Universidade Federal do Espírito Santo Centro Tecnológico Departamento de Informática Programa de Pós-Graduação em Informática

Documentos relacionados
Conceitos Fundamentais de Qualidade de Software

Fundamentos de Teste de Software

Qualidade de Software

Métricas de Software Importância e Aplicação

ISO 9000, ISO e ISO Professor Gabriel Baptista ( gabriel.baptista@uninove.br ) ( )

Introdução. O Modelo CMM/SEI. Roteiro da Apresentação. Conceitos básicos de qualidade. Conceitos básicos de qualidade de software

ISO 9000 e ISO

Engenharia de Software II

Modelagem De Sistemas

Gerenciamento do Escopo do Projeto (PMBoK 5ª ed.)

Contrata Consultor na modalidade Produto

Análise de Requisitos

Metodologias de PETI. Prof. Marlon Marcon

A Implantação do Sistema do Sistema da Qualidade e os requisitos da Norma ISO NBR 9001:2000

Auditoria de Meio Ambiente da SAE/DS sobre CCSA

Qualidade de Software Normatização

ENGENHARIA DE SOFTWARE

POLÍTICA DE INVESTIMENTO PEIXE PILOTO PARA CLUBES DE INVESTIMENTOS Vitória, 26 de agosto de 2009.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ASSISTÊNCIA A PROGRAMAS ESPECIAIS

NORMA DE ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS NORMATIVOS - NOR 101

PSP: Personal Software Process. PSP- Personal Software Process. PSP: Personal Software Process. PSP: Personal Software Process

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, Editora Atlas,

DESCRITORES (TÍTULOS E TERMOS)

José Geraldo Loureiro Rodrigues

O que é um banco de dados? Banco de Dados. Banco de dados

Rabobank International Brazil

Público Alvo: Critérios de admissão para o curso: Investimento:

Cronograma - Seguindo o plano de metas da USP para 2015

Métricas de Software

COMUNIDADE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Planejamento - 2. Definição de atividades Sequenciamento das atividades. Mauricio Lyra, PMP

Política de Gestão Estratégica de Riscos e Controles Internos CELESC

PROJETO NBR Adoção de Critérios da Qualidade Baseados nas Normas da Família NBR ISO 9000 para Fornecimento de Produtos

CASOS DE TESTE PALESTRANTE: MARCIA SILVA

PREÇOS DOS SERVIÇOS DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO E DE INSPEÇÃO

Plano de Projeto. Tema 3. Gerência de Projetos Profa. Susana M. Iglesias

Rastreabilidade e Certificação de produtos Agro-industriais

Desempenho das Organizações. Administração da Qualidade Eficiência e Eficácia Modelo Japonês de Administração Responsabilidade Social e Ambiental

FACULDADE DE ARARAQUARA IESP Instituto Educacional do Estado de São Paulo Rua Miguel Cortez, 50, Vila Suconasa, Araraquara/SP Tel:

RELATÓRIO SOBRE A GESTÃO DE RISCOS BANCO ABN AMRO S.A. Setembro de 2013

Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná HEMEPAR Farm. Elvira Rosa Folda DVGQB Jul/2012

SOBRE A EQUIPE. SOBRE A I9Gestão

Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas REGULAMENTO DO CONCURSO DE APOIO A CONGRESSOS NOS DOMÍNIOS DA LÍNGUA E DA CULTURA PORTUGUESAS

Defender interesses difusos e coletivos, defender o regime democrático e a implementação de políticas constitucionais.

P24 Criar Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação 2011/2012 Líder: Maria Cecília Badauy

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL CREDITÁ S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA

MODELAGENS. Modelagem Estratégica

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS DA BRASKEM

Enterprise Risk Management (ERM) Gestão de Riscos Corporativos Pesquisa sobre o estágio atual em empresas brasileiras

Curso de Engenharia de Produção. Organização do Trabalho na Produção

Senado Federal Subsecretaria de Informações DECRETO Nº 2.794, DE 1º DE OUTUBRO DE 1998

MAPEAMENTO E MODELAGEM DE PROCESSOS COM NOTAÇÃO BPMN

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE TI

Gestão da Qualidade. Aula 13. Prof. Pablo

A dissertação é dividida em 6 capítulos, incluindo este capítulo 1 introdutório.

