Joaquim Silva Associação de Investigação e Debate em Serviço Social



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Transcrição:

A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos. Esboço de um Percurso a partir de uma Experiência Associativa (AIDSS) 1 Joaquim Silva Associação de Investigação e Debate em Serviço Social 1 Comunicação apresentada no 2.º congresso internacional de Serviço Social, do ISSSL - Universidade Lusíada - 25 de Novembro de 2011. Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011] 259

A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos... pp. 259-270 Resumo O artigo, que serve de base á comunicação, procura focar-se na evolução da Investigação do Serviço Social em Portugal, a partir dos dois espaços que não tem conseguido a melhor articulação: o lugar da praxis e o locus universitário. A AIDSS, apareceu situando-se nesta charneira e a sua experiência serve de base a uma Ideia para a organização da Investigação em serviço social em Portugal. Palavras-chave: Investigação; Serviço Social; Teoria/prática; Associativismo. Abstract The main article, witch we make our goals must focus on Portuguese development, of social work investigation, particularly the relation between the academic field and the practice field. AIDSS, a Portuguese association for development of investigation and life old formation, is the main subject on evaluation of is practice on this theme. Key Words: Investigation; Social Work; Theory/Practice; Associative. Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011] 261

Joaquim Silva 262 Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011]

A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos... pp. 259-270 1. A Investigação Como Prática da Praxis - Uma Ideia a Organizar A questão da Investigação em serviço social, interliga-se com o que é particular, na prática profissional, considerando o serviço social (segundo Vicente Paulo Faleiros), como uma prática profissional ou de acção sócio/política, como o coração desta nossa disciplina, das ciências sociais e da intervenção social. E neste campo, é algo que temos vindo, enquanto processo de formação, de crescimento académico e profissional, a discutir, no campo da afirmação, quer de um corpo teórico próprio, quer de práticas generalizadas de Investigação, incentivadas a partir da formação inicial, e aperfeiçoadas pelo, domínio das diversas metodologias, nos campos quantitativos e qualitativos no campo da Investigação. Portanto, o serviço social, não se reduz á execução, á aplicação das determinantes textuais e técnicas das políticas sociais Martins (2002), implica também, a sua critica e concepção, desenvolvimento e avaliação, e nisto tudo o balizamento por quadros de conhecimento, derivados de processos científicos, portanto de investigação, tendo como horizonte a intervenção social (Baptista, 2001), ou seja, a compreensão do real e constitui-se num meio de resposta aos desafios que se colocam historicamente (Martins, 2002). Ainda neste sentido, Myriam Baptista (2001), transmite-nos, que da mesma maneira que a educação, o serviço social configura uma intervenção sobre as questões que decorrem das relações sociais então, (, ) a investigação científica que realiza tem por objectivo adquirir conhecimentos sobre essas questões. Não sendo recente, esta orientação para a Investigação, conhecer as transformações societárias, com particular ênfase para aquelas que se situam no campo da Intervenção Profissional, das práticas de mudança que se constituem, das novas faces do trabalho e do mercado, das caraterísticas dos cidadãos e cidadãs que recorrem ao serviço social, das problemáticas, ancestrais ou novas, no entanto, a estratégia, central para a profissão, mantêm-se, de desenvolvimento de uma postura investigativa nos assistentes socais, continuada pela pós formação, ou formação contínua, através dos seus agentes. E podemos a locar, aqui que na última década são inúmeros os profissionais que buscam, a qualificação profissional, e com ela a produção de conhecimento e investigação, ao qual tem faltado visibilidade e estratégia de divulgação e marketing social. Aliás muitos dos trabalhos dos nossos profissionais são á posteriori aproveitados por outros profissionais que, por força de uma outra visibilidade organizativa ou corporativa, são notícia de média, e vinculam-se como novos processos de intervenção psicossocial. Falta, uma política profissional, continuada (Martins, 2002), que se traduza em práticas de investigação, supervisão, inscritas nos horários de trabalho, e alargadas aos profissionais de serviço social. Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011] 263

