eduardo Secaf

O QUE É? O TUMOR DE WILMS

NOVO CONSENSO BRASILEIRO DE RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA POR MÉTODOS DE IMAGEM DR. HEVERTON AMORIM

Entenda o que é o câncer de mama e os métodos de prevenção. Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)

PET- TC aplicações no Tórax

Tecnologia em Gestão Pública Desenvolvimento de Projetos - Aula 9 Prof. Rafael Roesler

Comitê Gestor dos Programas de Qualificação dos Prestadores de Serviços COGEP

Diagnóstico das doenças da próstata

Benign lesion of the biliary ducts mimicking Kastskin tumor

de nódulos axilares e sintomas como desconforto e dor, são importantes para o diagnóstico e conduta a serem tomados em cada caso. Há exames de imagem

ABORDAGEM DO ADENOCARCINOMA IN SITU

Estamos prontos para guiar o tratamento com base no status do HPV?

Pode ser difícil para si compreender o seu relatório patológico. Pergunte ao seu médico todas as questões que tenha e esclareça todas as dúvidas.

O QUE É? O HEPATOBLASTOMA

Módulo: Câncer de Rim Localizado

TUMORES NEUROENDÓCRINOS

Gaudencio Barbosa R3 CCP Hospital Universitário Walter Cantídio UFC Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Transcrição:

Colégio Brasileiro de Radiologia Critérios de Adequação do ACR SEGUIMENTO PÓS-TRATAMENTO DE CÂNCER DE PRÓSTATA Painel de Especialistas em Imagem Neurológica: E. Stephen Amis, Jr., Médico 1 ; Lawrence R. Bigongiari, Médico 2 ; Edward I. Bluth, Médico 3 ; William H. Bush, Jr., Médico 4 ; Peter L. Choyke, Médico 5 ; Peggy J. Fritzsche, Médica 6 ; Lawrence E. Holder, Médico 7 ; Jeffrey H. Newhouse, Médico 8 ; Carl M. Sandler, Médico 9 ; Arthur J. Segal, Médico 10 ; Martin I. Resnick, Médico 11 ; Edwin A. Rutsky, Médico 12. Resumo da Revisão da Literatura O câncer de próstata é tratado por três métodos padrão: prostatectomia radical, radioterapia ou terapia por depleção androgênica. A escolha do tratamento baseia-se no estágio do tumor, bem como na sua histologia e grau e é influenciada, até certo ponto, pelas preferências do médico e do paciente. Após o tratamento, os pacientes são acompanhados em intervalos periódicos por meio de exame de toque retal e com medição dos níveis séricos de antígeno prostático específico. O antígeno prostático específico (PSA) é produzido pelas células epiteliais da glândula prostática e, portanto, é específico do tecido prostático. O PSA é detectado no soro somente quando a próstata foi rompida por um câncer, uma hiperplasia benigna, uma prostatite aguda ou após uma biópsia de próstata. Atualmente, o PSA é amplamente utilizado como marcador de tumor para o câncer de próstata, tanto para detecção como para monitoramento da resposta à terapia. Radiografias ósseas não são sensíveis para detecção de metástases, comparadas à cintilografia óssea, mas elas podem ser úteis na identificação de alterações degenerativas como causa para uma cintilografia óssea positiva (1,2). Radiografias do tórax não são necessárias porque as metástases prostáticas no pulmão só são encontradas nos últimos estágios da doença, depois que outros sítios mais comuns estão envolvidos pelo tumor (3). As cintilografias ósseas são sensíveis para detecção de metástases ósseas. Pollen e associados (4) sugeriram que cintilografias ósseas sejam feitas anualmente em pacientes sem evidências de doença metastática e em pacientes com indicações clínicas ou bioquímicas de recidiva da doença. Entretanto, considerando que cintilografias ósseas raramente são positivas se não houver sintomas ou níveis anormais de PSA, o uso rotineiro desse exame após o tratamento é considerado improdutivo por alguns pesquisadores (5-8). Sissons e associados (9) notaram três pacientes com metástase óssea em uma série de 59 pacientes sem níveis suspeitos de PSA. A cintilografia óssea pode ser inconclusiva, já que é um exame sensível, mas não específico. Cintilografias ósseas quantitativas são consideradas mais precisas na diferenciação de vértebras normais ou anormais (10). O exame por ressonância magnética (RM) pode ser útil no diagnóstico de metástases ósseas quando outros exames são conflitantes e pode ser usado para avaliar a resposta ao tratamento hormonal (11). Uma comparação das imagens por RM e de cintilografia óssea mostrou 818 vértebras anormais detectadas por RM versus 499 pela cintilografia óssea, no mesmo grupo de pacientes (12). Pós-prostactectomia Radical Após uma prostatectomia radical, espera-se que os níveis de PSA não sejam detectáveis, chegando a menos de 0,4 ng/ ml em algumas semanas após a cirurgia. É aconselhável aguardar 6-8 semanas após o tratamento antes de avaliar o valor sérico do PSA, já que a meia vida de PSA no sangue é relativamente longa. Considerando que o PSA é específico 1 Principal Autor, (Revisor)/Presidente do Painel, Montefiore Medical Center, Bronx, NY; 2 Medical Park Hospital, Hope, Ark; 3 Ochsner Clinic, New Orleans, La; 4 University of Washington Medical Center, Seattle, Wash; 5 National Institutes of Health, Bethesda, Md; 6 Original Autor, Riverside MRI Center, Riverside, Calif; 7 University of Maryland School of Medicine, Baltimore, Md; 8 Columbia Presbyterian Medical Center, New York, NY; 9 University of Texas School of Medicine, Houston, Tex; 10 Rochester General Hospital, Rochester, NY; 11 Case Western Reserve University, Cleveland, Ohio, American Urological Association; 12 University of Alabama School of Medicine, Birmingham, Ala, American Society of Nephrology. O trabalho completo sobre os Critérios de Adequação do ACR (ACR Appropriateness Criteria ) está disponível, em inglês, no American College of Radiology (1891, Preston White Drive, Reston, VA, 20191-4397) em forma de livro, podendo, também, ser acessado no site da entidade www.acr.org; e em português no site do CBR - Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem www.cbr.org.br. Os tópicos adicionais estarão disponíveis on-line assim que forem finalizados. Imagem Urológica 881 Pós-tratamento de câncer de próstata