EDITAL DE LANÇAMENTO E SELEÇÃO DE ALUNOS PESQUISADORES PARA O PROJETO DE PESQUISA

A Mongeral Aegon é a seguradora mais antiga do Brasil em atividade contínua;


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

APENDICE A INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PESQUISA SOBRE INOVAÇÕES GERENCIAIS EM INSTITUIÇÕES HOSPITALARES PRIVADAS DE SALVADOR

Gestão da Qualidade. Aula 5. Prof. Pablo

Gerência de Projetos e Manutenção de Software Aula 1- Apresentação do Curso. Andréa Magalhães Magdaleno andrea@ic.uff.br

Tribunal Superior do Trabalho

Engenharia de Software Processo de Desenvolvimento de Software

Adotada Total / Parcial. Fundamento da não adoção. Recomendação. Não adotada. 1. Princípios Gerais

Lei nº de 24 de julho de 2000.

ANEXO III. Roteiro para Apresentação de Projetos do Tipo C R$ ,00 a R$ ,00

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE

Panorama da Inovação no Brasil. Hugo Ferreira Braga Tadeu 2014

Experiência: Gestão Estratégica de compras: otimização do Pregão Presencial

Ciência da Computação ENGENHARIA DE SOFTWARE. Análise dos Requisitos de Software

MBA em Gerenciamento de Projetos. Teoria Geral do Planejamento. Professora: Maria Erileuza do Nascimento de Paula

Minuta Circular Normativa

Diagnóstico da Convergência às Normas Internacionais IAS 8 Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and Errors

CPGP 2016 CONGRESSO PARANAENSE DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS CHAMADA DE TRABALHOS

Certificação e Auditoria Ambiental

Processo de Gerenciamento do Catálogo de Serviços de TIC

Avaliação de desempenho de virtualizadores no envio e recebimento de pacotes em sistemas Linux

Processo de Desenvolvimento de Software

CVS Controle de Versões e Desenvolvimento Colaborativo de Software

EDITAL DE SELEÇÃO PARA MESTRADO 2016 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (UNIFEI)

CAPÍTULO I DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

Impresso em 26/08/ :39:41 (Sem título)

Modelos de Qualidade de Produto de Software

GLOSSÁRIO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

REGULAMENTO DA POLÍTICA DE MANUTENÇÃO E GUARDA DO ACERVO ACADÊMICO DA ESCOLA DE DIREITO DE BRASÍLIA EDB

Comitê Científico do Enangrad

Insight for a better planet SOLUÇÕES EM PLANEJAMENTO, AGENDAMENTO E OTIMIZAÇÃO FLORESTAL

Projeto Manutenção SAP Web e Portal TRT

RESOLUÇÃO DO CONSELHO SUPERIOR Nº 48/2015, DE 9 DE NOVEMBRO DE TÍTULO I Projeto de Pesquisa - Caracterização

Plano de Manejo Parque Natural Municipal Doutor Tancredo de Almeida Neves. Encarte 6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO. IVB-2012 Página 1

Evolução do Orçamento Público

Copyright Proibida Reprodução. Prof. Éder Clementino dos Santos

Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Transcrição:

Universidade Federal do Espírito Santo Centro Tecnológico Departamento de Informática Programa de Pós-Graduação em Informática Disciplina: INF5008 Prof.: (monalessa@inf.ufes.br) Conteúdo 1. Introdução 1.1 O que é 1.2 Qualidade x Produtividade 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo 1.4 Organismos Normativos 1

