Taxa de impactos câmbio, poupança e produtividade:



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Transcrição:

Taxa de impactos câmbio, poupança e produtividade: Gilberto de Paulo curto Libânio Gala e longo 23 prazo 1 Resumo O câmbio e manufatureiro trabalho tem por objetivo analisar, sob o ponto de vista teórico, a relação entre nível da taxa aumento e desenvolvimento econômico. A hipótese principal segue literatura de doença holandesa câmbio baseia-se na ideia que câmbios competitivos contribuem para a formação e manutenção do setor artificiais da economia. A existência de retornos crescentes nesse setor influencia fortemente o Palavras-chave: competitiva da produtividade poderá no longo estimular prazo. a formação Discute-se, de também, poupança como doméstica a manutenção ao evitar de uma aumentos taxa Abstract do salário real pela via da sobrevalorização cambial. Exchange Câmbio; Poupança e Investimento; Desenvolvimento econômico Brasil. The exchange disease rates, savings and productivity: short and long-term impacts of objective of this paper is to analyze, from a theoretical point of view, the relation between real long rates and economic development. The main hypothesis is very much in line with the Dutch generating literature and states that competitive currencies contribute to the existence and maintenance from the manufacturing sector in the economy. This, in turn, brings about higher growth rates the avoiding run, given the existence of returns in industrial sector and its importance Keywords: technological change and increasing productivity the overall economy. We also show JEL a theoretical consumption perspective booms based how on a competitive currency overvaluation. exchange rate can stimulate domestic savings by Introdução F3, F4, Exchange O2. rate; Savings; Investment; Economic development - Brazil. continua apreciação aquisição O debate sobre efeitos da apreciação cambial na economia brasileira investimento intenso. Como nos anos 1990, voltam a surgir argumentos favoráveis tecnologias de do que agregado; câmbio máquinas não possuímos real, e ii) por equipamentos o exemplo: do câmbio exterior. i) apreciado baratos um Ambos Real no facilitaria apreciado os exterior, argumentos, seria a estimulando aquisição favorável entretanto, de o à de E-mail: Ciências gilberto@cedeplar.ufmg.br. (3) (1) (2) Trabalho Professor Econômicas recebido da Fundação Centro Universidade em 17 Getulio de outubro 2008 e aprovado em 11 de março de 2010. Economia de Desenvolvimento Vargas, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: pgala@uol.com.br. e Sociedade, Federal de Campinas, Minas e Planejamento Gerais v. 20, (UFMG), n. Regional 2 (42), Belo p. (Cedeplar) Horizonte, 229-242, da MG, ago. Faculdade Brasil. 2011.

Paulo parecem cambial Gala / Gilberto brasileira não descrever Libânio ao longo bem o dos que anos se observou 1990, ou durante seja, baixíssimo a intensa apreciação nível de setores investimento de O ponta, efeito agregado mais especialmente, tanto forte e agrícolas baixo da apreciação dinamismo se comparados quanto cambial tecnológico industriais, ao que nas ocorreu cadeias na sente-se, indústria no produtivas leste sobretudo, brasileira da Ásia. de bens nos nas preços margens comercializáveis, de lucro. A um dado nível de custo em dólares de produtos redução a apreciação cambial representa queda imediata e intensa de apreciação de venda e margens de lucro em reais em toda a cadeia que trabalha com estimulam internacionais, em particular, nos setores que não têm poder mercado. A observados do valor de máquinas e equipamentos importados decorrente da substituição cambial está longe de compensar a redução nos lucros que, baixos, não poderá reduzir o da na investimento. produção balança capacidade de comercial máquinas Os de inovação aumentos são, e equipamentos primordialmente, e de melhora importação domésticos tecnológica direcionados de bens o em que, setores por para capital si só, de apreciação ponta. aumento O Sobre do aumento acaba investimento a tendo aquisição importação efeito agregado. de oposto tecnologia de máquinas do que argumentam no não exterior, significa, os vale defensores necessariamente, observar do câmbio que um a macroeconômicos, valorizado. Nas cadeias globais de fornecimento, as decisões sobre transferências volatilidade de tecnologia são feitas pelas multinacionais que alocam sua produção de acordo Brasil, com a situação cada plataforma de produção, observando aspectos institucionais etc. Regiões ou países que apresentam alta apresentando como acabam grande cambial altíssimas ficando plataforma e recorrentes fora taxas desse circuito. investimento produção ciclos de Não industrial sobrevalorização, à agregado toa, a Ásia para e inovação dinâmica o como resto é tecnológica, consolidou- o caso mundo, apreciação enquanto a América Latina, com destaque ao Brasil, perdeu um enorme espaço Existe, desde os Como anos 1980. consequência dos efeitos negativos mencionados acima, a real. cambial tende a associar-se a baixas taxas de crescimento econômico. Collins hoje, importante literatura econométrica que procura relacionar taxas de crescimento crescimento econômico com a administração cambial e níveis de taxa de câmbio Quanto Em trabalhos sobre o tema, Cavallo et al. (1990); Dollar (1992); Razin; Acemoglu (1997) encontram uma relação negativa entre sobrevalorização cambial crescimento. mais 230 et econômico Em al. depreciada (2002) um Economia trabalho para percebem a taxa uma longa série de países no período 1970-1990. e Sociedade, sobre de evidências câmbio, instituições, maiores taxas de crescimento. Campinas, semelhantes v. 20, políticas n. 2 (42), entre macroeconômicas p. 229-242, câmbio ago. real 2011. e

