UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Marcos Paulo Azevedo dos Santos A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO NA PRODUÇÃO DE POTENCIA EM ATLETAS DE FUTEBOL

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Transcrição:

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Marcos Paulo Azevedo dos Santos A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO NA PRODUÇÃO DE POTENCIA EM ATLETAS DE FUTEBOL Curitiba 2011

Marcos Paulo Azevedo dos Santos A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO NA PRODUÇÃO DE POTENCIA EM ATLETAS DE FUTEBOL Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas e saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduado. Orientador: Profº Msc. Fabiano de Macedo Salgueirosa. Curitiba 2011

TERMO DE APROVAÇÃO Marcos Paulo Azevedo dos Santos A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO NA PRODUÇÃO DE POTENCIA EM ATLETAS DE FUTEBOL O artigo foi julgado e aprovado para a obtenção do titulo de Educador Físico no curso de Educação Física da universidade Tuiuti do Paraná Curitiba, 20 de junho de 2011. Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde Curso de Educação Física Orientador: Profº Msc. Fabiano de Macedo Salgueirosa Universidade Tuiuti do Paraná - Departamento de Educação Física Profº Msc. João Egdoberto Siqueira Universidade Federal Tecnológica do Paraná - Departamento de Educação Física Profª Esp. Mariana Fontoura Universidade Tuiuti do Paraná - Departamento de Educação Física

A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO NA PRODUÇÃO DE POTENCIA PARA ATLETAS DE FUTEBOL. Marcos Paulo Azevedo dos Santos 1, Fabiano de Macedo Salgueirosa 2. 1 Acadêmico do curso de Educação Física Bacharelado da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Educação Física, Prof.Ms. Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Marcos Paulo Azevedo dos Santos E-mail: marcoeustacio@hotmail.com RESUMO: O objetivo proposto neste trabalho consiste em verificar se o aquecimento influencia na produção de potencia em atletas de futebol. Para realizar esse estudo, a amostra foi escolhida de forma intencional e contou 20 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 15 e 18 anos. O indivíduo para participar do estudo deveria estar treinando no mínimo há três meses e não possuir histórico de lesão no ultimo ano e nem fazerem uso de suplementos ou estimulantes. Os procedimentos ocorreram de forma alternada, coletas de salto vertical foram realizada em 2 dias distintos (com e sem aquecimento) com uma semana de intervalo entre as mesmas. A ordem das coletas foi realizada de forma aleatória. O aquecimento consistiu em corrida contínua em volta do campo de futebol a uma freqüência cardíaca de 85% da máxima, a qual foi calculada pela formula de Tanaka e cols. [208 (0,7x idade)] (10,16) durante vinte minutos imediatamente antes da realização do salto vertical. A freqüência foi monitorada por um frequencímetro da marca Polar, modelo f1. Para a avaliação da potência de membros inferiores foi utilizado o Sargent Jump Test que consiste em saltos na vertical. Os resultados demonstraram que na condição com aquecimento a altura média do salto vertical foi significativamente maior (47,85±8,28) quando comparada à condição sem aquecimento (45,47± 8,89). Diante dos resultados conclui-se que o aquecimento tem uma influência positiva na performance de salto vertical e deve ser utilizado como forma de preparação antes de atividade que envolva força explosiva. Palavra - chave: Influencia Aquecimento, Potencia. ABSTRACT: The objective proposed in this paper is to verify the influences of the warm-up on muscular power for soccer players. To perform this study, sample were 20 males, aged between 15 and 18. The individual to participate in the study should be training at least three months ago and has no injury history in past year and do not use supplements and stimulants. The procedures were collected so that the vertical jumps were performed on 2

