Universidade Federal de Minas Gerais. Departamento de Engenharia de Produção



Documentos relacionados
Gestão da Qualidade Políticas. Elementos chaves da Qualidade 19/04/2009

Manutenção DSPTI II. Porque fazer Manutenção. Manutenção. Porque fazer Manutenção. Porque fazer Manutenção

A importância da Manutenção de Máquina e Equipamentos

Curso de Engenharia de Produção. Manutenção dos Sistemas de Produção

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Confiabilidade Lista 4. Professor: Enrico Colosimo Aluno: Augusto Filho Belo Horizonte - MG

Manual Programa SOSView 4.0

Com a globalização da economia, a busca da

SISTEMA DE PRODUÇÃO DISCRETA

Metodologia de manutenção

EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

Introdução à Manutenção O QUE VOCÊ ENTENDE POR MANUTENÇÃO?

Introdução à Lubrificação Industrial

FMEA - Análise do Tipo e Efeito de Falha. José Carlos de Toledo Daniel Capaldo Amaral GEPEQ Grupo de Estudos e Pesquisa em Qualidade DEP - UFSCar

Área de Atividade/Produto Classe de Ensaio/Descrição do Ensaio Norma e/ou Procedimento

MANUTENÇÃO PREDITIVA : BENEFÍCIOS E LUCRATIVIDADE.

Projeto de Sistemas I

Serviços Scania. Serviços Scania. Tudo o que o você precisa para cuidar bem do seu Scania, em um só lugar.

REDUZINDO AS QUEBRAS ATRAVÉS DA MANUTENÇÃO PROFISSIONAL

TPM -Total Productive Maintenance. (Gestão da Manutenção)

Capítulo 5. Modelos de Confiabilidade. Gustavo Mello Reis José Ivo Ribeiro Júnior

Aplicação dos princípios de gestão da manutenção em uma fábrica de colchões

Manutenção Preditiva

Gestão da Manutenção: Um estudo de caso em um laticínio no Centro-Oeste de Minas Gerais

A Utilização de Etiquetas de Detecção de Inconveniências na Manutenção Autônoma do TPM

Modelos de gestão: eficiência, acessibilidade e clinical governance. Pedro Pita Barros

Módulo 4 DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE DE ATIVOS DE TRANSPORTES

MBA em Engenharia e Gestão de Manufatura e Manutenção. Práticas e Procedimentos Básicos de Manutenção Prof. Sérgio Augusto Lucke

Curso de Engenharia de Produção. Manutenção dos Sistemas de Produção

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

TTT-PLOT E TESTE DE HIPÓTESES BOOTSTRAP PARA O MODELO BI-WEIBULL. Cleber Giugioli Carrasco 1 ; Francisco Louzada-Neto 2 RESUMO

Gestão Laboratorial GESTÃO DE. Prof. Archangelo P. Fernandes

Seleção Dimensionamento de Hidrômetros

Modelo para estimativa de risco operacional e previsão de estoque para equipamentos da Comgás

Curso de Engenharia de Produção. Manutenção dos Sistemas de Produção

11. NOÇÕES SOBRE CONFIABILIDADE:

INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO SEGUNDO API 581 APLICAÇÃO DO API-RBI SOFTWARE

Programas de Manutenção Scania.

PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA MANUTENÇÃO DE MOTORES DIESEL DE ALTA ROTAÇÃO CAPITÃO-DE-FRAGATA (ENGENHEIRO NAVAL) ANDRÉ LUIZ BRAUCKS VIANNA

Probabilidade. Distribuição Exponencial

CAP4: Distribuições Contínuas Parte 1 Distribuição Normal

Soluções Práticas para uma Boa Análise de Custos do Ciclo de Vida de Ativos

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Instalações Prediais. Manutenção

Estudo dos fatores que influenciam no tempo até o transplante renal nos pacientes em tratamento de Hemodiálise

Curso de Sistemas de Informação 8º período Disciplina: Tópicos Especiais Professor: José Maurício S. Pinheiro V

Associação Paralelo Ativo e Passivo Vantagens e Benefícios

Probabilidade. Distribuição Exponencial

FTAD Formação Técnica em Administração de Empresas. Módulo: Administração de Materiais. Profª Neuza

Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em um projeto.