crescimento de 96 países, de Taxa 1970 de câmbio, a 1997, poupança não e se produtividade: consegue impactos descartar curto o e efeito longo prazo países câmbio estudar tempo. no Rodrik real o período crescimento em (2007); variações 1960-99. Fajnzylber comparado da taxa de et das crescimento al. economias (2002) encontram per latino-americanas capita resultados países parecidos e ao de longo outros do ao investimento tema Yeati; Apesar dessa crescente literatura empírica, a discussão teórica sobre o (2005); ainda tem sido pouco desenvolvida. Bresser-Pereira; Nakano (2003); Levyde Sturzenegger (2007) destacam um possível canal de aumento de poupança e principias dependente de câmbios competitivos. Williamson (2008); Palma do Bresser-Pereira (2007) destacam, também, os efeitos sobre produtividade enhancing ; níveis de canais câmbio na literatura sobrevalorizados. que têm surgido Como resume recentemente Montiel para (2008), tratar existem dos efeitos dois relação câmbio Este entre no e trabalho taxa ii) crescimento: o canal câmbio pretende estímulos i) e crescimento o contribuir canal a poupança de para aumentos econômico. a e literatura investimento. de Tomando produtividade teórica como que discute ou ponto TFP de a tratará partida o modelo de Bhaduri; Marglin (1990), são apresentadas aqui perspectivas dois, teóricas Além que exploram possíveis canais macro dos efeitos apreciação cambial. (depreciação) da breve introdução, o artigo está dividido em outras cinco seções. A um poupança dos efeitos da apreciação cambial nos lucros e salários reais. As seções prazo três e, na e interna quatro última, cambial e apresentarão as externa conclusões. nos e níveis produtividade perspectivas de renda, teóricas sob consumo uma sobre perspectiva e investimento efeitos de da curto apreciação agregado, e longo hipotética 1 Câmbio real, salários e lucros e margens iii) non A de tradables seção lucro economia começa agregadas com em insumos com três e uma no setores: tradables. salário análise i) real4. tradables dos Inicia-se, Esta efeitos puros, análise portanto, da apreciação ii) parte non a tradicional tradables de uma cambial divisão puros regra nas em de formação de preços em ambiente de concorrência imperfeita abaixo: p i= (+ 1mi) w/ b (1) puro, produtividade, que o p nível é o de nível trabalho preços de preços pnt e w dependerá do o salário setor i, nominal. do m mark o nível Para up, de o mark setor salário up de do non nominal setor tradables i, e b a Economia (4) e Ver Sociedade, Bresser-Pereira todos constantes Campinas, (2006). no curto prazo. Rearranjando-se os termos, o mark v. 20, n. 2 (42), p. 229-242, ago. 2011. 231

