Isabel Lança Departamento de Saúde Pública - Administração Regional de Saúde do Centro

Documentos relacionados
Mudanças Climáticas e Desertificação: Implicações para o Nordeste. Antonio R. Magalhães Agosto 2007

Adaptação com Base na Comunidade Lista de Controlo do Plano de Implementação do Projecto

A Agenda de Desenvolvimento pós-2015 e os desafios para os Governos Locais. Belo Horizonte 26 de Agosto de 2015

Qualidade do Ar como Fator de Risco para a Saúde Humana

Suzana Kahn. Políticas Climáticas e seus Impactos em Investimentos em Infraestrutura 23 maio 2016

A profundidade do oceano é de 3794 m (em média), mais de cinco vezes a altura média dos continentes.

XII ENCOB - WWF FNCBH

Eficiência Energética e Certificação de Edifícios

Findeter financiamento para a reconstrução e a mitigação de mudanças climáticas

A EDUCAÇÃO PARA O RISCO NA CIDADE DE LISBOA

RESUMO. Palavras-chaves: Vulnerabilidade, Socioambiental, Analise Fatorial, Mudanças Climáticas.

PLANOS DE CONTINGÊNCIA, PROGRAMA DE ALERTA E PREPARAÇÃO DE COMUNIDADES PARA EMERGÊNCIAS LOCAIS

A WaterAid e as mudanças climáticas

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA DO ENSINO BÁSICO

CERTIFICAÇÃO. Sistema de Gestão

Carlos Nascimento Lisboa 16 de Fevereiro de 2012

Abril de Daniela Alexandra Diogo

Emissões de gases com efeito de estufa pela agricultura

MINUTA INSTRUÇÃO NORMATIVA LICENCIAMENTO PARA CONCESSÃO FLORESTAL. Versão - 15 junho 2007 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

EIXO 4 PLANEJAMENTO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

ACES Almada Seixal Plano de Contingência local para Vagas de Frio

Os desafios ambientais e de sustentabilidade em Engenharia

REQUERIMENTO. (Do Sr. Vittorio Medioli) Senhor Presidente:

PROJETO DE LEI Nº, DE, DE, DE Senhor Presidente, JUSTIFICATIVA:

CIÊNCIAS 9 ANO PROF.ª GISELLE PALMEIRA PROF.ª MÁRCIA MACIEL ENSINO FUNDAMENTAL

MEXA-SE. Não fique parado Pela sua saúde ESCOLA SECUNDÁRIA HENRIQUE MEDINA. Secundária Henrique Medina, Esposende Uma Escola Ativa

Esta política abrange a todos os departamentos da Instituição.

BARÓMETRO DE OPINIÃO PÚBLICA: Atitudes dos portugueses perante Leitura e o Plano Nacional de Leitura

Avaliação Ambiental Estratégica Relatório Ambiental. PGRH-Açores Anexo I

O Impacto das Mudanças. as Climáticas na Gestão de Recursos Hídricos: H Implicações para o Setor Mineral

Comissão avalia o impacto do financiamento para as regiões e lança um debate sobre a próxima ronda da política de coesão

Escola Básica Integrada 1,2,3 / JI Vasco da Gama

Figuras 3 e 4-Chuva Média e observada para o mês de fevereiro, respectivamente

Empreendedorismo o caminho para a sustentabilidade

A era do Estilo de Vida Ativo. Jair Sindra Virtuoso Júnior Atividade Física & Saúde - UFTM

Grandes Problemas Ambientais

CARTOGRAFIA DE RISCO

Migrações e coesão social:

Anexo 07. Demonstrativo da Despesa do Estado Discriminada a Nível de Programa

Derretimento de gelo nas calotas polares Aumento do nível dos oceanos Crescimento e surgimento de desertos Aumento de furacões, tufões e ciclones

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto USP Departamento de Economia

Cadastro metas para Indicadores de Monitoramento e Avaliação do Pacto pela Saúde - Prioridades e Objetivos Estado: GOIAS

Gestão ambiental e gerenciamento de resíduos. Prof. ª Karen Wrobel Straub

Impactos das mudanças climáticas em cidades brasileiras

Administração Pública Central Inquérito à Utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação Resultados 2000

Política de Responsabilidade Socioambiental - (PRSA) Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA).

PREFEITURA MUNICIPAL DE PASTOS BONS AVENIDA DOMINGOS SERTAO 1000

SISTEMA DE INCENTIVOS À I&DT

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. POLÍCIA MILITAR D E M I N A S G E R A I S Nossa profissão, sua vida.

Plano de prevenção rodoviária LeasePlan. Com o SafePlan, todos contam!