para a próstata, a detecção de níveis de PSA significa que existem resíduos de tecido prostático. Se houver um aumento no nível de PSA pós-operatório anteriormente indetectável ou estável, deve-se fazer uma busca imediata de doença persistente, recorrente ou metastática. A cintilografia óssea é o primeiro exame a ser realizado. Se a cintilografia óssea for conclusiva, não será necessário mais nenhum exame por imagem. A ultra-sonografia transretal (USTR) com biópsia guiada da anastomose vesicouretral é usualmente realizada para documentar a recidiva local (13,14). Uma anormalidade palpável não é um bom guia para a localização de um tumor recorrente ou progressivo pois a fibrose pós-operatória pode mimetizar um tumor (15). Os resultados negativos da biópsia transretal da anastomose vesicouretral, independente de uma massa ou de um endurecimento palpável, podem ser inconclusivos devido a um erro de amostragem. Stamey (16) questionou o uso da biópsia diante de um aumento no nível de PSA, já que os resultados negativos não são confiáveis e níveis elevados de PSA podem preceder a evidência clínica de recorrência local por um ou mais anos. Uma linfadenectomia pélvica de estadiamento é, usualmente, realizada no momento de uma prostatectomia retropúbica radical; portanto, o acompanhamento dos linfonodos não é necessário em tais casos. Entretanto, se a biópsia da anastomose vesicouretral for repetidamente negativa em face de uma elevação no nível de PSA, então um exame pélvico por imagem de tomografia computadorizada (TC) ou RM pode ser indicado. Porém, a TC não é eficaz para detectar tumores recorrentes no leito cirúrgico (17). Pós-radioterapia O câncer de próstata tratado com radioterapia é monitorado de forma diferente após o tratamento, já que a próstata e os linfonodos foram conservados. Após a radioterapia, o nível sérico de PSA cai, na maioria dos pacientes, durante o primeiro ano. A pesquisa de recorrência de tumor em pacientes após a radioterapia deve incluir o exame de toque retal e o nível sérico de PSA. Um nível sérico de PSA elevado requer uma cintilografia óssea. Se a cintilografia óssea for conclusiva, nenhuma avaliação adicional será necessária. Se a cintilografia óssea for inconclusiva, uma cintilografia óssea quantitativa ou RM podem ser úteis. Se a cintilografia óssea for negativa, uma biópsia guiada por USTR da próstata é indicada. A avaliação do crescimento de linfonodos é feita ou por TC ou RM. Ambos os exames são relativamente precisos para detecção do crescimento de linfonodos (18,19). Pós-terapia por Depleção Androgênica A terapia por depleção androgênica (orquiectomia bilateral, análogo de hormônio liberador de hormônio luteinizante, dietilstilbestrol, orquiectomia bilateral e flutamida, e análogo de hormônio liberador de hormônio luteinizante e flutamida) pode ter um efeito supressivo direto sobre o nível sérico de PSA que é independente da atividade do tumor. A produção de PSA está sob controle hormonal e a terapia por depleção androgênica reduz a capacidade da célula de produzir e secretar PSA. Portanto, o PSA sérico nem sempre é um marcador confiável do status da doença nestes pacientes. Medições hormonais seriadas e de PSA seriado, após a terapia por depleção androgênica, conseguiram predizer a resposta ao tratamento. Pacientes cujos níveis séricos de PSA continuaram altos por mais de três meses após o tratamento, tiveram um alto risco de progressão da doença dentro de dois anos (20). As determinações seriadas de PSA em combinação com a cintilografia óssea são clinicamente justificadas nestes pacientes como acompanhamento. Em pacientes com níveis crescentes de PSA, a investigação pode ser encerrada se a cintilografia óssea for conclusiva. Se a cintilografia óssea for negativa, uma investigação adicional de metástase pode ser realizada usando USTR, TC ou RM. Resumo Todos os pacientes tratados de câncer de próstata são monitorados com exame de toque retal e medições seriadas de PSA. Uma cintilografia óssea com radionuclídeo tem sido, tradicionalmente, obtida um ano após o tratamento, independentemente do nível do PSA. Esta tradição, agora, está sendo questionada, mas as cintilografias ósseas ainda Imagem Urológica 882 Pós-tratamento de câncer de próstata

