TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO E RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR DISPLASIA COXOFEMORAL REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO E RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR DISPLASIA COXOFEMORAL REVISÃO BIBLIOGRÁFICA LUCIMARA DE FATIMA BASILIO GUBERT CURITIBA 2016

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO E RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR DISPLASIA COXOFEMORAL REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Trabalho de conclusão de curso, realizado como requisito para a aprovação na disciplina de estágio curricular obrigatório do curso de medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador acadêmico: Prof. Adj. Silvana Maris Cirio CURITIBA 2016

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ REITOR Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Carlos Eduardo Rangel Santos PRÓ-REITORA ACADÊMICA Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva DIRETOR DE GRADUAÇÃO Prof. Dr. João Henrique Faryniuk COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Prof. Dr. Welington Hartmann COORDENADOR DE ESTÁGIO CURRICULAR Prof. Dr. Welington Hartmann

TERMO DE APROVAÇÃO LUCIMARA DE FATIMA BASILIO GUBERT RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médica Veterinária pela Comissão Examinadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 06 de junho de 2016 Prof. Orientadora Silvana M. Cirio UTP Universidade Tuiuti do Paraná Dra. Msc. Danielle Murad Tullio Pet Imagem Diagnósticos Veterinários

AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer à Deus, que sempre esteve ao meu lado, sem ele não estaria onde estou hoje. A minha mãe e meu pai, por todo o esforço feito para que essa graduação fosse realizada, por todos os dias de trabalho árduo de segunda à domingo. A minha Avó Judith (in memorian), esse diploma é por você. Ao meu namorado, que sempre esteve do meu lado, me apoiando e sempre acreditou em mim. As minha amigas Daniele, Bruna, Ana Flavia, Ananda, a Dra. Maria Jose Fontoura, por toda a ajuda e companheirismo. Ao Dr. José Luís Jensen e a Eliane Fontoura por terem sido exemplo. Aos meus professores por todo o conhecimento transmitido, à minha orientadora Silvana por toda a paciência e ajuda. À minha orientadora profissional Danielle por ter me recebido de braços abertos na Pet imagem. Aos cães Totó, Chica,Tchuchuco, Branca, Cara, Bebe, Penélope, Valente, Pé de - Pano e ao coelho Perna Longa, agradeço a eles por terem me proporcionado amor incondicional e me mostrado o caminho a seguir, aos novos membros da família Jujuba e Eduardo, principalmente a Pitchula que está presente comigo desde o ensino fundamental, a Nina que me acompanhava nas aulas práticas sempre com muito entusiasmo e que até o fim da sua vida me ensinou a nunca desistir, ao Negão que apareceu na minha vida como um presente, demonstrando sempre muita paciência e agradeço a todos os outros, cada um de vocês tem um lugar especial no meu coração, cada um com o seu jeito de amar.

RESUMO A displasia coxofemoral acomete animais de médio à grande porte. Para diagnóstico deve-se realizar o exame físico do paciente e exame radiográfico, este pode ser avaliado com a técnica de PennHIP ou índice de Norberg. Os tratamentos são diversos, consistindo apenas de técnicas paliativas, tanto para tratamentos clínicos quanto cirúrgicos. O presente trabalho de conclusão de curso descreve as atividades desenvolvidas no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, no período de 29 de fevereiro à 17 de maio de 2016. Palavras chave: claudicação; filhote; luxação

LISTA DE ABREVIATURAS ADD Afecção Articular Degenerativa CBRV Colégio brasileiro de radiologia veterinária Dra Doutora HD Hip Dysplasia IM Intramuscular M.V Medico(a) Veterinário(a) MHz Mega-hertz Msc Mestre PennHIP University of Pennsylvania Hip Improvemente Program SC Subcutâneo TCC Trabalho de Conclusão de Curso TID Três vezes ao dia VO Via Oral

