antropologia carlos joão correia artes & humanidades estudos artísticos estudos africanos estudos gerais filosofia 2016/2ºsemestre

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Transcrição:

antropologia carlos joão correia artes & humanidades estudos artísticos estudos africanos estudos gerais filosofia 2016/2ºsemestre

RELÓGIO MOLECULAR se a sequência de ADN sofre mutações, a comparação d a s diferenças entre as sequências de ADN dos dois organismos pode dar uma estimativa do tempo em que eles tiveram um antepassado comum David Sadava. Understanding Genetics. Chantilly (Virginia): TC. 2008, 386.

1. Eva mitocondrial é a mulher da qual os seres humanos ( homens anatomicamente modernos ), hoje vivos, descendem a partir do seu lado materno (matrilinearidade). 2. Origem africana. 3. 150.000 [195.000] anos.

Imagine uma aldeia da Provença, no século XVIII, em que viviam dez famílias. Cada uma delas tinha uma receita especial para bouillabaisse, mas tal receita só pode passar de mãe para filha. Se a família só tem filhos, a receita perde-se. Ao fim de algum tempo, gradualmente reduzimos o número de receitas originais porque as famílias não eram suficientemente felizes para terem raparigas. Quando chegamos ao século actual ficamos como uma única receita sobrevivente a bouillabaisse. Por que é que só uma sobreviveu? Por acaso - as outras famílias simplesmente não tiveram raparigas no passado e as suas receitas voaram com o mistral. (...) Claro que no mundo real ninguém transmite uma receita de uma geração para a outra sem a modificar ligeiramente em função do seu sabor. (...) Se olharmos para a tal aldeia hoje veremos uma notável diversidade de receitas - mas apesar disso podemos regredir até a um único antepassado comum. (...). Este é o segredo da Eva Mitocondrial." Spencer Wells. The Journey of Man. London: Penguin Books. 2003, 32

Considere o conjunto A constituído por todos os seres humanos vivos hoje. Cada pessoa nasceu de uma e única mãe; agora considere o próximo conjunto, B, de todas as mães dos seres humanos vivos hoje. B é necessariamente menor do que A, já que ninguém tem mais de uma mãe e algumas mães têm mais de um filho. Continue com o conjunto C, constituído pelas mães de todas aquelas mães no conjunto B. É ainda menor. Continue com os conjuntos D e E e assim por diante. Os conjuntos devem-se contrair à medida que regredimos em cada geração. Observe que, à medida que nos movemos para trás ao longo dos anos, excluímos muitas mulheres que eram contemporâneas daquelas em cada conjunto. Entre essas mulheres excluídas estão aquelas que viveram ou morreram sem terem tido filhos ou sem prole feminina. Eventualmente, este conjunto deve afunilar até se chegar a uma - a mulher que é o ancestral mais próximo e directo de todos as pessoas vivas na terra actualmente. Ela é a Eva Mitocondrial, assim chamada (por Cann et al., 1987), porque como as mitocôndrias nas nossas células são-nos passadas somente através da linha materna, todas as mitocôndrias de todas as células de todas as pessoas vivas actualmente são descendentes directos das mitocôndrias das suas células! Daniel C. Dennett. Darwin s Dangerous Ideia. Evolution and the Meaning of Life. London et al: Penguin Books. 1996 [1995], 97.

Spencer Wells Haplogrupo L0/L1 - linha ancestral: Eva Evidência arqueológica e fóssil sugere que os seres humanos surgiram em África durante o Paleolítico médio há cerca de 200.000 anos. [...] A Eva Mitocondrial representa a raiz feminina mais recente da árvore da humanidade. Os seus descendentes, movendo-se no interior de África, dividiram-se provavelmente em dois grupos distintos, caracterizados por um conjunto diferentes de mutações [no ADNmt]. O grupo mais antigo é referido como L0. [...] Estas pessoas representam os ramos mais antigos da árvore mitocondrial. Mais importante ainda, os dados genéticos actuais indicam que povos indígenas pertencentes a esse grupo se encontram exclusivamente em África, o que confirma a noção de que os primeiros humanos surgiram em África. Os descendentes da Eva mitocondrial formaram um outro grupo chamado L1 - que coexistiu com indivíduos L0 durante esses anos. Os descendentes de L1 eventualmente deixaram África e povoaram o resto do mundo. Spencer Wells. Deep Ancestry. Washington D.C.: National Geographic. 2007, 176-177.

Jean-Jacques Hublin Numerosos trabalhos sugerem uma origem recente de todos os seres humanos modernos no seio de uma população bastante pequena, quase de certeza localizada em África, entre 200.000 e 100.000 anos. Foram apontadas quatro categorias de provas genéticas. A primeira observação assenta na grande homogeneidade da espécie humana actual. [...] Segundo argumento: a variabilidade das populações de África subsaariana é maior do que a dos outros grupos humanos actuais (...). A maior variabilidade de ADN mitocondrial africano sustenta uma origem africana da Humanidade, sendo que as populações não africanas descendem de um ou de vários pequenos grupos fundadores que saíram de África. (...) A terceira observação, utilizada como base para hipótese Out of Africa, foi a mais divulgada pelos media: a análise de marcadores genéticos permite reconhecer grandes grupos [haplogrupos] que se enraízam uns nos outros (...). Finalmente (4º) um grande número de geneticistas concorda em dizer que a população ancestral da qual descende a actual Humanidade tem uma dimensão muito balizada. As estimativas do número de indivíduos ancestrais necessários para justificar toda a variabilidade genética actual rondam, no total, cerca de 15.000 indivíduos Jean-Jacques Hublin. Quand d autres hommes peuplaient la Terre. Paris: Flammarion. 2008, 139-142. No Tempo em que outros homens viviam na Terra. Lisboa: Europa-América. 2009. 113-115