1. Introdução Erroneamente, muitas vezes, desenvolver software é confundido com programação. Programação é uma abordagem (abordagem de construção) corretamente adotada quando se pensa em problemas pequenos. Por exemplo: calcular médias e ordenar conjuntos de dados. Para problemas mais complexos é necessário adotar uma abordagem de engenharia. Por exemplo: desenvolver um sistema de informações para um banco. 1. Introdução Analogamente: Construir uma casinha de cachorro é um problema simples. O próprio dono pode comprar os materiais e construir a casinha em um final de semana. Construir um edifício requer um projeto de engenharia civil, planejamento da execução da obra e desenvolvimento de modelos (maquetes e plantas de diversas naturezas), até a realização da obra, que deve ocorrer por etapas. Ao longo da realização do trabalho, é necessário realizar um acompanhamento para verificar prazos, custos e a qualidade do que se está construindo. 2

1.1 O que é A surgiu com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos de software e aumentar a produtividade no processo de desenvolvimento. Trata de aspectos relacionados ao estabelecimento de processos, métodos, técnicas, ferramentas e ambientes de suporte ao desenvolvimento de software. Propõe a divisão do problema em problemas menores, cujas soluções devem ser integradas por uma arquitetura. As soluções devem ser obtidas utilizando-se procedimentos (métodos, técnicas, roteiros etc), bem como ferramentas que automatizam o trabalho (ou parte dele). Tipicamente, são exigidas várias pessoas, cujo esforço deve ser planejado, coordenado e acompanhado. Também é requerido que a qualidade do que se está produzindo seja sistematicamente avaliada. 1.2 Qualidade x Produtividade = Qualidade Produtividade 3

1.2 Qualidade x Produtividade = Qualidade Produtividade! 1.2 Qualidade x Produtividade O objetivo da é melhorar a qualidade dos produtos de software e aumentar a produtividade no processo de desenvolvimento. Então: = Qualidade Produtividade 4

1.2 Qualidade x Produtividade Alguns resultados de pesquisa realizada com empresas que implementaram práticas do MPS.BR entre 2008 e 2009 Fonte: http://www.softex.br/mpsbr 1.2 Qualidade x Produtividade Situação das empresas após os primeiros passos da implantação das práticas de melhoria (MPS.BR Nível G) 5

1.2 Qualidade x Produtividade Situação das empresas após os primeiros passos da implantação das práticas de melhoria (MPS.BR Nível F) 1.2 Qualidade x Produtividade Situação das empresas após a manutenção/evolução das práticas de melhoria (revalidação/evolução de nível) 6

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo O que é qualidade? Por exemplo, o que é um carro de qualidade? Para responder a essa questão, devem ser considerados diversos fatores, como: segurança, desempenho, beleza, conforto, tamanho e custo, dentre outros. 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Qualidade é um conceito relativo que está diretamente relacionado à conformidade com requisitos e à satisfação do cliente. Como isso se manifesta em software? Qualidade de software é um conjunto de características a serem satisfeitas em um determinado grau, de modo que o software satisfaça às necessidades de seus usuários. Usuários finais Desenvolvedores Usuários indiretos 7

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo E o que é um software de qualidade? Desenvolvedor (perspectiva interna): É um software fácil de manter. Usuário (perspectiva externa de observação pelo uso do produto): É um software que satisfaz minhas necessidades, é fácil de usar, eficiente e confiável. Cliente (perspectiva externa de observação da qualidade em uso): É um software que agrega valor a meu negócio. 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Então: Qualidade de software é um conceito com múltiplas facetas (perspectivas de usuário, desenvolvedor e cliente) e que envolve diferentes características (por exemplo, usabilidade, confiabilidade, eficiência, manutenibilidade, portabilidade, segurança, produtividade) que devem ser alcançadas em níveis diferentes, dependendo do propósito do software. Note que esse conceito foca produto. 8