LISTA DE FIGURA FIGURA 1 Recepção e área de espera do Pet Imagem...13 diagnósticos Veterinários, Curitiba PR 2016 FIGURA 2 Sala de ultrassonografia do Pet Imagem diagnósticos...13 Veterinários, Curitiba PR 2016 FIGURA 3 Sala de radiografia do Pet Imagem diagnósticos...14 Veterinários, Curitiba PR 2016 FIGURA 4 Consultório para atendimento de especialidades do Pet...14 Imagem diagnósticos Veterinários Curitiba PR, eletrocardiograma FIGURA 5 Consultório para atendimento de especialidades do Pet...15 Imagem diagnósticos Veterinários, Curitiba PR 2016, acupuntura veterinária FIGURA 6 Posicionamento utilizando distrator...2 4 FIGURA 7 A sobreposição de um das circunferências concêntricas...25 ao limite da cabeça femoral determinara o centro da referida cabeça femoral segundo Norberg FIGURA 8 Radiografia da articulação coxofemoral de cão...25 FIGURA 9 Esquema demonstrativo da excisão da cabeça e colos...28 femorais FIGURA 10 Técnica cirúrgica para realização de osteotomia pélvica tripla...29

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 Número total de exames realizados por especialidade no Pet...16 Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016 GRÁFICO 2 Modalidade de exames de imagem atendidos no Pet Imagem...17 Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016 GRÁFICO 3 Bioquímica sérica e hematologia atendidos no Pet Imagem...17 Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016 GRÁFICO 4 Exames realizados de microbiologia, parasitologia e urinálise...18 atendidos no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016 GRÁFICO 5 Exames realizados de endocrinologia e imunologia atendidos...19 no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016

LISTA DE QUADROS QUADRO1 Graduação relativa a ângulo acetabular segundo Norberg...26

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 11 2. DESCRIÇÃO DA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO... 12 2.1 Horário de funcionamento... 12 2.2 Estrutura... 12 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 15 4. CASUÍSTICA... 15 5. REVISÃO DE LITERATURA DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES... 19 5.1 Aspectos radiográficos normais... 20 5.2Etiopatogenia... 20 5.3 Sinais clínicos... 21 5.4 Diagnóstico... 22 5.5 Exames radiográficos... 23 5.6 Tratamento... 26 5.7 Controle... 29 6. CONCLUSÃO... 30 7. REFERÊNCIAS... 31

11 1. INTRODUÇÃO As técnicas diagnósticas vem sendo aprimoradas com a evolução da medicina veterinária e atualmente podemos contar com uma grande variedade de exames disponíveis, dentre eles exames ultrassonográficos, radiográficos, histopatológicos, citopatológicos, bioquímicos e hormonais. Cabe ao clínico veterinário indicar qual exame é o ideal de acordo com apresentação clínica e histórico do paciente. A displasia coxofemoral é uma alteração do desenvolvimento, causa alterações morfológicas da cabeça do fêmur, do colo femoral e do acetábulo (SOMMER E FRATOCCHI, 1998). Sua origem é multifatorial, envolvendo fatores genéticos, nutricionais e hormonais (TORRES, 1993). O diagnóstico é obtido através do histórico, sinais clínicos e exames físicos, porém somente a radiografia da articulação coxofemoral irá confirmar a suspeita clínica (SMITH, 1990). Pode-se indicar o tratamento clínico em situações de displasia de grau leve e para a escolha do tratamento cirúrgico, deve ser considerado o estado geral do paciente, a idade, o temperamento, conformação da cabeça femoral e do acetábulo (SLATTER, 1998) O estágio curricular foi realizado no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, no período de 29 de fevereiro a 17 de maio do ano de 2016, totalizando 440 horas, sob orientação profissional da Médica Veterinária (M.V) Danielle Murad Tullio e sob orientação acadêmica da professora Dra. Silvana Maris Cirio. O estágio curricular teve como objetivo aprimorar os conhecimentos adquiridos durante a graduação e desempenhar na prática conhecimentos sobre os métodos de diagnósticos veterinários.