Fenômenos e mudanças climáticos

Na União Europeia e países europeus (I):

Rota de Aprendizagem 2015/16 8.º Ano

Investimentos em Infraestrutura e Crescimento Econômico Brasileiro

Contracepção e Saúde Reprodutiva no. Duarte Vilar Director Executivo da APF

ALTERAÇÕES NA SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL A PARTIR DA INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM UM PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR MULTIDISCIPLINAR.

GRUPO 4 MOBILIDADE E TRANSPORTES

[ESBOÇO] Reunião Especial da OMS, FAO e UNICEF. sobre Principais Comportamentos para o Controlo da Gripe Aviária. Resumo e Recomendações da Reunião

CONTRIBUTOS DA NOVA REGULAMENTAÇÃOPARA A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFÍCIOS. alinedelgado@quercusancn.org quercus@quercus.pt

Febre periódica, estomatite aftosa, faringite e adenite (PFAPA)

ORÇAMENTO POR RESULTADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

Prioridades de capacitação em saúde da comunidade nos cuidados de saúde primários: um estudo com os ACES de Almada Seixal e Cascais

ODS 1 - Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

Gestão Sustentável da Água no 3º. Milênio: Desafios e Alternativas

Experiência: Gestão Estratégica de compras: otimização do Pregão Presencial

ESTRUTURA DO CURSO 08:00-10:00 RTQ-R

REDD NO BRASIL UM ENFOQUE AMAZÔNICO PARTE 1: EMISSÕES POR DESMATAMENTO TROPICAL E O PAPEL

- ; - -1,- NOTA TÉCNICA N`& / CGNOR/DSST/SIT/MTPS

No contexto das ações de Pesquisa e Desenvolvimento

O IMPACTO AMBIENTAL DEVIDO A POLÍTICA DE CRESCIMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS. Curso de Graduação Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação/UNICAMP

CIÊNCIAS NATURAIS 8º ANO ANO LETIVO 2015/2016 PLANO DE ESTUDOS. O aluno, no final do 8.º ano, deve atingir os objetivos em seguida apresentados:

Projecto Educativo. de Escola

Curso de Formação em Licenciamento e Fiscalização Ambiental. Marconi Vieira da Silva Engenheiro Ambiental Hybsen Silva Pinheiro Engenheiro Agrônomo

Anúncio de adjudicação de contrato

Zona Vulnerável a Nitratos-Tejo. Condicionalidades e Obrigações. Agricultura Presente, um Projeto com Futuro

SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL DE SINES DEMOGRAFIA E INDICADORES DEMOGRÁFICOS

União das Freguesias de Aljustrel e Rio de Moinhos

Anexo III Metas Fiscais III.8 Avaliação da Situação Financeira e Atuarial dos Benefícios Assistenciais da Lei Orgânica de Assistência Social LOAS

7as JORNADAS DE CLIMATIZAÇÃO Lisboa, 8 de Novembro de 2007

Plano de Ação para a Energia Sustentável. Go Local Por Uma Cidade Sustentável Sesimbra, 9 de maio de 2014

Lei nº de 24 de julho de 2000.

PEQUENAS EMPRESAS E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS TENDÊNCIAS E PRÁTICAS ADOTADAS PELAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Acidentes de origem eléctrica em Portugal

Comunicação de Crise na Saúde

Dimensão Adequação e Conforto das Instalações

Acordo de Acionistas. do Grupo CPFL Energia. Atual Denominação Social da Draft II Participações S.A.

O JOVEM COMERCIÁRIO: TRABALHO E ESTUDO

Unidade Funcional de Estudos e Planeamento de Recursos Humanos

Boletim epidemiológico HIV/AIDS /11/2015

A Informação Geográfica aplicada à área. da Saúde:

3ª DELIBERAÇÃO DA SECÇÃO PERMANENTE DE ESTATÍSTICAS SOCIAIS RELATÓRIO DO GRUPO DE TRABALHO DAS ESTATÍSTICAS DA SAÚDE

Projecto: Cuidar da Água para que ela cuide de nós

ABORDAGENS METODOLÓGICAS NA ELABORAÇÃO DE PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO

HISTÓRICO DO AMBIENTALISMO

Certificado Energético Edifício de Habitação IDENTIFICAÇÃO POSTAL. Morada RUA CONDE SABUGOSA, 27, 7º ESQ. Localidade LISBOA. Freguesia ALVALADE

Perfil Profissional de Treinador

Acesso ao Serviço Nacional de Saúde: equidade, gastos e moderação. Pedro Pita Barros

REGIME DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL, SINERGIAS COM A PÓS AVALIAÇÃO

Transcrição:

Isabel Lança Departamento de Saúde Pública - Administração Regional de Saúde do Centro

O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), considera que a definição de Mudança do Clima, Alterações Climáticas ou Mudanças Climáticas se refere à variação do clima global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas variações dizem respeito a mudanças de temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenómenos climáticos em relação às médias históricas.