Jean-Jaques Hublin Milford H. Wolpoff Milford Wolpoff, paleoantropólogo da Universidade de Ann Arbor, nos Estados Unidos, é um dos últimos defensores desta continuidade multirregional. Ao longo de anos, desenvolveu a teoria, fazendo intervir trocas genéticas entre as diferentes linhagens locais, desde o Homo erectus ao Homo sapiens, trocas essas que teriam mantido a interfecundidade das populações e a coesão da espécie. Para Wolpoff, há, pelo menos, dois milhões de anos que o nosso planeta não teria conhecido senão uma espécie de homininos, um Homo sapiens evolutivo que reagrupava o Homo erectus, o homem de Neandertal (Homo sapiens neanderthalensis para muitos antropólogos) e o Homem Moderno (Homo sapiens sapiens). Frequentemente, diz-se deste modelo que ele está em candelabro, um candelabro cuja base seria a população original (a primeira saída de África), e cujas velas seriam os grupos humanos que deram origem à população actual. Quand d autres hommes peuplaient la Terre. Paris: Flammarion. 2008, 136. No Tempo em que outros homens viviam na Terra. 110 1997 Rachel Caspari

Teoria da Evolução Multirregional A TM (teoria multirregional) ou TC (teoria do candelabro) sustenta que as diferentes populações de Homo sapiens (seres humanos anatomicamente modernos) são descendentes de seres humanos anatomicamente arcaicos que deixaram a África pela primeira vez, há quase dois milhões de anos, e que se espalharam pelo mundo. Em cada umas das regiões em que se instalaram pode surprender-se uma continuidade regional anatómica com as actuais populações.

Alguns investigadores aventaram a ideia de que os erectus da China seriam os antepassados dos chineses actuais, e de que os erectus africanos, por seu lado, teriam dado os africanos... É uma hipótese absurda. Isto pressuporia a existência de um mecanismo interno, genético, que impele a espécie a evoluir da mesma maneira, no mesmo momento e em toda a parte sem excepção, o que, para os biólogos, é contrário a todas as actuais teorias da evolução, que sugerem que a mudança só pode ter ocorrido num único lugar. André Langaney. A Conquista do Território in AAVV. A mais bela história do homem. Porto: Asa. 1999 [1998], 32 André Langaney

Jean-Jaques Hublin Os seus trabalhos [de William Howells] mostraram que a grande homogeneidade dos homens actuais e as suas diferenças em relação a grupos antigos, como os Neandertais, eram dificilmente conciliáveis com uma evolução das populações arcaicas. Howells propôs um modelo segundo o qual os seres humanos teriam surgido, bastante recentemente, numa população bem demarcada e, sem dúvida, pouco numerosa e, em seguida, se teriam dispersado e substituído as populações regionais antigas, o homem de Neandertal na Europa e os últimos Homo erectus na Ásia. A este modelo foram atribuídos nomes bíblicos, onde figuravam a Arca de Noé ou o Jardim de Éden. Quand d autres hommes peuplaient la Terre. Paris: Flammarion. 2008, 136. No Tempo em que outros homens viviam na Terra. 111

A teoria Out-of-Africa significa que todos os seres humanos fora de África descendem de um movimento populacional recente, de origem africana, e que tem menos de 100.000 anos. Este êxodo eliminou [directa ou indirectamente] todos os outros tipos de seres humanos arcaicos que existiam no mundo. Os multirregionalistas argumentam que, pelo contrário, as populações arcaicas humanas, o Homo neanderthalensis (Neandertais) na Europa e o Homo erectus no Extremo Oriente evoluíram nas múltiplas raças que vemos em volta do mundo. A teoria Out-of-Africa vence agora a disputa porque as novas linhagens genéticas [i.e. as linhagens da Eva mitocondrial] conduzem-nos a África há cerca de 100.000 anos. Stephen Oppenheimer in The Bradshaw Foundation Out-of-Africa Hipótese segundo a qual todos os homens modernos provêm de um único grupo de Homo Sapiens que emigrou de África nos últimos 100.000 anos, substituindo outras formas humanas mais primitivas John Hawks. The Rise of Humans. Chantilly (Virginia): TC. 2011, 412

Jean-Jaques Hublin Foi Bernard Vandermeersch quem descobriu as sepulturas de Qafzeh e fez vingar o carácter essencialmente moderno destes homens. (...) Mas foi necessário o desenvolvimento dos métodos de datação por termoluminiscência e por ressonância de spin electrónico (ESR), no final dos anos 1980, para que eles conseguissem convencer a comunidade científica que estas populações modernas tinham vivido entre 100.000 e 90.000 anos antes da nossa era. Eram mais antigas do que os homens de Neandertal clássicos da Europa e de que os homens encontrados na Síria, no Iraque e mesmo em Israel. (...) A hipótese segundo a qual o Homem Moderno descendia do homem de Neandertal estava definitivamente enterrada. Quand d autres hommes peuplaient la Terre. Paris: Flammarion. 2008, 131. No Tempo em que outros homens viviam na Terra. 106.

Candelabro Canis lupus familiaris Canis lupus

Arca de Noé Canis lupus familiaris Canis lupus