COMPARAÇÃO ENTRE O SETOR PÚBLICO E O TERCEIRO SETOR NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SOCIAIS: EFICIÊNCIA ECONÔMICA E QUALIDADE. Paulo Eduardo Bassi Arce

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COMPARAÇÃO ENTRE O SETOR PÚBLICO E O TERCEIRO SETOR NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SOCIAIS: EFICIÊNCIA ECONÔMICA E QUALIDADE Paulo Eduardo Bassi Arce

1 Painel 39/ 03 Descentralização e Parcerias: OS, OSCIPS e Formatos Inovadores COMPARAÇÃO ENTRE O SETOR PÚBLICO E O TERCEIRO SETOR NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SOCIAIS: EFICIÊNCIA ECONÔMICA E QUALIDADE Paulo Eduardo Bassi Arce (Prefeitura Municipal de Campinas / Universidade São Francisco) paulob.eduardo@gmail.com Resumo Este trabalho estabelece uma comparação entre a execução de políticas públicas da área social pelo poder público e pelo terceiro setor, representado pelas Organizações da Sociedade Civil (OSC). Para tal finalidade, será incialmente apresentada uma evolução da participação do terceiro setor na execução das políticas públicas no município de Campinas - SP. Depois de contextualizar a crescente participação do terceiro setor, avalia-se a eficiência desta estratégia de gestão, a partir da comparação de custos e qualidade de um serviço específico que é executado tanto pelo poder público, diretamente, quanto por diversas OSC financiadas pelo poder público. Em termos de custo será comparado o valor per capita do serviço e em termos de qualidade serão adotados indicadores provindos do monitoramento e avaliação executados pelo poder público. Assim, analisa-se se a estratégia de gestão adotada - de delegar a execução direta das políticas sociais ao terceiro setor via financiamento - é eficiente. O serviço que servirá como estudo de caso será o Serviço de Abrigo Institucional (SAI) para crianças e adolescentes, em Campinas - SP. Os resultados deste trabalho indicam que a terceirização da execução do serviço proporciona maior eficiência econômica, no entanto, não se garante que a qualidade de execução do serviço seja mantida. Palavras-chave: Assistência Social; Custos; Qualidade.

2 1 Introdução A Constituição Federal de 1988 prevê, dentre seus principais conceitos, o direito à dignidade da pessoa humana e o acesso a serviços públicos de qualidade, e possui como objetivos fundamentais a erradicação da pobreza e redução das desigualdades sociais. Estes objetivos só podem ser alcançados por meio de políticas públicas eficazes (AGU, 2015). Visando sistematizar a gestão das ações na área de assistência social, a Lei nº 8.742 de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social LOAS) estabelece o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) cujos objetivos são, dentre outros, consolidar a gestão compartilhada e o cofinanciamento dos agentes que operam a proteção social. Em seu art. 5º, a LOAS estabelece como diretrizes a descentralização políticoadministrativa da proteção social nas esferas de governo, determina a participação da população por meio de organizações representativas na formulação e controle das políticas, e define como sendo do Estado a primazia na responsabilidade da condução da política social em cada esfera de governo. Portanto, fica evidente que o Estado assume a responsabilidade pela política em si, mas a LOAS deixa aberta ao Estado a possibilidade de contar com outros agentes, não estatais, para a execução destas políticas. O art. 14º da LOAS reafirma este aspecto ao determinar que os projetos da área social podem contar com parcerias de Organizações da Sociedade Civil (OSC) (BRASIL, 1993). Baseada nesta previsão legal, é prática crescente a operacionalização das políticas sociais por meio de parcerias entre o Estado e o terceiro setor, representado pelas OSC. A busca por parcerias com o terceiro setor visa, via de regra, reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços prestados, estabelecendo uma separação na totalidade do serviço prestado: o Estado deixa de assumir o papel de principal executor das políticas e adquire um papel estratégico de gestor das parcerias, enquanto o terceiro setor assume o papel de executor das políticas. Portanto, evidencia-se a necessidade de se avaliar se esta estratégia de delegar a execução dos serviços ao terceiro setor via parcerias proporciona de fato ao Estado um aumento na eficiência econômica e na qualidade do serviço prestado, cumprindo, desta forma, o seu dever constitucional previsto na LOAS. A tendência de terceirizar os serviços da política social é abrangente em nível nacional, se replicando nas três esferas de governo. Este trabalho apresenta uma análise deste assunto para o município de Campinas-SP. Campinas é uma cidade de 1,16 milhões de habitantes, sendo que por volta de 223 mil pessoas se encontram em uma faixa de vulnerabilidade social, sendo usuários do SUAS, nos mais variados serviços prestados pela rede socioassistencial (PREFEITURA DE CAMPINAS, 2015). Neste contexto, evidencia-se a necessidade de se medir a eficiência econômica e a qualidade dos serviços da política social prestados no município. Para esta finalidade, propõe-se uma comparação em um estudo de caso. O serviço escolhido Serviço de Abrigo Institucional (SAI) para crianças e adolescentes - pertence à alta complexidade, e é executado tanto pela rede pública quanto pelo terceiro setor. Portanto, serão apresentados e analisados dados de custo e qualidade do serviço para um abrigo público administrado pela Prefeitura Municipal de Campinas (PMC) e para quatro abrigos administrados por OSC diversas. A comparação em termos de eficiência econômica será feita com base no critério de custo per capita. Em termos de qualidade, serão adotados indicadores provenientes do monitoramento de execução destes serviços. Os dados para este estudo foram obtidos junto à Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social (SMCAIS) da PMC.