O IPCC está atualmente a trabalhar na preparação do Quinto Relatório de Avaliação (Fifth Assessment Report), previsto para 2013/14. (Informações AR5 IPCC)

Mudanças observadas (a) temperatura média global da superfície; (b) média global da elevação do nível do mar a partir de dados de marégrafo (azul) e satélite (vermelho) ; (c) cobertura de neve do Hemisfério Norte para marçoabril. Todas as mudanças são relativas às médias correspondentes para o período de 1961 a 1990. As curvas suavizadas representam valores médios decenais, enquanto que os círculos indicam valores anuais. As áreas sombreadas são os intervalos estimados com base em uma análise abrangente das incertezas conhecidas (a e b) e nas séries temporais (c). {

Fonte: Climate change and human health - risks and responses. WHO

Fonte : IPCC Contribuição humana para as alterações climáticas

Fonte: Climate change and human health - risks and responses. WHO

http://www.ipcc.ch/pdf/reports-nonun-translations/portuguese/ar4-wg1-spm.pdf

Impactes na Saúde Mortalidade e mobilidade; doenças infecciosas; Doenças respiratórias resultantes de poluição atmosférica Alterações Climáticas Temperatura Precipitação Impactes na agricultura Diminuição da produtividade; Carências de água para irrigação Impactes na Floresta Composição e diversidade; Distribuição na superfície terrestre; Diminuição da qualidade da água Impactes nos recursos hídricos Alteração nos recursos de água Alteração na qualidade da água Subida do nível do mar Impactes Costeiros Erosão costeira; Inundações e desaparecimento de zonas baixas; Riscos para comunidades costeiras Impactes na Biodiversidade Desaparecimento de espécies e habitats; destruição de ecossistemas e zonas de preservação ecológica

A saúde humana está em risco

Nos últimos 50 anos as emissões de gases com efeito de estufa causaram alterações do clima que implicam riscos para a saúde desde mortalidade devida a temperaturas extremas até alterações na transmissão de doenças infecciosas.

A nível mundial as alterações de clima têm causado catástrofes, tendo ocorrido aproximadamente 600 000 mortes relacionadas com desastres naturais nos anos 90.

As variações bruscas de temperatura afectam a saúde causando stress ao calor, hipertermia, ou ao frio, hipotermia, aumentando a mortalidade associada a doenças cardíacas ou respiratórias. O Verão de 2003 na Europa é o exemplo de um pico de mortalidade (70 000 mortes), devido ao calor.

A concentração de pólen e outros alergénos é maior no calor extremo, potenciando a asma, que afecta 300 milhões de pessoas.

O aumento do nível dos oceanos implica consequências desastrosas para a maioria da população mundial que vivem em zonas costeiras, conduzindo a fenómenos de migrações ambientais. As inundações são causas directas de riscos de infecção, de transmissão de doenças e de contaminação da água.

A escassez de água e a redução de reservas irá aumentar, comprometendo a saúde e as condições de higiene, aumentando o risco de diarreia, de tracoma e de outras doenças.

A escassez de água implica a procura em locais afastados e o aumento de riscos decorrentes de transporte e armazenagem sem condições de segurança, potenciando as doenças associadas.

A transmissão de doenças pela água e por vectores associados, ( como os mosquitos) é um dos principais problemas. As doenças associadas ao clima como diarreia, malária, e subnutrição causaram 3 milhões de mortes em 2004, das quais 1/3 em África.

A escassez de alimentos e a má nutrição provocam milhões de mortes anualmente. O aumento global da temperatura irá implicar uma redução da produtividade mundial especialmente em zonas já carentes.

As medidas de redução de emissões são fundamentais, e têm efeitos positivos na saúde. As medidas de mitigação que passam pela renovação das políticas de transportes colectivos e individuais estão associadas a estilos de vida saudáveis, promovendo a actividade física e diminuindo taxas de mortalidade associadas ao sedentarismo.