Joaquim Silva Uma política que não reduza a investigação científica no campo profissional, a um locus conventual (local de disputa da episteme, sem pele), ou a um locus tecnocrático (da pele revestida), sem considerar os sujeitos históricos (Miriam, 2001). 2. Avanços da Investigação nas Dinâmicas das Pós graduações e Constrangimentos Ainda, e pensando já na organização das estruturas académicas, para e na Investigação, algumas outras considerações poderemos agregar. O esforço iniciado, na década de 90 do século passado, nos Institutos Superiores Universitários de Serviço Social, após a conquista da Licenciatura, esforço de recriar um espaço próprio de Investigação. Continuado ainda no início da década de 2000, com a criação de centros de Investigação, as pós graduações no âmbito do Mestrado e Doutoramento, são exemplo positivo de um caminho de consolidação da investigação em serviço Social. No entanto, neste reino, e ao longo da 1ª década deste século, com o desenvolvimento do processo de Bolonha, resultou na criação de, salvo erro, 21/22 cursos de serviço social, de carácter universitário e politécnico, resultando, porque o processo de maturação de mestres e doutoral, não era suficiente, por um lado deficit de qualificação de docentes de serviço social nesses cursos, por outro lado, num processo de transição algo turbulento, aonde os Assistentes Sociais, na maioria das situações não foram ouvidos e com isso questões preocupantes, nasceram, que põe em causa o processo de qualificação científica, no plano académico, pela via da investigação, nomeadamente, e citando, Alcina Martins (2008): - o peso da área do serviço social na formação do 1º ciclo - que formação consolidada teórico - metodológica e ético - política - que preocupação em garantir a investigação desde o 1º ciclo - que utilização e divulgação da investigação produzida por Assistentes Sociais Neste contexto é preocupante, muitas das instituições que formam Assistentes Sociais, não terem programas conexos/articulados de Mestrados e Doutoramentos, e não investirem, especificamente em Centros de Investigação que elejam o Serviço Social como área prioritária (Martins, 2002). Ressalvando aqui, os, Centro de Investigação em Ciências do Serviço Social (ISSSP), o Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Intervenção Social (CLISSIS), CENTRO DE ESTUDOS DE SERVIÇO SOCIAL E SOCIOLOGIA da U. Católica pólo de Lisboa, Centro de Estudos e investigação em Serviços Sociais (ISMT). Fora, deste quadro e mais independentes de Instituições Universitárias temos a AIDSS e o CPIHTS. 264 Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011]

A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos... pp. 259-270 3. Ideias para A Organização da Investigação em Portugal A dimensão da Investigação em Serviço Social no nosso país poderá orientar-se a partir de três eixos centrais: - As unidades de investigação autónomas, geridas por Assistentes Sociais/ investigadores do serviço social, que produzam investigação numa interface entre a academia e o terreno da praxis, e simultaneamente funcionem como divulgadores (CPIHTS); - As unidades de investigação centradas no plano académico, mais vocacionadas para a investigação pura, se bem que na área do Serviço Social este conceito seja discutível; - As unidades de investigação/formação e edição, que se posicionam mais como unidades de transferência do conhecimento produzido, quer nas universidades, quer a partir da praxis, através da formação e da publicação (AIDSS). Devendo, como é lógico, existir um diálogo contínuo entre todas estas unidades, e outras de áreas afins, estas num diálogo que busque processos transdisciplinares. Autonomização das Linhas de Financiamento como Disciplina Autónoma. Os apoios/ a subsidiação a esta actividade deverá obedecer a duas componentes privada e pública: Na pública através do FCT, como disciplina autónoma, na privada através de Fundações e outras Instituições que possam intervir na área académica e ou profissional, também com linhas de financiamento autónomas. 4. AIDSS Neste campo tem-se situado a AIDSS, que assume-se como instituição de charneira, i.e., que desde 2000, tem efectuado um caminho, no sentido de potenciar o diálogo através da formação, entre a produção de investigação e a sua utilização na praxis, pela via da formação e da divulgação, situando-se como unidade de formação do 3º nível no âmbito das ideias que supra definimos. O historial conduziu recentemente á criação de uma estrutura exclusivamente vocacionada para a área formativa, nos diversos níveis, e tendo como escopo ou missão (o IFHS). A nossa preocupação é adequar a formação, de curta, média e longa duração (cursos de especialização), às necessidades dos profissionais, fundamentalmente, promovendo o conhecimento produzido, no campo profissional e académico. Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011] 265