3 1.1 Estrutura O presente estudo está estruturado da seguinte maneira: a seção 1 apresentou uma introdução ao tema; a seção 2 apresenta o referencial teórico, onde será elucidada a estrutura lógica do trabalho bem como a revisão bibliográfica realizada; a seção 3 apresenta a metodologia adotada no estudo; a seção 4 apresenta os resultados e análises e a seção 5 apresenta as conclusões. 1.2 Objetivo O objetivo desta pesquisa é responder ao seguinte questionamento: o poder público, na área de assistência social em Campinas-SP, tem recorrido à terceirização dos serviços como forma de execução das políticas públicas? Neste caso, esta estratégia tem alcançado eficiência econômica e qualidade de prestação dos serviços, em comparação com a execução direta por parte do estado? 2 Referencial Teórico O trabalho está estruturado a partir de três análises: (i) mostrar a crescente participação do terceiro setor na execução das políticas sociais com a consequente diminuição da participação direta do estado como executor; (ii) comparação da eficiência econômica entre o serviço executado de forma direta pelo poder público e o serviço executado de forma indireta, através das OSC; e (iii)comparação da qualidade do serviço prestado. As análises propostas visam avaliar se a estratégia de terceirizar os serviços públicos acarreta de fato em um serviço de menor custo e maior qualidade. Inicialmente, é necessário apresentar o conceito de política social. A política social pode ser entendida como um caso particular de política pública, voltada e aplicada para o atendimento de necessidades e servindo como mecanismo de redução da desigualdade social (BRAGA, 2012). Neste artigo, especificamente, será analisada a política social na área da assistência social, com foco, portanto, na proteção social. No Brasil, a proteção social é operacionalizada pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e garantida legalmente como um direito do cidadão pela LOAS (MDS, 2016). De acordo com (SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2016), cabe ao estado um papel estratégico na coordenação da política de desenvolvimento social, estabelecendo diretrizes, atuando diretamente, financiando e fiscalizando o terceiro setor e a inciativa privada. Portanto, fica evidente a participação do estado tanto como prestador direto do serviço social quanto como gestor estratégico da execução terceirizada dos serviços, delegados via financiamento ao terceiro setor, representado em grande parte pelas OSC. A assistência social é organizada em termos de prestação de serviços conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (MDS, 2014), ilustrada na Figura 1:

4 1.1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) Proteção Social Básica (PSB) 1.2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 1.3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para PCD e Idosos 1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias Indivíduos (PAEFI) Assistência Social 2. Serviço Especializado em Abordagem Social Média Complexidade (PSEMC) 3. Serviço de proteção social a adolescentes (LA) e (PSC) 4. Serviço de Proteção para PCD, Idosos e suas Famílias 5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua Proteção Social Especial 1.1. Serviço de Acolhimento Institucional (SAI) Alta Complexidade (PSEAC) 1.2. Serviço de Acolhimento em República 1.3. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora 1.4. Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de emergências Figura 1 - Tipificação dos Serviços da Assistência Social. (Elaboração Própria).

