A Importância do ato de ler Alfabetização de adultos e bibliotecas populares : uma introdução

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Transcrição:

Seminário - Metodologia de Pesquisa Professor: Geraldo Prado Textos discutidos - Paulo Freire A Importância do ato de ler Alfabetização de adultos e bibliotecas populares : uma introdução Participantes: Alegria, Ana Lúcia, André, Claudia, Daniele, Deize, Eliezer, Leandro, Luís, Marcele, Moreno, Patrícia Malmann, Roberto, Welder. Expositora:Claudia Guerra Mediador: Moreno Barros Relatora: Alegria Benchimol Cláudia É um texto, poético, testemunhal que me lembrou muito Guimarães Rosa. Me emocionei muito ao lê-lo. Trabalha a questão da leitura não só como o que se aprende na escola. Trabalha a leitura como experiência de mundo. Ana Lúcia Paulo Freire usa leitura como percepção sensorial, resgate de suas raízes, memória. Claudia concorda, e fala imagética também. Ele trabalha a leitura a princípio, não como aquela que você aprende na escola, mas também não desconectada disso. André Ênfase do contexto, da realidade dele. Duas questões básicas para o ato de ler: Não desconectar o ensino de leitura da experiência pessoal do alfabetizando.

Não se pode desconectar o papel social da leitura para esse educando. Luis: concluiu que Paulo Freire indica a fazer e a vivenciar a leitura através dos sentidos e da memória. Welder A criança tem aguçados os sentidos pela leitura, sem deixar de considerar o contexto. Patrícia Malmann é uma via de mão dupla. Leitura da palavra e de mundo interagindo. Marcele Para ela foi especial voltar ao texto.contou uma experiência que viveu e citou dados pela Diretora de uma Biblioteca eu davam conta que apenas 26% das pessoas no Brasil têm capacidade de leitura. Nada é inocente, isento. Tudo traz visão de mundo. Roberto a forma como alguns profesores colocam a leitura estimula ou prejudica o aluno. Citou alguns autores o também Gilberto Freire. E citou que não gosta muito de autor. Professor perguntou o porquê Roberto disse que a literatura dele é didática Professor discordou, alegando que Gilberto Freire tem uma visão complexa. Leandro fez um paralelo entre a inclusão digital e o processo de leitura e disse que é preciso contextualizar para se chegar ao uso. Professor _ toda leitura tem um vinculo forte com a ideologia. * Aqui houve discussão sobre o Livro Casa Grande e Senzala de Gilberto Freire. Muitas pessoas falaram ao mesmo tempo. Falaram sobre a retratação da ea;idade da brasileira, de um foto que demonstra o preconceito racial ( crianças negras carregando as brancas) Que representa a cultura brasleira, sua realidade.

Não exalta, mas no subtexto expressa a ideologia, ideologia que se questiona. Moreno intermediou a fim de organizar. Cláuidia relatou o caso da Escola do seu filho quando uma profesora Eunice que alfabetizava seu filho precisou sair da Escola, a Escola fechou. Ela ensinava a leitura da palavramundo Voltando ao texo, Claudia o texto parte de um microcosmo que é o quintal da casa dele. Aprender é ler é aprender seu lugar na sociedade. Em seguida leu um parágrafo do texto que citava Gramsci, falou da proposta aos professores e que os alunos possam fazer uma leitura da realidade. André Tem a impressão que como se nós no Mestrado tbem estivéssemos sendo alfabetizados. Como se a alfabetização fosse contínua e o aprendizado acontecesse constantemente. Alfabetização é para a vida toda. Marcele contou uma experiência de adultos com dificuldade quando trabalhou no morro. Achou o texto pertinente para aquele contexto. Patrícia Malmann- usou pesquisa do Instituto Montenegro... Cláudia Paulo Freire quer transformar o mundo através da educação e leu mais um parágrafo. ( o que fala do tijolo) Luís trata de memorização, memória.. Welder voltou à questão do André de alfabetização contínua, leitura dos professores, construção da leitura e tudo ser colocado a prova daqui a 2 anos.

Wladimir relação da educação... contextos diferentes.. deficientes visuais e a questão sensorial. Outro processo de alfabetização. Cláudia colocar no tempo e no espaço Paulo Freire. ele tinha um projeto maravilhoso que não vigou porque ele foi perseguido, exilado. - Discussão sobre educação pública todos falaram ao mesmo tempo. Roberto Imaginando Paulo Freire numa classe onde os professores eram comservadores e precisavam ser Livro Perfil da etnia dos professores do Brasil ( um brasilianista) através das fotografias de formatura. Mulher como professora ou enfermeira a formação dessas professoras era conservadora. Geraldo mulher negra era considerada objeto de 3ª. categoria. Por que você acha que o Projeto dele não vingou perguntam André e Geraldo para Cláudia? O papel do professor em relação aos alunos melhorou. Professor mal pago, mal visto. O professor acaba apenas dando sua aula e vai embora. Tem que correr para outra Escola. Deize conta a experiência de sua irmã. Ela alfabetiza adultos e levava livros conceituados e consagrados. Os alunos não se interessavam. Ela percebeu que o Jornal Expresso era lido pela maioria e passou a adotálo como leitura. Deu certo Roberto vê 2 problemas: 1. As idéias dele não entram por completo, os Ministros da educação não percebem as crianças sem a capacidade de aprovação. A Educação deixa muito a desejar.

2. Bibliotecas populares são várias realidades diferentes de alfabetização no país. A questão da educação no Brasil ainda é muito complexa. As idéias dele estão longe de ser aplicadas. André discorda acha que o principal é a semente que ele lançou. Houve uma ruptura. Tanto vingou que estamos dicutindo sobre ele aqui e agora. Geraldo discorda de Cláudia e concorda com André. Não acha que Paulo Freire foi um fracassado.sua proposta não era de ser um grande vitorioso.trabalhou para se comprometer com a realidade. O trabalho em S. Tomé e Príncipe teve resultado marcante. Alguém falou de uma experiência em São Paulo no Governo Erundina. Geraldo diz que não há política educacional. Cláudia diz que não vê na prática as idéias de Paulo Freire. Deize diz que acontecem isoladamente. Laudia conta experiência no Projovem. Diz que era um pesadelo.