são, comumente, obtidas após a terapia por depleção androgênica. Um nível aumentado de PSA induz uma cintilografia óssea. Se ela for positiva, nenhum outro exame por imagem está indicado. Uma cintilografia óssea duvidosa pode levar a um exame por imagem mais refinado, tal como uma cintilografia óssea quantitativa ou RM. Uma cintilografia óssea negativa exige mais investigação, tal como uma biópsia (pós-prostatectomia e radioterapia) e avaliação de linfonodos (após radioterapia e terapia por depleção androgênica). Radiografia do tórax não é necessária porque a metástase prostática de pulmão só é encontrada nos estágios tardios da doença, depois que outros sítios metastáticos estão bem estabelecidos. As radiografias de tórax são usadas somente para ajudar na identificação de alterações ósseas degenerativas como causa de focos anormais nas cintilografias ósseas. Novas Técnicas ProstaScint Scan (111 indium capromab pendetide) O exame por imagem ProstaScint na detecção de metástases e recorrências de tecidos moles foi relatado com uma sensibilidade de 49%-94%, uma especificidade de 65%-72%, e uma precisão geral de 63%-80%. Entretanto, ainda há questões a serem respondidas quanto ao uso ideal do exame por imagem ProstaScint. Além disso, as cintilografias são caras e de difícil interpretação. Reportou-se que a probabilidade de um resultado positivo de cintilografia aumenta quando se suspeita de recorrência em um paciente com PSA alto e tumor com grau alto na escala de Gleason (21-14). PET com 2-deoxi-2-[F-18] fluoro-d-glicose Vários focos de câncer de próstata metastático demonstram um acúmulo crescente de FDG, embora a sua captação seja geralmente baixa, comparada aos outros cânceres. A PET é relativamente insensível na detecção de metástases ósseas, em comparação à cintilografia óssea padrão (25). Exceções Previstas Nenhuma. Informação de Revisão Esta diretriz foi originalmente desenvolvida em 1996. Uma análise e uma revisão completas foram aprovadas em 1999. Todos os tópicos dos Critérios de Adequação são revistos anualmente e, sendo necessário, são atualizados. Imagem Urológica 883 Pós-tratamento de câncer de próstata