Conforme observa-se na Figura 1, a assistência social divide-se em dois níveis de proteção: Proteção Social Básica (PSB) e Proteção Social Especial. Esta, por sua vez, dividese em Média Complexidade (PSEMC) e Alta Complexidade (PSEAC). Dentro das proteções encontram-se diversos tipos de serviços prestados à população, cada qual categorizado em termos de público-alvo, objetivos e metodologias. Não faz parte do escopo deste trabalho explorar em detalhes as particularidades dos serviços. Assim, será feito um breve comentário a respeito do Serviço de Acolhimento Institucional (SAI), da PSEAC, em destaque na Figura 1, que é o serviço usado como estudo de caso para as comparações realizadas mais adiante. O SAI consiste, em linhas gerais, do acolhimento em unidades com características residenciais, de famílias e indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral e convívio familiar e comunitário (MDS, 2014). Neste artigo será abordada a modalidade de acolhimento para crianças e adolescentes, que são atendidas pelo SAI em unidades com quantidades de usuários variadas e em locais diferentes, uma vez que este serviço é executado diretamente pelo poder público e também de forma terceirizada, por quatro OSC. Neste contexto de coexistência de prestação do SAI tanto pelo poder público quanto de forma terceirizada, cabe descrever aspectos referentes à forma com que se dá a terceirização do serviço. Esta pode assumir diversas formas: concessão, permissão, parcerias, alocação de mãode-obra e sublocação (DIEESE, 2006). Neste trabalho será analisada a forma de parceria, na qual o estado delega funções a OSC via financiamento das mesmas, por meio de termos de parceria. As parcerias são firmadas com o terceiro setor, pelo qual é necessário definir o que é o terceiro setor. Diversas definições podem ser encontradas na literatura. Para este trabalho, duas definições são adequadas. Em (THOMPSON, 1997) define-se terceiro setor como sendo aquele que trata das instituições sem fins lucrativos que, a partir do âmbito privado, perseguem propósitos de interesse público. Em (LEE, 1997) define-se o terceiro setor como o conjunto das organizações da sociedade civil fora do aparato do estado e do setor privado que têm por objetivo prestar serviços ao público, antes competência do estado. As duas definições evidenciam que o terceiro setor presta serviços ao público, e que estes serviços são, originalmente, atribuições estatais. A opção do Estado por terceirizar os serviços sociais tem como motivação a busca por maior eficiência na gestão das políticas públicas, a qual, por diversos motivos, não é alcançada pelas organizações públicas (JUNQUEIRA, 2004). Portanto, neste contexto de coexistência do público e do terceiro setor na execução dos serviços sociais e, considerando a opção estratégica de terceirização visando eficiência na prestação de serviços, é imperativo avaliar se de fato esta estratégia leva a ganhos em termos de eficiência econômica sem prejudicar a qualidade do serviço. Uma análise interessante sobre a relação entre o público e o privado no serviço social é feita em (PEREIRA, 2013), onde se discute o impacto da terceirização dos serviços públicos no trabalho dos assistentes sociais. Para tal finalidade, é feito um estudo de caso na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano de Fortaleza. Evidencia-se neste estudo que a terceirização leva a uma flexibilização dos vínculos trabalhistas e à fragilização dos mesmos. Isto leva o trabalhador a sofrer com a falta de recursos no desenvolvimento de ações, com uma grande rotatividade de funcionários levando a um importante rompimento de vínculo com o usuário do serviço. Assim, a precarização do trabalho promovida pela terceirização dos serviços sociais se torna uma marca evidente, uma vez que a redução de custos através do financiamento do terceiro setor para execução dos serviços é possível, principalmente, por meio da redução de custos com recursos humanos, via redução de salários.

