Passo a passo para venda e aquisição dos produtos da agricultura familiar para atendimento da alimentação escolar 16 Revista CoopAlimento
PNAE O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o maior programa de alimentação em atividade no Brasil. Diariamente mais de 48 milhões de refeições são servidas nas escolas públicas do País. Essas refeições são financiadas em parte pelo Governo Federal e complementadas com recursos das prefeituras e dos governos de estado. No Paraná são atendidos pelo FNDE cerca de 7.182 escolas municipais e estaduais que conferem aproximadamente 5 milhões de alunos que alternam em períodos integrais e parciais de atendimento em 399 municípios. O PNAE tem o objetivo de suprir no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias dos alunos do sistema público de ensino, contribuir para uma melhor aprendizagem e favorecer a formação de bons hábitos alimentares em crianças e adolescentes. Para povos indígenas e remanescentes de comunidades quilombolas o percentual das necessidades nutricionais diárias a serem supridas é de 30%, pelo fato destes povos viverem em situação de risco de insegurança alimentar. Em 28 de janeiro de 2009 foi lançada a Medida Provisória nº 455 que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Entre outras mudanças, essa medida estende o atendimento da alimentação escolar a todos os alunos do ensino médio da rede pública de ensino a partir de 2009. No Paraná são atendidos pelo FNDE cerca de 7.182 escolas municipais e e s t a d u a i s q u e c o n f e r e m aproximadamente 5 milhões de alunos que alternam em períodos integrais e parciais de atendimento em 399 municípios. Arquivo Jornal Vicentino 17 Revista CoopAlimento
Para entender Melhor!! Quem Vende GRUPO FORMAL Cooperativa ou Associação com DAP jurídica GRUPO INFORMAL Agricultores Familiares com DAP Física Entidade Articuladora Quem Compra ENTIDADES EXECUTORAS Secretarias estaduais de educação e redes federais de educação básica ou suas mantenedoras Entidade Articuladora são instituições e sindicatos que são credenciadas pelo MDA para emissão de DAP. DAP - Declaração de aptidão ao pronaf. É o instrumento que identifica os agricultores familiares e / o u s u a s f o r m a s associativas organizadas em pessoas jurídicas, aptos a realizarem operações de crédito rural ao amparo do Programa Nacional de F o r t a l e c i m e n t o d a Agricultura Familiar Pronaf. Documentação Exigida GRUPOS FORMAIS (Associações e Cooperativas) *DAP Jurídica * CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) * Cópia de certidões negativas junto ao INSS, FGTS, Receita Federal e dívidas ativas da União * Cópia do Estatudo * Projeto de Venda GRUPOS INFORMAIS (Agricultores Familiares) *DAP de cada agricultor participante * CPF (Cadastro de Pessoas Físcias) * Projeto de venda 18 Revista CoopAlimento
1º Passo CARDÁPIO Responsável: Profissionais que elaboram e avaliam o cardápio conforme necessidades locais. Mapear os produtos da agricultura familiar local; Elaborar cardáprio respeitando a cultura alimentar local e a diversidade da produção da agricultura familiar da região; Informar à Entidade Executora (Prefeitura) a demanda (especificar produtos e quantidades) Art 15 da Resolução nº 38/2009 O Cardápio da alimentação escolar deve sempre que possível priorizar produtos agroecológicos ou orgânicos e as crianças devem necessariamente receber três porções de hortifruti por semana. A construção do cardápio é o início de todo processo de compra e venda dos produtos da agricultura familiar para abastecimentos da escola na oferta da alimentação escolar. Arquivo Arte Final 19 Revista CoopAlimento
2º Passo CHAMADA PÚBLICA Responsável: Entidade Executora A chamada pública, deve ser divulgada em jornal de circulação local, regional, estadual ou nacional, em página na internet ou na forma de mural em local público de ampla circulação. Agricultores Familiares precisam ficar atentos para tomar conhecimento da Chamada Pública! A chamada pública é registro de preços de gêneros a l i m e ntícios d a a g r i c u l t u ra fa m i l i a r e /o u empreendedor familiar rural para atender os Programas PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) destinados à aquisição de produtos para atendimento a alimentação escolar nas escolas municipais, estaduais, entidades filantrópicas, caracteriza-se por um documento de comunicação entre a entidade executora e o agricultor familiar, é muito importante na construção desse documento tomar cuidado para que ele seja claro e específico e não atente dúvidas então avaliando o máximo de detalhes: Ÿ Descrição completa dos alimentos que estão sendo solicitados para que haja um padrão no atendimento pelos agricultores familiares; 3º Passo PREÇOS DE REFERÊNCIA A Entidade Executora deverá considerar os preços de referência praticados pelo PAA (procurar nas Superintendências Estaduais da CONAB) Os gêneros alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar não poderão ter preços inferiores aos produtos cobertos pelo Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF) Os preços de referência devem ser atualizados semestralmente e podem ser encontrados no site http://www.conab.gov.br/conabweb/moc.php Nas localidades em que não houver PAA, os preços de referência deverão ser calculados com base em critérios definidos a partir do valor gasto no ano. Compras de até R$ 100.000,00 por ano Média dos preços pagos aos produtos da Agricultura Familiar por 3 mercados varegistas ou Preços vigentes de venda para o varejo em pesquisa no mercado local ou regional. Compras acima R$ 100.000,00 por ano Média dos preços praticados no mercado atacadista nos últimos 12 meses; ou Preços apurados nas licitações de compra de alimentos realizadas no âmbito da Entidade Executora; ou Preços apurados em 3 mercados atacadistas locais ou Ÿ As especificações técnicas exigidas pela inspeção sanitária que atende a entidade executora; Ÿ Período de fornecimento e as responsabilidades dos produtores; Ÿ Cronograma de entrega e pagamento; Ÿ Termos sobre a substituição de produtos e penalidades ao não cumprimento do cronograma proposto. Também é importante anexar a chamada pública uma cópia do contrato, termos de recebimento, modelo do projeto de venda, declaração de aceitação de preços propostos pela entidade executora; É importante lembrar que produtos orgânicos tem valores diferenciados que são descritos no moc título 31 da CONAB, é importante valorizar o trabalho do agricultor que busca p r o d u z i r e m h a r m o n i a n o cumprimento da a oferta de produtos agroecológicos sempre ganha a vez! 20 Revista CoopAlimento
4º Passo PROJETO DE VENDA Responsável: Grupo Formal e Entidade Articuladora (Grupo Informal) Deve estar em conformidade com a chamada pública. Assinam o representante do grupo formal e os agricultores fornecedores do grupo informal. O projeto de venda é um documento de comunicação da Cooperativa ou Entidade Articuladora com a Entidade Executora, deve atender as solicitações da chamada pública e também deve atender a realidade do agricultor e ou cooperativa, as descrições devem ser reflexo da verdade e deve ser cumprido de acordo com as informações impressas nele. 5º Passo RECEBIMENTO DO PROJETO DE VENDA Responsável: Grupo Formal e Entidade Articuladora (Grupo Informal) e entidade Executora O projeto de venda deve estar em consonância com as solicitações da chamada pública para o seu recebimento. AGRICULTOR FIQUE ATENTO!! Junto a ele devem estar os documentos exigidos: Ÿ Grupo Formal: DAP Jurídica, CNPJ, Cópias das certidões negativas junto ao INSS, FGTS, Receita Federal e Dívidas Ativas da União, Cópias do Estatuto, Projeto de Venda; Ÿ Grupo Informal: DAP de cada agricultor participante, CPF (Cadastro de Pessoas Físcias), Projeto de venda; Também existem entidades executoras que solicitam uma 6º Passo SELEÇÃO DOS PROJETO DE VENDA Responsável: Entidade Executora Terão prioridade, nesta ordem, os projetos dos municípios, da região, do território rural, do estado e do país. Existe um m limite máximo individual de venda do agricultor familiar que é de R$9.000,00 por DAP/ano Os produtos da Agricultura Familiar devem atender a legislação sanitária: SIM / SIP / SIF; SUASA (facilita a produção e inserção dos produtos no mercado formal local, regional e nacional); ANVISA. 21 Revista CoopAlimento
7º Passo ASSINATURA DO CONTRATO Responsável: Entidade Executora, Grupo Formal e Entidade Articuladora (Grupo Informal) O contrato estabelece o compromiso das partes: Agricultores familiares: Cronograma de entrega dos produtos da agricultura familiar nas escolas, as quantidades e datas. Entidades Executoras: Cronograma de pagamento dos agricultores familiares, instituição do conteúdo de qualidade alimentar e do alimento no conteúdo escolar. O Contrato de aquisição de gêneros alimentícios sem licitação da agricultura familiar para a alimentação escolar deverá ser assinado pela Entidade Executora, pela cooperativa (grupo formal) e/ou agricultores familiares (grupo informal). 8º Passo ENTREGA DOS PRODUTOS Responsável: Agricultores familiares fornecedores O início da entrega dos produtos se dá de acordo com o cronograma previsto no contrato. A entrega de responsabilidade do agricultor familiar deve ser feita ponto a ponto ou de acordo com a organização logística ja existente no município ou estado. Termo de Recebimento da agricultura familiar é um documento que atesta o recebimento dos produtos nas escolas dentro das especificações descrita na chamada pública, deverá ser assinado por representante da Entidade Executora e do grupo fornecedor, além da ciência da Entidade Articuladora, no caso dos grupos informais. Esse Termo de Recebimento atesta que os produtos entregues estão de acordo com o Contrato e com os padrões de qualidade. Alimentação Escolar Que vem da Agricultura Familiar 22 Revista CoopAlimento