Uma empresa é viável quando tem clientes em quantidade e com poder de compra suficiente para realizar vendas que cubram as despesas, gerando lucro.

Sistema de Gerenciamento da Manutenção SGM Cia. Vale do Rio Doce CVRD

DIFERENÇAS ENTRE HUB, SWITCH E ROOTER

DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE

Programas de Manutenção Scania.

SISTEMA DE GESTÃO DE MANUTENÇÃO APLICADO NO IFRN CAMPUS MOSSORÓ

DISTRIBUIÇÃO DE WEIBULL CONCEITOS BÁSICOS APLICAÇÕES

Orientações e Procedimentos para o Manuseio e Armazenagem de Óleo Diesel B

A importância da Manutenção Automotiva. STAB Julho/15. Eng. Bellini Bellmec Consultoria Ltda Julho/15

TESTES DE CORROSÃO Domingos J C Spinelli SurTec do Brasil Ltda Abril/2000

Administração da Produção I

PLANEJAMENTO DA MANUFATURA

MRP II. Planejamento e Controle da Produção 3 professor Muris Lage Junior

CONFIRA UMA BREVE DESCRIÇÃO DAS VANTAGENS COMPETITIVAS OBTIDAS A PARTIR DE CADA META COMPETITIVA VANTAGEM DA QUALIDADE

Gerencie adequadamente os custos da sua frota

Ajuste dos Parâmetros de um Controlador PI em uma Coluna de Destilação Binária

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO. Eng. Liane Freitas

6 Construção de Cenários

Aula 17 Projetos de Melhorias

Manutenção de Instalações Elétricas Como evitar trabalhos corretivos. Existem 4 fundamentos quando se trata da Manutenção de Instalações Elétricas:

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE O DIESEL S-50. Fonte: Metalsinter

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING

Administração da Produção I

Introdução à ES - Continuação

7Testes de hipótese. Prof. Dr. Paulo Picchetti M.Sc. Erick Y. Mizuno. H 0 : 2,5 peças / hora

Guia Site Empresarial

Conceitos de Confiabilidade Características da Distribuição Weibull

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO PAS 99:2006. Especificação de requisitos comuns de sistemas de gestão como estrutura para a integração

Com expansão do mercado de aquecimento solar, setor vidreiro tem mais um nicho a explorar

Gestão de projetos aplicado a paradas de manutenção em concentradores de minério de ferro.

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo:

Relógio ENERGY Relógio UP. Manual do usuário

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE O DIESEL S-50

SONHOS AÇÕES. Planejando suas conquistas passo a passo

Gestão de Complexos Desportivos

Lista de Exercícios de Recuperação do 1 Bimestre

Instrução Geral de Preenchimento

MANUAL DE INSTRUÇÕES DA ESTAÇÃO DE SOLDA SMD MODELO DK-960D

Cristian Dekkers Kremer (PPGEP - UTFPR) cristian_dk@ig.com.br Prof. Dr. João Luiz Kovaleski (PPGEP - UTFPR) kovaleski@utfpr.edu.

MODELAGEM E SIMULAÇÃO

Modelagem e Simulação Material 02 Projeto de Simulação

Uma Avaliação do Uso de um Modelo Contínuo na Análise de Dados Discretos de Sobrevivência

UNESA Sistemas de Transportes Currículo 108 / 2008 MÓDULO 1 MANUTENÇÃO DE ATIIVOS

Estudo Submetido ao Décimo Quinto Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ Foz do Iguaçu-PR, Brasil 19 a 23 de maio de 2013

12 DICAS IMPORTANTES PARA MELHORAR O DESEMPENHO DOS PNEUS DO SEU CAMINHÃO

SIMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA E O IMPACTO EM UM SISTEMA PRODUTIVO.

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

Decidir como medir cada característica. Definir as características de qualidade. Estabelecer padrões de qualidade

Scania Serviços. Serviços Scania.