6 3 Metodologia A avaliação da eficiência econômica atrelada a uma avaliação de qualidade de serviço prestado é um tema amplo, que possui diversas metodologias. No presente trabalho é adotada uma metodologia de análise semelhante à adotada em (CASTRO, 2007). Este trabalho, da área da saúde, apresenta um estudo de custo-efetividade da provisão do serviço de Atenção Básica, comparando dois modelos de serviço: Modelo Tradicional x Programa Saúde da Família (PSF). O estudo é baseado em dois conceitos: primeiramente é feita uma análise em torno da avaliação econômica, e depois é feito um estudo de caso comparando dois equipamentos públicos: um que presta serviço no modelo tradicional, e um que presta serviço no modelo PSF. Os dados obtidos e processados mostraram que o modelo PSF é mais custo-efetivo. No presente trabalho, pretende-se aplicar esta metodologia a um estudo de caso no município de Campinas-SP, comparando o SAI executado pela rede pública e pelo terceiro setor. Este artigo foi desenvolvido visando apresentar: (i) uma análise macro, em que se apresenta a tendência de transferir a execução dos serviços públicos ao terceiro setor; uma análise micro, em que se faz um estudo de caso, comparando a execução do SAI por um equipamento público e quatro equipamentos do terceiro setor, sob dois pontos de vista: (ii) eficiência econômica e (iii) qualidade do serviço. Os dados para o estudo foram obtidos junto à Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social (SMCAIS) da Prefeitura Municipal de Campinas. Os dados para a análise (i) correspondem à evolução histórica, ao longo de dez anos, do orçamento destinado à SMCAIS, especificando qual a porcentagem deste orçamento que foi destinado aos equipamentos públicos e qual a porcentagem destinada ao financiamento dos serviços prestados pelo terceiro setor. Os dados para a análise (ii) e (iii) dividem-se em dois tipos. O primeiro tipo corresponde aos dados relativos a custos (ii). Assim, obtiveram-se os custos do abrigo público e os custos do mesmo serviço (SAI) para quatro OSC do terceiro setor. A partir desta série de dados é realizada a análise de eficiência econômica. O segundo tipo corresponde aos dados relativos a qualidade do serviço (iii). Assim, obtiveram-se dados provindos do monitoramento dos serviços prestados, que são coletados pela SMCAIS através de instrumentais de monitoramento no sistema CIPS (Coleta de Informações de Programas Sociais). Estes instrumentais consistem em questionários quantitativos e qualitativos a respeito da execução dos serviços assistenciais no município. O questionário utilizado para esta pesquisa é o questionário de avaliação do SAI. Do total de questões presentes no questionário, selecionaram-se duas (que serão apresentadas em detalhes mais adiante).as questões selecionadas correspondem àquelas que melhor refletem a execução da metodologia de trabalho do SAI no sentido de garantir ao público alvo deste serviço o atingimento dos objetivos propostos. Além disso, os dados contidos nestas perguntas são quantitativos, facilitando a definição das mesmas como indicadores para as análises a serem realizadas. A partir destes indicadores é realizada a análise de qualidade do serviço prestado. 4 Resultados e Análises 4.1 Crescente participação do terceiro setor na execução das políticas da assistência social

Millions 7 Inicialmente será apresentada uma evolução do orçamento da pasta da SMCAIS no período 2007-2015, no qual está contido o valor repassado às OSC do terceiro setor para execução dos serviços socioassistenciais. Estes dados estão apresentados na Figura 2: R$ 165,00 R$ 145,00 R$ 125,00 R$ 105,00 R$ 85,00 R$ 65,00 R$ 45,00 R$ 25,00 R$ 5,00 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Orçamento Autorizado Repasse ao Terceiro Setor (Cofinanciamento) Percentual do Repasse no Orçamento Figura 2 - Orçamento Autorizado SMCAIS x Repasses ao Terceiro Setor (Elaboração Própria). A Figura 2 evidencia que o orçamento da SMCAIS foi crescente no período, com exceção para os anos 2010 2012. De 2007 a 2015 a pasta da SMCAIS recebeu um aumento percentual de aproximadamente 72%. O orçamento destinado a repasses ao terceiro setor foi crescente durante todo o horizonte de análise, apresentando um crescimento muito superior ao crescimento do orçamento total da pasta, apresentando uma variação de 522% no período. Os repasses ao terceiro setor passaram de 12% do orçamento total da SMCAIS em 2007 para um total de 43% do orçamento da SMCAIS. Estes dados deixam clara a estratégia adotada pela gestão municipal no período: terceirizar os serviços públicos via repasses ao terceiro setor para execução dos serviços assistenciais. 4.2 Comparação de Eficiência Econômica Ficando evidente a crescente participação do terceiro setor na execução direta das políticas sociais, é imprescindível levantar evidências de que esta estratégia de terceirização do serviço leve a uma maior eficiência econômica. Para realizar a comparação entre a execução pública e privada das políticas, em termos de custos, serão apresentados na Tabela 1 dados financeiros, relativos aos repasses realizados pelo poder público ao terceiro setor, bem como dados relativos ao número de usuários atendidos. Unidade Executora do SAI Valor Repassado Anual Número de Usuários