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Então: Qualidade de software é um conceito com múltiplas facetas (perspectivas de usuário, desenvolvedor e cliente) e que envolve diferentes características (por exemplo, usabilidade, confiabilidade, eficiência, manutenibilidade, portabilidade, segurança, produtividade) que devem ser alcançadas em níveis diferentes, dependendo do propósito do software. Note que esse conceito foca produto. Como garantir que o produto de software tenha qualidade? 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo relaciona-se diretamente com a Qualidade do Produto de Software Qualidade do Processo de Software Melhorando a qualidade do processo de software, é possível melhorar a qualidade dos produtos resultantes. A premissa por detrás dessa afirmativa é a de que processos bem estabelecidos, que incorporam mecanismos sistemáticos para acompanhar o desenvolvimento e avaliar a qualidade, no geral, conduzem a produtos de qualidade. Um bom processo não garante que os produtos produzidos são de boa qualidade, mas é um indicativo de que a organização é capaz de produzir bons produtos. 9

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo De modo geral, o que é um PROCESSO? Uma receita de bolo é um processo? A abertura de uma conta em um banco é um processo? 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo De modo geral, o que é um PROCESSO? Uma receita de bolo é um processo? A abertura de uma conta em um banco é um processo? Um processo de software pode ser visto como o conjunto de atividades, métodos, práticas e transformações que guiam pessoas na produção de software. Um processo eficaz deve, claramente, considerar as relações entre as atividades, os artefatos produzidos no desenvolvimento, as ferramentas e os procedimentos necessários e a habilidade, o treinamento e a motivação do pessoal envolvido. 10

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Elementos que compõem um processo de software: Processo de Software Processos Atividades Pré-atividades Subatividades Artefatos Insumos Produtos Recursos Recursos Humanos Ferramentas de Software Hardware Procedimentos Métodos Técnicas Roteiros Exemplo: Atv1. Realizar levantamento de requisitos. Pré-Atividade: Atv0 Insumo: Documento Planejamento de Entrevista Produto: Documento Registro de Entrevista. Recurso Humano: Analista de Sistemas Procedimento: Técnica para Realização de Entrevistas Atv2. Documentar requisitos. Pré-Atividade: Atv1 Insumo: Documento Registro de Entrevista. Produto: Especificação Textual de Requisitos. Recurso Humano: Analista de Sistemas Procedimento: Roteiro para Elaboração da Especificação Textual de Requisitos. 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Um processo de software, em uma abordagem de, envolve diversas atividades que podem ser classificadas quanto ao seu propósito em: i. Atividades de Desenvolvimento (ou Técnicas ou de Construção): são as atividades diretamente relacionadas ao processo de desenvolvimento do software, ou seja, que contribuem diretamente para o desenvolvimento do produto de software a ser entregue ao cliente. Ex.: especificação e análise de requisitos, projeto e implementação. ii. iii. Atividades de Gerência de Projeto: são aquelas relacionadas ao planejamento e acompanhamento gerencial do projeto, tais como realização de estimativas, elaboração de cronogramas, análise dos riscos do projeto etc. Atividades de Garantia da Qualidade: são aquelas relacionadas com a garantia da qualidade do produto em desenvolvimento e do processo de software utilizado, tais como revisões e inspeções de produtos (intermediários ou finais) do desenvolvimento. 11

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Atividades do processo de software: Atividades de Gerência As Atividades de Gerência e as Atividades de Garantia da Qualidade são chamadas de atividades guarda-chuva, pois cobrem todo o processo de desenvolvimento. Atividades de Desenvolvimento Produto de Software Atividades de Garantia da Qualidade 1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo Há várias maneiras diferentes de fazer um bolo de chocolate. Pessoas alérgicas a leite precisam de receitas que não incluam leite. Pessoas diabéticas precisam de receitas que não incluam açúcar. Há várias formas diferentes de abrir uma conta bancária. Algumas pessoas podem abrir contas apenas para receberem seus salários. Algumas pessoas podem abrir contas com vantagens especiais, como limite de crédito. Processos de software podem ter diversas definições distintas. 12