different days (with and without warm-up) with one week interval between them. The order of the sampling was done randomly. The warm-up consisted of continuous running around the football field to a heart rate of 85% of maximum, which was calculated by the Tanaka et al. [208 - (0.7 x age)](10,16) equation for twenty minutes immediately before performing the vertical jump. The frequency was monitored by a Polar F1 frequencimeter. For the evaluation of lower limb power was used Sargent Jump Test which consists of vertical jumps. The results showed that the condition for warm-up the average height of vertical jump was significantly higher (47.85 ± 8.28) compared to condition without warm-up (45.47 ± 8.89). From the results it is concluded that warming-up has a positive influence on vertical jump performance and should be used as preparation before the activity involving the muscular power. Keywords: Influences, Heating, Power. INTRODUÇÃO O aquecimento é bastante usado como forma de preparar o corpo para certa tipo de aquecimento é realizado através de exercícios que mobilizam grandes grupos musculares, como por exemplo, a corrida. atividade física, assim diminuindo o risco Já o aquecimento específico, de lesões (1) (2). Definimos também como atividades preparatórias, e é realizado antes consiste em exercícios específicos de uma modalidade. Esses exercícios servem para de um exercício físico, e tem a finalidade aquecer pequenos grupos musculares de colocar os órgãos em atividades para que chegue a um rendimento máximo. A realização do aquecimento visa obter o estado ideal psíquico e físico, ajudando na prevenção de lesões e preparando o ativados em certa modalidade esportiva. Convém notar que o aquecimento geral deve sempre proceder ao aquecimento especifico (1). A influência do aquecimento como organismo para suportar um treinamento, forma de potencializar determinadas uma competição ou um lazer (3). Segundo Weineck (1) o aquecimento pode ser geral ou especifico. O autor capacidades físicas como força e potência ainda gera controvérsias. Enquanto alguns autores encontraram melhorias (14, 15, 18, também relata que o aquecimento geral 19,) outros não encontraram (17,9). deve possibilitar um funcionamento mais Segundo Tubino (5) potencia é o tipo de ativo do organismo como um todo. Este força que pode ser explicada pela capacidade de exercer o máximo de

energia num ato explosivo e é uma valência física presente na maioria das modalidades desportivas. Já Zakharov (6) explica que potencia se caracteriza pela capacidade de superar o mais rápido possível a resistência, ela representa um caso particular de manifestações das capacidades de velocidade e de força relacionadas com um esforço único como, por exemplo, em saltos e lançamentos. A força explosiva (ou rápida) representa a relação entre a força expressada e o tempo necessário para alcançá-la (7). No Futebol sabemos que a potencia é uma capacidade que deve ser bem desenvolvida para que o atleta tenha um bom desempenho na modalidade. Sem potencia um jogador não atingiria o perfil necessário para que se tenha um bom rendimento na partida. Assim, este estudo terá como objetivo verificar a influencia do aquecimento na produção de potencia em atletas de futebol. MATERIAIS E MÉTODOS Trata de um estudo quase experimental (8). A amostra, escolhida de forma intencional, contou 20 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 15 e 18 anos. O indivíduo para participar do estudo deveria estar treinando no mínimo há três meses e não possuir histórico de lesão no ultimo ano e nem fazerem uso de suplementos ou estimulantes. O estudo foi aprovado pelos diretores e coordenadores da instituição envolvida. Todos os indivíduos receberam um termo de consentimento livre e informado para a participação do estudo onde por serem menores de idade os responsáveis tiveram que assinar. Os procedimentos ocorreram da seguinte forma. As coletas de salto vertical foram realizada em 2 dias distintos (com e sem aquecimento) com uma semana de intervalo entre as mesmas. A ordem das coletas foi realizada de forma aleatória. O aquecimento consistiu em corrida contínua em volta do campo de futebol a uma freqüência cardíaca de 85% da máxima, a qual foi calculada pela formula de Tanaka e cols. [208 (0,7x idade)] (10,16) durante vinte minutos imediatamente antes da realização do salto vertical. A freqüência foi monitorada por um frequencímetro da marca Polar, modelo f1. Para a avaliação da potência de membros inferiores foi utilizado o Sargent Jump Test que consiste em saltos na vertical. O atleta demarca as pontas dos dedos com tinta ou giz, fica de lado na parede com as pontas dos dedos mais alto possível com uma das mãos, e marca a parede com o giz. O atleta de uma posição estática salta mais alto possível e marca a