Custo Anual per Capita 8 OSC A R$ 992.299,20 20 OSC B R$ 992.299,20 20 OSC C R$ 992.299,20 14 OSC D R$ 992.299,20 17 Abrigo Público R$ 5.721.762,73 25 Tabela 1 - Valores Repassados e Usuários atendidos em 2016, no Serviço de Abrigo Institucional (SAI), por Unidade Executora 1. Com dos dados apresentados na Tabela 1, calcula-se o custo per capita, dado pela equação (1): Custo anual per capita = Valor Anual Repassado Número de Usuários [R$ Usuário ] (1) Os custos per capita obtidos estão apresentados na Figura 3: R$ 250.000,00 R$ 228.870,51 R$ 200.000,00 R$ 150.000,00 R$ 100.000,00 R$ 50.000,00 R$ 49.614,96 R$ 49.614,96 R$ 70.878,51 R$ 58.370,54 R$ - OSC A OSC B OSC C OSC D Abrigo Público Figura 3 Custo anual per capita de execução do SAI em 2016, por Unidade Executora. Fica evidente na Figura 3 que a execução do SAI alcança maior eficiência econômica a partir da terceirização do serviço. Dentre as cinco unidades apresentadas, o abrigo público se apresenta menos eficiente que as unidades executoras representadas por OSC. O abrigo público apresenta o maior custo per capita de execução do serviço. Tão importante quanto avaliar a eficiência econômica das diferentes unidades executoras, é avaliar se o serviço prestado apresenta o mesmo nível de qualidade. 4.3 Comparação de Qualidade do Serviço A partir dos dados disponíveis no instrumental de monitoramento dos serviços sociais, no sistema CIPS, foram escolhidos dois critérios para avaliação de qualidade do serviço prestado: 1 Visando manter a confidencialidade dos dados apresentados, os nomes das OSC foram omitidos neste estudo, sendo aqui designadas por letras, de A ad.

9 Indicador 1: Execução de Estratégias Metodológicas realizadas com famílias de origem nuclear, extensa e significativa, família acolhedora e crianças e adolescentes; Indicador 2: Execução de Atividades realizadas para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. A escolha destes dois critérios se deu com base na adequação dos mesmos aos objetivos metodológicos do serviço prestado conforme descrito na tipificação nacional de serviços da assistência social (MDS, 2014). A apresentação dos dados obtidos no monitoramento dos serviços em forma de indicador de qualidade seguiu a seguinte metodologia: Totalizaram-se os dados mensais, por unidade executora, da questão do instrumental de monitoramento que trata de Execução de Estratégias Metodológicas realizadas com famílias de origem nuclear, extensa e significativa, família acolhedora e crianças e adolescentes, dando origem a um número anual deste parâmetro. Este valor anual foi totalizado para as quatro unidades executoras do terceiro setor e dividido pelo número anual de usuários atendidos pelas quatro unidades em conjunto, compondo a série Terceiro Setor na Figura 4. O mesmo procedimento foi realizado para o Abrigo Público, compondo a série Público na mesma figura. Totalizaram-se os dados mensais, por unidade executora, da questão do instrumental de monitoramento que trata de Execução de Atividades realizadas para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, dando origem a um número anual deste parâmetro. Este valor anual foi totalizado para as quatro unidades executoras do terceiro setor e dividido pelo número anual de usuários atendidos pelas quatro unidades em conjunto, compondo a série Terceiro Setor na Figura 4. O mesmo procedimento foi realizado para o Abrigo Público, compondo a série Público na mesma figura. Os dados estão apresentados na Figura 4 e mostram que a execução pública do SAI apresenta maior qualidade com base nos critérios considerados neste trabalho. A execução pública proporcionou maior execução de estratégias metodológicas com famílias e crianças e adolescentes (Indicador 1), bem como maior número de atividades realizadas para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários (Indicador 2). Portanto, a execução pública do SAI proporcionou, de acordo com os critérios adotados neste artigo, níveis maiores de execução das estratégias metodológicas do SAI e, consequentemente, maior qualidade na prestação do serviço. Tem-se, desta forma, uma evidência de que a execução direta do SAI por parte do poder público pode acarretar em uma melhor execução das estratégias metodológicas dos serviços prestados, melhorando, portanto, a qualidade dos mesmos. É possível que esta melhoria em termos de qualidade se dê em função a um maior nível de investimento em recursos humanos por parte do poder público, conforme é indicado em (PEREIRA, 2013). Esta análise é aderente à realidade vivenciada no dia-a-dia dos serviços, uma vez que as estratégias metodológicas utilizadas como indicadores de qualidade serão executadas com maior regularidade e eficiência se a disponibilidade da equipe para tais atividades for maior.

