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Transcrição:

A INCLUSÃO DIGITAL NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: O CASO DAS ESCOLAS DE SAMAMBAIA - DF Simone Braz Ferreira Gontijo - IFB Susana Soares Senna IFB Tayanne Oliveira Rodrigues IFB RESUMO: Este trabalho é fruto de estudo de caso realizado na disciplina de Fundamentos da Educação do 2º semestre do curso de Letras Língua Espanhola e apresenta uma breve análise sobre a inclusão digital em escolas públicas discutindo o uso das novas tecnologias como um fator importante para a formação o cidadão e ser desenvolvida na área da educação. Para tanto, analisou-se a realidade de três escolas públicas de educação básica da cidade de Samambaia, Distrito Federal: dois centros de ensino que oferecem ensino fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos e uma escola de educação infantil. Por meio de entrevistas com gestores e grupos focais formados por estudantes do 6º do ensino fundamental. Constatou-se que nas escolas investigadas a inclusão digital dos estudantes é realizada de forma precária. Apesar de haver espaços e equipamentos os mesmos nem sempre são disponibilizados pela escola aos estudantes e quando são a frequência de sua utilização é esporádica. Além disso, os alunos pouco acessam a internet para fins acadêmicos. PALAVRAS-CHAVE: Inclusão digital; ensino; aprendizagem. INTRODUÇÃO O avanço tecnológico tem provocado impacto na vida das pessoas e isso vem refletindo em mudança de comportamento. A forma de se comunicar já não é como antigamente, pois, o acesso a qualquer informação é de maneira rápida. Neste sentido, o método de produzir uma aula, também não pode continuar com hábitos tradicionalistas. Eles foram adaptados para acompanhar essa nova geração tecnológica, uma vez que, os estudantes têm dificuldades de se concentrar durante a explicação do professor. Pensando nesta questão, dialogar sobre a inclusão digital nas escolas se faz necessário, para que os educandos possam usar essa nova tecnologia a favor dos estudos. Para Moran (2013), não há dúvidas que o mundo digital afeta todos os setores, formas de vender, produzir, se comunicar, assim como aprender. Por isso, o papel da educação é ser mediadores competentes que utilizem recursos tecnológicos para obterem bons resultados na aprendizagem dos alunos. Assim sendo, ressignificar o papel da escola como instituição inclusiva em meio às novas tecnologias, conscientizando alunos, professores e comunidade sobre o 4528

uso de ferramentas digitais no ambiente educacional, criam uma perspectiva sob o educar para as novas gerações, pois vivemos na era da globalização e o ato de utilizar as ferramentas tecnológicas no cotidiano é cada vez maior. No século XXI a inclusão digital se caracteriza pelas novas tecnologias de informação. Portanto, o ideal seria garantir que todos, inclusive a população de baixa renda tivesse a possibilidade de fazer pesquisas, mandar e-mails e, principalmente, utilizar dos recursos oferecidos pelas novas tecnologias para o mercado de trabalho. Desta maneira, investigou-se como a escola pública tem inserido os estudantes desde a educação infantil e do ensino fundamental aos meios tecnológicos de forma a proporcionar-lhes qualidade de vida e acesso à educação. OBJETIVOS Geral - Identificar e analisar no ambiente escolar como é realizada a inclusão digital dos estudantes; Específicos - Identificar os espaços e equipamentos disponibilizados pela escola aos estudantes, bem como a frequência de sua utilização; Analisar as atividades voltadas a inclusão digital desenvolvidas pela escola; Identificar se a escola é um espaço que propicia a inclusão digital. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi realizada em 03 (três) escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal, situadas na cidade de Samambaia, sendo que os dados foram coletados por meio de entrevista com perguntas abertas aos gestores e grupo focal com estudantes, O grupo discutiu acerca do que é tecnologia, como se usa a internet para estudar no espaço escolar e sobre o uso dos celulares em sala de aula. Discutiu-se também acerca da proibição dos aparelhos eletrônicos em aula. A primeira escola pesquisada foi um Centro de Ensino Fundamental em Samambaia Sul. O espaço físico da instituição é adequado as necesidades da comunidade, conta com 15 salas e 96 funcionários. A escola atende alunos do ensino fundamental, médio e EJA. A interação escola-aluno é vista é harmônica; a equipe que está à frente da escola tem interesse em trazer novos recursos aos alunos, mas as verbas que são disponibilizadas não são suficientes aos gastos. Nessa foram entrevistadas duas turmas com 28 alunos do 6º ano, com 12 a 14 anos de idade. 4529