12 2. DESCRIÇÃO DA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO 2.1 Horário de funcionamento O Pet Imagem Diagnósticos Veterinários está localizado na rua Senador Batista de Oliveira, 202, no bairro Jardim das Américas Curitiba PR. Possui como médica veterinária responsável a Dra. Msc. Danielle Murad Tulio. O horário de funcionamento é das 8:00 as 18:00 horas, sendo que todos os exames são agendados e requisitados após terem passado por consulta prévia com médico veterinário. A clínica possui uma secretária e o serviço terceirizado de um anestesista e duas médicas veterinárias cardiologistas que fazem eventuais procedimentos de rotina. 2.2 Estrutura O Pet Imagem Diagnósticos Veterinários é composto por estacionamento para proprietários, uma área de espera e recepção (Figura 1) onde os proprietários aguardam para realização dos exames, uma sala de ultrassonografia (Figura 2) onde é feita a tricotomia dos pacientes e o exame ultrassonográfico, sala para exame radiográfico (Figura 3), consultório para atendimento de especialidades (Figuras 4 e 5), sala para revelação de radiografia, cozinha, uma área que encontrase desativada, sala administrativa e lavanderia.

13 FIGURA 1 Recepção e área de espera do Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, Curitiba PR 2016 Fonte: Danielle Murad Tullio, Pet Imagem Diagnósticos Veterinários. FIGURA 2 Sala de ultrassonografia do Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, Curitiba PR 2016 Fonte: Danielle Murad Tullio, Pet Imagem Diagnósticos Veterinários.

14 FIGURA 3 Sala de radiografia do Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, Curitiba PR 2016 Fonte: Danielle Murad Tullio, Pet Imagem Diagnósticos Veterinários. FIGURA 4 Consultório para atendimento de especialidades do Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, eletrocardiograma, Curitiba PR 2016 Fonte: Danielle Murad Tullio, Pet Imagem Diagnósticos Veterinários.

15 FIGURA 5 Consultório para atendimento de especialidades do Pet Imagem Diagnósticos Veterinários, acupuntura veterinária, Curitiba PR 2016 Fonte: Danielle Murad Tullio, Pet Imagem Diagnósticos Veterinários 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Durante o estágio curricular foi possível acompanhar a rotina de atendimentos e a realização dos exames de: radiografia e ultrassonografia, diagnóstico citopatológico, histopatológico, hematologia, bioquímicos, urinálise, parasitologia, imunologia, endocrinologia, microbiologia, cardiologia e aferição de pressão arterial. Todas as atividades desenvolvidas incluíram: contenção dos animais para coleta de exames laboratoriais (citopatológico, raspado de pele e cultura), contenção para exame ultrassonográfico, contenção e posicionamento para os exames radiográficos e acompanhamento dos resultados, estes explicados e discutidos posteriormente pela orientadora profissional médica veterinária Danielle Murad Tullio. 4. CASUÍSTICA Durante o período de estágio foram atendidos 683 animais, dentre estes, 622 da espécie canina (91% dos atendimentos) e 62 da espécie felina (9% dos atendimentos). Do total de atendimentos, 456 (66%) eram fêmeas e 232 (34%)

16 machos. O Gráfico 1 indica os exames realizados durante o período de estágio no Pet Imagem Diagnósticos veterinários. Nota-se maior número de exames relacionados à bioquímica sérica, entretanto, para alguns pacientes era requisitado mais de um exame nesta modalidade, justificando o elevado número (1.051 exames de bioquímica sérica acompanhados) e em menor número o monitoramento de droga, sendo este, realizado uma única vez, a droga monitorada foi o fenobarbital. GRÁFICO 1 Número total de exames realizados por especialidade no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016. Número de exames por especialidade Monitoramento de drogas 1 Anatomia patologica 18 Parasitologia 20 Microbiologia 33 Imunologia 35 Urinalise 50 Procedimetos gerais 91 Hematologia 257 Diagnostico por imagem 511 Endocrinologia 771 Bioquímica serica 1.051 O Gráfico 2 mostra as modalidades dos exames de imagem realizados no período de estágio. A radiografia foi o exame realizado em maior número, sendo 227 exames radiográficos em um total de 683 exames de imagem.