de Paulo up, non por Gala tradables: sua / Gilberto vez, Libânio dependerá do salário nominal, da produtividade e nível de preços m p nt = (+ ( 1bpnt mnt / w) ) w / 1b (3) (2) preços uma diferença. em de O mesmo Para raciocínio uma economia poderá aberta ser aplicado e relativamente ao setor pequena de tradables (price puro taker) com os p dólares tradables (+ 1p*: mt) são / bendógenos e determinados pelo câmbio (4) nominal (e) e m p= t= ep* ( bep*/ w) 1 (6) (5) margem aumentar mais Uma apreciação cambial reduz o preço de venda dos tradables e, tudo o (ins*) constante de (salários do setor nominais, de tradables. preços A apreciação externos e cambial produtividade) pode, no reduz entanto, a pos lucros pnt= do ( 1+ setor mit)( non βw/ btradables + (1 β)( eins que *)) opera com insumos (7) importados apreciação mit= ( pit/( β w/ b+ (1 β)( eins*))) 1 (8) tende que No caso do setor de tradables que opera com insumos tradables, uma cambial sempre reduzirá o mark up, pois a queda no preço de venda o a ser maior que a de um componente parcial custo. O argumento de tradable. máquinas o câmbio e apreciado equipamentos é favorável poderá ao ser investimento entendido aqui agregado como uma por baratear situação o em preço que agregado preço reduzido de insumo fará aumentar a margem de lucro para um setor non setor (j,k,l), Em poderia termos logo: ser agregados, entendido o que como ocorreria a média com ponderada o nível de pelo mark tamanho up? O mark de cada up inalterado jm t+ kmnt+ lmit= m (9) dependerá 232 tradables Uma com o do mark-up apreciação tamanho insumos do Economia relativo tradables. setor cambial de reduz o mark up do setor de tradables, mantém e de non Sociedade, cada O efeito tradables setor. e aumenta o mark up do setor non Campinas, final Se sobre o v. setor 20, o n. de mark 2 (42), tradables up p. 229-242, geral for do ago. maior sistema 2011. do

que apreciação Taxa de câmbio, poupança e produtividade: impactos de curto e longo prazo non o setor de non tradables com insumos tradables ( j>, l) necessariamente, uma apreciação cambial reduzirá o mark up do sistema. Quanto maior o componente ser um tradable composto Resta (depreciação) ver custo como preço ficam produção cambial. tradables as outras O de nível tradables, e variáveis non geral tradables: maior de do preços sistema será deverá o como efeito cair decorrência nos (subir), mark ups. por da nominal e p nível salário = α de * real preços: + (1 deverá α) pntaumentar (cair), pois é uma relação (10) entre salário câmbio w/ p= w/( αep* + (1 α) p ) (11) depende, O nominal em câmbio parte, cai dos real (sobe) preços deverá mais de apreciar-se non do que tradables. o aumento (depreciar-se), do nível na geral medida de preços em que que o tradables θ = ep/ * p (12) seja, cambial Por fim, assumindo-se que setor de tradables é maior do que o de non do para com dados insumos níveis importados, de produtividade o mark up e agregado salário nominal, ao sistema uma deverá apreciação cair, ou curto de salário renda, e no poderá investimento real. longo As resultar prazo. próximas e em poupança redução seções discutirão são nas afetadas margens como por de as lucro essa dinâmicas queda do sistema de determinação mark e aumentos ups no capitalistas. 2 Câmbio real e determinação do nível de renda poupam. poupança Seguimos agregada Os trabalhadores aqui S, Bhaduri; dependendo consomem Marglin de (1990). uma o total parcela O modelo sua fixa parte renda, s da do portanto definição lucro não dos da em S = sr= s( R/ Y)( Y/ Y*) Y* (13) potencial h z= = Yque R/Y* / YR como é como a Y renda a *= porcentagem o 1nível, dos chega-se capitalistas de utilização de a: renda e dos Y, de * capitalistas capacidade o produto em potencial. instalada relação à e Definindo-se renda o produto total, Economia e 1 S= Sociedade, >h >z shz > 0 (14) Campinas, v. 20, n. 2 (42), p. 229-242, ago. 2011. (14.1) (14.2) 233