Transcrição:

Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Engenharia de Produção EPD 839 Tópicos Especiais em Gestão da Produção: Métodos Estatísticos em Confiabilidade e Manutenção de Sistemas Reparáveis e Não Reparáveis Análise da Confiabilidade de Óleo Lubrificante Bruno Lopes Pinheiro n.2007656684 Profs.: Marta Afonso Freitas/Enrico Antônio Colosimo

Sumário 1 Introdução... 2 2 Revisão... 2 2.1 Óleo Lubrificante... 2 2.2 Equipamento... 2 2.3 Manutenção... 2 2.4 Métodos estatísticos aplicados na confiabilidade... 4 3 Análise... 5 3.1 Considerações iniciais... 5 3.2 Entrada de dados... 5 3.3 Ajuste dos modelos... 5 3.4 Cálculo da Confiabilidade... 7 3.5 Estudo da viabilidade econômica... 7 3.5.1 Troca de óleo com 250 horas... 8 3.5.2 Troca de óleo com 500 horas... 9 3.5.3 Troca de óleo com 750 horas... 9 3.5.4 Comparativo... 9 4 Conclusões... 10 5 Bibliografia... 11 Índice de Figuras Figure 1 - Definição de Falha e Defeito... 3 Figure 2 - Pirâmide da Manutenção... 4 Figure 3 - Survival Plot - Kaplan Meir... 6 Figure 4 - Probability Plot para Weibull, Lognormal, Exponetial e Loglogistic... 6 Figure 5 - Parametric Survival - Weibull... 7

Introdução No presente trabalho, pretende-se desenvolver uma análise estatística da confiabilidade de óleos lubrificantes aplicados em motores a diesel. Para tal, foi considerado o período de um ano (09/10/2006 à 09/10/2007), sendo ao todo 189 amostras. Atualmente as trocas de óleo são feitas com 250 horas de uso do equipamento, pretende-se estudar a viabilidade de passar este período para 500 ou 750 horas. O programa utilizado para o levantamento da curva de sobrevivência para o modelo paramétrico e para os não paramétricos foi o Minitab. A posteriori, foi estudada a viabilidade econômica para o aumento entre os períodos de troca de óleo. 1 Revisão 1.1 Óleo Lubrificante Os óleos lubrificantes são substâncias utilizadas para reduzir o atrito, lubrificando, refrigerando e aumentando a vida útil das máquinas. Nos ensaios laboratoriais feitos, os seguintes parâmetros foram medidos: teor de Óxidos, Nitratos, Sulfatos, Ferro, Cobre, Cromo, Chumbo, Estanho, Molibdênio, Níquel, Prata, Alumínio, Silício, Sódio, Potássio, Cálcio, Fósforo, Zinco, Manganês, Boro, Bário, Titânio, Antimônio, Vanádio, Manganês, Cádmio, Berílio, Ítrio, Estrôncio, Cobalto, a viscosidade e a presença de partículas em suspensão e o tamanho das mesmas, analisou-se também a existência de água. O próprio laboratório atesta se o óleo está em condições ou não de uso. 1.2 Equipamento Foi feita uma revisão bibliográfica a respeito do equipamento, porém a mesma será omitida por questões comerciais. 1.3 Manutenção A manutenção dos equipamentos se faz necessária pelos seguintes motivos: Aumento da confiabilidade: pois a boa manutenção reduz o número de paradas das máquinas; Melhora da qualidade: sabe-se que máquinas e equipamentos mal ajustados têm mais probabilidade de causar erros ou baixo desempenho e podem causar problemas de qualidade; Redução dos custos: os equipamentos quando bem cuidados funcionam com uma maior eficiência; 2