Hemograma completo ALT Creatinina Ureia FA Glicose Colesterol Triglicerideo AST Albumina Proteina total Lipase GGT Globulina Amilase Proteina total e frações Frutosamina Potassio Sodio Pesquisa de hematozoarios Colesterol frações Fosforo Bilirrubina Creatinaquinase Contagem de reticulocitos 17 GRÁFICO 2 - Modalidades de exames de imagem atendidos no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016. Diagnóstico por imagem US estruturas superficiais Eletrocardiograma US aparelho reprodutor feminino Ecocardiograma 6 9 14 19 US gestacional 74 US abdominal exploratório 161 Radiografia 227 O Gráfico 3 mostra os tipos de exames sanguíneos realizados, evidenciando um maior número de hemogramas n=251. Dos exames de bioquímica sérica houve um maior índice de bioquímica hepática para avaliar ALT n=211. GRÁFICO 3 Bioquímica sérica e hematologia realizado no Pet Imagem,, Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016. 251 211210 Bioquímica sérica e hematologia 135 133 85 59 38 35 27 22 21 18 16 11 7 6 6 5 5 2 2 1 1 1

18 O Gráfico 4 a seguir indica os exames microbiológicos, parasitológicos e urinálises realizados. A urinálise foi um exame com expressiva porcentagem (45 urinálises realizadas em um total de 104 exames). GRÁFICO 4 Exames realizados de microbiologia, parasitologia e urinálise no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016. Microbiologia, parasitologia e urinálise Pesquisa para demodex 1 Pesquisa para malassezia 1 Relação proteína:creatinina Coproparasitologico 5 5 Cultura fungica Ectoparasita + fungo Cultura bacteriana + antibiograma 13 14 20 Urinalise 45 Durante o período de estágio foram realizados os exames endócrinos e imunológicos representados no Gráfico 5.

19 GRÁFICO 5 Exames realizados de endocrinologia e imunologia no Pet Imagem Diagnósticos Veterinários durante o período de 29/02/2016 à 17/05/2016. Endocrinologia e imunologia Parvovirose Leishmaniose T3 Coronavírus Giardia Brucelose Leptospirose Babesia Erlichia Cinomose T4 total Cortisol Fiv/Felv Teste estimulação ACTH 2 doses TSH T4 livre 1 1 1 2 2 2 3 3 5 6 6 6 10 15 15 18 5. REVISÃO DE LITERATURA DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES A articulação coxofemoral é esferoide formado entre a superfície semilunar do acetábulo e a cabeça do fêmur. As paredes da cavidade revestidas por uma membrana sinovial. A estabilidade desta articulação deve-se principalmente, a profundidade do acetábulo, que envolve grande parte da cabeça do fêmur. A cabeça do fêmur possui o ligamento da cabeça femoral (DYCE et al., 2004) A displasia coxofemoral é uma doença biomecânica, gerada por má formação articular, a qual ocorre pela desigualdade entre a massa muscular primária e o acelerado crescimento ósseo. Normalmente ocorre bilateralmente e sem predisposição sexual (MINTO et al., 2012). As raças mais acometidas são, principalmente, as de médio e grande porte, como Pastor Alemão, Retriever do Labrador e Rottweiler (KEALY et al., 2012).