Monitorização dos impactes das alterações climáticas na saúde Principais dados de saúde Populações alvo Dados de saúde a adquirir Dados meteorológicos Outras variáveis Temperaturas Extremas Mortalidade diária; Internamentos hospitalares; Urgências Populações urbanas; países desenvolvidos Registos regionais e nacionais Temperaturas diárias (mín/max e médias) & humidade Gripe e infecções respiratórias; poluição do ar Factores de confundimento QAI( casa e local de trabalho); água - modelos Situações extremas de clima (inundações, vento, seca) Mortes associadas; internamentos; casos de doenças infecciosas; (saúde mental); subnutrição Todas as regiões Registos regionais e nacionais, dados de saúde pública Dados meteorológicos (extensão, duração, intensidade) Disrupção/contaminação - água e alimentos e seu transporte, Deslocação de populações. Impactes indirectos Doenças por alimentos ou água Doenças infecciosas relevantes e morbilidade Todas as regiões Registos regionais e nacionais,, vigilância e notificações; óbitos Semanais/diário; precipitação e doenças directamente associadas à água Os dados tendem a ser alterados por relações tipo hospedeiro/agente que podem ter associações sazonais Vectores de transmissão e doenças associadas Populações de vectores; notificações de doença; distribuição espacial e temporal Distribuição geográfica (variações de latitude e altitude ) e zonas endémicas Vigilância local no terreno; rotinas de monitorização (viabilidade variável) Semanais/diário; temperatura e precipitação Utilização dos solos, utilização e configuração de água de abastecimento para as populações. Fonte OMS

A escolha de variáveis não climáticas depende da especificidade da doença, mas os principais factores de interferência e confundimento são: Estrutura etária da população; Incidência básica de doenças especialmente cardiovasculares, respiratórias e diarreicas; Desenvolvimento sócio-económico; Condições ambientais, ex. ocupação do solo, qualidade do ar, condições habitacionais; Qualidade dos cuidados de saúde; Medidas específicas de controlo, ex. programas específicos de rastreios, etc Fonte - OMS

Novas metas para a saúde pública Fonte - OMS Investigação em Saúde Pública Outras disciplinas Interacções de base Dose-Resposta Evidência causa-efeito Monitorização Modelização de cenários Escolha de Opções Avaliação de : - Vulnerabilidade - Adaptação - Questões a colocar? - Informação suficiente? (Qualidade/quantidade) Comunicação a : -Decisores políticos - Stakeholders -Investigadores Avaliação das medidas de mitigação Formulação e definição de políticas

Interrelação vulnerabilidade e impactes e resposta (mitigação e adaptação) Fonte OMS Interferência humana Alterações climáticas incluindo variabilidade Exposição Mitigação das alterações climáticas por intervenção nas fontes e fontes de emissão e mecanismos de dissipação Impactes Impactes iniciais de efeitos Adaptação autónoma Impactes directos ou residuais Vulnerabilidades Planeamento e Gestão da Adaptação a impactes e vulnerabilidades Formulação de Políticas

As preocupações mundiais concentram-se na definição de novas estratégias e desafios, em especial o aprovisionamento de energia não poluente e competitiva num contexto de alterações climáticas, a redução das emissões de gases com efeitos de estufa, a salvaguarda da água como recurso natural fundamental para a vida humana e a biodiversidade.

Mundialmente, 13 milhões de mortes podiam ser evitadas anualmente ao procurarmos tornar o ambiente mais saudável.

Em crianças com menos de cinco anos, 1/3 das doenças é causado por fatores ambientais tais como a água ou a poluição atmosférica.

Todos os anos, a vida de quatro milhões de crianças com menos de cinco anos principalmente em países em desenvolvimento podia ser salva pela prevenção de riscos ambientais, tais como os associados à água ou a poluição atmosférica.

Em países em desenvolvimento as principais doenças com causas ambientais são doenças diarreicas, infeções pulmonares, acidentes e malária.

Uma gestão ambiental adequada podia prevenir 40% de mortes por malária, 41% das infecções pulmonares e 94% das doenças diarreicas três das maiores causas de mortalidade infantil.

Nos países menos desenvolvidos, um terço da mortalidade e da morbilidade resulta de causas ambientais.

Nos países desenvolvidos, ambientes mais saudáveis poderiam reduzir significativamente a incidência de cancro, doenças cardiovasculares, asma, infeções respiratórias e pulmonares, doenças musculoesqueléticas, ferimentos por acidentes rodoviários, envenenamentos e afogamentos.

Os fatores/determinantes ambientais influenciam 85 das 102 categorias de doenças que constam do Relatório Mundial de Saúde.

A maioria das mortes, doenças e incapacidades poderiam ser prevenidas através de programas de intervenção tais como a armazenagem doméstica de água em segurança, procedimentos de higiene e utilização de combustíveis menos poluentes.

As intervenções para ambientes saudáveis abrangem a segurança em edifícios; promoção e informação da segurança na utilização e armazenagem de substâncias tóxicas quer doméstica quer nos locais de trabalho e gestão da água.