Condição Clínica: Seguimento Pós-tratamento de Câncer Prostático Variante 1: Status pós-prostatectomia radical ou radioterapia. Níveis de PSA em elevação. Exame radiológico Índice de Comentários adequação Cintilografia óssea correlacionada com 8 Maior probabilidade de ser útil se radiografias simples PSA>10. Bióspia guiada por ultra-sonografia transretal 6 Deve ser feita dirigida por ultra-sonografia para confirmar recorrência. Ressonância magnética 5 Pode ser útil na avaliação de extensão local ou envolvimento de linfonodos. Tomografia computadorizada 4 Pode ser útil na avaliação de extensão local ou envolvimento de linfonodos. Ultra-sonografia transretal 4 Não evidenciará lesões microscópicas. ProstaScint 4 Pode ser a mais apropriada se estiverem sendo consideradas as decisões relacionadas a terapias locais. PET 4 Ultra-sonografia transabdominal 2 Radiografias do esqueleto para avaliação de 1 metástases ósseas Urografia excretora 1 Pode ser indicada se a cintilografia óssea mostrar obstrução ou a creatinina estiver elevada. Escala dos critérios de adequação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1=menos apropriado 9=mais apropriado Imagem Urológica 884 Pós-tratamento de câncer de próstata

Condição Clínica: Seguimento Pós-tratamento de Câncer Prostático Variante 2: Tratamento de câncer de próstata metastático por terapia de depleção androgênica. Nível de PSA em elevação. Exame radiológico Índice de Comentários adequação Cintilografia óssea 8 Radiografias simples, se necessário. Ressonância magnética 2 Tomografia computadorizada 2 ProstaScint 2 PET 2 Biopsia guiada por ultra-sonografia transretal 1 Ultra-sonografia transretal 1 Ultra-sonografia transabdominal 1 Radiografias do esqueleto para avaliação 1 de metástases ósseas Urografia excretora 1 Pode ser indicada se a cintilografia óssea mostrar obstrução ou a creatinina estiver elevada. Escala dos critérios de adequação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1=menos apropriado 9=mais apropriado Imagem Urológica 885 Pós-tratamento de câncer de próstata