parede com o giz do dedo. As medidas são aferidas com a distância da partida até a conclusão do salto. O atleta deve repetir por três vezes e o assistente vai calcular a média das distâncias registradas e usa esse valor para avaliar o desempenho do atleta (JOHSON; NELSON, 1979 apud (11)). Durante todas as avaliações foi dado encorajamento verbal por parte do avaliador. Na semana anterior ao protocolo experimental os atletas realizaram o teste de impulsão vertical para familiarização. ANALISE ESTATISTICA Os dados são apresentados como Média ± Desvio-padrão. Para a comparação entre os momentos (com e sem aquecimento) foi utilizado o teste t pareado, com p<0,05. As análises foram realizadas no software PASW 18.0. RESULTADOS E DISCUSSÕES A tabela abaixo 1 mostra as características dos sujeitos que foram submetidos aos testes. Tabela 1: Características dos sujeitos Média ± DP IDADE 16,14 ± 0,35 ESTATURA 173,90 ± 6,28 FC MÁX 196,78 ± 0,25 FC 85% 167,18 ± 0,24 FC REP. 81,00 ± 12,15 Observa-se que o aquecimento teve influência na produção de potencia para os atletas de futebol. Os resultados mostraram uma diferença significativa nas condições com e sem aquecimento, como mostra a tabela 2. Tabela 2: Potencia de MMII Sem Aq Com Aq P 45,47± 8,89 47,85 ±8,28 0,02 P<0.05 Resultados similares foram encontrados por Gourgoulis et al. (19) que aqueceu atletas através de agachamento e testou o salto vertical. O autor dividiu a amostra em dois grupos de acordo com seus valores de 1RM para o meio agachamento, Indivíduos com maior capacidade de força máxima melhoraram sua capacidade de impulsão vertical (4,01%) mais do que Indivíduos com menor força máxima (0,42%). Esse efeito é maior em atletas com uma capacidade de resistência relativamente alta. Já outro estudo feito por Holt e Lambourne (18) que comparou 64 pessoas que foram submetidas a um aquecimento de 80% da freqüência cardíaca máxima e logo após um alongamento e testou o salto na vertical. Percebeu-se que houve uma diferença significativa no desempenho entre os grupos de aquecimento. O desempenho do salto melhorou em todos os grupos.

Porém, Rodrigues (20) realizou um estudo onde ele visava ver o comportamento da força de contração voluntária máxima dos músculos extensores do joelho após três diferentes protocolos de aquecimento. Um dos protocolos era aquecer o atleta a 60% da freqüência cardíaca máxima e logo após testar se influenciou no comportamento da força. O autor detectou que não houve uma influencia do aquecimento. Uma das explicações pode ser o tempo usado que foi de 7 minutos e a freqüência cardíaca, menor que no presente estudo. Portanto, duração e intensidades relativamente grandes parecem ser necessárias para se obter efeitos satisfatórios. Uma das explicações para o efeito positivo do alongamento seria que o aquecimento aumenta a demanda das adaptações fisiológicas, provocando um aumento da freqüência cardíaca, aumentando o fluxo de sangue, conseqüentemente mais rápido chega o oxigênio nos tecidos assim retardando a fadiga e desenvolvendo resistência e força, conseqüentemente aumentando o nível de potencia (12). Oliveira (13) relata que a atividade física aumenta a temperatura do corpo, levando ao aquecimento muscular. Desta forma, a passagem do oxigênio do sangue para as células ocorre com maior rapidez, porque tanto a hemoglobina (que transporta o oxigênio no sangue) quanto a mioglobina (que segura o oxigênio no músculo) libera mais rapidamente o oxigênio que estão carregando. Assim, com o aumento da temperatura, os nervos, que levam mensagens à medula e ao cérebro e trazem as respostas aos músculos, fazem esta função de maneira mais rápida e eficaz. Entretanto, Fox, Bowers e Foss (14) relataram que a sensibilidade dos receptores sensoriais aumenta com a elevação da temperatura dos tecidos do corpo, agindo principalmente sobre a capacidade coordenativa, uma vez que a precisão dos movimentos esportivos depende muito das informações que estes receptores transmitem ao SNC, consequentemente haverá redução nos tempos de contração muscular e de seus reflexos. O autor exemplifica que os exercícios de corrida e alongamento ajudam a aumentar a amplitude de movimento ao redor de uma articulação, permitindo uma melhor realização das habilidades; e servem como medida preventiva contra a laceração das fibras musculares e tecidos conjuntivos Contudo, McArdle, Karch & Katch (15) citam que o processo de aquecimento alonga (estira) a unidade musculotendinosa e, subseqüentemente, permite maior comprimento e menor tensão para qualquer