20 5.1 Aspectos radiográficos normais A articulação normal apresenta como características radiográficas: acetábulo profundo, cabeça do fêmur redonda e regular, com exceção da região da fóvea, a qual é achatada. O contorno do fêmur é paralelo aos contornos das margens craniais do acetábulo, desde a borda cranial até a região da fóvea, a cabeça do fêmur é bem ajustada ao acetábulo e pelo menos metade da cabeça do fêmur deve estar em seu interior. O centro da cabeça do fêmur deve ser medial à borda acetabular dorsal, o terço cranial do espaço articular é regular e não apresenta aumento em sua espessura, o colo do fêmur é regular e não espessado e não há evidências de alterações articulares degenerativas secundárias (KEALY et al., 2012). 5.2 Etiopatogenia Os filhotes nascem aparentemente normais, mas desenvolvem a displasia conforme crescem (KEALY et al., 2012). Fatores hereditários e ambientais possuem um papel importante no desenvolvimento da anormalidade do osso e dos tecidos moles (FOSSUM E SCHULZ, 2013). O acetábulo se torna raso, alterações morfológica da cabeça do fêmur, subluxação ou luxação coxofemoral e outras alterações osteoartróficas secundárias, são as características radiográficas da displasia coxofemoral (LUST et al., 1993; RISER, 1996; ALLAN, 2002). Os fatores ambientais são: treinamentos intensos, alimentação em excesso e o tipo do piso em que o animal vive (LINNMANN, 1998), resultando na modelagem articular anormal, causando no estágio final uma osteoartrite secundária. O grau de inclinação da cabeça do fêmur em relação à diáfise do fêmur, ou o grau de rotação não influencia no desenvolvimento da doença. No entanto, as anormalidades nestes ângulos muitas vezes coexistem com a displasia coxofemoral, podendo ter uma importante influência na sintomatologia clínica (FRASER et al., 1997). Outro fator relatado como causa da displasia coxofemoral é o hiperestrogenismo materno, quando o feto em desenvolvimento é exposto a elevadas concentrações de estrógeno in útero. Esta teoria teve inicio nos anos 50, quando mães de crianças com displasia coxofemoral apresentavam altas concentrações de estrógeno no sangue e na urina (TORRES, 2000). A ingestão excessiva de dietas de alta densidade, ricas em proteína, energia, cálcio e fósforo, acelera o crescimento

21 induzindo à alterações anatômicas. A hipercalcemia aumenta os níveis de calcitonina plasmática levando à remodelação óssea e a maturação da cartilagem. A produção de gastrina é resultante do cálcio em excesso no intestino, que por sua vez atua diretamente nas células C da tireóide, elevando ainda mais as concentrações séricas de calcitonina (HEDHAMMAR et al., 1979). Alterações patológicas como erosões da cartilagem articular, osteoclerose subcondral, achatamento da borda acetabular craniolateral, achatamento da cabeça do fêmur, espessamento do colo femoral e da capsula articular, produção de osteófitos periarticulares, derrame articular, fragmentação e ruptura do ligamento redondo, luxação ou subluxação craniolaterais fazem parte da evolução do processo degenerativo (NOGUEIRA et al., 2005). 5.3 Sinais clínicos Há variações na gravidade da sintomatologia clínica, no inicio das alterações estruturais, na idade em que surgem estes sinais, na progressão da doença, na intensidade da dor e do comprometimento da mobilidade. O afastamento da articulação é o primeiro sinal de displasia, as anormalidades de marcha ou rigidez pode anteceder a doença articular degenerativa (ETTINGER E FELDMAM, 2004). Os sinais clínicos apresentados por animais com displasia coxofemoral são: claudicação uni ou bilateral, intolerância ao exercício e dificuldade para levantar. Conforme crescem a doença articular degenerativa progressiva causa atrofia da musculatura pélvica e marcha oscilante. Comumente os responsáveis pelos cães relatam que o animal possui uma claudicação com piora súbita durante ou após aumento de atividade física ou lesão (JOHNSON, HULSE, 2005). A dor crônica nestes animais é resultante de microfraturas na borda acetabular dorsal, caudadas pela fadiga do osso imaturo que recebe sobrecarga pela instabilidade (NOGUEIRA, 2005). Cães mais velhos apresentam a doença articular degenerativa crônica e dor, Claudicação geralmente bilateral. Estes sinais podem surgir subitamente após exercício. A maioria dos sinais clínicos resulta de mudanças degenerativas na articulação, a musculatura pélvica sofre atrofia (PIERMATTEI E FLO, 1999).