Referências 1. Levenson RM, Sauerbrum BJL, Bates HR. Comparative value of bone scintigraphy and radiography in monitoring tumor response in systemically treated prostatic carcinoma. Radiology 1983; 146(2):513-518. 2. Osmond JD, Pendergrass HP, Potsaid JS. Accuracy of 99m TCdiphosphonate bone scans and roentgenograms in the detection of prostate, breast and lung carcinoma metastases. AJR 1975; 125(4):972-977. 3. Bumpus HC Jr. Carcinoma of the prostate. Surg Gynecol Obstet 1926; 43:150-155. 4. Pollen JJ, Gerber K, Ashburn WL, Schmidt JD. The value of nuclear bone imaging in advanced prostatic cancer. J Urol 1981; 125(2):222-223. 5. Freitas JE, Gilvydas R, Ferry JD, Gonzalez JA. The clinical utility of prostate-specific antigen and bone scintigraphy in prostate cancer follow-up. J Nucl Med 1991; 32(7):1387-1390. 6. Huben RP, Schellhammer PF. The role of routine followup bone scans after definitive therapy of localized prostatic cancer. J Urol 1982; 128(3):510-512. 7. Miller PD, Eardley I, Kirby RS. Prostate specific antigen and bone scan correlation in the staging and monitoring of patients with prostatic cancer. Br J Urol 1992; 70(3):295-298. 8. Terris MK, Klonecke AS, McDougall R, Stamey TA. Utilization of bone scans in conjunction with prostate specific antigen levels in the surveillance for recurrence of adenocarcinoma after radical prostatectomy. J Nucl Med 1991; 32(9):1713-1717. 9. Sissons GR, Clements R, Peeling WB, Penney MD. Can serum prostate-specific antigen replace bone scintigraphy in the followup of metastatic prostatic cancer? Br J Radiol 1992; 65(778):861-864. 10. Sundkvist GM, Ahlgren L, Lilja B, Mattsson S. Additional information from quantitative 24-hour 99mTc-MDP bone scintigraphy in patients with prostatic carcinoma. Acta Oncol 1991; 30(5):635-639. 11. Turner JW, Hawes DR, Williams RD. Magnetic resonance imaging for detection of prostate cancer metastatic to bone. J Urol 1993; 149(6):1482-1484. 12. Algra PR, Bloem JL, Tissing H, Falke TH, Arndt JW, Verboom LJ. Detection of vertebral metastases: comparison between MR and bone scintigraphy. RadioGraphics 1991; 11(2):219-232. 13. Wasserman NF, Kapoor DA, Hildebrandt WC, et al. Transrectal US in evaluation of patients after radical prostatectomy. Radiology 1992; 185(2):367-372. 14. Salomon CG, Flisak ME, Olson MC, Dudiak CM, Flanigan RC, Waters WB. Radical prostatectomy: transrectal sonographic evaluation to assess for local recurrence. Radiology 1993; 189(3):713-719. 15. Lightner DJ, Lange PH, Reddy PK, Moore L. Prostate specific antigen and local recurrence after radical prostatectomy. J Urol 1990; 144(4):921-926. 16. Lightner DJ, Lange PH, Reddy PK, Moore L. Prostate specific antigen and local recurrence after radical prostatectomy [editorial comments]. J Urol 1990; 144(4):921-926. 17. Older RA, Lippert MC, Gay SB. Computed tomography appearance of the prostatic fossa following radical prostatectomy. Acad Radiol 1995; 2(6):470-474. 18. Castellino RA. Retroperitoneal and pelvic lymph node imaging. Cancer 1991; 67(4 Suppl):1219-1222. 19. Hricak H, Dooms GC, Jeffrey RB, et al. Prostatic carcinoma: staging by clinical assessment, CT and MR imaging. Radiology 1987; 162(2):331-336. 20. Ruckle HC, Klee GG, Osterling JE. Prostate-specific antigen: concepts for staging prostate cancer and monitoring response to therapy. Mayo Clin Proc 1994; 69(1):69-79. 21. Elgamal AA, Troychak MJ, Murphy GP. ProstaScint scan may enhance identification of prostate cancer recurrences after prostatectomy, radiation, or hormone therapy: analysis of 136 scans of 100 patients. Prostate 1998; 37(4):261-269. 22. Kahn D, Williams RD, Manyak MJ, et al. 111 Indium-capromab pendetide in the evaluation of patients with residual or recurrent prostate cancer after radical prostatectomy. The ProstaScint Study Group. J Urol 1998; 159(6):2041-2047. 23. Petronis JD, Regan F, Lin K. Indium-111 capromab pendetide (ProstaScint) imaging to detect recurrent and metastatic prostate cancer. Clin Nuc Med 1998; 23(10):672-677. 24. Sodee DB, Ellis RJ, Samuels MA, et al. Prostate cancer and prostate bed SPECT imaging with ProstaScint: semiquantitative correlation with prostatic biopsy results. Prostate 1998; 37(3):140-148. 25. Shreve PD, Grossman HB, Gross MD, Wahl RL. Metastatic prostate cancer: initial findings of PET with 2- deoxy-2-[f-18] fluoro-d-glucose. Radiology 1996; 199(3):751-756. Imagem Urológica 886 Pós-tratamento de câncer de próstata