Aumento da vida útil: cuidados simples, como limpeza e lubrificação, garantem a durabilidade da máquina, reduzindo os pequenos problemas que podem causar desgaste ou deterioração; Melhora da segurança: máquinas e equipamentos bem mantidos têm menos chance de se comportar de forma não previsível ou não padronizada, evitando assim, possíveis riscos ao operário. O primeiro passo para a manutenção de determinado equipamento é determinar o que vem a ser falha e defeito. A figura 1 representa esta definição. Quando a função do equipamento encontra-se abaixo do limite mínimo admissível, o mesmo encontra-se na condição de FALHA. Se a função do mesmo encontra-se entre o valor especificado e o limite mínimo admissível, diz-se que o equipamento está com defeito. É interessante notar que um equipamento pode apresentar melhoria na sua função, após a manutenção. Isto é devido à melhorias no projeto. Figure 1 - Definição de Falha e Defeito A manutenção dos equipamentos pode ser dividida em: Manutenção Corretiva: Como o próprio nome diz, este tipo de manutenção significa deixar o equipamento trabalhar até quebrar (ou falhar) e, depois, corrigir o problema. Ela não é necessariamente uma manutenção de emergência, pois entra em ação quando há quebra, ou quando o equipamento começa a operar com desempenho deficiente. Em linhas gerais, a Manutenção Corretiva significa Restaurar ou Corrigir o funcionamento da máquina. A manutenção corretiva pode ser divida em Manutenção Corretiva Não Planejada (como ela não é planejada, geralmente implica em altos custos, pois a quebra inesperada pode gerar perdas de produção e de qualidade do produto) e em Manutenção Corretiva Planejada (Ocorre quando percebemos que o equipamento não está trabalhando como deveria. Ela é mais barata, rápida e mais segura que a manutenção corretiva não planejada). 3

Manutenção Preventiva: É a manutenção realizada com a intenção de reduzir ou evitar a quebra ou a queda no desempenho do equipamento. Para isso, utilizase um plano antecipado com intervalos de tempo definidos. Manutenção Preditiva: A manutenção preditiva é aquela que visa realizar ajustes no maquinário ou no equipamento apenas quando eles precisarem, porém, sem deixá-los quebrar ou falhar. Com um acompanhamento direto e constante é possível prever falhas, saber quando será necessário fazer uma intervenção e, claro, entrar em ação. A figura 2 representa a pirâmide da manutenção. Como pode ser visto, a engenharia de confiabilidade encontra-se em uma posição bem superior, indicando que boa parte da rotina de manutenção já deve ter sido consolidada para o bom funcionamento da mesma. Vale a pena ressaltar a grande dificuldade em se obter dados confiáveis para os estudos estatísticos. A manutenção centrada na confiabilidade (MCC) objetiva elevar ao máximo a confiabilidade dos equipamentos, utilizando métodos probabilísticos para a estimativa da ocorrência de falhas. Figure 2 - Pirâmide da Manutenção 1.4 Métodos estatísticos aplicados na confiabilidade Para a análise dos dados obtidos, utiliza-se normalmente: não-paramétricas via Kaplan- Meier e paramétricas via modelos: Exponencial, Weibull e Log-Normal. O objetivo primordial passa a ser o levantamento da curva de sobrevivência (confiabilidade) do item em questão. 4

2 Análise 2.1 Considerações iniciais Os dados obtidos pelas análises de óleo indicam apenas se o mesmo falhou ou não. Portando, se o mesmo não falhou, considerar-se-á que o experimento está censurado à direita, porém, se o mesmo falhou, o correto seria considerar, censura à esquerda. Devido à questões de cálculo (complexidade), optou-se por desprezar a censura à esquerda, sendo arbitrado que os óleos assumam um tempo de falha igual ao da realização dos testes. No artigo Shelf life determination using sensory evaluation scores: a general Weibull modeling approach Freitas, Marta A. e Costa, Josenette C., os autores propõe um método para estes casos de censura à direita e à esquerda. Quem irá definir se o sistema óleo/motor falhou é o laboratório. 2.2 Entrada de dados As 189 amostras foram inseridas no Minitab, sendo informado o tempo e a condição da mesma (falhado ou censurado). 2.3 Ajuste dos modelos Com o auxílio do programa MINITAB, foi calculado inicialmente o estimador de Kaplan-Meier que é dado por: n R ˆ ( t) = o _ itens _ em _ Operação _ até _ o _ tempo _ t o n _ itens _ sob _ teste A confiabilidade dada pelo estimador de Kaplan Méier pode ser vista na figura 3. A confiabilidade utilizando Weibull, Log-normal e Exponencial também foi calculada. Nos métodos, optou-se pela utilização da Máxima Verossimilhança (Maximum Likelihood), adotou-se também um intervalo de confiança de 95%. Como pode ser visto na figura 4, o melhor ajuste foi obtido pela distribuição de Weibull. Ficou evidente que a distribuição exponencial não é adequada. A figura 5 apresenta a confiabilidade para o sistema motor/óleo, considerando a distribuição de Weibull (mais adequada). 5