1.3 Qualidade de Produto x Qualidade de Processo O que deve ser considerado para definir um processo de software? Características da aplicação (domínio do problema, tamanho, complexidade etc) Tecnologia a ser adotada na sua construção (paradigma de desenvolvimento, linguagem de programação, mecanismo de persistência etc) Organização onde o produto será desenvolvido Características da equipe Estabilidade dos requisitos Outros Existem Normas e Modelos de Qualidade que apoiam a definição de processos de software. 1.4 Normas e Organismos Normativos Normas internacionais de qualidade são criadas no trabalho voluntário de especialistas do mundo todo. Essas normas tornaram-se a base para especificar produtos, organizar o fornecimento de serviços e até mesmo para a elaboração de legislação em vários países. 13

1.4 Normas e Organismos Normativos Padrões de Facto Muitas vezes padrões surgem espontaneamente, a partir de uma necessidade ou como uma solução amplamente adotada quando comparada a outras alternativas. Padrões de facto são padrões aplicados na prática, mas que não foram formalizados como um regulamento. Podem ser criados involuntariamente ou por razões comerciais. 1.4 Normas e Organismos Normativos Padrões de Jure São criados de maneira formal, regulamentada. São escritos seguindo regulamentos e aprovados por instituições reconhecidas publicamente como capacitadas para tal (ex.: ISO, IEEE etc). 14

1.4 Normas e Organismos Normativos ISO - International Standardization Organization Criada em 1946, começou a funcionar em 1947. Conta atualmente com mais de 18.500 documentos internacionais de padronização*, tendo mais de 160 países participantes e mais de 50.000 especialistas que contribuem no mundo inteiro para a criação e verificação dos documentos. Cada país participante possui um órgão membro da ISO. No Brasil esse órgão é a ABNT. * Cerca de 1100 novos documentos são publicados por ano. 1.4 Normas e Organismos Normativos A ISO e as Normas Relacionadas à TI A ISO criou com a IEC* (International Eletrotechnical Commission) a primeira comissão conjunta para elaboração de normas, o JTC1 (Joint Technical Committee 1). O JTC1 é responsável pela criação de normas relacionadas à TI e é dividido em subcomissões (SC), que, por sua vez, são divididas em grupos de trabalho (working groups WG). Subcomissão SC-7: e de Sistemas. Alguns grupos de trabalho da SC-7: WG-2: Documentação de Sistemas WG-6: Avaliação e Métricas WG-7: Gerência do Ciclo de Vida WG-12: Medição do Tamanho Funcional *Existente desde 1906. 15

1.4 Normas e Organismos Normativos Identificação de uma Norma ISO ISO: significa que é uma norma ISO. IEC: significa que foi estabelecida em conjunto com a IEC. NBR: significa que é uma norma brasileira. Exemplos: ISO 9001 - Quality Management Systems Requirements ISO/IEC 15504 - Information Technology Process Assessment NBR ISO 9001 - Sistemas de Gestão da Qualidade Requisitos NBR ISO/IEC 12207 - Engenharia de Sistemas e Software - Processos de Ciclo de Vida de Software 1.4 Normas e Organismos Normativos - Algumas normas trazem o ano para identificar sua versão. ISO 9001:2000 - Quality Management Systems Requirements ISO 9001:2008 - Quality Management Systems Requirements - Algumas normas são divididas em partes. ISO/IEC 15504-1 - Information Technology - Process Assessment - Part 1: Concepts and Vocabulary ISO/IEC 15504-2 - Information Technology - Process Assessment - Part 2: Performing an Assessment - FDIS : significa que a norma está em estágio final de edição. A norma propriamente dita poderá conter modificações editoriais em relação a essa versão. ISO/IEC FDIS 15504-1.6 - Information Technology - Process Assessment - Part 1: Concepts and Vocabulary - TR: significa que o documento é um relatório técnico. ISO/IEC 90003:2004 - Software Engineering - Guidelines for the Application of ISO 9001:2000 to Computer Software 16