Paulo Gala Definindo-se / Gilberto Libânio W/ Ycomo a participação dos trabalhadores na renda, e Ncomo a participação trabalhadores W / Y= wn/ py empregados = 1/ b* w/ e p1= = / 1/(1 b + Nm/ ) Y, tem-se que, (15) Levando-se h = R/ dos Y= capitalistas ( em py consideração wn)/ na pyrenda, = 1 Wa h / Y= hipótese = Rm/ Y/(1será, + mde ) que (16) os trabalhadores de agregada poupança consomem interna toda sua e renda, aumentos aumentos consumo. dos salários Como reais consequência, significarão reduções a demanda da nível lucro de Tal utilização na poderá função cair da investimento. do capacidade ou modelo aumentar, depende, instalada dependendo positivamente, z: dos efeitos da margem da queda de das lucro margens h e do uma economia Poupança I = I( fechada h, ze ), investimento Ih(que > 0, Idefine z> 0igualam-se uma relação no IS). equilíbrio do mercado (17) de bens em lucro dependerá O shz= I(z h, ) (18) nível z/ h= da de ( Ih seguinte utilização sz) /( sh derivada: da Izcapacidade ) instalada em relação (19) a margens de dá-se I h= I/>0 h (20) como diminuirá, por sh A variações partir é sempre da condição do positivo, nível keynesiana de a utilização poupança de da e que não capacidade o de equilíbrio investimento instalada no mercado ( aumentará sh z Ide > bens 0) ou e quedas dependendo da diferença ( I hsz). compensada clássica de Se tese salário o por investimento subconsumo, um real aumento terão for efeitos em de pouco investimento que recessivos, reduções elástico dos a de pois variações salário empresários a queda real nas do reduzem margens ( consumo I< hszo ). de consumo não Essa lucro, será é Reduções e ser altamente demanda caracterizado 234 sensíveis agregada salário como e, à real nesse margem wage-led. caso, o regime de acumulação na economia poderia Economia aumentarão de lucro, Por outro lado, se os investimentos forem e Sociedade, os Campinas, lucros acontecerá, que, então, o efeito oposto. v. 20, por n. 2 (42), sua p. vez, 229-242, aumentarão ago. 2011. a

demanda agregada e a utilização Taxa de de câmbio, capacidade poupança e instalada. produtividade: A impactos economia de curto será, e longo dessa prazo introduzem forma, descrita como em um regime de profit-led growth. capacidade dependem, Estendendo funções o para modelo o volume para uma de economia exportações aberta, X ee Bhaduri; importações Marglin X m(1990) que instalada respectivamente, e/ )( z, Xe com ) ηas do eseguintes câmbio elasticidades: real θ e do nível (21) de utilização de ( dx X m / dzθ)( )( zθ/ / Xm Xm) ) = u ηm (22) (23) exportações com importações No novo E, equilíbrio M deverão do igualar-se mercado de ao bens, total do o total investimento da poupança mais mais o gasto o gasto em margem A de shz derivada lucro + Mserá = Iparcial ( hmuita, z) + Ede próxima utilização da situação de capacidade de economia instalada fechada (24) em (expressão relação à em 19): z/ h= ( Ih sz)( gu+ sh Iz) (25) capacidade produto conclusões queg e u representa instalada. é a elasticidade a Assumindo-se, participação volume inicial outra de importações vez, de importações que ( gu em + shrelação e exportações Iz) > à 0utilização, chega-se sobre da o a reduzirá No o salário semelhantes modelo real e às economia aumentará desenvolvidas aberta, a margem inicialmente. uma desvalorização lucro dos empresários. real do câmbio Haverá condição total aumento sejam sobre suficientemente de Marshall a investimento, balança Lerner elásticas. comercial ( exportações η eη +m No >1 caso contas ). e nível das correntes exportações de renda, será contanto e importações, positivo, que se as funções o valer efeito a macroeconômico 3 Câmbio Em real, sua poupança forma externa resumida, e poupança o modelo interna mostra que o equilíbrio Economia Em y= e Sociedade, termos C+ Ipoderá + Campinas, Eequilíbrio Mser = expresso C( θ ) + I( como: h( θ), z) + E( θ) + M( θ, z) v. 20, de n. 2 poupanças (26) (42), p. 229-242, tem-se ago. que, 2011. 235