100 90 80 Nonparametric Survival Plot for tempo Kaplan-Meier Method Censoring Column in cens Table of Statistics Mean 653,094 Median 703 IQR 201 Percent 70 60 50 40 30 0 200 400 600 tempo 800 1000 1200 Figure 3 - Survival Plot - Kaplan Meir Probability Plot for tempo ML Estimates-Censoring Column in cens Percent 90 50 10 1 Weibull Percent 99 90 50 10 1 Lognormal A nderson-darling (adj) Weibull 118,464 Lognormal 119,287 Exponential 122,964 Loglogistic 118,724 0,1 100 tempo 1000 0,1 100 1000 tempo 90 50 Exponential 99 90 Loglogistic Percent 10 1 Percent 50 10 1 0,1 1 0,1 10 100 1000 10000 100 1000 tempo tempo Figure 4 - Probability Plot para Weibull, Lognormal, Exponetial e Loglogistic 6

Parametric Survival Plot for tempo Weibull - 95% CI Censoring Column in cens - ML Estimates Percent 100 80 60 40 Table of Statistics Shape 3,29492 Scale 833,510 Mean 747,614 StDev 249,789 Median 745,765 IQR 349,298 F ailure 53 Censor 136 AD* 118,464 20 0 200 400 600 800 tempo 1000 1200 1400 Figure 5 - Parametric Survival - Weibull 2.4 Cálculo da Confiabilidade Atualmente a troca de óleo é feita com 250 horas. Como os equipamentos têm paradas programadas para os múltiplos de 250, neste trabalho iremos comparar a confiabilidade do óleo para 250, 500 e 750 horas de uso. Como foi visto no subitem anterior, a melhor distribuição para a confiabilidade de óleos é a de Weibull. Time Probability Lower Upper 250 0,981261 0,962030 0,990798 500 0,830555 0,777412 0,872055 750 0,493515 0,380233 0,597049 A confiabilidade para a troca em 250 horas é elevadíssima (98,1%) ao contrário da de 750 horas que é de 49,3%. 2.5 Estudo da viabilidade econômica Como nos cálculos das confiabilidades, desprezou-se a censura a esquerda, optei por considerar o limite inferior da confiabilidade como base para os cálculos de viabilidade econômica para a modificação do intervalo de 250 horas para 500 e 750. A taxa interna de retorno (TIR) foi desconsiderada durante os cálculos. Para os cálculos foram feitas as seguintes considerações: 7

Troca do Kit Troca Kit Material Mão de Obra R$ 250,000.00 R$ 50,000.00 Lucro cessante Custo total Análise de óleo Descrição valor unid. Tempo Parada 120 hrs Produtividade Caminhão 500 ton/hrs Lucro 2 R$/ton Eficiência 0.8 Total 96000 R$ Total do Custo da Manutenção Lucro cessante R$ 96,000.00 Troca Kit R$ 300,000.00 Total R$ 396,000.00 Descrição valor unid. Análise de Óleo R$ 80.00 hrs Troca de Óleo 10 R$/L A vida útil do caminhão para a empresa é de 50000 horas A troca do Kit é prevista para a revisão de 20000 horas 2.5.1 Troca de óleo com 250 horas Para uma troca de óleo com 250 horas, que é a idealizada pelo fabricante, tem-se: Troca de Óleo Standart - 250 hrs - Confiabilidade 96,2% Troca de Óleo com 250 Horas Reforma do Motor com 20000 Horas Vida útil do Caminhão 50000 Horas Trocas de óleo 200 trocas Reservatório 215 Litros Custo do Óleo 10 R$/L Custo com Óleo 430000 R$ Custo da Análise de Óleo 80 R$ Custo com Análises de Óleo 16000 R$ Número de Reformas Esperadas 2.5 reformas Custo da Reforma de Motor 396000 R$ 8