22 5.4 Diagnóstico Segundo as normas do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária (CBRV), a partir dos 24 meses de idade será realizada definitivamente a avaliação das condições articulares. Esta condição poderá ser precedida de avaliações preliminares das articulações coxofemorais, que fornecerão dados precoces de normalidade ou não das mesmas. O diagnóstico clínico da displasia coxofemoral é baseado no histórico do animal e sintomatologia clínica e o diagnóstico definitivo é obtido pela realização da radiografia em duas ou três projeções (MINTO et al., 2012). O diagnóstico correto nos animais jovens contribui para o controle da displasia coxofemoral e permite que o tratamento seja feito antes do desenvolvimento da doença articular degenerativa (NOGUEIRA et al., 2005). O sinal de Ortolani fornece informações importantes para o diagnóstico. Para uma melhor avaliação clínica, o paciente deve ser mantido sob sedação profunda ou anestesia geral (ALVARENGA E PEDRO, 2006). É observado o ponto em que a cabeça femoral responde bruscamente no interior do acetábulo e consequentemente, se reduz. O cão é colocado em decúbito lateral ou dorsal, começando-se com a articulação flexionada e a pelve em posição neutra, desloca-se axialmente o fêmur e abduz-se lentamente o mesmo (BOJRAB et al., 2005). Se escutar um estalo ou o deslocamento da cabeça femoral, o sinal é positivo, indicando que a cápsula está distendida (BOJRAB, 1998). Estudos relacionados à cinética também podem ser utilizados para o diagnóstico da displasia coxofemoral. Esta avalia as forças de reação ao solo e podem ser feitas com o uso de uma plataforma de pressão ou de força, cada uma com as suas vantagens e desvantagens (GILLETTE, 2008; MCLAUGHLIN, 2001). Pela necessidade de equipamento de alto valor e a complexidade deste exame, estes estudos ainda são limitados (MIQUELETO et al., 2013). A ultrassonografia tem sido utilizada para descrever a anatomia das articulações coxofemoral e ombro (OHLERTH et al., 2003). Em luxações coxofemorais, alterações secundárias da articulação geralmente podem ser vistas, como pequenos osteófitos e acúmulo de fibrina (KRAMER et al., 1997). A ultrassonografia da região coxofemoral é realizada sob anestesia geral, os cães são

23 posicionados em uma calha em decúbito dorsal, sendo avaliadas duas projeções, longitudinal e transversal (ADAMS et al., 2000; OHLERTH et al., 2003). 5.5 Exames radiográficos Segundo o Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária, a radiografia deve ser feita com animal anestesiado, mantido em decúbito dorsal, com os membros pélvicos estendidos, paralelos entre si e em relação à coluna vertebral, as articulações fêmorotíbio-patelares devem estar rotacionadas medialmente e a pelve na posição horizontal. Dr. Gail Smith desenvolveu, em 1993, o método PennHIP na Universidade da Pensilvânia (EUA), o qual avalia, mede e interpreta a frouxidão da articulação coxofemoral (SMITH et al., 1990). Essa avaliação reúne três projeções: tradicional com os membros estendidos, compressão e distração (Figura 6). Se a articulação se encontra livre de osteoartite, os centros do acetábulo e da cabeça femoral devem coincidir, indicando que a articulação é concêntrica. A distância entre os centros é a medida de frouxidão da articulação. Mas este método varia de acordo com o tamanho do cão, com idade e com a aplicação devido a variação da distância (SMITH, 2002). Um dispositivo de distração colocado entre os fêmures é usado para auxiliar no diagnóstico, em animais com menos de dois anos de idade. A distração força a cabeça do fêmur para fora do acetábulo permitindo a estimativa do grau de lassidão articular (KEALY et al., 2012).