Paulo ou como Gala / expresso Gilberto S Libânio sh+ ( θ M) z + EMem = ( θ(24) I, z) E( θ) = I( h( θ), z) (28) (27) exportações, As trajetórias poupança interna e externa dependem do câmbio que poupança afeta todas as variáveis acima elencadas. Com funções suficientemente elásticas, clássico um câmbio real mais depreciado poderá o nível renda via aumento de resulta em caso externa superávits reduzir asiático e o em aumentar cujo nível conta-corrente. crescimento, consumo, o nível liderado aumentar investimento. por a investimentos poupança Teríamos, interna, e exportações, portanto, reduzir o a trajetória, O modelo permite, também, vislumbrar outros tipos de trajetória. Um poupança câmbio sobrevalorizado poderá elevar o nível de renda via aumento do consumo e, crescimento dependendo das elasticidades, via aumento do investimento. Nesse tipo aqui o padrão externa. o liderado crescimento mais A tradicional por situação consumo, será, observado de necessariamente, déficit eventualmente, na em América conta-corrente acompanhado por Latina investimentos. com é compatível de crescimento aumento Teríamos com de e privada. implementável déficits Alguns Invertendo contas-correntes. no autores Brasil a causalidade têm ou América argumentado entre Latina déficit que devido em o conta-corrente ao modelo baixo asiático nível e poupança, de não poupança seria endogeniza autores argumentam que a baixa propensão individual a consumir dos asiáticos câmbio seria responsável pelos altos níveis de poupança interna e superávits em contacorrente. Sem o consumo entrar em como explicações função do culturalistas, salário real que, o por modelo sua vez, acima depende exposto do segundo seriam No explicadas real. o modelo, caso Assim, latino-americano, nos pelo o segredo reduzidos elevado para salários nível as o sucessivas alto de reais, nível consumo dado de crises poupança um e cambiais nível excessiva dos de dos produtividade. asiáticos utilização últimos estaria, anos problema poupança resultariam externa. Tentativas crescimento puxado pelo consumo a partir de sobrevalorização taxas de câmbio em insuficiência real sobrevalorizadas de poupança interna e salários e déficit artificialmente em conta-corrente. elevados O de latino-americano insuficiência poupança estaria na cambial e não, em supostos hábitos de consumo. insustentável Vale notar que toda essa discussão é feita a partir de determinados níveis uma produtividade. 236 situação que é de problemática, termina A câmbio elevação Economia competitivo, crise pois do salário acaba colocando real sem contrapartida a economia em uma aumentos trajetória de e Sociedade, de balanço Campinas, há um de v. pagamentos. aumento 20, n. 2 (42), de p. Por lucratividade 229-242, outro ago. lado, 2011. dos em

Taxa de câmbio, poupança e produtividade: impactos de curto e longo prazo próxima longo dinâmica investimentos prazo, permitindo que tende a aumentos aumentar de o nível salários de reais de forma da equilibrada. economia no A 4 seção de produtividade. discute em detalhe os impactos do nível do câmbio real na macroeconômica determinação Câmbio O nível real e do dinâmica câmbio real produtividade também tem um papel fundamental na dinâmica produtividade respeito a estímulos da é elevado. especialização a partir à indústria, Sobrevalorizações de uma setorial o impacto perspectiva da cambiais do economia, nível de longo são, do notadamente câmbio em prazo. especial, na Ao dinâmica no influir nocivas que diz de na produção processos lucratividade manufatureiros. de da desenvolvimento Ao produção realocar e recursos investimento econômico, aos setores nos pois setores não reduzem manufatureiros, de bens substancialmente comercializáveis sobretudo à produção comercializáveis, dinâmica de commodities (com retornos decrescentes de escala) e a setores não escala e tecnológica investimento as da sobrevalorizações nos economia. setores Subvalorizações, manufatureiros cambiais em acabam por que outro retornos por lado, afetar crescentes estimulam toda de a definindo relação são possíveis. produtividade Ao determinar a rentabilidade da produção de manufaturas por meio transferência preço a viabilidade comercializáveis/não de setores econômicos comercializáveis, importantes o câmbio para o aumento real acaba da canais o preço dos de geral mão bens de não da obra comercializáveis economia. dos setores Sobrevalorizações de fica, baixa artificialmente, para os de alta podem elevado. produtividade, impedir Um dos já poderá bloqueado, maturidade importantes impedindo nos termos de progresso a kaldorianos. economia técnico de Uma transitar e aumento moeda situação de competitiva, produtividade de imaturidade por acaba outro para assim lado, a produtividade alta produtividade ser Na um tradição estímulo dependem e keynesiana retornos adequado fortemente crescentes. para e kaldoriana, a integração processo a de dinâmica de acumulação trabalhadores tecnológica de em capital atividades e a e do de são próprio associadas que nível produção agregado. As inovações tecnológicas estão, em geral, estabelece-se acompanhados, processos às novas uma de crescimento de relação máquinas modo geral, de e aumento causalidade equipamentos por aumentos de demanda, entre produzidos, produtividade. a puxados taxa o de que por crescimento significa Nesse investimento sentido, dizer da Economia Há, se produtividade induzido verifica portanto, pela e Sociedade, a presença uma demanda, e a relação crescimento produção em que um aumento na produção, Campinas, de provoca positiva economias aumento produtividade em setores nos quais v. 20, n. entre 2 (42), dinâmicas a p. taxa 229-242, de de crescimento ago. escala 2011. e learning-by-doing. da produtividade 237

