Cacau Amêndoa Período: Março de 2013 Tabela I PREÇO PAGO AO PRODUTOR - Cacau Amêndoa (em US$/ton.) Períodos Anteriores Março/13 % Locais Unid. 12 meses 1 mês [a] [b] [c] c/a c/b Ilhéus - Bahia R$/Kg 5,83 6,90 6,81 16,8% -1,3% Medicilândia - Pará R$/Kg 5,25 6,00 6,00 14,2% - Ariquemes - Rondônia R$/Kg 3,92 4,80 5,00 27,5% 4,1% Linhares Espírito Santo R$/Kg - 7,02 7,50-6,8% Períodos Anteriores Março/13 % % MERCADO MUNDIAL Unid. 12 meses [a] 1 mês [b] [c] c/a c/b ICCO Monthly Averages* US$ / ton 2.624,82 2.994,36 3.041,67 15,8% 1,5% MERCADO INTERNACIONAL O índice ICCO * (International Cocoa Organization), que representa o desempenho das Bolsas de Nova Iorque e Londres, por meio das cotações do mercado futuro ficou com média acima do importante marco psicológico dos 3 mil dolares neste mês de março, fechando em US$ 3.041,67 a tonelada da amêndoa de cacau. Este valor representa um aumento de 1,5% em relação à média de fevereiro. Já em relação aos últimos 12 meses, os ganhos chegam a 15,8%, o que reflete a recuperação desta commoditie. A última vez que este índice de preços ficou acima dos 3 mil dólares foi em agosto de 2011. No Gráfico I, pode ser visualizada a evolução do índice ICCO nos últimos 12 meses. Em abril de 2013, a média da tonelada de amêndoa foi de US$ 2.294 dólares, um ano depois, março de 2014, esta média ficou US$ 747 maior. *A média mensal feita pela Organização Internacional do Cacau (ICCO) é a média das cotações futuras de três ativos negociados na NYSE Liffe Futures and Options e na ICE Futures US, até o horário de fechamento de Londres. Os preços de Londres são convertidos em dólares dos Estados Unidos por tonelada, utilizando a taxa cambial futura de seis meses em Londres, no fechamento.
Gráfico I Média Mensal Preços Diários Fonte: International Cocoa Organization-ICCO No primeiro dia útil de março a tonelada de cacau nas bolsas de Nova Iorque e Londres, respectivamente, fechou em US$ 2.928 e 1825, ou seja, pequena queda em relação ao último mês de fevereiro resultante de vendas de origens africanas. Por volta do dia 11 de março, notícias de risco de ocorrência do fenômeno El niño, somada às previsões otimistas em relação ao consumo de chocolate ajudaram as cotações a ultrapassarem novamente a barreira dos 3 mil dólares. Foram essas as únicas informações fundamentais que movimentaram o mercado de cacau durante o mês de março, fora isto, o embate entre os fundos de investimentos que, como de praxe, continuaram protagonizando as oscilações dos preços. O Gráfico II mostra os comparativos entre os índices ICCO das últimas safras. A safra 2013/14 já alcançou patamares de preços que não eram atingidos desde a safra 2010/11. De acordo com a última atualização da Organização internacional do Cacau (ICCO), o déficit para a safra 2012/13 está em 174 mil toneladas, já para a safra 2013/14, que se encerrará em setembro deste ano, a expectativa é que o déficit seja de 115 mil toneladas. De acordo com muitos analistas, a demanda deve seguir aumentando constantemente, principalmente devido à retomada do consumo nos mercados mais maduros e o crescente poder de compra dos países emergentes. Já do lado da oferta, é necessário haver uma profissionalização dos produtores e incentivo a um maior acesso às tecnologias. Os produtores de cacau são, em sua maioria, formados de produtores pequenos e pouco profissionalizados, por isso, a produtividade da cacauicultura não cresceu significamente nos últimos anos em todo mundo.
Há preocupação em relação à cultura do cacau em muitos dos seus principais produtores. A Indonésia enfrenta problemas de envelhecimento de sua lavoura, já Camarões e Nigéria enfrentam grandes problemas, devido infestações das plantações com a podridão-parda. Diante deste cenário, a ICCO projeta preços internacionais próximos dos 4 mil dólares por tonelada, até a safra 2022/23. Gráfico II Comparativo das Últimas Safras Fonte: International Cocoa Organization-ICCO MERCADO NACIONAL De acordo com os dados de preço apresentados na Tabela I, os preços médios recebidos pelos produtores no mês de março nas praças de Ilhéus-BA e Medicilândia-PA permaneceram relativamente estáveis em comparação com fevereiro. Na comparação com os últimos 12 meses, os ganhos no quilo da amêndoa são expressivos, tanto na Bahia e Pará, quanto em Rondônia. No Espírito Santo, de acordo com dados coletados pela Conab, o preço do quilo da amêndoa de cacau já rompeu a barreira dos R$ 7,00 o quilo.
Em franca expansão desde o meio de 2013, a subida dos preços da amêndoa nos dois principais Estados produtores de cacau, Bahia e Pará vêm apresentando sinais de exaustão nos meses recentes. Dentro os motivos, a pausa na valorização do dólar frente ao real, bem como a conjuntura econômica brasileira atual, que prevê fraco crescimento para este ano. No Gráfico III, pode-se visualizar esta evolução dos preços nos últimos 12 meses, lembrando que março é o penúltimo mês da safra brasileira de cacau. Gráfico III Média Mensal de Preços ao Produtor Fonte: Siagro/Conab Como já relatado diversas vezes, a safra brasileira 2013/14 deverá ficar bem aquém da safra passada. A safra baiana deve ficar em torno das 140 mil toneladas, ante as 180 mil toneladas de 2012/13. Para os demais Estados, a produção deve ficar em cerca de 60 mil tonaldas. O Estado do Pará, apesar de não apresentar uma grande produção no período da safra brasileira que será encerrada em abril, as perspectivas são de melhorara na produção daqui para o final de 2014. A previsão é que no ano civil de 2014 o Pará possa produzir acima das 90 mil toneladas. Sua produção que se concentrava na região da Transamazônica vem se espalhando para o oeste, sul e nordeste do Estado. A
produtividade paraense tem se mostrado uma das maiores do mundo, chegando a cerca de 900 kg por hectare. Quanto ao processamento da amêndoa, além da unidade industrial de chocolate Cacau Way, formada por agricultores familiares, está se instalando no Pará uma fábrica da Amazônia Cacau. Estas duas empresas são de pequeno porte, porém há um grande interesse das grandes empresas internacionais do setor em se instalar no segundo Estado de maior produção de cacau do Brasil. A infraestrutura deficiente ainda é um obstáculo, mas no futuro há grandes possibilidades de que um parque moageiro de cacau se forme no Pará. No Espírito Santo, o cacau cabruca deve se transformar em Reserva Legal nos Sistemas Agroflorestais. Um plano de renovação dos pés de cacau também visa melhorar o desempenho da produção estadual. Fonte: ACBahia / TH Consult Bruno Pereira Nogueira Analista de Mercado Fone: (61) 3312-2315 fax: (61) 3321-2029 Email: bruno.nogueira@conab.gov.br