SAÚDE AMBIENTAL E VIGILÂNCIA SANITÁRIA

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Transcrição:

SAÚDE AMBIENTAL E VIGILÂNCIA SANITÁRIA AULA 3: Controle Social em Saúde Ambiental: Os direitos humanos na garantia da saúde ambiental, controle social para a construção de políticas de saúde ambiental, deveres e direitos de se viver em sociedade, fortalecimento dos espaços democráticos e programas Intersetoriais. AULA 4: Saúde Ambiental nos Serviços de Saúde: Considerando o meio ambiente, a sustentabilidade e as interfaces com outras áreas e outros setores da saúde sobre o processo/saúde doença.

SAÚDE Definição de Saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o estado de completo bem-estar físico, mental e social do ser, e não apenas a ausência de doença, mas o resultante das adequadas condições de alimentação, habitação, saneamento, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde, razão pela qual a proteção dos ecossistemas se faz imprescindível. PROTEÇÃO AMBIENTAL - deve ser analisada considerando os DIREITOS HUMANOS. DIREITOS HUMANOS - são frutos de lutas e conquistas históricas para melhores condições aos seres humanos.

Princípios essenciais para o lineamento da proteção ambiental Os Constituintes brasileiros incluíram (no texto constitucional de 1988 CFRB/88), um capítulo consagrado ao meio ambiente, no art. 225: 1) Desenvolvimento sustentável - o meio ambiente sadio terá de ser garantido para as presentes e futuras gerações. Encontra-se nesse ponto incluída a preservação da biodiversidade. 2) Prevenção - técnicas disponíveis e ações no sentido da conservação do equilíbrio ambiental; havendo dúvida quanto à geração de dano ambiental, prevalecerá a postura preservadora e a obrigatoriedade de evitar a degradação ambiental. 3) Indisponibilidade do interesse público - o meio ambiente sadio consiste em direito difuso, interessando a todo e qualquer cidadão a preservação de sua qualidade. 4) Informação - preocupação em assegurar à coletividade o conhecimento sobre as decisões que são tomadas e que repercutirão sobre seus interesses, essencial para possibilitar a participação da sociedade civil na gestão da coisa pública, corolário do Estado Democrático de Direito.

CARTA DE DIREITOS E DEVERES DOS UTENTES (doentes) 1) Constituída de Direitos 2) Constituída de Deveres Realizar a leitura: LEITURA DA CARTA 1) file:///c:/users/s46cm/downloads/carta_dos_direitos_e_deveres_dos_utentes%20(1).pdf

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE AMBIENTAL -Função: proteger e promover a saúde humana através de um conjunto de ações integradas (participando governo e sociedade civil) -Para que?: fortalecer os indivíduos no enfrentamento dos determinantes socioambientais e na prevenção dos agravos decorrentes da exposição humana a ambientes adversos. -Conceito de saúde aspecto da política ambiental realizado a partir da Reforma Sanitária: - É um processo de transformação da norma legal e do aparelho institucional em um contexto de democratização. -Tudo para promoção e proteção à saúde dos cidadãos, pois todos tem direito universal à saúde e de um ambiente ecologicamente equilibrado em consonância com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh) e de outros afins.

Importância do controle social no SUS Importante conquista do movimento social brasileiro - pois garante a saúde para todos os brasileiros e a participação da sociedade civil na elaboração, na execução e na fiscalização do Sistema de Saúde em nosso País.

Histórico da Política Nacional de Saúde Ambiental - I Seminário da Política Nacional de Saúde Ambiental (2005) redefiniu o documento Subsídios para construção da Política Nacional de Saúde Ambiental. -Documento fruto de ampla elaboração e debates realizados na Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde; na Comissão Permanente de Saúde Ambiental (Copesa); e no Conselho Nacional de Saúde, subsidiado pela Comissão Intersetorial de Saneamento e Meio Ambiente (Cisama).