Paulo trabalho Kaldor-Verdoon. Gala / Gilberto Libânio da produtividade taxa de e a de crescimento da produção, conhecida na literatura como lei de A correlação crescimento trabalho. Um entre aumento da produção, o crescimento da demanda acaba do por agregada, produto acelerar industrial ao o ritmo induzir de e uma crescimento o desempenho aceleração da (trabalho geral da economia poderá ser entendida a partir dos aumentos de elevada. encontrados setor industrial. Há duas explicações para tal efeito. A primeira diz respeito à transferência de trabalhadores de setores de baixa modernos precário) para atividades industriais que apresentam produtividade tradicionais. Como e de há baixa excesso produtividade, de oferta a de transferência trabalho (surplus de trabalhadores labor) nos aos economias tem pouco ou nenhum impacto no nível de produção dos setores estado de De permanente da acordo imaturidade com oferta Kaldor para de (1966), a maturidade, trabalho esse nos processo em setores que caracteriza imaturidade de trabalho a transição significa precário das um e manufatureiras subsistência, portanto de baixa produtividade. A segunda razão para a correlação economias entre de retornos o produto de escala crescentes da como indústria encontradas mencionado de e o aumento escala dentro acima. estáticos da das produtividade Retornos firmas e e retornos dinâmicos estáticos relaciona-se dinâmicos dizem à respeito atividades existência referemse a aumentos de produtividade derivados de learning by doing, externalidades positivas e spill-overs tecnológicos. a especialização crescimento Existe outra forma de abordar os efeitos do nível câmbio real algumas setorial da economia. Uma proposição básica do modelo de prazo com restrições balanço de pagamentos Thirlwall (1979) é o (x) e a de elasticidade-renda hipóteses uma de economia longo simplificadoras, prazo, restrito pelo equilíbrio externo da economia. Sob πx é das dada importações pela mostra-se relação (π), entre a que chamada a o taxa crescimento lei de de crescimento Thirlwall: das exportações de longo importações y BP= (29) medida importação Nesse caso, é possível argumentar que a elasticidade-renda das formalmente não é independente do padrão de especialização economia na inspirado em que diferentes setores apresentam respostas distintas em termos 238 importações quando a economia cresce. Esse argumento foi desenvolvido de cada setor em e nos por exportações Pasinetti totais Araújo; Economia de (1981) importação dependem Lima (2007) em que a partir elasticidades-renda de modelo agregadas multissetorial das e Sociedade, das e exportação. Campinas, v. 20, Levando n. setoriais 2 (42), em p. e 229-242, consideração participação ago. 2011. tal

