PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2015.0000777555 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é paciente ANDRE DE SOUZA CHAVES e Impetrante DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Denegaram a ordem. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GUILHERME DE SOUZA NUCCI (Presidente), LEME GARCIA E BORGES PEREIRA. São Paulo, 20 de outubro de 2015. Guilherme de Souza Nucci RELATOR Assinatura Eletrônica

Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 Comarca: São Paulo Impetrante: MARCELO BONILHA CAMPOS Paciente: André de Souza Chaves VOTO Nº 11.620 Habeas Corpus. Furto simples. Alegado princípio da insignificância visando ao trancamento da ação penal. Inaplicabilidade. Análise das condições pessoais do agente, dentre as quais se sobressai a reincidência. Pedido de revogação da prisão preventiva. Impossibilidade. Presença dos requisitos da custódia cautelar. Paciente reincidente específico. Necessidade de manutenção da prisão como garantia da ordem pública, dada a possibilidade de reiteração delitiva e periculosidade do agente. Ordem denegada. Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de ANDRÉ SOUZA CHAVES, contra ato da MM. Juíza de Direito, Dra. Carolina Nabarro Munhoz Rossi, do Plantão Judiciário da Comarca da Capital, sob a alegação de que o paciente sofre constrangimento ilegal, decorrente da conversão da prisão em flagrante em preventiva. Sustenta o impetrante, em apertada síntese, a ilegalidade da decisão coatora, entendendo estarem ausentes os requisitos da custódia cautelar. Aduz, ainda, a necessidade de trancamento da ação penal, tendo em vista a atipicidade da conduta imputada ao paciente. Desse modo, pleiteia a concessão de liminar, com Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 2

a suspensão do feito principal até o julgamento do presente writ, ou, subsidiariamente, a concessão de alvará de soltura. A liminar foi indeferida (fls. 37/39). A autoridade coatora prestou as informações de ofício (fls. 44/48). Em seu parecer, a Procuradoria Geral de Justiça opinou pela denegação da ordem (fls. 50/57). É o relatório. Processado o presente writ, a ordem deve ser denegada. Conforme consta dos autos, o paciente foi preso em flagrante, no dia 25 de julho de 2015, pela suposta prática de furto simples, pois teria ingressado no interior do estabelecimento Lojas Americanas, localizado na Avenida Doutor Assis Ribeiro, 8.500, Ermelino Matarazzo, e subtraído, para si, uma churrasqueira elétrica, marca Brittania, avaliada em R$ 200,00. Segundo o apurado, o paciente, portando uma sacola plástica, entrou no referido estabelecimento e subtraiu, para si, a mencionada churrasqueira elétrica, colocando-a no interior da sacola, fugindo em seguida. Toda ação foi assistida pelo gerente do estabelecimento, o qual chamou policiais militares, sendo o acusado detido perto de uma estação ferroviária, com aquela sacola em mãos, momento em que confessou informalmente a subtração. Ao analisar a prisão em flagrante, a magistrada a quo converteu-a em preventiva, entendendo estarem presentes os requisitos autorizadores da custódia cautelar. Inicialmente, o pedido de trancamento da ação Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 3

penal, ante a incidência do princípio da insignificância, deve ser afastado, haja vista que o princípio da insignificância não deve ser analisada exclusivamente mediante critérios objetivos, devendo também levar em consideração circunstâncias pessoais do agente, dentre as quais se destaca a sua reincidência. Caso não se considere, em sua aplicação, os antecedentes do acusado, haveria um desvirtuamento do próprio princípio, uma vez que sua função é excluir a relevância penal daquelas condutas pouco lesivas, e não permitir a perpetuação, ad eternum, do ilícito. O foco deve ser, portanto, a ofensividade do agente ao meio social. Note-se que, fosse a bagatela aplicada sem qualquer análise subjetiva, o sujeito dedicado exclusivamente a pequenos delitos patrimoniais estaria, para sempre, livre e imune à persecução penal, ainda que causasse, com a somatória de suas condutas, relevante prejuízo. No presente caso, o já foi condenado por furto, em 2014. Sobre o tema já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça: O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça estabeleceram os seguintes requisitos para a aplicação do princípio da insignificância, como causa supralegal de exclusão da tipicidade: a) conduta minimamente ofensiva; b) ausência de periculosidade do agente; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) lesão jurídica inexpressiva, os quais devem estar Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 4