Elaboração da Política Nacional de Saúde Ambiental São consideradas as diretrizes e os princípios do SUS, lidos sob a ótica da saúde ambiental. As diretrizes referem-se à descentralização, ao atendimento integral e à participação popular. Correspondem aos princípios: (1) a universalidade do acesso; (2) a integralidade da assistência; (3) a preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; (4) a igualdade da assistência à saúde; (5) o direito à informação; (6) a divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e à sua utilização pelo usuário; (7) a utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; (8) a conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos estados e municípios; (9) a capacidade de resolução dos serviços; e (10) a organização dos serviços públicos de modo a se evitar a duplicidade de meios para fins idênticos.

Linhas de atuação para efetivação da Política Nacional de Saúde Ambiental 1) a estruturação e o fortalecimento da Vigilância em Saúde Ambiental; 2) a construção de agendas intersetoriais integradas; 3) o fomento à promoção de ambientes saudáveis; 4) o estímulo à produção de conhecimento e desenvolvimento de capacidades em saúde ambiental; 5) a construção de um Sistema de Informação Integrado em Saúde Ambiental.

Estruturação e Fortalecimento da Vigilância em Saúde Ambiental Sistema de Vigilância em Saúde Ambiental Vigilância à Saúde - implica a incorporação efetiva do conceito de ecologia e de ecossistema para a compreensão das relações entre saúde e ambiente. São conceitos transversais - que auxiliam a ação integrada sobre as demandas sanitárias. Deve ser ressaltado o cuidado - para que as ações de vigilância não estejam voltadas apenas aos agravos identificados decorrentes da exposição humana aos agentes nocivos no ambiente. As avaliações de risco - podem ser uma oportunidade para a promoção da saúde e da qualidade de vida, desde quando se utilizem métodos adequados à compreensão da complexidade dos fenômenos envolvidos na relação saúde-ambiente.

Estruturação e Fortalecimento da Vigilância em Saúde Ambiental Cooperação internacional Importância da cooperação tanto com atores nacionais como com atores que influenciam o quadro internacional. Visão decorrente da consciência de que os riscos à saúde, à semelhança dos riscos ao ambiente, não respeitam fronteiras nacionais; Cooperação internacional deve ser considerado num sentido ampliado, envolvendo posicionamentos, subsídios técnicos e debates de temas que afetarão a saúde a partir de aspectos ambientais.

Importância das ações intra e intersetoriais Essas ação são o eixo central para a formulação da Política Nacional de Saúde Ambiental pois é possível compatibilizar os procedimentos da Vigilância em Saúde Ambiental (em desenvolvimento no SUS), com aqueles praticados por outros setores para potencializar os recursos disponíveis e evitar a superposição de ações e os conflitos de mandatos entre instituições.

Agenda Intersetorial Criação de agendas intersetoriais transversais - contituem esforços para o enfrentamento de problemas socioambientais. Brasil - objeto de políticas públicas elaboradas ou em elaboração: 1) Política Nacional de Meio Ambiente, 2) a Política Nacional de Educação Ambiental, 3) a Política Nacional de Saneamento Ambiental, 4) a Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, 5) a Política Nacional de Recursos Hídricos, 6) a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, 7) a Política Nacional de Promoção da Saúde, etc., Brasil objeto de instrumentos de implementação: 1) Estatuto das Cidades - que estabelece diretrizes gerais da política urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Construção de Pontes Intersetoriais Os modelos econômicos no Brasil tem levado em conta prioritariamente a saúde e o ambiente? -Modelo desenvolvimento que perpetua processos produtivos inadequados - provocam danos evitáveis à saúde humana e ao meio ambiente. -Ainda existem: relações e processos de trabalho primários e processos produtivos com riscos tecnológicos complexos, que incorporam tecnologias nucleares, químicas e biológicas.

Construção de Pontes Intersetoriais Padrões de desenvolvimento não sustentáveis - favorecem a degradação ambiental e afetam o homem (sua qualidade de vida e seu estado de saúde) por alterações no meio natural e destruição de diversos ecossistemas - levam a mudanças nos padrões de distribuição de doenças e nas condições de saúde dos diferentes grupos populacionais. Brasil ainda não atingiu um patamar adequado no que se refere às políticas públicas voltadas para a infra-estrutura urbana - especialmente os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e do gerenciamento dos resíduos sólidos e águas pluviais.