resultado juntamente à Lei Taxa de de Thirlwall, câmbio, poupança pode-se e produtividade: concluir impactos que de curto o padrão e longo prazo elasticidades-renda especialização balanço ter de uma economia afeta sua taxa de crescimento restrita pelo negativos efeitos de sobre duradouros pagamentos5. crescimento das na importações Na composição abordagem de longo setorial e aqui exportações, prazo. apresentada, economia, Taxas com de a afetando, política câmbio efeitos cambial positivos competitivas portanto, pode ou exchange-rate podem forma exportações estimular o setor industrial e a diversificação produtiva, impactando it favorável as elasticidades de longo prazo da lei de Thirlwall, tanto de (BoP) quanto appreciation de importações. can be detrimental Ao contrário, for growth a in prolonged the run, period because of tradicional may induce a change in the structural determinants of the balance of payments manufaturas constraint (Barbosa-Filho, 2006, p. 3). development Uma de para política approach bens exportação. cambial comercializáveis para a adequada política Como cambial, argumenta da pode economia, ajudar uma Williamson taxa a estimular de especialmente, câmbio (2008) o competitiva setor em o não seu de estimular é não holandesa fundamental dependentes a (ver produção para Bresser-Pereira, de estimular commodities, manufaturas o desenvolvimento 2007) evitando e desindustrialização para o assim mercado do setor os de mundial, problemas (ver bens Palma, comercializáveis uma da 2005). taxa doença Ao Conclusões câmbio tecnológico6. competitiva pode ajudar os países a escalar a escada do desenvolvimento Os argumentos apresentados nas seções anteriores procuraram discutir os lucratividade impactos agregado, do poupança nível do externa câmbio e real interna, nos produtividade, salários reais, taxas portanto de lucro, no crescimento. investimento As margens primeiras investimento seções trataram dos efeitos de curto prazo do nível do câmbio real na uma das empresas e nos níveis de renda, consumo, poupança e capacidade queda de instalada nos lucro agregado. níveis nos mais setores de Em do investimento, casos que de compense produção de sobrevalorização a não a de redução bens ser que comercializáveis das excessiva, o margens nível de de a utilização lucro. redução significará da de câmbio, dinâmica Economia ultrapassa (5) Sobre modelos teóricos que discutem a relação entre padrão de especialização, crescimento e taxa de crescimento, ver também Cimoli (1992); Pugno (1996); Blecker (1999). holandesa. (6) da o Cabe e escopo Sociedade, tomando economia. notar deste como que Embora a análise aqui desenvolvida não trata do papel do governo e do sistema financeiro na Campinas, trabalho, ponto reconhecendo cujo de a importância dessas variáveis, entende-se que tal discussão v. partida objetivo 20, n. 2 o central (42), modelo p. é contribuir 229-242, Bhaduri-Marglin teoricamente ago. 2011. (1990) para e a a literatura relação entre sobre câmbio doença 239 e

Paulo comercializáveis Gala / Gilberto Libânio aumento Para de investimento os maquiladores, setores produtores na medida a apreciação de em bens que cambial não reduzirá comercializáveis poderá preços significar de insumos ou de poderá importados sem reduzir preços de venda, ou seja, aumentará as margens de lucro balanço com possíveis impactos positivos para o investimento. É importante notar que, investimento embora o investimento agregado economia aumente por conta desse efeito, haverá haver uma especialização setorial perversa no sentido restrições prazo. de pagamentos e capacidade de geração de divisas. Se grande parte do especialização estiver concentrada no produtor de bens não comercializáveis, mundial alta Relativa e doméstico probabilidade setorial depreciação devido com foco ao restrição cambial, efeito na produção de de aumento divisas por de outro para manufaturas de rentabilidade. o lado, crescimento incentivará para o Os no mercado setores longo uma da câmbio maquiladores insumos importados sofrerão terão e suas os setores margens produtores reduzidas. de Mudanças não comercializáveis no nível da taxa com de apreciação economia. Como têm, portanto, argumentado fortes na efeitos seção no dois modelo, trabalho, em termos o efeito de dinâmicas líquido setoriais final da geral do câmbio no investimento agregado dependerá dos mark ups relativos bens cada setor e nível de utilização da capacidade instalada. Para um dado nível comercializáveis de atividade do sistema. econômica, Este, por tal sua investimento vez, dependerá estará do sujeito, tamanho no modelo, relativo ao do mark setor up de necessariamente, primeiro comercializáveis setor maior que reduções utiliza do em de que insumos margens relação o segundo, comercializáveis. gerais ao tamanho apreciações lucro. do Em Conforme cambiais uma setor economia o modelo, significarão, bens com com não o produtividade tudo mais constante, o investimento agregado deverá, então, cair. As seções três e não quatro do trabalho analisaram tais efeitos de forma mais detalhada. renda só como A penúltima estímulo de uma perspectiva seção permanente do trabalho de ao longo aumento discutiu prazo. O exportações, nível efeitos do do câmbio dado câmbio real nível real importa na de efeitos economia. mundial, Ao promover mas também a industrialização como determinante setores da especialização domésticos, um setorial câmbio da restrições competitivo doing, kaldorianos retornos externas contribui crescentes ao mencionados fortemente crescimento, etc.). para Poderá acima na aumentos medida contribuir (economias em de produtividade ainda que de reduz para escala, a superação ao propensão learning acionar das by os aumento economia demanda 240 Em externa de como relação competitividade apresenta-se um ao todo Economia caráter a de importar e estimular indústrias domésticas cuja e regressivo forma Sociedade, moeda, mais dinâmica (não commodities). Campinas, de cabe políticas v. ressaltar 20, n. cambiais 2 (42), o papel p. que 229-242, estimulem de ago. políticas 2011. o