carga específica agindo sobre a unidade. Desta maneira, pode reduzir as chances de lesão articular e muscular. Assim, o aquecimento específico aprimora a destreza e a coordenação. Além disso, melhora o desempenho muscular, devido ao aumento do fluxo sangüíneo e da temperatura muscular, permitindo maior velocidade de contração e relaxamento dos músculos; maior eficiência mecânica, devido à menor resistência viscosa dentro dos músculos; utilização facilitada de oxigênio pelos músculos, porque a hemoglobina libera o oxigênio mais prontamente em temperaturas mais altas; facilitação da transmissão nervosa e do metabolismo muscular nas temperaturas mais altas. CONCLUSÃO Diante dos resultados conclui-se que o aquecimento tem uma influência positiva na performance de salto vertical e deve ser utilizado como forma de preparação antes de atividade que envolvam a força explosiva. Dessa forma esse estudo trás uma informação importante para os professores, técnicos, treinadores, e atletas. Sugere-se para estudos futuros incluir diferentes intensidades no aquecimento, assim como analisar a influência de diferentes formas de aquecimento combinadas. REFERÊNCIAS 1 - WEINECK, J. Treinamento ideal. 9 ed. São Paulo: Manole 1999. p. 229, 617, 618. 2- ENOKA, R.M Bases neuromecanicas da cinésiologia. 2 ed. Bela vista: Manole, 2000. 3- DIAZ-RINCON, J.A Real federación española de futbol: teoría y práctica Del entrenamiento deportivo, 1997. 4 VERKHOSHANSKI, Y. Treinamento desportivo, teoria e metodologia, Artmed: Rio de Janeiro, 2001. p.170, 171. 5- TUBINO, Manuel José Gomes, metodologia cientifica do treinamento desportivo, 11 ed. IBRASA: São Paulo, 1993. p. 182 a 191. 6 ZAKHAROV, A ciência do treinamento desporto, 1 ed. Grupo palestra: Rio de Janeiro, 1992. p.115. 7 - BADILLlO, J.J (2000a), Concepto y Medida de la Fuerza Explosiva en el Deporte. Posibles Aplicaciones al entrenamiento. Entrenamiento Deportivo Tomo XIV, n 1, 5-15. 8 - THOMAS, R, J E NELSON, K, J, métodos de pesquisa em atividade física 3 ed. Artmed: Porto Alegre, 2002. 9- RODRIGUES. P. Comportamento da força de contração voluntária máxima dos músculos extensores do joelho após

três diferentes protocolos de aquecimento prévio. Monografia de Especialização. União da Vitória, 31 de julho de 2009. 10- TANAKA H, MONAHAN K.D, SEALS, D.R Age - predicted maximal heart rate revisited. American College of Sports Medicine (ACSM). 11- MARINS, J.C.B, Avaliação e prescrição de atividade física guia pratico 2 ed. Shape: Rio de Janeiro p. 86, 87, 88 (1998). 12- WEINECK, J. Biologia do esporte/j. Weineck. Traduzido por Anita Viviane: SP: Manole, 1941. 13- OLIVEIRA, O. O atleta moderno. Dicas e verdades para o esportista. Oficina de livros, belo horizonte, 1990. 14 - FOX, BOWERS ET FOSS - bases fisiológicas da educação física e dos desportos, 4 ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1991. 15- MCARDLE, W, KATCH, F.I. KATCH, V.L. - Fisiologia do exercício - energia, nutrição e desempenho humano. 3 ed. Afiliada abdr; Rio de Janeiro, 1992. 16- ROCHA, P E, medidas e avaliação em ciências de esporte, rio de janeiro: 6 ed. Sprint: São Paulo, 2004 p. 129 a 131. 17- MARQUEZ. A.C, A força. Alguns conceitos importantes, Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 n. 46 - Marzo de 2002. 18- HOLT, B, LAMBOURNE, KATE, O impacto de diferentes protocolos de aquecimento no desempenho do salto vertical em atletas do sexo masculino. Força Nacional e Associação condicionado 2008. 19-GOURGOULIS, et.al, Efeito de um programa de meia squats submáxima warm-up na capacidade de salto vertical. Associação Nacional de força e condicionamento físico 2003.