24 FIGURA 6 Método de PennHIP, posicionamento utilizando distrator, cão Fonte: REZENDE et al., 2005. O ângulo de Norberg baseia-se na determinação dos centros das cabeças femorais e da união dos mesmos, por intermédio de uma linha, que possibilitará traçar, a partir de um dos centros da cabeça femoral, uma segunda linha, que tangenciará o bordo acetabular crânio lateral, formando um ângulo entre as duas linhas (Figura 7). Deve ser considerado o posicionamento do centro da cabeça femoral em relação ao bordo acetabular dorsal, o aspecto da linha articular, presença de artrose secundária e a conformação dos bordos acetabulares (SOMMER E. FRATOCCHI, 1998). A figura 8 mostra a articulação coxofemoral de cão em diferentes estágios.

25 FIGURA 7 A sobreposição de uma das circunferências concêntricas ao limite da cabeça femoral determinara o centro da referida cabeça femoral, índice de Norberg. Fonte: SOMMER & FRATOCCHI, 1998. FIGURA 8 Radiografia da articulação coxofemoral de cão. 8 (HD - ) sem sinais de displasia coxofemoral.9 (HD +/-) articulação coxofemoral próxima do normal.10 (HD +), displasia coxofemoral de grau leve, discreta subluxação.11 (HD ++) displasia coxofemoral de grau moderada., evidente subluxação, acompanhada de osteoartrose. 12 (HD ++) displasia coxofemoral moderada. Evidente subluxação, acompanhada de osteoartrose. Fonte: http://www.blacklab.com.br/displasiaprovet.htmacessado em: 05 jun 2016.

26 Segundo Norberg (Quadro 1) a classificação é dividida em cinco categorias, de acordo com as características encontradas. QUADRO1: Graduação relativa a ângulo acetabular segundo Norberg. GRADUAÇÃO CARACTERISTICA DESCRIÇÃO ÂNGULO ACETABULAR Grau A Articulações coxofemorais normais A cabeça femoral e o acetábulo são congruentes 105 Grau B Grau C Grau D Grau E Articulações coxofemorais próximas da normalidade Displasia coxofemoral leve Displasia coxofemoral moderada Displasia coxofemoral grave Fonte: SOMMER & FRATOCCHI, 2012. A cabeça femoral e o acetábulo são ligeiramente incongruentes A cabeça femoral e o acetábulo são incongruentes A incongruência entre a cabeça femoral e o acetábulo é evidente com sinais de subluxação Evidentes alterações displásicas da articulação coxofemoral com sinais de luxação ou distinta subluxação, achatamento da borda acetabular ou outros sinais de osteoartrose 105 100 95 90 5.6 Tratamento São várias opções de tratamentos clínicos e cirúrgicos, porém, nenhuma é considerada ideal, pois não são capazes de transformar uma articulação displásica em uma articulação normal (MINTO, 2012). O tratamento clínico visa reduzir a dor e o desconforto mantendo as funções orgânicas envolvidas na displasia coxofemoral. As alterações degenerativas decorrentes da enfermidade que podem continuar a progredir. É administrado ácido Acetilsalicílico possui efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório 10 a 20 mg/kg VO TID, sulfato de condroitina A com o sulfato de condroitina C monossulfatados revestem a articulação até 10 kg /1mL IM ou SC; 10 a 25kg /2mL IM ou SC; acima de 25kg /3mL IM ou SC (SLATTER, 1998). Controlar o peso com exercícios como natação e caminhadas é importante, além de determinar a ingestão calórica. Pode-