presentes, concomitantemente, para a incidência do referido instituto. 5. Trata-se, na realidade, de um princípio de política criminal, segundo o qual, para a incidência da norma incriminadora, não basta a mera adequação do fato ao tipo penal (tipicidade formal), impondo-se verificar, ainda, a relevância da conduta e do resultado para o Direito Penal, em face da significância da lesão produzida ao bem jurídico tutelado pelo Estado (tipicidade material). 6. No caso, não houve o preenchimento dos aludidos vetores para aplicação do princípio da bagatela, qual seja, o reduzido grau de reprovabilidade no comportamento do agente, ante a presença da reincidência específica. Com efeito, as instâncias ordinárias consignaram que o paciente ostenta dezessete condenações anteriores transitadas em julgado pela prática do crime de furto. (STJ, AgRg no HC 295376/MG, 5ª T., Rel. Min. Gurgel de Faria, j. em 16/09/2014). Inviável, portanto, o trancamento da ação penal. No mais, verifica-se que há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade, a teor do boletim de ocorrência e das declarações das testemunhas, sendo que, ainda, o paciente foi flagrado de posse da res furtiva, momentos após o furto. Malgrado o delito imputado ao paciente não ter sido cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa, ele é Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 5

reincidente específico, condenado pela última vez em 2004, conforme informações obtidas junto ao Sistema de Inteligência de Informações (INTINFO), restando pertinente a manutenção da custódia cautelar como garantia à ordem pública, nos termos do disciplinado pelo art. 312 do Código de Processo Penal. Nem se olvide que a reiteração na prática criminosa é motivo suficiente para constituir gravame à ordem pública, justificador da decretação da prisão preventiva 1. Com efeito, a reiteração delitiva sinaliza à presença de periculosidade pelo paciente, em princípio, adversário ao convívio social e, por conseguinte, temerária à garantia da ordem pública. Assim vimos defendemos: Outro fato responsável pela repercussão social que a prática de um crime adquire é a periculosidade (probabilidade de tornar a cometer delitos) demonstrada pelo réu e apurada pela análise de seus antecedentes e pela maneira de execução do crime. Assim, é indiscutível que pode ser decretada a prisão preventiva daquele que ostenta, por exemplo, péssimos antecedentes, associando a isso a crueldade particular com que executou o crime 2 Ademais, vale ressaltar, tenho sustentado, para fins processuais penais, possível o reconhecimento de maus antecedentes mesmo sem que haja o trânsito em julgado de sentença condenatória. 1 NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado, Forense, 13ª Ed, nota 16 art. 312. 2 NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado, Forense, 13ª Ed, nota 11 art. 312. Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 6

Afinal, para decretar uma medida cautelar, como a prisão preventiva que não é antecipação de pena, é curial analisar se o réu o perigoso à sociedade, de modo a permanecer detido durante o processo. Uma pessoa acusada de roubo, que tenha outros processos em andamento pelo mesmo fato, não deve ficar em liberdade, colocando ainda mais em risco a ordem pública 3. Nessa esteira segue o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: RECURSO ORDINÁRIO DE HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. VEDAÇÃO DO DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE. FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL SEMIABERTO. COMPATIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RÉU QUE OSTENTA OUTRAS CONDENAÇÕES POR CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. FUNDAMENTO IDÔNEO. ADAPTAÇÃO DA CUSTÓDIA CAUTELAR AO REGIME MENOS GRAVOSO. AUSÊNCIA DE PEDIDO DE EXECUÇÃO PROVISÓRIA. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. RECURSO NÃO PROVIDO. Na espécie, na folha de antecedentes do recorrente constam três condenações não definitivas por outros crimes contra o patrimônio, além de outras duas ações penais em andamento por delitos da mesma natureza, circunstância 3 NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado, 11ª Ed., RT, p. 426 Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 7

suficiente para vedar o direito de o réu recorrer em liberdade, consoante os termos da sentença condenatória. (RHC 46.604/MG, 6ª Turma, rel. Rogerio Schietti Cruz, 05/06/2014 grifo nosso) De tal sorte, in casu, considerando as condições pessoais do paciente, não enseja dúvida quanto à presença dos requisitos autorizadores da manutenção de sua prisão, restando escorreita a decisão a quo. Ante o exposto, pelo meu voto, denego a ordem impetrada, mantendo-se, in totum, a decisão da magistrada a quo. GUILHERME DE SOUZA NUCCI Relator Habeas Corpus nº 2150682-11.2015.8.26.0000 8