Número de Atividades per capita realizadas no ano 10 60 57 50 40 40 41 43 30 20 10 0 Indicador 1 Indicador 2 Terceiro Setor Público Figura 4 - Numero de Atividades per capita realizadas no ano de 2016, no serviço SAI. 5 Conclusões/Considerações Finais Este artigo apresentou um estudo comparativo sobre a execução dos serviços sociais por parte do poder público e do terceiro setor, no Município de Campinas-SP, estabelecendo uma comparação de custos e qualidade entre eles. Para tal, inicialmente, apresentou-se a evolução orçamentária da SMCAIS, mostrando que ao longo dos últimos dez anos, a parcela do orçamento destinado a repasses ao terceiro setor aumentou. Com isto, fica evidente que o poder público transferiu gradativamente a execução direta dos serviços ao terceiro setor. Depois, a partir da comparação de custos, ficou evidente a vantajosidade econômica apresentada pelas OSC do terceiro setor em relação ao setor público. No entanto, avalia-se que a vantagem econômica apresentada pelas entidades do terceiro setor se dá em grande parte em função a um menor investimento no quadro de RH. Por fim, este trabalho fornece indícios de que um menor investimento em RH pode levar à perda de qualidade na execução do serviço. Assim, embora a terceirização das políticas sociais leve a uma melhoria em termos de eficiência econômica, não necessariamente esta melhoria se reflete na qualidade de execução do serviço. 5.1 Encaminhamentos da Pesquisa A pesquisa foi elaborada com base no estudo de um serviço específico, o SAI, situado na PSEAC. O estudo deve ser estendido a mais serviços, de forma que seja feita uma análise mais global da política social, incluindo a PSEMC e PSB (ver Figura 1). Com esta metodologia ampliada, os resultados poderiam ser mais expressivos e reveladores das particularidades de cada serviço. Também, é possível realizar um estudo mais amplo em termos de indicadores de qualidade, o qual, devido ao escopo deste trabalho, limitou-se a dois parâmetros que puderam

11 ser obtidos nos instrumentais de monitoramento e avaliação. A questão de indicadores na área social é muito complexa e recente, de modo que é, per se, um tema de pesquisa. Neste trabalho a questão de indicadores foi limitada a fornecer indicativos sobre a qualidade de execução dos serviços, de modo a complementar a análise econômica. Referências BRAGA, Marcus Vinicius de Azevedo. ONG E A POLÍTICA SOCIAL BREVES REFLEXÕES NO CONTEXTO ATUAL. Revista Projeção, Direito e Sociedade. Edição Especial. v. 3, n. 1, p. 267-273. 2012 BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Lei n 8.742, de 7 de dezembro de 1993. CASTRO, Janice Dornelles, et. al. Custo-efetividade: comparação entre o modelo tradicional e o Programa de Saúde da Familia. Revista Brasileira de Medicina Familiar e Comunitária. 2007. DIEESE. O processo de terceirização e seus efeitos sobre os trabalhadores no Brasil. 2006. JUNQUEIRA, Luciano Prates. A gestão intersetorial das políticas sociais e o terceiro setor. Saúde e Sociedade v.13, n.1, p.25-36, jan-abr 2004. LEE, A. et alii. As organizações não governamentais: um estudo sobre o terceiro setor. São Paulo, Faculdade de Economia e Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo.1997. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS). Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília, 2014. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS). Acesso à Informação. Brasília, 2016. PEREIRA, Maria Erica Ribeiro. FROTA, Maria Helena de Paula. TERCEIRIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: impactos no trabalho dos assistentes sociais da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano de Fortaleza- SEINF. São Luis do Maranhão, 2013. PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. Perfil das Pessoas e Famílias no Cadastro Único em Campinas. Campinas. Julho, 2015. Publicações da Escola da AGU: LOAS - Comentários à Lei Orgânica da Assistência Social Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 - Escola da Advocacia-Geral da União Ministro Victor Nunes Leal - Ano VII, n. 36. (jan./fev. 2015). SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Portal do Governo. Disponível em <http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/assistencia_sistema>. Acesso em 30/11/2016. THOMPSON, Andrés. Do compromisso à eficiência? Os caminhos do terceiro setor na América Latina. In: IOSCHPE, Evelyn Berg (org.). 3o setor: desenvolvimento social sustentado. Rio de Janeiro, Paz e Terra, p. 41-48. 1997.