27 se realizar suplementação nutricional, incluindo ácidos graxos auxilia no desenvolvimento da musculatura e emagrecimento, ômega 3 possui efeito antinflamatório, e condroitina (FOSSUM E SCHULZ., 2014). Para escolher a técnica cirúrgica deve-se considerar o estado geral do paciente, a idade, o temperamento, o ambiente em que vive, a intensidade da doença articular degenerativa, conformação da cabeça femoral e do acetábulo (ARNBJERG, 1999). A sinfisiodese púbica juvenil pode ser realizada para alterar o crescimento da pelve e o grau de antroversão do acetábulo e é indicado para filhotes com menos de 20 semanas de idade. Nos cães imaturos, a decisão da realização de uma osteotomia pélvica deve ser tomada precocemente, para que seja obtido os melhores benefícios. Porém esta decisão deve ser ponderada, já que vários animais diagnosticados com a doença quando jovens, podem a longo prazo não apresentar a sintomatologia clinica (FOSSUM E SCHULZ, 2014). A substituição total do quadril é um procedimento bastante avançado, usado quando a articulação coxofemoral não pode ser recuperada e, portanto é removida e substituída. Outro tratamento cirúrgico que pode ser realizado é a acetabuloplastia extracapsular. Este visa diminuir a instabilidade da articulação e prevenir a subluxação da cabeça femoral (COSTA, 2003). É indicada para animais que apresentam alterações como, achatamento acetabular sem lesão à cartilagem articular (SLOCUME SOLCUM, 1998). A denervação da cápsula articular tem como objetivo promover a analgesia, realizando a secção seletiva das fibras sensitivas. Em cães displásicos que possuem cobertura acetabular dorsal adequada, porém com articulações instáveis indica-se o alongamento do colo femoral (SLOCUM E DEVINE, 1999). Osteotomia intertrocantérica é indicada para cães jovens, ainda em desenvolvimento, com diagnóstico de subluxação e com aumento do ângulo de inclinação. Esta técnica melhora o aspecto biomecânico da articulação coxofemoral e reduz a dor. É eficaz antes que a afecção articular degenerativa esteja presente, entre os quatro e dez meses. Já a osteotomia pélvica é indicada para cães jovens, com subluxação e mínimas alterações degenerativas na articulação, promove o giro do segmento acetabular da pelve sobre o topo da cabeça femoral, aumentando a cobertura dorsal (SLATTER, 1998).

28 A colocefalectomia (Figura 9) gera uma pseudo-articulação fibrosa, aliviando a dor pela eliminação do contato ósseo entre o fêmur e a pelve (FOSSUM E SCHULZ, 2014). FIGURA 9 - Esquema demonstrativo da excisão da cabeça e colos femorais. Fonte: BRASIL, 2007. A osteotomia pélvica tripla (Figura 10) é a osteotomia do púbis e ísquio. Esta técnica libera a parte acetabular, facilitando a sua reorientação e promovendo maior congruência da cabeça femoral, diminuindo a lassidão da cápsula articular. É indicada para os pacientes com idade entre sete e 12 meses com lassidão articular, que apresentam sinais clínicos e não possuem sinais de degeneração articular (SCHRADER, 1981).

29 FIGURA 10 Técnica cirúrgica para realização deosteotomia pélvica tripla. Fonte: JOHNSON E HULSE, 2005.. 5.7 Controle Os cães de raças de médio a grande porte utilizados para a reprodução devem passar por avaliação radiográfica, sabendo-se que os pais dos reprodutores devem ser isentos da displasia coxofemoral. Para a reprodução no Brasil, é permitido o acasalamento dos cães pertencentes aos graus A, B e C (Quadro 1) (SOMMER e FRATOCCHI, 1998).

30 6. CONCLUSÃO O estágio curricular constitui uma importante oportunidade de conhecimento e aplicabilidade prática da graduação, durante este período foi possível correlacionar cada sinal clínico com a sua causa de forma imediata através dos exames realizados, além de ter obtido grande conhecimento na área do diagnóstico por imagem e laboratorial, conhecendo os diversos exames disponíveis na medicina veterinária. A displasia coxofemoral é uma doença osteoartrófica, o diagnóstico deve ser realizado através da combinação de sinais clínicos com exames radiográficos específicos. Esta doença exige do médico veterinário um conhecimento teórico adequado para identificar o tratamento adequando para cada estágio da doença, porém, como não há tratamento definitivo, é importante o acompanhamento do animal e controle para não evolução da doença.

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