A segunda escola pesquisada foi o Centro Educacional Infantil em Samambaia Norte que oferece ensino regular em período integral. A estrutura física da escola é excelente, conta com 12 salas e uma equipe de 78 funcionários. A escola é referência em coordenação, equipamentos e monitoria. Por se tratar de educação infantil foi realizada entrevista com os gestores. A terceira escola pesquisada foi o Centro de Ensino Fundamental em Samambaia Norte, com 26 salas oferece ensino regular com o auxílio de 102 funcionários. Sua estrutura física é antiga, porém conservada. A Escola mantém-se organizada devido à equipe que a coordena, mesmo com dificuldades oferecem o mínimo necessário em tecnologia de forma a garantir que a inclusão digital aqueles que estão na margem do sistema. Foram entrevistados 23 alunos de uma turma do 6º ano. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Na escola de Educação Infantil a diretora afirma que o futuro chegou repleto de utensílios modernos, ou seja, ela acreditava que o ensino pode ser melhorado com a as ferramentas tecnológicas, pois os alunos já estão inseridos na num mundo digital. É importante orientar os estudantes ao uso adequado das ferramentas tecnológicas. Isso significar que é indispensável motivar e educar. A escola têm várias espaços lúdicos para os alunos como: parquinho, sala de vídeo e descanso, área com brinquedos e quadra de esporte. Também possuí uma sala com 07 (sete) computadores- o uso das tecnologias é proporcional a idade das crianças entre 03 (três) e 05 (cinco) anos. São jogos pedagógicos para alunos iniciantes, tendo como disciplinas, a língua portuguesa, matemática, geografía e artes, etc. Becker (2008) afirma que a inclusão digital compensaria a desigualdade de status com uma igualdade de oportunidades de informação. Isso ajudaria abrir portas no mercado de trabalho, buscar o conhecimento, além de uma boa comunicação e expressão. Visto que, a desinformação, só gera a pobreza intelectual das pessoas. Na escola de Ensino Fundamental 412, a vice- diretora Maria José relata que para que haja inclusão digital nas escolas é preciso capacitar os profissionais da área de educação. Ela aponta que na escola há sala de informática e vídeo, contudo os professores mais antigos têm resistência em utilizar esses recursos. Além disso, não há investimento adequado em equipamentos. Outra questão, é que os alunos utilizam a sala de informática, como um prêmio pelo comportamento ou quando um professor usa para pesquisas acadêmicas. 4530

Para Demo (2005) a inclusão digital na escola depende da qualidade do docente. Desse modo, os professores necessitam aprofundar-se nesta área, para poder expandir o conhecimento para os alunos. Na escola de Ensino Fundamental 120, o vice-diretor Lorinaldo afirma que falta aos estudantes discernimento para usar os recursos oferecidos pela escola. Ele conta que a escola disponibiliza a sala de informática exclusivamente para pesquisas, mas os mesmos utilizavam para diversos fins, inclusive acesso a pornografia. Por conseqüência, não há mais disponibilidade da internet para os educandos. Nem tão pouco um projeto voltado para inclusão digital, apenas para uso de pesquisas quando solicitado pelo professor. Situações como essas acontecem pela falta de familiaridade dos alunos com a utilizar os recursos tecnológicos para fins acadêmicos. A informação de tanto ser privada para os menos favorecidos, acaba por não ser explorada adequadamente quando é disponibilizada. A escola também proíbe o uso celulares e outros aparelhos eletrônicos em sala de aula. Esse assunto ainda é polêmico e o uso desses equipamentos para fins pedagógicos ainda não é amplamente difundido. Além disso, com a aprovação do Projeto de Lei N 2.246-A/2007, a polémica em torno da proibição do uso de determinadas ferramentas no espaço educacional encaminhou-se à novas questões, tendo como justificativa assegurar a atenção integral do aluno aos estudos. Para Becker (2008) a desinformação é um dos grandes problemas da inclusão digital. A pobreza intelectual da maioria da população está aliada a falta de informação, por isso acabam não fazendo parte da sociedade da informação, ou seja, aquela que usa a inclusão digital como ferramenta de liberdade, julgamento e principalmente participação política. Essa situação poderia ser resolvida, entendendo que estamos no Séc. XXI e as inovações tecnológicas estão a todo vapor, proporcionando crescimento da produtividade, facilitando a comunicação entre os cidadãos. Porém, há mais excluídos do que incluídos ao acesso tecnológico. Nesse caso, a escola limitou o acesso tanto a Internet quanto ao uso dos celulares na escola. Para vice-diretor antes de se liberar o uso de qualquer ferramenta é preciso educar os alunos para o uso adequado e as responsabilidades advindas desse uso. 4531

Esse exemplo nos faz refletir que a educação deve ser ampliada e trabalhada, pois a motivação faz parte do contexto do acesso à informação e inclusão digital. Ela é um dos elementos que conduz o indivíduo a buscar o conhecimento. Para Fernández e Callegari (2009) a motivação é compreendida como um processo interno e individual, não está relacionado diretamente com os fatores sociais, mas sim ao interesse de cada indivíduo que busca aprender determinadas atividades. Portanto, não adianta disponibilizar os recursos tecnológicos se não houver a motivação. Demo (2005) afirma que antes de ser falar de inclusão digital é preciso promover inclusão social e, em relação à educação, há programas sociais governamentais, tal como Bolsa Família que não resolvem o problema visto que os mais pobres continuam pobres. CONCLUSÃO A pesquisa aponta que nas escolas investigadas a inclusão digital dos estudantes é realizada de forma precária. Apesar de haver espaços e equipamentos os mesmos nem sempre são disponibilizados pela escola aos estudantes e quando são a frequência de sua utilização é esporádica. Além disso, os alunos pouco acessam a internet para fins acadêmicos. REFERÊNCIAS BECKER, Maria Lucia. Inclusão digital: os limites e desafios da tecnologia como fator de inclusão social e cidadania. Emancipação, Ponta Grossa: 2008. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/123/121>. Acessado em: 25/11/2015. DEMO, Pedro. Inclusão digital cada vez mais no centro da inclusão social. Inclusão Social. Brasília: 2005. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9652/1/artigo_inclusaodigital.pdf. Acessado em: 25/11/2015. FERNÁNDEZ, Gretel Eres; CALLEGARI, Marília Vasques. Estratégias motivacionais para aulas de espanhol. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus editora, 2013. 4532