Construção de Pontes Intersetoriais Proposta de construção da área de Saúde Ambiental no Brasil - necessita de uma política específica, uma meta-política que considere a amplitude de variáveis que não cabem ao setor Saúde ou a qualquer outro. Essa política necessita controlar ou interferir de forma isolada nos aspectos políticos da gestão regional e local de recursos e serviços, nas relações da saúde ambiental com os diversos modos de vida da população brasileira e no crescimento de grandes cidades e metrópoles.

Desafios da Governabilidade Está em ordenar a produção e a distribuição de bens e serviços, além de organizar, em um projeto comum, as energias, os recursos, as capacidades e as potencialidades de sujeitos e organizações sociais. Os mecanismos tradicionais de governo são insuficientes para a consecução deste novo intento. Políticas externas (norteadas pela Agenda 21) acordaram esforços de comprometimento entre países (com declarações, tratados, convenções e outros) para buscar padrões de desenvolvimento para diminuir as diferenças sociais por meio da condução de políticas públicas que persigam a sustentabilidade.

Fomento à promoção de ambientes saudáveis Ambiente e saúde são interdependentes e inseparáveis. As relações entre os homens e a natureza ocorrem em ambientes que podem e devem ser favoráveis à saúde. Ambiente - não incorpora apenas a dimensão física ou natural, mas também a social, a cultural, a econômica e a política, sejam elas familiares, de trabalho, lazer, educação, consumo, produção, etc. Conformar um ambiente saudável - colocar a qualidade da vida em foco nos locais onde as pessoas vivem, transitam, trabalham, buscam serviços públicos, praticam o seu lazer, etc., para além da função original da organização em questão, de forma participativa e articulada.

Fomento à promoção de ambientes saudáveis No caso do setor Saúde, sua contribuição mais significativa para o fomento à promoção de ambientes saudáveis se produz com: (1) a adoção de princípios, tais como o da precaução e do poluidor-pagador ; (2) o mapeamento de áreas com população sob risco de exposição a fatores de risco ambiental; (3) a análise e o estabelecimento de limites de exposição, bem como a possibilidade concreta de eliminação dos riscos a que estão submetidas as populações; (4) a reavaliação do arcabouço normativo e dos padrões relativos à saúde ambiental; (5) o envolvimento da Saúde no estabelecimento de critérios de qualidade ambiental; (6) o apoio aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e à sociedade civil no que tange à saúde ambiental.

Produção de conhecimentos e desenvolvimento de capacidades em Saúde Ambiental No Brasil - ensino da saúde em sua articulação com o ambiente - encontra-se em fase embrionária, o que pode ser verificado tanto pela baixa oferta de cursos nas instituições de ensino quanto pela pouco expressiva produção científica nesta área do conhecimento. Inserção da temática da saúde ambiental nos currículos dos cursos superiores brasileiros não somente da área da saúde, mas ainda das áreas ambientais e de educação - importante. Essa medida possibilitará o acesso de um maior número de pessoas ao assunto e posteriormente facilitará a operacionalização de ações em prol da saúde ambiental.

Disseminação da informação e utilização dos meios de comunicação para prevenção e promoção da saúde Saúde Ambiental compreende ações de planejamento e de gestão para o controle das situações de risco e para a avaliação das intervenções. A disseminação da informação, mediante a utilização dos meios de comunicação para a prevenção e a promoção da saúde, precisa estar inclusa no planejamento. A mídia, pelo alcance necessário das iniciativas de controle ao risco sobre a saúde humana, deve ser requisitada e utilizada em prol da saúde ambiental. Da mesma forma, requer-se um sistema de informação organizado e integrado, para análise e comunicação, de forma ampla e articulada, que facilite a operacionalização da vigilância em saúde ambiental.

Articulação institucional estratégica Para a efetiva implantação da Política Nacional de Saúde Ambiental é necessário garantir: Consolidação política, financeira, institucional e operacional. Os recursos financeiros necessários para a execução da política devem ser discutidos e definidos no âmbito dos diversos fóruns decisórios das políticas de saúde nas três esferas de governo e nas esferas das políticas de áreas afins.