ASSUNTO: ESTADO DE DESTINO NÃO PODE COBRAR ICMS NAS COMPRAS VIA INTERNET 1- INTRODUÇÃO 1. Em 2011, foi firmado entre 17 (dezessete) estados, mais o Distrito Federal, via CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária), o chamado (1), o qual, tentava resolver o problema da guerra fiscal provocada pelo avanço das vendas online. 2. Explica-se: SEM A UTILIZAÇÃO DA INTERNET, em tese, a mercadoria seria produzida e estocada em uma região mais desenvolvida (Exemplo: São Paulo), e, em segundo momento, seria remetida ao varejista de outra região em desenvolvimento (Exemplo: Goiás). 3. No cenário apresentada acima, pela legislação vigente, em palavras didáticas, (2) há uma espécie de partilha do ICMS, uma vez que, por se tratar de operação interestadual, à contribuinte, fora criado uma sistemática de recolhimento apta a beneficiar as (02) duas regiões (São Paulo e Goiás). 4. OCORRE QUE, COM A UTILIZAÇÃO DA INTERNET, nem sempre, o consumidor precisa se deslocar a um varejista localizado em uma região em desenvolvimento (Exemplo: Goiás) para adquirir o produto. Neste caso, o consumidor goiano compra, de casa, uma geladeira, bicicleta, ropas, relógios, sapato, etc, produzidos e estocados em São Paulo! + 55 062 3932-7784 Página 1
5. Na situação descrita no Tópico 04 (e-commerce), destaque-se que, em sintonia com a legislação em vigência, e, a considerar os estados adotados como exemplos, (3) o valor do ICMS será revertido exclusivamente em benefício de São Paulo, por óbvio, prejudicando a arrecadação de Goiás. 6. Como a maioria dos varejistas concentra-se no Sudeste (São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro) e no Sul (Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul) do país, (4) as outras regiões não só reclamavam por ficarem sem receber o ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) (5) como passaram a adotar práticas por contra própria, chegando a barrar caminhões com mercadorias que não pagassem ICMS no destino. 7. Ante o explicado, percebe-se (6) O PROBLEMA DA CONCENTRAÇÃO DE RECURSOS, que, justamente, acarretou o, na tentativa de manter a margem de arrecadação dos estados desfavorecidos com o acréscimo das vendas realizadas de modo não presencial (Internet, Telefone). 2- FUNDAMENTO TRIBUTÁRIO INIDADE DO 8. O ICMS é um imposto de competência arrecadatória dos Estados. Pela Constituição Federal, ELE DEVE SER RECOLHIDO PELO ESTADO DE ORIGEM DO PRODUTO COMERCIALIZADO (Artigo 155, parágrafo 2º, inciso VII, alínea b, da Constituição Federal). + 55 062 3932-7784 Página 2
9. No aspecto econômico, de acordo com o tributarista Ronaldo Redenschi, professor da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), os grandes centros de venda que realizam operação via internet se localizam no Rio de Janeiro e em São Paulo. 10. Portanto, a maior parte da arrecadação do ICMS vai para esses (02) dois estados, de onde saem os produtos comercializados por telefone e internet, o chamado (7) 11. O chamado, firmado em 2011, enfatize-se, tentava resolver a guerra fiscal provocada pelo avanço das vendas online. Segundo o documento, (8) o imposto deveria ser dividido, aplicando-se a alíquota interestadual. 12. Os estados que apoiavam tal protocolo alegaram que, como não sediavam centros de distribuição do comércio eletrônico, teriam a arrecadação prejudicada. 13. TODAVIA, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entenderam que a (9) PORTARIA QUE INSTITUI O VIOLA A CONSTITUIÇÃO, pois não poderia alterar o modo de cobrança do imposto já previsto na Constituição Federal. 14. Em síntese, decidiram que, (10) somente Emendas Constitucionais poderiam mudar o procedimento de recolhimento do ICMS. + 55 062 3932-7784 Página 3
15. Para o relator da ação que questiona a portaria, ministro Marco Aurélio Mello, O protocolo foi feito com uma cara de pau incrível. Estabeleceram um protocolo e colocaram em segundo plano a Constituição. 16. O STF, no transcurso da votação, interpretou que, com a portaria, o ICMS passou a ser (11) COBRADO DUPLAMENTE, o que aumentava o preço final dos produtos para o consumidor. 17. Ou seja, o tributo, que já era cobrado, NA INTEGRALIDADE, no estado de origem (COM FUNDAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL), passou a ser cobrado, TAMBÉM, no destino (COM FUNDAMENTO NO - PORTARIA), provocando (12) DANOS AO CONSUMIDOR, uma vez que a tributação dupla encarecia as mercadorias. 3- CONCLUSÃO 18. Ante o explanado, o Supremo Tribunal Federal, reconheceu a (13) INIDADE DO PROTOCOLOCO 21, sob a premissa de que, a norma constitucional prevê a incidência EXCLUSIVAMENTE no ESTADO DE ORIGEM, a quem é devido o imposto apurado mediante a aplicação da alíquota interna. 19. Portanto, (14) são considerados NULOS os atos de exigência do ICMS pelos Estados Destinatários (INCLUSIVE, TORNANDO PREJUDICIADO, EVENTUAIS AUTUAÇÕES TRIBUTÁRIAS QUE ACARRETARAM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS TRIBUTÁRIOS!!!!). + 55 062 3932-7784 Página 4
20. Por fim, e, de extrema relevância, atribuiu-se retroatidade aos efeitos da decisão que reconheceu a inconstitucionalidade, em específico, a partir de 19 DE FEVEREIRO DE 2014. Goiânia, 01 de Outubro de 2014. + 55 062 3932-7784 Página 5