1.4 Normas e Organismos Normativos Etapas de criação de uma Norma Uma norma possui pelo menos um editor e um ou mais coeditores, que são pessoas de conhecimento técnico reconhecido e que podem se dedicar ao projeto. O editor (junto com os coeditores) é responsável pela escrita do primeiro esboço do documento. Esse esboço é distribuído para análise pelos grupos de trabalho internacionais. A partir daí, sugestões de modificações são submetidas, avaliadas e introduzidas, em um ciclo que culmina com a versão final. 1.4 Normas e Organismos Normativos Criação das Normas ISO/IEC Assim que uma nova proposta de item de trabalho (New Work Item proposal - NWI) é aprovada, um grupo de trabalho (WG) e um líder são designados. Um grupo de especialistas produz um esboço de trabalho (Working Draft WD) que é refinado até atingir o grau de maturidade de esboço do comitê (Committee Draft CD), quando é enviado aos grupos de trabalho internacionais (WGs). O trabalho segue em ciclos de modificação e uma data é fixada para votação. 17

1.4 Normas e Organismos Normativos Criação das Normas ISO/IEC Passada a votação, o documento atinge o estágio de esboço de norma internacional (Draft International Standard DIS), quando passa por um novo ciclo de análise e modificações. Passada uma nova votação que aprova o documento no estágio de esboço finalizado (Final DIS FDIS), apenas modificações de caráter editorial podem ser efetuadas. Finalmente a norma é publicada como Norma Internacional (International Standard IS) ou como relatório técnico (Technical Report TR). 1.4 Normas e Organismos Normativos Uso das Normas pelas Organizações Duas etapas gerais: Adequação x Certificação Adequação: deve preceder a certificação e consiste em colocar em prática, total ou parcialmente, aquilo que é nela proposto. Certificação: Envolve a participação de um organismo ou empresa externa que possa atestar que a empresa candidata segue efetivamente o padrão. 18

1.4 Normas e Organismos Normativos Processo de Certificação 1. A empresa estabelece o seu sistema da qualidade. 2. A empresa faz uma solicitação formal a um órgão certificador. 3. O órgão certificador faz uma primeira visita à empresa para colher mais dados e explicar o processo de certificação. 4. Pré-análise: o órgão certificador verifica se a documentação do sistema da qualidade está de acordo com a norma e gera um relatório de não conformidades. 5. A empresa realiza ajustes em seu sistema de qualidade. 6. Avaliação: o órgão certificador envia uma equipe à empresa com fins de auditoria. A equipe gera um novo relatório de não conformidades e decide: Certificar a empresa, sugerindo apenas pequenas correções a serem realizadas. Certificar a empresa, porém sob a condição de que certas correções sejam efetuadas. Não certificar a empresa, recomendando uma nova etapa de adequação à norma antes de uma nova tentativa de certificação. 7. Durante a validade da certificação, o órgão certificador realiza visitas periódicas à empresa para assegurar que o sistema continua sendo efetivo. 1.4 Normas e Organismos Normativos IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers Possui mais de 395.000 membros em 160 países. Possui um comitê para estabelecimento de padrões em Engenharia de Software de Software e Sistemas (Software & Systems Engineering Standards Committee S2ESC) Exemplos de padrões estabelecidos pelo S2ESC: IEEE Std 1061-1998- IEEE Standard for a Software Quality Metrics Methology IEEE Std 830-1998 - IEEE Recommended Practice for Software Requirements Specifications 19

1.4 Normas e Organismos Normativos Outros Organismos SEI Software Engineering Institute Carnegie Melon University responsável pelo CMMI. Softex (Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software) responsável pelo MR MPS.BR. Prodfor (Programa Integrado de Desenvolvimento da Qualificação de Fornecedores) - responsável pela certificação SGQF (Sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento), exigida por alguns órgãos capixabas. Qualidade de Software Referências BARCELLOS, M. P., 2011, Material da disciplina, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória ES. FALBO, R. A., 2007, Material da disciplina Qualidade de Software, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória ES. SOFTEX, 2010, Indicadores de Desempenho 2010, disponível em http://www.softex.br/mpsbr. 20

Universidade Federal do Espírito Santo Centro Tecnológico Departamento de Informática Programa de Pós-Graduação em Informática Disciplina: INF5008 Prof.: (monalessa@inf.ufes.br) 21