Joaquim Silva Gráfico 1: Participação do formando Gráfico 2: Habilitações literárias do formando Gráfico 5: Profissão do formando 266 Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011]

A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos... pp. 259-270 Gráfico 7: Curso frequentado pelo formando Curso frequentado pelo formando Total Curso Básico de Criminologia - 1.ª edição Curso Básico de Criminologia - 2.ª edição Curso Contextos e Dimensões da Intervenção Social Workshop Coaching ao Empreendedorismo Social Curso Tomada de Decisão Ética em Intervenção Social Formação em Gestão de Conflitos - 1.ª edição Curso de Coaching à Prática Gerontológica Os Sistemas de Protecção de Menores e a Intervenção Centrada na Família - 1.ª edição Formação em Gestão de Conflitos - 2.ª edição Os Sistemas de Protecção de Menores e a Intervenção Centrada na Família - 2.ª edição Políticas Sociais e Família Rumo à Garantia de Direitos Sociais e Promoção Social Fi(fi) 18 (10.2%) 15 (8.5%) 14 (7.9%) 12 (6.8%) 12 (6.8%) 22 (12.4%) 16 (9%) 20 (11.3%) 15 (8.5%) 19 (10.7%) 14 (7.9%) 177 (100%) Obs. Na variável Curso frequentado pelo formando foi possível considerar como casos válidos a totalidade dos 177 casos observados. Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011] 267

Joaquim Silva Gráfico 8: Pertinência dos conteúdos programáticos Gráfico 9: Articulação entre teoria e prática Gráfico 10: Desenvolvimento de capacidades de compreensão dos fenómenos e temas abordados 268 Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011]

A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos... pp. 259-270 Gráfico 13: Aquisição de novos conhecimentos para aplicação prática na vida profissional Questões Pertinentes: - Formação condutora de Investigação, que por sua vez refaz conhecimento - Maior articulação entre a AIDSS/Instituições Empregadoras e Instituições Universitárias - Validação de competências úteis, mecanismos de auto organização reconhecidos focalizados nesta temática que possibilitem que esta aquisição tenha reconhecimento externo (FCT exemplo) - Definição de modelos de formação, p.e., para área de Serviço Social, coorganizados entre as diversas instituições promotoras da Formação ao Longo da Vida, articulados com Instituições produtoras de conhecimento científico, Investigação aplicada. Conclusão Em conclusão, o panorama da investigação no serviço social português, tem evoluções positivas, mas mantêm algumas condicionantes estruturais, que convergem, na autonomização desta disciplina, enquanto área de investigação, quer no quadro da FCT, quer no quadro das diversas estruturas politécnicas e universitárias que formam assistentes sociais, bem como estratégia de acção no âmbito do grupo profissional. Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011] 269

Joaquim Silva Bibliografia Baptista, Myriam Veras (2001). A Investigação em Serviço Social. Lisboa - S. Paulo, CPIHTS e Veras. Faleiros, Vicente Paula (1994). Memorial. Brasília, UnB. Martins, Alcina (2002). A Investigação em Serviço Social Perspectivas Actuais. In Actas do I Congresso Nacional de Serviço Social. Lisboa, APSS. Martins, Alcina e Tomé, Rosa (2008). O estado Actual da Formação em Serviço Social - problemas e desafios á organização profissional. Comunicação na 19ª conferência Mundial de Serviço Social, IFSW e CFESS. Coimbra, CPHITS, http://www.cpihts.com/. Santos, José Álvaro (2011). A Ética e a Ética em Serviço Social. Porto, AIDSS. 270 Lusíada. Intervenção Social, Lisboa, n.º 38 [2.º semestre de 2011]