Taxa de câmbio, poupança e produtividade: impactos de curto e longo prazo Os compensatórias utilizadas no curto prazo para compensar a queda relativa do são sobrevalorização salário real. Por outro lado, tentativas de aumento salário real pela via da passa cambial, geralmente, têm-se mostrado bastante problemáticas. dinâmicos inúmeros casos de populismo cambial e crise na América Latina, recentemente, sucesso. testemunhas disso. A via por excelência de aumento sustentado salário real promover pela redução do desemprego e incorporação dos trabalhadores nos setores estrutural da economia mundial como bem mostraram as experiências asiáticas de econômico. Uma a competitividade política câmbio das indústrias competitivo domésticas, tem exatamente contribui esse para objetivo. a mudança Ao política da economia que, em última análise, causa o desenvolvimento produtividade Uma das principais mensagens trabalho sugere que os impactos da Referências cambial no investimento agregado, poupança externa e interna, ACEMOGLU, e crescimento sejam fortes e duradouros no curto e no longo prazo. symptoms: ARAÚJO, bibliográficas payments D.; SIMON, J.; JAMES R. Institutional causes, macroeconomic BARBOSA-FILHO, volatility, crisis and growth. Cambridge, MA: MIT, 2002. Conference constrained R.; Development LIMA, N. growth. G. Exchange A and Cambridge structural Change rates, growth Journal economic ACDC, and of Campos Economics, dynamics inflation. do Apresentado Jordão, approach 31, 2007. SP, to na Brazil, balance-of- II Annual Nov. BLECKER, contesting 2006 J. BHADURI, A.; MARGLIN, S. Unemployment and the real wages: the economic basis for Routledge, political ideologies. Cambridge Journal of Economics, 14, Dec. 1990. BRESSER-PEREIRA, R. Kaleckian macro models for open economies. In: DEPREZ, J.; HARVEY, Vernengo (Ed.). Foundations (Ed.). 1999. Financial of L. international C. integration Exchange or economics: rate, dollarization: fix, float post or Keynesian no manage Panacea. perspectives. it? Cheltenham: Preface to London: Mathias Edward ; Elgar,. Economia 2006. Política, The Dutch disease and its neutralization, a Ricardian approach. Revista de CAVALLO, Política, São Paulo, v. 28, 1, jan./mar. 2007. economic NAKANO. Crescimento com poupança externa? Revista de Economia 76, São Paulo, v. 23, n. 2, abr./jun. 2003. DOLLAR, performance D.; COTTANI, in LDCs. J. A.; Economic KAHN, Development M. S. Real and exchange Cultural rate Change, behaviour 39, p. and 61- Economia p. evidence 523-544, Oct. 1990. e from D. Sociedade, 1992. 95 Outward-oriented LDCs, Campinas, 1976-1985. developing economies really do grow more rapidly: v. 20, n. 2 Economic (42), p. 229-242, Development ago. 2011. and Cultural Change, 241 40,

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