Custo com Reforma do Motor 990000 R$ Custo total com o conjunto Óleo/Motor R$ 1,436,000.00 2.5.2 Troca de óleo com 500 horas Para uma troca de óleo com 500 horas, tem-se: Troca de Óleo - 500 hrs - Confiabilidade 77,7% Troca de Óleo com 500 Horas Reforma do Motor com 15000 Horas Vida útil do Caminhão 50000 Horas Trocas de óleo 100 trocas Reservatório 215 Litros Custo do Óleo 10 R$/L Custo com Óleo 215000 R$ Custo da Análise de Óleo 80 R$ Custo com Análises de Óleo 8000 R$ Número de Reformas Esperadas 3.333333333 reformas Custo da Reforma de Motor 396000 R$ Custo com Reforma do Motor 1320000 R$ Custo total com o conjunto Óleo/Motor R$ 1,543,000.00 2.5.3 Troca de óleo com 750 horas Para uma troca de óleo com 750 horas, tem-se: Troca de Óleo - 750 hrs - Confiabilidade 38% Troca de Óleo com 750 Horas Reforma do Motor com 7500 Horas Vida útil do Caminhão 50000 Horas Trocas de óleo 66.66666667 trocas Reservatório 215 Litros Custo do Óleo 10 R$/L Custo com Óleo 143333.3333 R$ Custo da Análise de Óleo 80 R$ Custo com Análises de Óleo 5333.333333 R$ Número de Reformas Esperadas 6.666666667 reformas Custo da Reforma de Motor 396000 R$ Custo com Reforma do Motor 2640000 R$ Custo total com o conjunto Óleo/Motor R$ 2,788,666.67 2.5.4 Comparativo Comparando as três modalidade possíveis para troca de óleo, tem-se: 9

Troca de Óleo Standart - 250 hrs - Confiabilidade 96,2% Custo total com o conjunto Óleo/Motor R$ 1,436,000.00 Litros de óleo 43000 Litros Troca de Óleo - 500 hrs - Confiabilidade 77,7% Custo total com o conjunto Óleo/Motor R$ 1,543,000.00 Litros de óleo 21500 Litros Troca de Óleo - 750 hrs - Confiabilidade 38% Custo total com o conjunto Óleo/Motor R$ 2,788,666.67 Litros de óleo 14333 Litros Fica evidente que o menor custo de manutenção irá ocorrer para o caso da troca de óleo com 250 horas. Porém, por questões ambientais, a troca de óleo com 500 horas também pode ser considerada interessante, uma vez que o óleo descartado fica reduzido em 50%. 3 Conclusões O período de troca de óleo estipulado pelo fabricante visa redução nos custos de manutenção. Com a troca de 250 horas, a confiabilidade do sistema motor/óleo é elevada (96,2%). Sendo a troca do kit força do motor minimizada. Por questões ambientais, acho interessante um melhor estudo da troca de óleo com 500 horas, pois apesar dos custos de manutenção serem 7,5% maiores, o óleo descartado fica reduzido em 50%. A possibilidade de troca de óleo com 750 horas foi descartada, pois a confiabilidade do sistema fica demasiadamente reduzida (38%). O trabalho desenvolvido nesta disciplina mostrou a importância da mesma para a manutenção. A engenharia de confiabilidade é uma ferramenta rebuscada e de grande valor para o planejamento da manutenção. 10

4 Bibliografia NAKAJIMA, S. Total productive maintenance. Productivity Press, 1988. FREITAS, Marta A. e COSTA, Josenette C., Shelf life determination using sensory evaluation scores: a general Weibull modeling approach FREITAS, Marta A. e COLOSIMO, Enrico A., Confiabilidade: análise de tempo de falha e testes de vida acelerados, Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, Belo Horizonte, 1997 11