Fonte: Global health risks: mortality and burden of disease attributable to selected major risks. World Health Organization 2009

O ambiente é um fator condicionante em 19% dos casos de cancro, (incluindo dados e resultados de 1,3 milhões de mortes anuais).

A exposição ao radão foi a causa de 3-14% de mortes por cancro do pulmão. ( é a segunda causa de morte por cancro do pulmão em muitos países).

Em 2004, ocorreram 165 000 mortes por poluição do ar, de acordo com: - 108 000 por exposição a poluição do ar interior; - 36 000 devido a exposição a combustíveis sólidos para aquecimento e alimentação; - 21 000 devido a exposições como fumadores passivos.

A exposição ocupacional a carcinogénicos pulmonares causou 111 000 mortes por cancro do pulmão, em 2004. O número de mortes por exposição aos asbestos (amianto) causou 59 000 mortes (mesotelioma).

Alguns químicos como o benzeno, e a exposição à radiação ionizante causaram 7400 mortes por leucemia, em 2004.

Impactes na Saúde Mortalidade e mobilidade; doenças infecciosas; Doenças respiratórias resultantes de poluição atmosférica Alterações Climáticas Temperatura Precipitação Impactes na agricultura Diminuição da produtividade; Carências de água para irrigação Impactes na Floresta Composição e diversidade; Distribuição na superfície terrestre; Diminuição da qualidade da água Impactes nos recursos hídricos Alteração nos recursos de água Alteração na qualidade da água Subida do nível do mar Impactes Costeiros Erosão costeira; Inundações e desaparecimento de zonas baixas; Riscos para comunidades costeiras Impactes na Biodiversidade Desaparecimento de espécies e habitats; destruição de ecossistemas e zonas de preservação ecológica

Influências da modulação Factores condicionantes Efeitos na Saúde Temperatura Doenças e mortalidade relacionadas; Alterações Climáticas Exposições Humanas - Alterações climáticas regionais - Ondas de calor; - Amplitudes térmicas extremas; - Precipitação; - Temperatura Níveis de contaminação Dinâmica de transmissão Alterações nos ecossistemas agrários e hidrologia Disruções socioeconómicas e demográficas Clima Extremos Efeitos sobre a saúde; Poluição do ar - Doenças associadas, em especial cardio-respiratórias; Doenças transmitidas pela água e pelos alimentos; Transmissão de doenças por vectores (mosquitos e roedores); Doenças resultantes de armazenagens deficientes de água e alimentos; Interacção entre alterações climáticas e efeitos na saúde humana - Fonte - OMS Doenças mentais, nutricionais e outros efeitos sobre a saúde

Capacidade adaptativa Capacidade de mitigação Condicionantes de modulação Efeitos na Saúde Temperatura Doenças e mortalidade relacionadas; Clima Extremos Efeitos sobre a saúde; Forças condutoras Dinâmica populacional Modelo económico insustentável Causas naturais Medidas de mitigação Emissões de gases com efeito de estufa (GEE) Alterações Climáticas Alterações climáticas regionais -Ondas de calor; - Amplitudes térmicas extremas; - Precipitação; -Temperatura Níveis de contaminação microbiana Dinâmica de transmissão Hidrologia de agroecossistemas Demografia sócioeconómica Influência de modulação Poluição do ar - Doenças associadas, em especial cardio-respiratórias; Doenças transmitidas pela água e pelos alimentos; Transmissão de doenças por vectores (mosquitos e roedores); Doenças resultantes de armazenagens deficientes de água e alimentos; Doenças mentais, nutricionais e outros efeitos sobre a saúde Alterações climáticas e Saúde - OMS Investigação Avaliação da adaptabilidade

A Saúde deve ser considerada como um argumento fundamental para a implementação de políticas de prevenção de alterações climáticas pelos decisores e pelas populações;

Definição de políticas coerentes de saúde vs clima, com intervenção de parceiros à escala global (OMS e ONU), à escala regional e à escala local, que viabilizem a implementação adaptada a constrangimentos locais;

Definição de políticas de mitigação com base em evidências de adaptação da saúde, análise de custobenefício e estabelecimento de guidelines para os decisores. Relevância especial para a investigação aplicada, com o objetivo de revisão e atualização sistemática de dados para correção e adaptação da intervenção;

Proteção das populações através de medidas práticas, com intervenções diretas e adaptadas da saúde pública. Intervenção junto de grupos alvo jovens, profissionais de transportes, de saúde, da comunicação, decisores regionais e locais (autarquias), escolas, e de toda a população em geral.